Não que os Sarfields fossem da minha total confiança, mas no momento eu não tinha apoio melhor. Entregar os meus filhos e o meu avô nas mãos deles foi o melhor que pude fazer.A possibilidade de ir e não voltar são altas, a partida das terras dos Sarfields foi mais dolorosa que imaginei, mas a minha honra precisava se estabelecer, de nada valeria continuar vivendo como um covarde, as escondidas, sendo motivo de piada para amigos e inimigos e até desconhecidos.A verdade é o que poucos sabiam, e não adiantaria explicar. Judhie não foi levada, ela havia feito um acordo pra me salvar, para nos salvar, e eu mal saberia dizer o que fazer para mudar isto.Quem fez o acordo foi ela, por mim, não fui eu. Por isso não havia nenhum acordo com Kaled. Horas de vôos, tudo passava em minha mente, como seguir e cercar o seu irmão Khalil, se estabelecer em Carbarral, para assim ter as informações necessárias daquele palácio.Na teoria tudo pareceria tão fácil, o difícil já começava desde o observar do
- O italiano está por trás do atentado contra a você irmão, por causa desta vagabunda, agora você não tem uma perna. - Khalil me informou alterado, deitado sobre a cama, me mantive numa postura de quem ainda obtinha a informação. - Esta´me ouvindo? - Indagou-me raivoso, querendo explodir. - Ainda vai defender essa ordinária? Sabe que ela só está viva por sua causa não é? Porque se fosse eu no seu lugar, já teria matado todos eles. Não fazia sentido algum, como aquele Italiano de merda, ia conseguir unir os meus inimigos e sócios contra mim? Eles odeiam o tipo como ele, como seria possível? Me peguei interrogando a mim mesmo enquanto Khalil sentou a minha frente a espera de uma reação. - Vai ficar ai calado? Você não é assim, Kaled, vai continuar passando a mão na cabeça dela desta maneira? Olhei para o homem com características igual a minha, eu preciso pensar, tive certeza. - Calma Khalil, quem lhe disse isto? Como chegou a esta informação? - Tentei acalma-lo, apesar de dentro de m
Por mais que eu não goste de Khalil, jamais diria a Kaled que tipo de pessoa o seu irmão é. Não, eu jamais diria, já que ele deve conhecer tão bem a seu irmão quanto eu, a cultura deste país jamais me permitiria abrir a boca e falar que o seu irmão me causa repulsa, que eu tenho medo dele, e que a minha morte em suas mãos é mais que segura. Ela era garantida de qualquer maneira, em meses ou dias, tendo ou não o filho que cresce dentro de mim. A situação de Kaled é tão vulneravél, que me comovia vê-lo de tal maneira, deixado sobre os lençóis da sua cama, correndo riscos que ele não imagina, me habituei aos médicos, ao tratamento deles, não ao tratamento que resiste e debate com a medicina ocidental. Mas somos de mundos diferentes, talvez seja assim, não somos ou nos tornamos o lugar que nascemos, somos o que escolhemos como casa, e eu escolhi a Itália desde que naquele lugar encontrei a minha liberdade. Os dias permaneceram iguais, sempre cuidando de Kaled, já que ninguém da sua fam
Foram dias em busca de notícias, uma oportunidade para ver, falar com Judhie, e quando finalmente consegui entrar no enorme palácio, após prometer a uma mulher que lhe tiraria do seu país, por um simples conversa.Me vi diante de Judhie, finalmente diante a mulher que é capaz de tirar o meu sono, fazer-me perder os sentidos, e o raciocínio numa reunião, nada havia sido feito em vão, encontrar os seus olhos negros, outra vez era como magia, o meu peito acelerou como um carro sem freio, a sensação de saltar de paraquedas pela primeira vez retornou a mim, enquanto ela, ali parada sem reação alguma, demonstrava certa frieza, talvez não fosse a mulher que eu desejei encontrar.O corpo é o mesmo, mas o olhar, o jeito, até o beijo denunciava não ser ela, até que submerso nele, deslizei as minhas mãos por seu corpo, acreditando que era pela situação imposta, ela ainda ruminava a informação de que eu, o inimigo de Kaled estou dentro da sua propriedade, mas o choque veio.Até onde Kaled era capa
