5. Irmãos Salvatore

JULIE

Minha cabeça espia pela porta do quarto enquanto olho ao redor, tentando adivinhar onde seria a saída. Hesitante, subo as escadas lentamente.

A Sra. Carmen de repente me vê sozinha e me lança um olhar confuso antes de marchar até mim e agarrar meu braço.

– Você está louca? Eu disse para você ir embora, por que você ainda está aqui?

– Eu... sinto muito não consegui encontrar a saída.

– Este não é o momento para se perder.

Eu suspiro quando de repente faço contato com algo duro, cambaleando para trás e caio no chão.

– Merda, me desculpe. – Uma voz profunda diz acima de mim, e eu olho para cima do chão para ver um cara incrivelmente atraente, com cabelo loiro escuro e olhos azuis, que parecia ter 1,93 m. – Você está bem? – Ele pergunta, estendendo a mão.

Meus olhos se movem em direção à mão estendida dele, então para o rosto bravo da Sra. Carmen. Lentamente, me levanto sozinha.

O cara olha para sua mão rejeitada, com um pequeno sorriso no rosto enquanto seus olhos se movem para meu rosto.

Olho para a Sra. Carmen em busca de ajuda.

– Peço sinceras desculpas em nome dela, Sr. Marco, ela é nova no trabalho. – diz, curvando a cabeça levemente.

Franzo as sobrancelhas diante do movimento dela e rapidamente a sigo.

– Tudo bem, Angie, eu não me importo nem um pouco. – Ele sorri, olhando para mim mais uma vez antes de ir embora.

Soltei um suspiro, esperando ser repreendida pela Sra. Carmen.

– Fora . – Ela diz imediatamente, apontando para uma porta no final do corredor.

[...]

– Onde você pensa que vai, Cooper?

Sinto meu corpo inteiro congelar com a voz zombeteira, rasgando meus ouvidos.

– Hum...casa. – Eu digo, sem ousar me virar.

Hoje era meu último dia na escola antes de ir para a Propriedade Mints.

– Você não esqueceu do nosso acordo, esqueceu? – sua respiração irregular contra meu pescoço, mais perto do meu ouvido.

– N..não, claro que não. – meus dedos enrolam nas alças da minha mochila enquanto olho fixamente para a parede na minha frente.

– Ótimo, porque você já deve saber muito bem o que farei com você se não receber o dinheiro.– Scott suspira, movendo sua boca sob minha orelha, seus lábios nojentos tocam minha pele.

Sinto lágrimas quentes escorrendo pelo meu rosto enquanto suas mãos tocam onde não deveriam.

Senti vontade de vomitar.

– P... por favor, não. – tento afastar suas mãos do meu peito, mas ele agarra minha mão com mais força de volta para baixo.

– Cale a boca! — me empurra para o chão de cimento duro.

Eu estava trêmula demais para impedir a queda e acabei caindo de cara no chão.

Sinto o corte sob meu olho, o sangue escorrendo lentamente junto com minhas lágrimas.

– Da próxima vez, você me encontra no local às 2 da manhã, entendeu, vadiazinha? – Não consigo responder.

Isso o deixou bravo.

– Você me ouviu, porra?!

– S...s..i.s– Minhas palavras mal saíram, eu era nojenta.

– Ótimo, agora vá ganhar meu dinheiro.

Desde que conheci Scott, pelos últimos 5 anos, eu só usei roupas largas. Toda vez que eu não usava, eu sentia que estava apenas me tornando um alvo mais fácil, vivendo ainda mais de acordo com a maneira como ele me via, um objeto para seu próprio prazer.

Scott fez questão de me lembrar disso quando tocou meu corpo.

Eu estava com uma aparência horrível, e o corte abaixo do meu olho, estava sangrando, ficando roxo escuro ao redor.

Pego os grandes óculos de sol velhos do meu pai, cobrindo com eles enquanto saio com minha mala de pertences.

Desta vez, tento caminhar mais rápido em direção à propriedade.

Chego aos portões, e quando toco a campainha, minhas lágrimas foram enxugadas.

Coloquei a cara mais normal que uma garota poderia ter e entrei.

Chego ao meu quarto, meus olhos vão até o bilhete na minha mesa e pego.

Vista seu uniforme e me encontre na cozinha às 8

- Sra. Carmen

Olho para as horas e pego rapidamente meu uniforme quando percebo que são 7h45.

O uniforme era um vestido preto simples com um avental branco e uma fita amarrada em um laço nas costas. Recebi sapatilhas pretas para usar como sapatos, um crachá e tive que manter meu cabelo preso para trás.

