CariocaEu não acredito no que acabei de ler, não é possível que isso tá acontecendo, eu sou muito otário mesmo. Todo esse tempo mudando por ela, tentando ser um cara melhor pra ela e pro meu filho e levo uma dessas.Caminho de um lado a outro pelo quarto com o celular dela na mão, volto para a barra de notificação várias vezes pra ler até entrar na minha mente o que eu tinha lido realmente.Esse banho dela parece durar uma eternidade e talvez isso não seja tão ruim, até porque eu não sei o que vou fazer quando ela sair daquele banheiro, se eu vou conseguir me controlar. Ele chamou ela de princesa e se referiu ao Gabriel como “nosso Gabizinho”. Que porr@ é essa?O que ele quis dizer com isso?E essa intimidade toda? Tem alguma chance do Gabriel ser filho dele?Nessa hora meu olhos já ardiam e eu apertava tanto o celular que mais um pouco ele quebraria. Eu não posso perder o meu controle, não posso. Eu fiquei três anos enjaulado e eles aqui fora só curtindo, se eu tivesse metido uma ba
Ângela— Como você sabe disso, Ângela? — Fernanda perguntou com um olhar confuso.— Minha querida! Eu sempre vou atrás de descobrir as coisas, sempre quero saber as duas versões, pois sempre há duas. — falei erguendo meu dedo indicador e só pela pergunta dela, sei que sim, a mensagem era do mesmo rapaz.— Fernanda, você e eu temos uma coisa em comum: nós duas nos apaixonamos por homens desse mundo do crim€, que por si só já é muito pesado, mas aliado a isso, meu filho, assim como o pai dele era, é um homem possessivo, controlador e muito, muito impulsivo. Tenho certeza que ele já deve estar repensando tudo o que fez hoje. Mas posso te contar umas coisinhas do início do meu casamento?Ela concordou com a cabeça.— Gosto disso em você, sempre está disposta a ouvir, isso ajuda muito a resolver as coisas. Como já te contei em outro momento, eu conheci meu marido ainda muito jovem e logo fiquei grávida. Aos 15 anos eu já estava casada, era muito imatura e ele ciumento ao extremo. Vivemos o
ÂngelaTanto o Felipe quanto o Eduardo são muito temperamentais, mas o Felipe é exatamente igual ao Jorge e ver tudo que acontece entre ele e a Fernanda me faz temer que algo possa acontecer. Embora sejam histórias diferentes, em alguns pontos me lembra a minha com o Jorge e é inevitável não recordar do meu passado e meu pensamento volta a tantos anos atrás, a uma época em que ter um telefone residencial era luxo para poucos, celular e redes sociais nem se cogitava a existência, então um dos meios mais comuns de comunicação eram cartas e após estar morando no Jacarezinho, passei a receber algumas. Na verdade eram bilhetes anônimos, que sempre eram deixados na caixa de correio da minha casa. Em todos bilhetes o aviso era o mesmo:“Abre teu olho, a cobra está dentro da tua casa”No primeiro aviso não dei atenção, afinal, todos sabiam que eu era traída, pensei que era alguma das mulheres com quem Jorge se envolvia querendo acabar com a minha paz, mas os bilhetes continuavam aparecendo sem
FernandaQuando saí da casa onde eu e o Felipe passamos a noite, eu saí sem rumo, queria estar com meu filho, mas também precisava de um abraço, desabafar com alguém, então pensei em ir na loja do Andrey e da Dani.Já estava na metade do caminho quando desisti, pensei melhor, eu sou adulta, não posso toda vez que tiver um problema com o Felipe ir correndo encher a cabeça dos meus amigos com as minhas lamentações, eles têm a vida deles e eu tenho a minha, tenho que aprender a resolver as coisas sem envolver os outros nisso. Dou meia volta e vou pra casa ou casa do Felipe, já nem sei mais.Quando entro, passo direto pela sala e nem vejo se tem alguém ali ou não, e vou direto pro quarto. Gabriel ainda dorme.Pego minha mochila e vou colocando algumas roupas, logo entra a Ângela, que por sinal é uma pessoa muito bacana, me deu vários conselhos. Ela é experiente e sabe exatamente o que estou passando, pois o marido dela era como o Felipe, tanto na vida do crim€ quanto na personalidade.Lig
