Pires 🥋— Qual o nome do que te drogou? — ela me olha assustada sentada ao meu lado enquanto dirijo. Pressionando a bolsa em seu colo como se quisesse fugir dali. — Não precisa disso. — ela nega com a cabeça — A justiça divina tarda mas não falha. — Aqui não existe isso de justiça divina, olha por quanto tempo tu passou por essa merda e nada aconteceu com eles. Estão vivendo a vida como se nada tivesse acontecido e talvez, fazendo mais vítimas como você. — soco o volante atordoado com tudo aquilo e ela se assusta — Desculpa... Mas porra Isadora, olha para você, toda traumatizada, não suporta que te olhem mais de um minuto, não aguenta o toque de outra pessoa. Quer viver pra sempre assim?— Não, claro que não. Mas matando eles não vai mudar muita coisa Leonardo, para e pensa. — Eu tô pensando porra. Tô pensando em você e nas outras mulheres que passaram por isso e a porra de justiça divina não foi feita. Se você não me dizer o nome dele, juro p
— Não precisa dessa porrada forte mano, o cara já estava amarrado. Tu desmaiou ele no soco! — Carioca fala ao meu lado, enquanto dirijo de volta para o morro. — Isso não foi nem um terço do que vou fazer com ele e os outros arrombados que vão subir logo atrás. Antes de desmaiar o verme na porrada, fiz ele ligar pra cada um deles e marcar lá em cima no alto do morro, playboy engravatado agora subir o morro pra pegar uma branquinha e fazer a mente. Mas se não vier, eu vou atrás, terror nenhum pra mim. — Botou a cara pra bater no meio da rua, cheio de câmera de segurança. — Carioca falando já nervoso e acaba me estressando também — Se tu não era conheci até o momento, pode ter certeza que agora vai ficar. — Vai pesar minha mente mermo? — falo sem tirar o olho da pista e a toda tempo olhando pra ver se safado que sangra no banco do meu carro, não acordou — Tô pouco me fudendo se agora vou ficar conhecido. Mas agora não vai ser por assalto a carro forte, será por exterminador de jack,
Isadora 🥀Depois do dia de ontem, eu acordei com uma dor de cabeça insuportável. Muita coisa para processar rapidamente, sem falar que nunca na minha vida, um homem me trouxe na porta de casa ainda mais de carro. E como eu havia contado tudo do que aconteceu para Leonardo, eu tive que me abrir para minha vó. Ela esperou por esse dia por tantos anos, o tanto que ela chorou e eu chorei junto, não tá escrito. Mas de certa forma foi até bom, caramba, parece que uma tonelada saiu de cima das minhas costas, guardar um acontecimento como esse durante tantos anos, estava acabando comigo, literalmente. O meu psicológico ainda está um pouco abalado, acho que esse receio vai viver comigo pelo resto da vida. É inevitável. Porém, ontem tive uma conversa tão gostosa com minha vó, onde ela me deu tantos conselhos, para eu me abrir a novas amizades mas não confiar nelas, me permitir conhecer novas pessoas, nem todo mundo é um filho da puta. Olho para Frida que ai
Ele estaciona o carro em frente à escola de Frida, enquanto as outras crianças entram com seus pais, outros a van que trás. Sinto uma pontada em meu estômago e me lembro do café, as vezes eu me esqueço e até mesmo a minha vó esquece, e eu acabo tomando e sofro o dia todo com dor no estômago. Mas eu não tomo mais de propósito. — Tá sentindo o que? — Leonardo pergunta enquanto encara minha feição de dor, não é insuportável, mas é forte. — Tenho alergia a café. E tomei hoje, acabei me esquecendo. — Toma cuidado com isso. — Afirmo com a cabeça e ele olha para trás, onde Frida estava sentada observando o carro inteiro e sorrindo — Ei, pequena! — Ele chama sua atenção e ela desvia o olhar para ele — consegue mostrar pro tio qual deles fica implicando contigo?— Leonardo, não. São só crianças! — O repreendo. — Mas é assim que começa, aos cinco anos está implicando, aos dez passando a mão achando que é legal, e depois só Deus sabe onde vai parar. Então Isadora, sim. Sempre bom cortar o ma
