Já haviam se passado 5 dias desde o começo da estadia de Jennie e ao anoitecer do quinto dia, Lisandra, Jennie e Melanie pediram uma pizza do tamanho família e uma pizza pequena. A pequena no sabor chocolate e a grande de queijo com calabresa e portuguesa. Melanie comia animada enquanto falava sobre como o dia na escolinha tinha sido bom e sobre como todos os professores estavam preocupados com o estado de saúde de Jennie, que por conta do que aconteceu, acabou por pegar duas semanas de atestado médico que lhe comunicava que era de extrema necessidade que Jennie ficasse de repouso. Jennie realmente havia ficado de repouso em seu primeiro dia de atestado, mas com toda a certeza do mundo não por sua vontade, mas sim por vontade de Lisandra que não a permitiu levantar nem mesmo pra pegar um copo de água. Lisandra e Jennie passaram as horas juntas até que Lisandra tivesse que ir buscar Melanie na escola, assistiram a alguns filmes juntas depois de Melanie ser colocada na cama, se beijara
- Tia Jennie, pode pegar o cereal pra mim? - Melanie pediu a Jennie, que se encontrava do outro lado do balcão da cozinha e prontamente Jennie pegou o único cereal que estava sempre em várias unidades dentro do armário, pegou o leite dentro da geladeira e entregou a Melanie, que já estava com uma tigela em sua frente. - Obrigada tia Jennie - Melanie disse e logo em seguida começou a colocar sozinha seu cereal e leite na tigela, fazendo com que Jennie suspirasse ao ver Melanie alí. Jennie sempre se pegava perguntando coisas sobre o caráter de Mark, progenitor de Melanie. Como alguém poderia ser tão desprezível assim? Basicamente forçar a mulher que ama a abortar um filho que ela com toda a certeza do universo não havia feito sozinha era algo cruel demais e Jennie sabia disso. Sabia também que quando Melanie ficasse mais velha com toda a certeza não teria a menor coragem de olhar para seu pai, assim como Jennie não conseguia sequer se imaginar olhando novamente para o dela. - Tia Jennie
Melanie havia acabado de terminar seu café da manhã junto a Lisandra e Jennie. Jennie havia lavado toda a louça de sua tapioca com manteiga e havia lavado a tigela de Melanie. Após terminar, Melanie saiu disparada para seu quarto dizendo que iria tomar banho sozinha e não queria que ninguém fosse ajudá-la e rindo Lisandra apenas disse " tudo bem", ao ver e ouvir que a porta do quarto de Melanie foi fechada, Lisandra levantou-se de sua cadeira e caminhou até Jennie, que estava parada em frente a pia terminando de secar toda a água que havia deixado cair por alí. Lisandra abraçou o corpo de Jennie por suas costas fazendo com que a morena a sua frente pulasse de susto e começasse a rir em seguida enquanto se virava para Lisandra. - Tá devendo jenjen? - Lisandra perguntou ironicamente e Jennie negou com um aceno. - Não lili, o que nós iremos fazer pro almoço? - Jennie perguntou e olhou rapidamente para o lado, vendo e sentindo as mãos nada discretas de Lisandra irem até seu quadril e a
Jennie havia entrado em seu banho a poucos minutos quando ouviu um grito doce e infantil dizer "Vovó!" e não precisava de muito para saber que aquele grito vinha de Melanie e que os pais de Lisandra haviam chego. Saber que os pais dela estavam alí fez com que Jennie finalmente tivesse tempo e espaço para sentir um leve desconforto invadir seu corpo. Ela sabia que Lisandra era a mulher mais bonita, sincera e doce que já havia visto em sua vida, era nítido em sua postura e eu sua rotina que ela havia sido bem criada e que era impossível seus pais serem pessoas ruins, pessoas ruins nunca conseguiriam criar alguém tão bom, certo? Por mais que essa regra nunca tenha caído muito bem sobre si mesma, ela sabia que havia caído sobre Lisandra. Se sentia desconfortável por pensar no que os pais de Lisandra iriam pensar, chegava até mesmo a se sentir uma adolescente indo conhecer os pais de sua primeira namorada, mas ela sabia que não era esse o cenário em que ela se encontrava. Ela e Lisandra não
