As medições para começar as escavações estavam indo bem, pelo visto, o meu sócio tinha mais pressa que eu, pela manhã o trabalho funcionou perfeitamente, não iria sair de perto tão cedo.O horário de almoço veio, e junto com os funcionários juntei-me para almoçar, havendo necessidade de conhecer os métodos americano de trabalho, estou habituado a trabalho sem regras, sem leis, mas por aqui é tudo bem diferente, claro que não abro mão do jeito que trabalha em meu continente, é mais trabalho e menos conversa, por aqui dizem que é trabalho escravo, como digo, tudo muda muito de um lugar a outro.Desde a forma como ultrajam os funcionários com capacetes, proteções, para quem já não faz mais parte daquele mundo, a mim só cabe aprender com este, as leis, os direitos, deveres, havia um tempo para eles pararem e outra equipe começar.Na minha posição até que não era ruim, poderia sair cedo, se quisesse, mas vislumbrar o meu projeto ganhando vida, era outra chance que a vida me dá, porém diant
Acordei pela manhã preparei o café como de costume, era rotineiro Kaled acordar sempre sem camisa andando pela casa jogando as suas mechas de cabelo para trás, era o esperado, mas o tempo passou e nada dele aparecer.Fui a porta do seu quarto, bati algumas vezes e nenhum som saiu de dentro, girei a maçaneta abrindo a porta, estava vazia a cama feita, o quarto vazio, não saberia dizer se ele nem dormiu em casa, ou se saiu cedo.Tomei o café, enquanto pensava em continuar a minha rotina habitual, sai de casa indo em direção a galeria, ligando para ele que já havia me ligado alguma vezes no dia anterior, mas apesar do celular tocar, ele não atendeu nenhuma vez se quer, com certeza estava levando a construção a modelo oriental, se fizer vontade eles morrer só para que um prédio ganhe vida.Cheguei a galeria cedo, mas ali algo estava estranho algumas pessoas iam e vinham, mas alguns olhavam demais estando a porta, procurei a minha carteira na bolsa, para pagar o motorista, saltei do carro
Saber que Judhie apareceu para os garotos, e para Olga foi uma decepção, mostrando o quanto fui cego, o tempo inteiro tirei as minhas conclusões, ao chegar no hotel Olga chorava ajoelhada na cama, deixando ali a mostra do quanto vê a sua irmã viva a faz sofrer.Creio que não era constatar que Judhie está viva, mas ao ir até o hotel, revelava mais que isto, não havia como ela saber onde estaríamos sozinha, logo a minha traição estava declarada.- Eu posso explicar. - Avisei sentando na cama, tocando o seu ombro, eu até tentei explicar, Olga havia entrado em toda a história como uma vítima de tudo, era evidente que apenas o sofrimento estava ali.- O que você vai me dizer? Que a ama? É eu já sei disso Hendrics, que não tem como me amar, eu sinto isto, não precisa me dizer também, sinto todas as vezes que me trata como um pedaço de madeira, não me toca, mal me olha, tampouco me beija, sei que ninguém é capaz de me amar, não precisa me dizer isto.- Isso não é verdade Olga, só entenda que
Não havia intenção alguma em ficar na galeria junto com Rachel e Jasmine, ambas precisavam de cuidado e privacidade, afinal a garota ainda é pequena, e apesar de ser muito carente, não deixava de ser uma menina, após limpar o rosto de Rachel, enquanto Jasmine dormia, me preparei para ir embora, a situação era mais que constragedora, uma mulher ocidental com uma filha pequena fugindo de um parceiro violento. Mas quando ela desabou no choro, com o rosto totalmente machucado eu não soube o que fazer. Em outras circuntâncias não me comoveria, mas já havia tanto tempo longe de minhas tradições, daquele Kaled duro, mafioso, incapaz de se comover com a situação vunerável dos garimpeiros e suas famílias, para entrar neste ramo, não podemos ser bonzinhos, os bons nunca prevalecem. Por este motivo, as famílias sempre estavam ali tão perto, tão a deriva como ameaças para aqueles pobres homens, nada me incomodava. Não saberia dizer o que realmente mudou em mim, as lágrimas de uma mulher me inco