Achei estranho Muhamaad entrar repentinamente em meu quarto, sem haver um chamado, havia dias que Khalil não ligava, tampouco atende as minhas ligações, entendo que lidar com várias reuniões, viagens, ir de um lugar a outro seja díficil, com os negócios legais já não são fáceis, com as idas aos garimpos ilegais, a perseguição da policia para descobrir onde são as minas, as rotas que levam até elas, é muito pior. Até pensei que o meu irmão poderia a estar trapaceando, mas não seria capaz, após tudo que fiz por nossa família, seria um crime sem perdão, que cabe como punição a morte, e se tem algo que Khalil teme, é me perder, a morte vem logo em seguida, ele jamais morderia a mão de quem o alimenta. - Fale!- Ordenei desconfiado ao homem de pé a minha frente, segurando uma sacola preta nas mãos. Muhammaad é um dos meus melhores homens, e como sempre obdiente, aproximou-se abrindo a sacola. - Encontramos isto no quarto de uma das criadas da casa senhor. - Avisou-me virando o saco preto
A esperança finalmente havia chegado, a vinda de Hedricks me fez sentir medo, mas muita felicidade, o fim do martirio em minha vida, finalmente, não seria fácil, não com o poder dos Monzaga, mas porque não sonhar? Mesmo que desse errado, eu não quis pensar nisto, apesar de saber que era loucura, todas as vezes que os mals pensamentos me invadem, sim, me recuso a pensar que a felicidade pode não existir para mim. Por mais que eu não conseguisse amar Kaled, como fui apaixonada por Jamie, nem como me sinto com Valentim, em dias cuidando dele, não pude deixar de sentir pena, de nada lhe servirá o dinheiro, todos os impériosos comércios que possui, quando no fim, ele parece tão solitário, foram poucas vezes que a sua mãe veio em visita, estando efermo, em todas elas no fim a sua serventia era exposta, como carneiros em tendas de vendas. Kaled não passa de um cartão corporativo para a sua família, uma bela oportunidade de crescimento dos Monzaga, e por diversas vezes, me peguei pensando e
Vingança não é algo tão fácil, como se pensa, nem barato. A ideia de mudar de país, me dedicar totalmente a seguir a família Monzaga parecia tão fácil, puro engano o meu, seria fácil, se eu não fosse o responsável pela família Valentim, se não fosse o único neto, o pai solteiro, o genro, que deve lidar com tudo sozinho, era mais fácil, porém sem proposito. Nos primeiros dias, o meu avô adpatou-se a moradia dos Sarfields, ele a mãe de Judhie são bons amigos, é se assim posso dizer que são, o que não agradava em nada, Sarfield, o meu então sogro, seja casado com Olga, ou marido de Judhie, tudo bem que não da maneira correta, mas ainda assim pais dos seus filhos. A ideia de deixar um homem sob o mesmo teto que a sua esposa não agradava em nada, Sarfield, isso dava pra perceber de longe, ele estava incomodado, nem mesmo saindo de casa. Pelo menos, era o que parecia, apesar de anos tendo Fernan como meu parceiro, ele não é eu, isso é claro, as pessoas preferem negociar com o herdeiro Val
Não fazia sentido algum o que estava acontecendo, aquele homem a minha frente, poderia ter a imagem de Khalil, a voz, mas não era o meu irmão mais novo, Khalil nunca conheceu o sofrimento como eu conheci desde novo, dias sem dormir viajando de lugar a lugar, cidade a cidade, como um simples filho de um comerciante de tecidos, abri mão da comida para durar mais dias na estrada, ficar horas de tormenta, ignorando o sono para chegar em outro lugar, encontrar fabricante, nossos compradores, ele nunca havia se sacrificado tanto, como eu. Até chegar os doze anos, e ter que passar a viajar sozinho, lidar com tudo sozinho, porque o nosso pai adoeceu, apesar que a doença nos rendeu mais filhos, mas Khalil nunca passou pelo o que eu passei na vida, como o filho mais velho, era dever servir como exemplo para os mais novos. E quando desapontava o nosso pai, era castigado como um animal qualquer, dias sem comer, dias no sereno, noites que viravam dias, e dias que viraram noites diante dos meus olh