Ps: Alerta de gatilho. Pires 🥋Elas estão abraçadas faz alguns minutos, que eu sinto meu estômago embrulhar vendo Isadora chorar mais uma vez, não faço a mínima ideia de que porra está acontecendo, porque minha vó não para de pedir desculpas a ela e até agora não sei o motivo. — Me desculpa mesmo, eu queria poder ter ficado com você aquele dia. Eu sentia que você precisava de alguém naquele momento, mas eu não pude ficar. — Minha vó fala com Isadora, enquanto passa as mãos em seu rosto. — A senhora não teve culpa. Mas salvou minha vida naquele dia. Muito obrigada, eu não sei o que teria acontecido se não tivesse me encontrado. — Encontrado onde? — Pergunto e a atenção das duas voltam para mim, porque até o momento, o mundo parecia ter se desligado e era como se existisse somente as duas. — Eu fui deixava no matagal para morrer, mas milagrosamente consegui me arrastar até o viaduto, mesmo droga e com a perna quebrada. — Sinto um nó na minha garganta com suas palavras — Sua avó fo
Isadora 🥀Ligo pra minha vó pegar Frida na escola, já está quase na hora dela sair e a vó de Leonardo me segurou mesmo na conversa, mas aí ela me disse que tinha homens armados na porta da escola e que era pra voltar depois para pegar as crianças, quando isso acontecia, eu já sabia que coisa boa não era. Suspiro fundo prendendo meu cabelo, enquanto a vó de Leonardo já encheu minha barriga com todas as coisas gostosas possíveis, casa de vó é sempre assim, né?— Agora você mora com sua vó? — ela me pergunta enquanto enche uma xícara de café e estende para mim. — Sim, eu, ela e minha menina. A porta da sala se abre e Leonardo passa por ela eufórico, mas seu semblante se acalma quando bate o olhos em mim. — Vou só tomar um banho, daí já te levo pra casa. Pode ser? — Seu olhar direciona a mim e eu afirmo com a cabeça — Ela não toma café, vó. É alérgica! — ele fala e sai, em direção a outro cômodo. — Sério?— Sim, descobrir depois de quase morrer quando criança. Tive choque anafiláti
Eu fico sem ar, sem reação e sem saber o que falar nesse momento. Eu já beijei outros garotos quando era mais nova, mas nunca beijei ninguém depois de tudo que aconteceu, essa é a primeira vez e eu me sinto... Estranha? Como uma adolescente que acabou de perder o bv. Por muito tempo eu me fechei, sempre que alguém tentava se aproximar de mim, eu recuava. Nunca deixei ninguém se aproximar de tal forma. O destinos nos prega peças que nunca estamos preparados, feito uma marionete com as cordas cortadas, ele decide para onde irá nos guiar, e nós só temos uma única opção: aceitá-las. Eu sou uma mulher que beirou a morte, conheci A maldade das ruas, e mesmo diante de todas essas coisas, eu ainda existo, eu ainda estou aqui. Eu consegui, nós conseguimos Isadora, pode descansar agora. Eu nunca imaginei esse turbilhão de sentimentos que estão a minha volta, nunca imagine que eu poderia está agora, sentindo a boca de um homem na minha sem eu ter que lutar por isso, negar ou me recuar. Min
Ele faz o percurso até a escola Frida sem desfazer o sorriso do rosto, como se tivesse ganhado na loteria um prêmio milionário. — A minha vida não é boa o suficiente pra manter vocês duas nela. Não como eu realmente quero. Você me entende? — afirmo com a cabeça sabendo exatamente do que ele está falando — Mas eu prometo que sempre ficarei por perto, e que logo vou resolver tudo isso. — Vamos devagar, tudo no seu tempo, ok? Temos o mundo inteiro em nossa frente, não precisamos correr. — Eu sei. Mas eu não vou deixar de tá do seu lado. Você é o tipo de presente que a vida não nos entrega duas vezes. — Olho para frente já próximo à escola de Frida, e vejo a movimentação com policiais na porta. — O que tá acontecendo ali? — Ele freia o carro um pouco antes da esquina e pega o celular ligando para alguém, que não atende. — O que tá rolando, Leonardo?— Desce e entra lá pra pegar ela. Vou ficar daqui esperando vocês. — Eles não vão me deixar passar!— Vão sim, isso não tem nada a ver c