Prendo um rabo de cavalo baixo e saio do quarto, subindo as escadas, onde imaginei que ficaria a cozinha.

– Senhorita Cooper, siga-me. – Ela diz, passando direto por mim.

– Sobre o formulário de consentimento dos pais, eu o assinei por enquanto como responsável.

– Sério? Obrigada, Sra. Carmen...

– Eu ia deixar você começar na cozinha hoje à noite, mas uma das nossas faxineiras ficou doente, então você vai cuidar dos cômodos principais. – Ela interrompe minha frase, apontando para um armário.

Olho para ela pedindo permissão antes de abrir a porta e encontro itens de limpeza.

– Aqui está tudo o que você precisa. Eu começaria com o quarto do Sr. e da Sra. Salvatore, já que eles chegam em casa mais cedo, então você pode fazer a limpeza do quarto do Sr. Marco Salvatore.

– Deixe o Sr. Augusto Salvatore por último, ele geralmente só chega em casa muito tarde, ou nunca.

O cara que eu encontrei ontem deve ter sido um dos filhos. Não importa a aparência dos pais dele, definitivamente deram bons genes.

– Você nunca deve estar nos quartos enquanto eles estiverem lá, então tome cuidado com o tempo que você leva.

– Sim, senhora.

– Quando terminar, você pode ir para a cama e descansar cedo, já que hoje é seu primeiro turno.

Espero que ela não tenha ficado muito brava porque meu rosto parecia ter sido atropelado por um trem.

Minhas pernas mal conseguiam subir, mas eu lutei até finalmente chegar ao último andar da casa, onde a Sra. Carmen me disse que eu encontraria todos os cômodos.

Limpar o quarto do Sr. e da Sra. Salvatore não foi muito difícil, considerando que eles o deixaram bem limpo.

Os cômodos eram tão grandes que demorava muito mais para limpar, e considerando meu corpo fraco, demorava ainda mais.

Abro lentamente a porta do quarto de Marco, parecia um quarto normal de adolescente, sem considerar o tamanho e a extravagância dele.

O número quatro estava em quase todos os itens que ele tinha. Presumi que fosse o número do seu uniforme de futebol.

Eu paro enquanto olho para a parede dele cheia de fotos dele e dos amigos. As fotos foram tiradas em jogos de futebol, praias, festas, vários países diferentes e em alguns estacionamentos aleatórios.

Eu não podia mentir, eu invejei a vida dele.

Eu já estava esgotada, mas ainda tinha que limpar o quarto de Augusto.

Por que o quarto dele ficava tão longe do resto da família?

Quando vejo que não há ninguém lá dentro, suspiro, movendo os produtos de limpeza para o chão enquanto acendo a luz que era fraca, contrastando com os móveis escuros.

O que havia com os ricos tendo casas inteiras como quartos?

Pego uma toalha limpa e um limpador de vidros, decidindo começar com isso, já que o chão já parecia impecável.

Depois de uma hora, finalmente termino o quarto e assim que chego à porta, ela se abre com força, e eu tropeço para trás quando ela quase b**e no meu rosto.

Um cara vestido de preto da cabeça aos pés, com o cabelo castanho escuro e os olhos de uma cor cinza penetrante, entra. Ele parecia irritado, nem mesmo notando eu assustada no canto.

Presto atenção em seus dedos e rosto ensanguentados, engolindo o nó na garganta enquanto estou prestes a me esgueirar para longe.

– Você não vai me dar uma porra de uma toalha? – Ele ordena, veneno em sua voz. Meu corpo se afasta dele enquanto eu tremo e pego uma toalha limpa.

Ele arranca a toalha da minha mão e sinto seu olhar aterrorizante em mim.

Como esse cara poderia ser irmão do Marco?

– Eu conheço você. Julie. – Ele pronuncia depois de mover os olhos para o meu crachá.

Olho melhor para ele no quarto mal iluminado, tentando descobrir se já o tinha visto antes, mas mal consigo olhar em seus olhos assassinos que olhavam para meu rosto, demorando em meu olho machucado.

Percebo o quão parecido ele era com o cara que tinha esbarrado em mim algumas noites atrás, o mesmo que estava fugindo dos policiais.

Então, eu faço a coisa mais lógica que eu poderia fazer naquele momento. Eu rapidamente balanço minha cabeça em negação, me viro e corro para fora.

Sinto medo tomar conta do meu corpo enquanto escapo do que parecia ser o covil do diabo.

Ele tinha uma arma naquela noite, uma arma que podia me matar, e eu estava planejando nunca mais chegar perto de Augusto.

Pelo menos eu esperava que sim.

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