A tensão no ar era palpável, todos alí presentes sentiam que era possível de cortar a tensão com uma simples tesoura, principalmente Jennie. Clara Manoban a olhava como se Jennie fosse uma presa e ela o caçador, observava atentamente e meticulosamente cada suspiro que Jennie dava e parecia desconfiada até mesmo com a sombra da mesma. Jennie se sentia desconfortável com tantos olhares ameaçadores direcionados para si vindo de uma única pessoa, se perguntava se havia feito algo de errado e sentia que parte de sua mente desejava incessantemente culpar seu jeito, fala, ou aparência por toda a ameaça que Clara Manoban a fazia em silêncio. Jennie tentou manter a calma. Ela sabia que a situação era delicada, mas também sabia que não tinha feito nada de errado. Ela estava ali porque Lisandra a havia convidado, e ela tinha todo o direito de estar ali.O almoço foi um desfile de perguntas e olhares curiosos. Os pais de Lisandra pareciam estar tentando decifrar Jennie, e Jennie se sentia como um
- Jennie? - Após duas batidas tímidas na porta de madeira, Jennie ouviu a voz de Lisandra ressoar no outro lado da porta de madeira escura e brilhante que havia em frente a cama. Jennie caminhou até a porta e suspirou ao encostar na maçaneta. Ao abrir a porta encontrou Lisandra com a culpa estampada em sua face. Fez um sinal com a mão para que Lisandra entrasse no quarto e assim a loira fez. - Jennie, eu...- Lisandra suspirou, decepcionada - Olha...Eu não sei nem por onde começar a me desculpar, não imaginava que meus pais agiriam dessa maneira. Me desculpa, eu não queria que você tivesse passado por essa situação - Jennie balançou a cabeça e Lisandra passou as mãos pela cintura de Jennie, a entrelaçando contra seu corpo. - Tá tudo bem, não é culpa sua lisa - Jennie respondeu com um meio sorriso entristecido. - O que acha de ir deitar comigo? Podemos assistir alguma coisa juntas agora que a Melanie dormiu - enquanto Lisandra falava, pôde perceber que por trás de Jennie, em sua cam
Algumas semanas já haviam se passado e Lisandra não havia entrado em contato com Jennie em nenhum momento. De certa forma, Jennie se sentia decepcionada com isso, no fundo de seu peito ele desejava que Lisandra tivesse ido pelo menos uma vez na escola para vê-la, Lisandra não havia sequer mandado uma única mensagem para Jennie e isso incomodava a jovem, mesmo que ela não quisesse admitir isso a si mesma, era a realidade em meio aquela situação. Lisandra, por outro lado, estava exausta. Parece que a vida tinha decidido virar de cabeça para baixo no dia posterior a saída de Jennie da casa de Lisandra. A mulher descobriu que o balanço de dinheiro de sua empresa estava completamente desproporcional e com um desvio de milhões que ninguém sabia explicar de onde veio, Melanie ficou doente e em outras ocasiões Lisandra largaria tudo para ficar com sua filha, mas sua empresa estava um caos e durante duas semanas inteiras Lisandra passou todos os dias, até mesmo os que deveriam ser sua folga,
Era quinta-feira e Lisandra havia decidido tirar três dias de folga após toda a confusão em que sua empresa se encontrou. Normalmente, a mulher enfrentaria uma situação difícil em seu trabalho e seguiria em frente, mas seu corpo e mente estavam em seu limite, e por isso Lisandra decidiu que ficaria em casa antes que sua situação de estresse se agravasse. No primeiro dia de sua folga, Lisandra dormiu até mais tarde, levou Melanie a um parque de diversões junto a Rosé e Ana para que pudesse espairecer um pouco. Terminaram o dia em uma lanchonete próxima ao parque e em casa, a sós com sua filha, Lisandra assistiu a alguns desenhos e pintou um pouco com a pequena. Após Melanie cair no sono em seus braços, Lisandra levou Melanie até seu quarto e a deixou em sua cama, a cobriu e deixou um beijo em sua testa. Antes de sair, Lisandra observou atentamente o rosto gordinho de sua filha, passou a mão pelos fios longos e escuros de cabelo de Melanie e pensou que era inacreditável ver que a cada d