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As meninas estão desesperadas

No outro dia, acordamos bem cedo. Tomei meu banho, escolhir uma calça preta, uma blusa e tênis azul. Deixei meu cabelo solto. Desci, encontrei as meninas  tomando café, peguei o meu e juntei-me a elas. Quando terminamos, chamamos um táxi e fomos à faculdade. 

A instituição era linda, a frente  toda de vidro, tinha 4 andares. Fui até o armário pegar os livros que precisaria, Tereza foi direto a sala. Shanice e eu fomos em direção ao corredor e acabamos encontrando no meio do caminho Deivid com um amigo. 

— Bom dia, Deivid!— cumprimentei. 

— Bom dia!— falou friamente. 

Não entendi nada... Entrei na sala e sentei-me  perto da janela. 

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— Essa Mayli é uma gata, que mulher maravilhosa. Sua amiga, cara?— perguntou o amigo. — Loira dos olhos azul-celeste, ainda por cima um corpo perfeito. Ela é meu tipo ideal... 

— Digamos que sim!— passou a mão na nuca. 

— Apresenta-me a essa mulher, por favor! 

Deivid ficou meio sem graça com o pedido. 

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A professora entrou e mandou fazermos um trabalho em dupla, valendo nota. Fiz com a Shanice, ficamos a aula toda tentando resolver o exército, era um pouco complicado. No final de todas as atividades do dia, eu estava exausta. 

Na saída o amigo do Deivid veio até mim e disse: 

— Oi! Boa tarde, Mayli. Sou o Gael, amigo do Deivid. 

— Boa tarde! Como vai? 

— Estou bem! Gostaria de saber se deseja ir a minha festa de aniversário esse final de semana? Seria uma honra ter a sua presença! 

— Obrigada, Gael! Mas não sei, além disso, tenho que estudar.

 — Toma aqui o meu convite, May. Se mudar de ideia, te espero lá! 

 

— Não vou prometer nada, mesmo assim obrigada pelo convite. 

— De nada, linda! 

Shanice e Tereza chegaram e fomos embora.

Enquanto estava dentro do táxi, ficamos conversando sobre várias coisas. 

 

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— Vai a minha festa esse final de semana, Deivid? Eu convidei a May.

 — Acho que não irei, Gael! Preciso ajudar meu pai com o quiosque, mas de qualquer jeito te desejo um feliz aniversário, meu amigo. 

 

— Conversa com o seu pai, pede um dia de folga. Por favor! 

— Vou tentar, porém, não sei se vai da para ir. 

— Ok! 

— O ônibus chegou! Até amanhã. 

— Até, cara! 

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Chegando a casa, fui até a cozinha e peguei uma garrafa de suco de uva. Tereza veio e se sentou no balcão ao meu lado. 

 — Nossa... May. Você está tão calada, aconteceu alguma coisa?— perguntou Tereza. 

 — Hoje o Deivid tratou-me com frieza— falei pensativa.

 — Dê graças a Deus, Mayli! Ele deve ter percebido que você não é a garota certa para ele. 

 

— É vem você com essa conversa de novo!— falei. 

— Concordo Tereza! O Deivid mal olhou para ela hoje. 

— Vamos mudar de assunto, por favor! Esquece esse cara— disse sem paciência. — O amigo dele vai dar uma festa nesse final de semana e convidou-me, mas eu não quero ir. Vou dar uma desculpa qualquer. 

— Como assim a gente não vai? Estamos nessa cidades a um mês, precisamos nos envolver. Pegar alguns garotos, estou na seca há vários meses. Preciso de emoção!— falou Tereza.

 — E os nossos estudos? Não podemos deixá-lo em segundo plano! A festa a gente deixa para depois. 

 

— May, você é comportada de mais! A Shanice e eu precisamos, ou melhor, necessitamos de um homem, minha colega. A situação está ficando crítica. 

— Olha o convite está aquí— entreguei a elas—, Vocês duas podem ir se quiser. 

— Pelo amor de Deus, Mayli! Não faz isso conosco, nenhuma festa tem graça sem a sua presença. 

Meu celular tocou, peguei e atendi: 

> Alô? 

> Alô! Quem é? 

> Sou eu Mayli! O Gael. 

> Oi, Gael! Tudo bem? 

> Sim! E você? 

> Estou bem! Liguei para perguntar se você vêm a minha festa. 

> Eu ainda não sei, só posso te responder na sexta-feira! Estou com a matéria atrasada, se conseguir colocar em dia, minhas amigas e eu iremos. 

> Certo! Tomara que consiga. 

> Está bom! Tchau, Gael. Beijos. 

> Tchau! May. Tenha uma boa noite. 

>  Você também. 

Desligue a chamada. 

— O Gael te ligou? Mais...Isso está ficando melhor do que eu pensava!  

 — Deixa de sonhar, Shanice! Ele só perguntou se irei a sua festa e nada mais. 

— O garoto está muito na sua!— disse Tereza.

— Mas...Eu não estou nem ai! Não quero pensar em relacionamento agora. 

 

— A vida é muito injusta mesmo! Shanice e eu aqui na seca, sem bebe água há séculos, pedindo aos Deuses um homem para chamar de seu e suprir todos as nossas necessidades— falou andando de um lado para o outro—, Enquanto isso, está chovendo na sua horta e você nem liga.... Por que meu Deus!— levantou as mãos. 

— Deixa de drama, Tereza! As coisas vão acontecer no momento certo, não precisa se desesperar— falei. 

— Mas eu estou desesperada, mulher. Desde o dia que cheguei nessa cidade, não apareceu ninguém. Minha boca está ressecada, além disso, faz tanto tempo que não beijo, estou quase louca. 

— Essa festa é uma grande oportunidade para se enturmar com a galera e conhecer novos garotos. Os meus hormônios estão gritando desesperados! — disse Shanice. Revirei os olhos. 

— Meninas, vamos terminar as atividades, depois a gente pensa em festa! A faculdade é mais importante, vê se coloca isso na cabeça de vocês. 

Terminamos as atividades e fomos dormir. Tínhamos que acorda cedo no outro dia. 

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