As palavras esmoeceram em meus lábios, eu queria ter qualquer desculpa para chama-la numa conversa qualquer, até chegar ao ponto desejado, me olhando de pé descalça num chão um pouco íngreme amarronzado, tudo que eu ainda visuliava era os seus pés.Oras, me senti sem jeito diante de uma mulher não fazia o meu feitio, sempre fui um homem seguro do que queria, não seria diferente com aquela mulher, mesmo que eu não quisesse nada além de saber o quanto ela sabe de nós.Já havia um bom tempo em silêncio, as palavras erravam a pronúncia antes mesmo de chegar a minha garganta. - O Senhor veio aqui para me pedir algo, é algo recado da San, ela está bem?A mulher perguntou tendo mais atitude que eu, o que não era comum, apenas assenti num confirmar com a cabeça. - Querem me ver ou algo do tipo? - Ela perguntou uma segunda vez. - Fiz algo de errado, o senhor não está ajudando ficando calado, eu não peguei nada na loja, nunca...- Acho melhor que venha ao nosso encontro, desta maneira não temos
Não foi fácil convencer Rachel a ir para um hotel. - Só irei ter condições de lhe pagar quando receber o pagamento, não tenho dinheiro para a uma noite.Falou duas ou três vezes, a garota havia chorado o bastante ao ponto que apagou em seu ombro, a baba escorria pela pele da mãe. Chegamos a um hotel mediano, não era muito caro, nem muito barato, mas perto do centro, não tão perto, ela precisava descansar os braços, o amor pela filha era nítido.- Obrigado senhor, não sei como agradecer. - Falou indo em direção ao elevador, a sua bolsa meio que caia, junto ao peso da garota em seu ombro. Na tentativa de ajudá-la, tentei arrastar a garota do seu colo. - Não, não precisa, ela vai acordar.Avisou a segurando com mais firmeza, então segurei a sua bolsa. Chegamos ao quarto, abri a porta, elas entraram e dali mesmo decidir retornar, por um simples gesto de pegar em sua mão, aquele homem havia surtado, imagino o que faria se soubesse que a levei ao quarto.Ela entrou, e não demorou a fechar a
Após a minha conversa com Kaled eu ainda me sinto confusa, apesar de mais calma, ainda era ruim para mim a situação que Hendrics havia me proposto, mas era única, pegar ou largar, nunca ter a chance de ver os meus filhos outra vez.E se fosse no fundo, assumir o que sou, uma pessoa capaz de atropelar os outros, ainda por cima a outra, quem mais saia machucada em toda está história é Olga, a minha irmã.Tomamos café na galeria, eu e Kaled pela segunda vez, enquanto Rachel com uma carga de gratidão e desculpas, limpava a sua camisa, ainda não sabia ao certo o que havia acontecido, e como poderia Kaled e Rachel está no mesmo lugar, o que havia passado despercebido aos meus olhos?A pequena Jasmine comia devagar, não pude deixar de observa-la, eu tive dois meninos, mas ser mãe de menina devia ser interessante. Algo que eu não experimentaria na vida, sendo uma amante e sem ventre, piorava, sendo realmente o cúmulo imaginar ser mãe de uma menina na minha situação.Kaled desajeitado de uma m
Esperei uma resposta de Olga, já que ela perguntou com tanta convicção, vi o seu peito inflar, em seguida subir e descer.- Então... então quer dizer que esteve com outra mulher, Hendrics? - Parecia estranho escutar uma pergunta como está vindo da minha esposa, mas a sua expressão parecia se aliviar neste momento.- Não, com a sua irmã, não é o está dizendo? Talvez alguém me dê acesso ao mundo dos mortos, não seria uma má ideia. - Respondi impaciente, lhe vendo ir para o sofá e atira-se nele de braços cruzados. - Não deveria sentar assim, está de seis meses, pode machucar você e o bebê.- Não me importo, o que poderia me machucar mais era se aquele desgraçada estivesse viva, poxa Hendrics estou aqui dando o meu melhor nesse casamento, olha pra mim até grávida estou, esperando um filho seu, o seu futuro sucessor nos negócios, sei que você deveria gostar dela, mas a Judhie já foi, morreu, como sempre mostrando a idiota que é, como poderia ficar ali com um desafortunado? Burra, sempre es
