Saber que Judhie apareceu para os garotos, e para Olga foi uma decepção, mostrando o quanto fui cego, o tempo inteiro tirei as minhas conclusões, ao chegar no hotel Olga chorava ajoelhada na cama, deixando ali a mostra do quanto vê a sua irmã viva a faz sofrer.Creio que não era constatar que Judhie está viva, mas ao ir até o hotel, revelava mais que isto, não havia como ela saber onde estaríamos sozinha, logo a minha traição estava declarada.- Eu posso explicar. - Avisei sentando na cama, tocando o seu ombro, eu até tentei explicar, Olga havia entrado em toda a história como uma vítima de tudo, era evidente que apenas o sofrimento estava ali.- O que você vai me dizer? Que a ama? É eu já sei disso Hendrics, que não tem como me amar, eu sinto isto, não precisa me dizer também, sinto todas as vezes que me trata como um pedaço de madeira, não me toca, mal me olha, tampouco me beija, sei que ninguém é capaz de me amar, não precisa me dizer isto.- Isso não é verdade Olga, só entenda que
Não havia intenção alguma em ficar na galeria junto com Rachel e Jasmine, ambas precisavam de cuidado e privacidade, afinal a garota ainda é pequena, e apesar de ser muito carente, não deixava de ser uma menina, após limpar o rosto de Rachel, enquanto Jasmine dormia, me preparei para ir embora, a situação era mais que constragedora, uma mulher ocidental com uma filha pequena fugindo de um parceiro violento. Mas quando ela desabou no choro, com o rosto totalmente machucado eu não soube o que fazer. Em outras circuntâncias não me comoveria, mas já havia tanto tempo longe de minhas tradições, daquele Kaled duro, mafioso, incapaz de se comover com a situação vunerável dos garimpeiros e suas famílias, para entrar neste ramo, não podemos ser bonzinhos, os bons nunca prevalecem. Por este motivo, as famílias sempre estavam ali tão perto, tão a deriva como ameaças para aqueles pobres homens, nada me incomodava. Não saberia dizer o que realmente mudou em mim, as lágrimas de uma mulher me inco
E mesmo sendo eu que era deixada pra trás, entender Hendicks, não uma possibilidade, eu o entendo, o entenderia sendo eu, Judhie a mãe dos garotos, como sendo ele, se caso fosse. Não havia mais chance nem oportunidade para nós, ele até havia tentado, errado, se enganado, eu não apareci de proposito para os garotos, aconteceu e por mais que eu quisesse retornar no tempo, não seria para correr desta vez, teria lhes abraçado, a saudade não tinha tamanho, ninguém nunca saberia o quanto, por mais que os dias passem, há quem acredita que se esquece, mas não é o caso, quando ela só aumenta, a saudade, a vontade de estar com eles só aumentam. O primeiro mês, eu ainda tinha esperanças nas certezas de Kaled, pintando quadro, e muitas vezes ficando com Jasmine, enquanto Rachel procurava um emprego, com o incidente da galeria, acabou os negocios externos, eu continuo a pintar vendendo uma obra aqui ou ali, ninguém precisava saber o que eu sabia, o incêndio foi criminoso, de onde veio? Ela tinha
Um mês e quinze dias se passou, a minha relação com os meninos foi água a baixo, eles nem mesmo descem a escada quando chego em casa mais. Ontem quando cheguei, ao ir aos seus quartos, percebi que fingia dormir, havia barulho quando cheguei ao corredor, mas em instantes havia silêncio.Não quis dizer para ninguém mas aquilo estava me incomodando muito, foram tudo de mais valioso que me restou na vida. Entrei no quarto, vendo Olga deitada, uma máscara verde na cara, parecia estar virando o Hulk, entrei a passos silênciosos para não incomodá-la. - Hend é você?Hend? De onde ela tirou isso? Pulou na cama, mostrando a barriga um pouco maior. - Amor é você, e então como foi de viagem? como está? Comprou alguma coisa pra mim? - O sorriso amplo no rosto.Sorri de volta, eu juro que estou me esforçando, segurando o desejo de ir até os EUA encontrar a sua irmã nem fosse pra esganar ou beijar, de sempre em sempre o desejo me invadir, a necessidade louca que insisto em dizer não, eu não vou, irei