E mesmo sendo eu que era deixada pra trás, entender Hendicks, não uma possibilidade, eu o entendo, o entenderia sendo eu, Judhie a mãe dos garotos, como sendo ele, se caso fosse. Não havia mais chance nem oportunidade para nós, ele até havia tentado, errado, se enganado, eu não apareci de proposito para os garotos, aconteceu e por mais que eu quisesse retornar no tempo, não seria para correr desta vez, teria lhes abraçado, a saudade não tinha tamanho, ninguém nunca saberia o quanto, por mais que os dias passem, há quem acredita que se esquece, mas não é o caso, quando ela só aumenta, a saudade, a vontade de estar com eles só aumentam. O primeiro mês, eu ainda tinha esperanças nas certezas de Kaled, pintando quadro, e muitas vezes ficando com Jasmine, enquanto Rachel procurava um emprego, com o incidente da galeria, acabou os negocios externos, eu continuo a pintar vendendo uma obra aqui ou ali, ninguém precisava saber o que eu sabia, o incêndio foi criminoso, de onde veio? Ela tinha
Um mês e quinze dias se passou, a minha relação com os meninos foi água a baixo, eles nem mesmo descem a escada quando chego em casa mais. Ontem quando cheguei, ao ir aos seus quartos, percebi que fingia dormir, havia barulho quando cheguei ao corredor, mas em instantes havia silêncio.Não quis dizer para ninguém mas aquilo estava me incomodando muito, foram tudo de mais valioso que me restou na vida. Entrei no quarto, vendo Olga deitada, uma máscara verde na cara, parecia estar virando o Hulk, entrei a passos silênciosos para não incomodá-la. - Hend é você?Hend? De onde ela tirou isso? Pulou na cama, mostrando a barriga um pouco maior. - Amor é você, e então como foi de viagem? como está? Comprou alguma coisa pra mim? - O sorriso amplo no rosto.Sorri de volta, eu juro que estou me esforçando, segurando o desejo de ir até os EUA encontrar a sua irmã nem fosse pra esganar ou beijar, de sempre em sempre o desejo me invadir, a necessidade louca que insisto em dizer não, eu não vou, irei
A construção do primeiro hotel tornou se destaque, Judhie tinha razão, eu posso continuar a minha vida apesar de não ter uma perna, nada havia mudado, mas há desafios, foi com muito esforço que consegui chegar a algum lugar novamente.A minha sociedade era mais que certa, enquanto os sócios planejavam o sucesso que seria o primeiro hotel, Joshua já visava os próximos, era nítido que a sua parceria não estava diretamente direcionada a mim, ele queria algo a mais, alguém a que não sou eu. Ele não via nada mais a sua frente depois de conhecer Judhie, enquanto a mim conhecendo a sua fama e riqueza, não poderia deixá-lo pensar que ela é um objeto a ser usado. - Judhie não é uma mulher qualquer Joshua. - Deixei claro durante o jantar.Seus olhos brilhavam como rúpias a minha frente. - Sim, eu sei, ela é linda, é como uma...- Mas tem um passado complicado, não vou engana-lo, não será seu dinheiro ou posição social que lhe fará conquista-la. - Segurou em meu braço ansioso. - Kaled por favor,
Kaled assumiu a sua verdadeira identidade, ele estava cansado de mentir, de se esconder, eu achei arriscado demais, embora ele mostrasse ter razão, seis anos já tinha se passado, a esta altura, Khalil não poderia querer nada de nós. Não representava perigo algum mais pra ele, demorei pouco a pouco a pensar na ideia, a vida se abria para mim novamente. No inicio até desacreditei que o amor me abriria portas, mas aos poucos fui aprendendo, convivendo com Joshua que não poupou esforço para me mostrar que a vida não é apenas sofrimento, ele foi me dando tempo, espaço, algo que era diferente de mim, de tudo que conheço, não era uma obrigação aceita-lo, aceitei sair com ele, um homem diferente de tudo que a sua classe social indicava, sem máfia, sem crimes, cheio de sonhos. Outras vezes vieram, apoiada por Kaled e por Rachel, não vi impossibilidade, aceitei o seu pedido de namoro, vendo os seus olhos cada vez mais encantadores em mim, ainda tinha medo de tudo, de uma revelação de que foss