As medições para começar as escavações estavam indo bem, pelo visto, o meu sócio tinha mais pressa que eu, pela manhã o trabalho funcionou perfeitamente, não iria sair de perto tão cedo.O horário de almoço veio, e junto com os funcionários juntei-me para almoçar, havendo necessidade de conhecer os métodos americano de trabalho, estou habituado a trabalho sem regras, sem leis, mas por aqui é tudo bem diferente, claro que não abro mão do jeito que trabalha em meu continente, é mais trabalho e menos conversa, por aqui dizem que é trabalho escravo, como digo, tudo muda muito de um lugar a outro.Desde a forma como ultrajam os funcionários com capacetes, proteções, para quem já não faz mais parte daquele mundo, a mim só cabe aprender com este, as leis, os direitos, deveres, havia um tempo para eles pararem e outra equipe começar.Na minha posição até que não era ruim, poderia sair cedo, se quisesse, mas vislumbrar o meu projeto ganhando vida, era outra chance que a vida me dá, porém diant
Acordei pela manhã preparei o café como de costume, era rotineiro Kaled acordar sempre sem camisa andando pela casa jogando as suas mechas de cabelo para trás, era o esperado, mas o tempo passou e nada dele aparecer.Fui a porta do seu quarto, bati algumas vezes e nenhum som saiu de dentro, girei a maçaneta abrindo a porta, estava vazia a cama feita, o quarto vazio, não saberia dizer se ele nem dormiu em casa, ou se saiu cedo.Tomei o café, enquanto pensava em continuar a minha rotina habitual, sai de casa indo em direção a galeria, ligando para ele que já havia me ligado alguma vezes no dia anterior, mas apesar do celular tocar, ele não atendeu nenhuma vez se quer, com certeza estava levando a construção a modelo oriental, se fizer vontade eles morrer só para que um prédio ganhe vida.Cheguei a galeria cedo, mas ali algo estava estranho algumas pessoas iam e vinham, mas alguns olhavam demais estando a porta, procurei a minha carteira na bolsa, para pagar o motorista, saltei do carro
Saber que Judhie apareceu para os garotos, e para Olga foi uma decepção, mostrando o quanto fui cego, o tempo inteiro tirei as minhas conclusões, ao chegar no hotel Olga chorava ajoelhada na cama, deixando ali a mostra do quanto vê a sua irmã viva a faz sofrer.Creio que não era constatar que Judhie está viva, mas ao ir até o hotel, revelava mais que isto, não havia como ela saber onde estaríamos sozinha, logo a minha traição estava declarada.- Eu posso explicar. - Avisei sentando na cama, tocando o seu ombro, eu até tentei explicar, Olga havia entrado em toda a história como uma vítima de tudo, era evidente que apenas o sofrimento estava ali.- O que você vai me dizer? Que a ama? É eu já sei disso Hendrics, que não tem como me amar, eu sinto isto, não precisa me dizer também, sinto todas as vezes que me trata como um pedaço de madeira, não me toca, mal me olha, tampouco me beija, sei que ninguém é capaz de me amar, não precisa me dizer isto.- Isso não é verdade Olga, só entenda que
Não havia intenção alguma em ficar na galeria junto com Rachel e Jasmine, ambas precisavam de cuidado e privacidade, afinal a garota ainda é pequena, e apesar de ser muito carente, não deixava de ser uma menina, após limpar o rosto de Rachel, enquanto Jasmine dormia, me preparei para ir embora, a situação era mais que constragedora, uma mulher ocidental com uma filha pequena fugindo de um parceiro violento. Mas quando ela desabou no choro, com o rosto totalmente machucado eu não soube o que fazer. Em outras circuntâncias não me comoveria, mas já havia tanto tempo longe de minhas tradições, daquele Kaled duro, mafioso, incapaz de se comover com a situação vunerável dos garimpeiros e suas famílias, para entrar neste ramo, não podemos ser bonzinhos, os bons nunca prevalecem. Por este motivo, as famílias sempre estavam ali tão perto, tão a deriva como ameaças para aqueles pobres homens, nada me incomodava. Não saberia dizer o que realmente mudou em mim, as lágrimas de uma mulher me inco