A construção do primeiro hotel tornou se destaque, Judhie tinha razão, eu posso continuar a minha vida apesar de não ter uma perna, nada havia mudado, mas há desafios, foi com muito esforço que consegui chegar a algum lugar novamente.A minha sociedade era mais que certa, enquanto os sócios planejavam o sucesso que seria o primeiro hotel, Joshua já visava os próximos, era nítido que a sua parceria não estava diretamente direcionada a mim, ele queria algo a mais, alguém a que não sou eu. Ele não via nada mais a sua frente depois de conhecer Judhie, enquanto a mim conhecendo a sua fama e riqueza, não poderia deixá-lo pensar que ela é um objeto a ser usado. - Judhie não é uma mulher qualquer Joshua. - Deixei claro durante o jantar.Seus olhos brilhavam como rúpias a minha frente. - Sim, eu sei, ela é linda, é como uma...- Mas tem um passado complicado, não vou engana-lo, não será seu dinheiro ou posição social que lhe fará conquista-la. - Segurou em meu braço ansioso. - Kaled por favor,
Kaled assumiu a sua verdadeira identidade, ele estava cansado de mentir, de se esconder, eu achei arriscado demais, embora ele mostrasse ter razão, seis anos já tinha se passado, a esta altura, Khalil não poderia querer nada de nós. Não representava perigo algum mais pra ele, demorei pouco a pouco a pensar na ideia, a vida se abria para mim novamente. No inicio até desacreditei que o amor me abriria portas, mas aos poucos fui aprendendo, convivendo com Joshua que não poupou esforço para me mostrar que a vida não é apenas sofrimento, ele foi me dando tempo, espaço, algo que era diferente de mim, de tudo que conheço, não era uma obrigação aceita-lo, aceitei sair com ele, um homem diferente de tudo que a sua classe social indicava, sem máfia, sem crimes, cheio de sonhos. Outras vezes vieram, apoiada por Kaled e por Rachel, não vi impossibilidade, aceitei o seu pedido de namoro, vendo os seus olhos cada vez mais encantadores em mim, ainda tinha medo de tudo, de uma revelação de que foss
Não tinha mais onde recorrer ou procurar, estavamos de mãos amarradas quando Judhie chegou a conclusão de que os meninos, como Kaled também só poderia estar com Khalil, achei insano, mas entre já ter certeza que poderiam estarem mortos, decidir confiar mais na sua insanidade, eu não esperava nada dela, quando simplesmente entrou no avião, sem temer, passos apressados como que iria pilotar o avião de embarque. E em nenhum momento desistiu, a cada parada parecia persistente, para uma mãe que havia os deixados preferindo ficar num porão, era intrigante, ela teria se arrependido de sua escolha, ou só queria mesmo checar se o seu amigo estava lá, eu ainda não tinha certeza, até lhe ver pousar em Carbarral, ela não sabia que eu viria, mas por mais que a odia-se em lhe ver enrolada em toalha, a cama desfeita, com sinais de quem esteve com outro homem em tão pouco, não tinha o direito e nem teria de lhe exigir nada, eu que a deixei pra trás. Não demorou a chegar a noticia que Olga também ha
Arrastado até o enorme palácio que foge de todos os padrões da nossa cultura, nada era impressionável, mulheres pelos cantos da casa, algumas vestidas outras sem roupas, uma piscina enorme num país de seca, deserto, detalhes em ouro, Khalil mostrava tudo que lhe agradava em seis anos tranformou a minha casa num verdadeiro harém, duvidaria que ele lembrasse ao menos o nome de uma mulher destas.Fui levado enquanto olhava para todos os lados. - Veja Kaled, vejo agora como sou um homem respeitado, todos nesta cidade me honra e me respeita. - Eu não achava nada disto, achava justamente ao contrário todos ao seu redor devem um bando de bajuladores, louco por qualquer oportunidade para crescer na vida. - E daí?- Perguntei amparado por dois dos seus homens, que seguravam pelos braços, virou me olhando em busca de aprovação, eu nunca conheci Khalil, aquele a minha frente nunca seria o meu irmão. - Como e daí? Não ver? Olhe eu posso ter a mulher que eu quiser, quantas eu quiser numa cama, vam