Dia de praia

Acordei com o sol no meu rosto, olhei as horas no celular: eram 6:20 da manhã. Levantei e fiz minhas higienes e desci para tomar café. Chegando lá, Tereza estava comendo. Coloquei o meu e sentei-me ao seu lado a mesa. 

 

— Bom dia, dona Lúcia!— falei com a cozinheira. 

— Bom dia, minha menina!— sorriu. 

— Iai? Vamos à praia hoje?— perguntou Tereza. 

— Sim! 

— Que bom! Preciso apreciar novos horizontes e perspectivas diversificadas— falou descaradamente. Revirei os olhos.

 — Você é doida!— rir. Ela deu de ombros. 

Depois que terminamos, fomos nos arrumar. Escolhir  um biquíni franzidinho preto, peguei um short jeans e uma regata. Desci e fiquei esperando pelas meninas. 

Chegamos à praia, era um dia de domingo e o lugar estava lotado. Procurei um local bem reservado, mas Tereza e Shanice queriam ficar olhando os garotos. 

Caminhamos no calçadão da Orla, paramos de fronte a um quiosque. Pedimos uma água de coco e alguns petiscos. O garçom se virou e veio entregar os pedidos. Quando olhei em sua direção, vi que era o Deivid. 

— Oi! Você trabalha aqui?— perguntei.

— Sim, May! O meu pai é o dono do quiosque. 

 

— Que legal, Deivid!— sorrir. —, Fico feliz por você. 

— Obrigado!— agradeceu. — Tchau! Amanhã a gente se vê na faculdade.

— Está bom! Beijos, até mais. 

Pegamos os lanches e fomos a areia da praia. Encontramos um ótimo lugar lá.

Em um determinado momento, Tereza riu, olhou em minha direção e perguntou:

— Mudou de ideia sobre você namorar o Deivid! 

— Mudei de ideia por quê? 

— Você é uma das garotas mais ricas da Universidade e ele é um pobretão herdeiro do quiosque! 

— Isso foi a coisa mais preconceituosa que já ouvi em toda a minha vida!— falei. 

— Realmente ela está certa, May! Seus pais iriam enlouquecer se soubessem que está se envolvendo com um vendedor de praia.

— Até você, Shanice? Eu não tenho nenhum interesse nele, mas se um dia vier a ter as condições sociais não seriam um problema! Vamos mudar de assunto?— tomei um pouco de água de coco. — No momento, estou muito envolvida com os meus estudos e isso já está dando-me muita dor de cabeça. 

Ficamos até as 16:00 horas da tarde. Tereza entrou no mar, demorou um pouco. Fomos procurá-la, estava próxima a uma pedra com um cara. 

— Tereza! Já está na hora, temos que ir agora— gritei. 

— Oi, meninas! Venham aqui, quero apresentar o Beto, meu mais novo amiguinho. 

— É um prazer conhecer-te!— Shanice e eu falamos em simultâneo. 

— Mulher! Chamei o táxi e ele já chegou! 

— Está bem, meninas! Só vou despedir-me do Beto, vão indo na frente. 

Deixamos eles sozinhos e ficamos esperando por ela em frente ao carro. Depois de 30 minutos, veio até nós apertando os lábios. Só os deuses para ter misericórdia dessa criatura. 

Chegamos a casa, pedimos uma pizza e fomos assistir um filme de terror. Durante a sessão, Shanice perguntou: 

— Quem é o seu mais novo amiguinho, Tereza? 

— Beto é nosso amigo de classe, mas vou logo avisando que quero pegar e pagar muito ele! É o cara mais sensual da nossa sala, é o puro suco. Não vou deixa-lo escapar de jeito nenhum.

— Já conferiu a conta bancária, amiga?— falei Irônica.

— Não entendi a ironia, May! 

— Você entendeu sim! Às duas não humilharam o Deivid por ser pobre? 

— A pobreza não é o defeito único dele, May! E sim, o fato de está a fim da garota mais gata e mais rica da Universidade!— disse Shanice.

 — Gente, por favor! Parem de falar assim. Odeio quando usam minhas condições financeiras com o propósito de humilhar as outras pessoas. 

 

— Desculpa, May! Prometemos não fazer mais isso, né Tereza? 

— É sim, amiga! Nos perdoa? 

— Está bem, garotas! Eu perdou vocês. 

O filme terminou e fomos colocar as tarefas em dia. Fizemos vários exercícios da faculdade, ficamos acordadas até mais tarde. Os meus pais ligaram para avisar que o meu carro iria chegar na próxima terça-feira. 

Pulamos de alegria. 

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