Eu sou prostituta

~~ CAPÍTULO 3~~

AARON CHARTER

Despertei do meu sono profundo e procurei por minhas armas, eu estava sendo seguindo, levei um tiro, não, onde eu estou? Olhei ao redor cuidadosamente, as paredes estão pintadas de creme desgastado, há uma pequena cozinha acolhedora em minha frente e uma escada que leva para o andar de cima. Estou numa sala, dou um suspiro profundo notando que minhas feridas foram estancadas. Gemo de dor ao arquear minhas costas, porra, era suposto doer muito mais.

Estava escuro lá fora, o que significa que fiquei fora do ar a tarde toda, levantei do tapete procurando pelo banheiro, algo que não foi muito difícil de encontrar visto que a casa é pequena e muito simples. Apenas possui o necessário, nada luxuoso, muito bem arrumado e limpo, caminhei lentamente até a pequena sala e noto um bilhete dizendo que foi trabalhar, tem comida no micro-ondas.

Onde estão as minhas roupas? Voltei para a minúscula sala e vi meu telefone e minha carteira e morfina em cima da mesinha. Claro, ele me injetou morfina por isso estou com pouca dor e dormi o dia toda. Disco primeiro número da lista e ele atendeu no primeiro toque.

— Estamos procurando por você o dia todo.

Podia ouvir preocupação evidente em seu tom de voz, ele estava temendo pelo pior.

— Venha ao meu encontro.

Encerrei a chamada e ativei o localizador, vestindo minhas roupas já limpas, abro minha carteira notando que nem um centavo foi retirado dele, famito, fui a cozinha e liguei o micro-ondas para aquecer comida, depois de quase duas horas, Kali, Leo e Edu bateram na porta, acenei para eles entraram antes que alguém note movimentos estranhos na vizinhança.

— Como veio neste final do mundo?

Eu o encarei, foi neste final do mundo que salvou minha vida. Kali olhava para cada canto da casa, ele parece surpreso por ele estar neste lugar.

— Como estão as ruas?

Pergunto me sentando no sofá minúsculo e bem antigo, ao menos a pessoa que vive aqui é bastante limpa.

— Agitadas, os boatos estão circulando que você foi atacado ontem e provavelmente esteja morto.

— Vamos, eu não tenho muito tempo.

Eu digo terminando de me vestir, hora de abafar esses malditos boatos. Depois de passar algumas horas exibindo-me como algum tipo de troféu, meus homens ficaram tranquilos e colocaram suas malditas mentes em algo útil. Leo verificou a casa antes de entrarmos, ela estava do mesmo jeito como a deixamos.

— Nenhum sinal.

Diz Leo colocando sua arma nas costas, Edu jogou seu longo corpo na pequena poltrona enquanto eu me deitava no sofá, quem me salvou? Eram quase 5H da manhã quando Leo suspirou impaciente, eu estava ficando nervoso com a demora do meu salvador.

— Tem certeza de que alguém vive aqui?

Edu perguntou impaciente, ouvimos som dos pneus freando e uma porta sendo aberta, ficando em pé, olhei pela janela e vi uma mulher, vestindo uma saia curta, falando alguma coisa para o cara do carro. Em seguida ela abriu sua bolsa retirando chaves de casa. Em dois passos a sua frente, ela subiu os pequenos degraus e abriu a porta da sua casa bocejando. Ela quase deu um grito quando nos viu.

— Aí meu Deus, você está em pé?

Ela estava usando uma peruca loira, maquiagem pesada e sapatos altos que claramente eu já vi em algum lugar.

— Comprei medicamentos para seus ferimentos de balas não infecionar, vou tomar um banho, depois eu troco seus curativos.

Ela disse claramente exausta, seus dedos alcançaram seus sapatos altos horríveis enquanto minha mente estava processando o cheiro de cigarro, álcool e sexo. Ela subiu rapidamente as escadas e sumiu do meu campo de visão.

— Chefe...

Levantei uma mão o calando, sei o que dirá, ela é estranha. Depois de alguns minutos, ela desceu completamente limpa, sem aquela peruca loira, seus cabelos naturais são morenos e ela possui uma beleza incomparável.

— Não deveria ter feito esforço, poderia estourar os pontos.

Enquanto ela falava meus olhos encaravam seus lábios rosas pouco carnudos, ela tinha olhos belos. Seus dedos bateram o sofá indicando para eu me sentar, parecia um cachorrinho obedecendo sua dona.

— Deixa eu ver isso.

Disse a mulher sem nome, seus pequenos dedos tocaram meu casaco tirando-a suavemente dos meus ombros, ela mudou de posição ficando em minha frente e abriu rapidamente os botões da minha camisa tirando-a sem nenhuma dificuldade.

— Que bom que não infecionou.

Ela murmurou enquanto limpa cuidadosamente minhas feridas.

— Porque voltou tão tarde?

A pergunta saiu antes que eu processasse o que estava dizendo.

— Trabalho durantes as noites.

Eu percebi.

— O que você faz?

Meu corpo estremeceu quando ela passou álcool antes de estacar as feridas.

— Eu sou prostituta.

Meus olhos arregalaram em choque.

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