ÂngelaSaio da casa do meu filho apressada para chegar rapidamente até a confeitaria localizada no Leblon. O tempo todo fui me comunicando com o homem que coloquei para vigiar ela na porta do prédio e ninguém sabe que eu fiz isso. Durante o trajeto, Eduardo me mandou uma mensagem dizendo que encontraram a Jéssica, mau sabe ele que estou indo ao encontro dela.Assim que chego na localização que recebi, vejo Antônio, o homem que coloquei para vigia-la. Ele está a uma boa distância onde não a perderia de vista e nem seria percebido por ela, nos cumprimentamos quase que imperceptivelmente aos outros, apenas com um gesticular de cabeça.E lá estava ela, realmente acompanhada por um homem, alto, forte, atraente e pouco simpático. Óbvio que vou fingir coincidência.Entro na confeitaria colocando meu óculos de sol na cabeça, de maneira que prendesse os fios de cabelo que insistiam em cair sobre meu rosto e me aproximo dos dois.— Jéssica, você por aqui? Que coincidência! Tá um calor danado lá
CariocaEssa morena fez macumba pra mim, na moral, porque não é possível, não consigo ficar longe dela e fico maluco só de imaginar ela dando pra outro. E ela ter me contado que ninguém mais chegou ali, só eu todo esse tempo, me deixou mais alucinado nela ainda, mas também fez eu me sentir um merd@ porque enquanto ela tava aqui sozinha, sem ninguém, ralando pra criar nosso moleque, eu tava lá casado com a Jéssica e pior ainda, eu não tava com a Fernanda simplesmente por uma loucura da minha mente. Mas ela deixa todas as outras no chinelo e ela me tem na mão e nem faz ideia disso, melhor assim, se não fica muito marrenta, aliás, mais marrenta do que já é.Combinamos algumas coisas e agora vai dar certo, tem que dar.Após o almoço, Japah me liga no celular de trabalho.— Tá podendo falar?— Fala! — respondisaindo lá pra fora com o rádio.— Então, avançamos! — ele diz.— Tô indo pra boca! Quero saber os detalhes.— A batata é mais quente, tem que ser na VK.— Não, não! Não vem com esse
Fernanda— Matias, é você mesmo? Como assim você aqui no Rio? — perguntei muito surpresa ao vê- lo.— Moro aqui há bastante tempo, mas a surpresa é você por aqui. — ele falou e fomos mais para um canto da loja continuar a conversa.— Pois é, já tem um tempo que moro aqui.— Ah bacana! Mas e você casou? Como tá a vida?— ele perguntou.— Sim, estou casada, já tenho 01 filho. E você?— Eu continuo solteiro, você sabe, né? Nunca quis mulher no meu pé.—Eu lembro bem.— respondo e nós dois rimos, enquanto ele estava com os braços cruzados, encostado na parede e eu a sua frente, próxima ao balcão do caixa e após rirmos, ficamos em silêncio.— É... E o seu irmão? Como está? — perguntei. Não sabendo se fiz certo, pois me sentia de certa forma, traindo o Felipe. Mas ao mesmo tempo me sentia na obrigação de perguntar e estava um pouco curiosa também, querendo saber como ele está e torcendo para que ele estivesse bem.— Ah, você sabe que ele tinha mudado muito, né? Mas ele veio embora pra cá ta
Carioca— Car@lho, Fernanda! Como é que você não me fala um negócio desses? É o que? Saudade dos velhos tempos?— Não fala besteira, Felipe! Eu não conversei com ele nem cinco minutos.— Um cara com uma arma na mão faz um estrago em bem menos de cinco minutos, para de ser tão inocente, você acha que numa cidade do tamanho do Rio de Janeiro, foi coincidência ele entrar justamente na loja em que você trabalha, no horário em que você tá lá? Acorda, Fernanda! Será que você só vai entender o que eu digo quando der alguma merd@? — falei muito exaltado.— E como eu iria saber que ele e a Jéssica, se conhecem e ainda pior, que podem estar tramando algo? Quem deveria conhecer muito bem a Jéssica é você e não eu.Suspirei muito put*.— Vai pra casa, Fernanda, mesmo com os seguranças, você não tá segura aí, vai pra casa! Eu queria voltar hoje, mas ainda tenho coisas pra resolver aqui na VK.— Mas você disse que seria rápido aí!— É, mas agora complicou, né? A estratégia vai ter que mudar, o plan