Isfahan aguardava na entrada do salão principal por uma audiência com lorde Caarano, estava ansioso tal qual uma criança, a idéia de falar com o pai de Virgínia lhe surgira de repente, mas Isfahan tivera receio de não ser bem compreendido, agora tomara coragem e resolvera enfrentar o lorde do castelo.
-Senhor Isfahan - chamou o criado arrancando-lhe dos seus pensamentos - Lorde Caarano irá recebê-lo agora.
- Obrigado - agradeceu Isfahan seguindo o criado até o interior do grande salão.
As paredes em pedras lavradas constratavam com as cortinas em tom de vinho, o piso era revestido de mogno, Isfahan estivera antes naquele lugar, mas na época estivera tão preocupado com a maneira de se portar e de agir para não envergonhar Virginia, que não notara a grandiosidade do lugar, olhando para o teto notou que um imenso candelabro pendia do mesmo todo trabalhado em ouro e ornam
Virginia entrou na cozinha fugindo do ambiente opressor que se formara no salão principal, a presença de Durga estava se tornando cada vez mais intolerável para ela. Não suportava mais as insinuações, as frases de duplo sentido ou as ameaças veladas que o mesmo fazia questão de fazer sempre que ninguém estava ouvindo.Desde que conhecera Isfahan, Durga não deixara de infernizá-la com seu ciúme doentio e seu desejo monstruoso por ela, por mais que Virginia jurasse que ela e o minotauro eram apenas amigos ele não se deixava convencer.Virginia fora muito ingênua em imaginar que Durga voltaria melhor, ele nunca mudaria! Tinha a alma de um demônio, gostava de humilhar as pessoas e sentia prazer no sofrimento alheio, principalmente no dela.Virginia apoiou-se contra a mesa,aquela hora todos os criados estavam no refeitório se banqueteando com o que sobrara da
Durga sentiu os músculos retesarem-se sobre o impacto da força violenta do minotauro.-Ponha - me no chão, monstro - ordenou com dificuldade.Isfahan o erguera do chão e o mantinha imprensado contra a parede.-Solte - me, eu ordeno - gritou Durga.-Você não me dá ordens, seu verme covarde, eu não sou uma mulher indefesa.-Indefesa, ora não me faça rir, essa vadia já seduziu você da mesma forma que fez comigo? - satisfeito com a incredulidade vista no rosto de Isfahan, Durga continuou destilando seu veneno - É isso mesmo, a vagabunda é minha amante, e na minha ausência resolveu se divertir com você.- É mentira! - Isfahan e Virgínia gritaram em unissom- É verdade, eu já deitei com a vagabunda.-Peça desculpas ou juro que vou matar você - ordenou Isfahan.O minotauro apertava
Cidade de Nara, periferia das terras do clã Caarano, Isfahan olhava admirado sua obra, a estrutura de tijolos caiados parecia forte e acolhedora, depois de quase dois meses de trabalho duro finalmente havia terminado.A pequena escola era composta de duas salas de aulas, um refeitório, dois banheiros, uma sala de professores com uma secretaria conjugada a diretoria e um pátio para a realização dos eventos, o piso era de cimento cru, mesmo assim a escola era um sonho comunitário que se tornava realidade.A escola fora construída numa região pobre que ficava próxima área nobre da cidade de Nara, os moradores eram em sua maioria criados e agricultores independente, pessoas pobre de mais para pagar educação para seus filhos.A maioria deles não sabia ler e nem sequer assinar o próprio nome, viviam uma situação de incrível penúria não tinham muitas vezes sequer o que comer.Isfahan escolhera aquele lugar por que sabia o quanto Virgínia sonhava com a igualdade de condições de ensino para
Castelo-Caarano...Isfahan se viu diante de uma grande decisão, algo que poderia mudar sua maneira de ver o mundo, embora tivesse perdido sua memória no naufrágio que o conduzirá até Minerva, ainda conseguia se lembrar de alguns fatos.Lembrava que vivia sua vida num pequeno clã de agricultores, que produziam entre outras coisas: café, cevada e soja.Lembrava-se que uma vez por ano os homens deixavam as fêmeas e as crianças na aldeia e partiam de barco para vender sua colheita nas cidades vizinhas.Quando um minotauro alcançava a adolescência era autorizado a acompanhar os machos, aquela fora a primeira vez de Isfahan. Ele não conseguia lembrar se seu barco fora o único a zarpar naquele dia nem quantas fêmeas ou crianças haviam sido deixadas na aldeia, não sabia se elas tinham como sobreviver sem os machos.O pior de tudo no
Cidade de Nara, Bordel da Madame Iza...O bordel de Madame Iza era uma das mais populares casas de prazeres em Nara. Embora vista com maus olhos pela maioria das famílias Narianas, esses ambientes eram legalizados na cidade.Muitos lordes enviavam seus filhos para descobrirem os prazeres da carne com as profissionais do amor. Isso no entanto era feito de forma discreta pois ser visto nesse tipo de ambiente podia manchar a reputação de uma pessoa.As mulheres que se dedicavam a esse tipo de serviço eram em sua maioria crianças órfãs que não contavam com a proteção de ninguém ou mulheres desonradas que envergonharam o nome da família e foram abandonadas a própria sorte.Por muitas vezes os regentes tentaram acabar com aquele tipo de ambiente mais não foram bem sucedidos uma vez que os mesmos eram fr
Bordel da Madame Iza...Isfahan subiu a escadaria da mansão Leonel onde era aguardado por madame Iza uma das maiores cortesãs de Nara.O minotauro fizera uma pequena pesquisa sobre o lugar assim que descobria que era ali que ele seria levado para sua iniciação por isso sabia que madame Iza pertencia a uma família rica cujo marido perderá tudo que tinha em jogos e apostas, com medo da prisão ele acabara por tirar a própria vida com um tiro na boca.Na época fora um escândalo terrível. A viúva, no entanto conseguira usar seu charme para renegociar ás dividas com os credores e tornar-se uma das maiores anfitriãs da noite.Havia muitas suposições sobre o tipo de garantia que lady Iza fornecera aos credores mais o fato era que de uma hora pra outra ela conseguira investidores dispostos a ajudá-la em seu projeto.Estava a
Bordel da Madame Iza...Iza guiou Isfahan até o interior de uma luxuosa alcova, a sala enorme continha em seu centro uma cama capaz de caber umas quatro pessoas com folga ponderou Isfahan. A cama estava cercada por véus que davam um ar de fantasia ao ambiente. Na parede direita ficava uma penteadeira enorme coberta de vidros de perfumes e outros adornos femininos. Mais foi para esquerda em direção á uma esplêndida cristaleira que Iza se dirigiu;Os pés de Isfahan afundaram no tapete macio que recobria todo o quarto, enquanto seus olhos eram atraídos pelo lustre que pendia do teto, o quarto era bastante arejado, pois possuía duas janelas que davam para um pomar provavelmente no fundo da mansão.-Espero que minhas meninas não o tenham assustado,Isfahan -disse a mulher servindo uma bebida em dois copos.-Confesso que elas me intimidaram um pouco- disse Isfahan
Cidade de Nara — Castelo Caarano, 934 D. G. M.Durga moveu-se entre os convidados com um sorriso forçado no rosto, sua querida mãe resolverá dar um almoço de comemoração ao seu aniversário e com certeza convidará metade da sociedade Nariana.Ele sabia que sua mãe era exagerada, mas parecia que com a idade sua estupidez se tornava maior. A última coisa que Durga queria no dia do seu aniversário era se confraternizar com aquela gente hipócrita e invejosa.Sabia que não era bem-visto pelo círculo íntimo de seu pai, mas isso não o preocupava, afinal de contas ele era o único herdeiro do trono de Nara, quer aqueles insetos gostassem ou não.Ergueu a mão, cumprimentando alguns nobres a distâncias e afastou-se rumo ao jardim íntimo, que era reservado à família e aos amigos mais próximos. Ali também estava tomado de estranhos, constatou aborrecido.Forçou-se a ser gentil com algumas senhoras que vieram ao seu encontro desejando-lhe um feliz aniversário, mas não se deteve, estava procurando po