— Temos ou não um acordo? — Ele permanece parado na porta feito uma estátua. — Temos, tá bom? Agora pode sair da minha? Aliás, como você entrou aqui?— Você precisa cuidar mais do que é seu, entrei aqui tão fácil quanto você imagina. — passo por ele que se afasta — Amanhã mando um menor buscar as câmeras aqui, cumpra com seu papel de homem que eu honrarei com o meu. Saio da casa dele do mesmo jeito que entrei, pulando o muro. Entro no carro vendo 3 chamas perdidas da Isadora e retorno de volta. Cai várias vezes e eu já começo a ficar eufórico. Ligo o carro saindo dali rápido e sentindo uma palpitação estranha pra caralho, ligo outro vez e nada. — Porra! — bufo. Tento pela terceira vez e ela me entende com uma voz embargada pelo choro. Pires: Isadora? — ouço seu resmungo do outro lado da linha — Fala comigo po, o que tá acontecendo?Isadora: Tudo Leonardo. Pires: Eu tô chegando aí, já me adianta o papo. Isadora: Eu levei Frida pra brincar ali na pracinha, montaram um pula-pula
Isadora 🥀2 semanas se passaram, desde o segundo julgamento que eu participo e venço, e as declarações. E as coisas estão andando como deveriam ser, devagar. Eu saio para trabalhar e Frida fica com minha vó, e Leonardo todos os dias faz questão de buscar ela na escola para que não se sinta sozinha. E nesse momento, quem está sozinha sou eu. É carnaval, e como minha vó ainda é uma devota fiel da igreja, resolveu que esse ano levaria Frida com ela para o retiro espiritual. Ela foi cheia de receio em me deixar sozinha aqui, por que até então, Leonardo nunca dormiu, aliás, nunca dormimos juntos na verdade. Mas eu sei que não importa a hora do dia ele tá ali me protegendo, então pela primeira vez na vida eu não sinto medo de ter que ficar sozinha em casa ou passar a noite. Eu deito no sofá, já sentindo saudades da minha pequena, primeira vez que ela vai passar tanto tempo sem mim assim, mas ela estava tão animada que fiquei com dó de não deixar ir. Nada, literalmente nada para fazer.
Controlo minha respiração sabendo que ele nunca faria nada que eu não queira, não sei por que travei nesse momento, talvez por que nunca em toda minha vida, ninguém me viu totalmente nua desse jeito como está sendo agora. — Tá tudo bem, Leonardo. — Não, não tá. Tu tá chorando, e eu não vou fazer isso contigo nessa situação. — Ele sai de cima de mim e se deita ao meu lado passando a mão na minha cabeça — Não precisa me olhar assim, eu não estou com raiva e nunca ficaria, sempre disse que esperaria por seu tempo. — O meu tempo é agora. — Você entrou em choque, Isadora. Eu não quero que faça algo pelo o qual tu vá se arrepender depois. Então não precisamos fazer isso, não por hoje. Eu respiro fundo, sentindo seu hálito quente em minha testa. Eu não posso deixar que oito desconhecidos se apoderem do meu corpo durante o resto da minha vida, ao ponto de eu não conseguir me relacionar sexualmente com mais ninguém e com o homem que moveria o mundo para proteger a mim e minha filha. E eu
Pires 🥋Eu paro com o carro próximo onde ela marcou com a tal amiga. Confio não, uma mina que ficou desaparecida por anos e não pesquisou a fundo pra saber como a amiga estava, e agora sem mais nem menos, aparece desse jeito, não me desce uma porra dessa não. — Tem certeza que confia nela? Sei lá, esse papinho comigo não colou não, Isadora. — Observo ela ao meu lado arrumando o cabelo enorme, batendo lá na bunda.— Você quer ir comigo? Eu e Mila fomos criadas juntas, acho não haverá problemas. — Vocês foram criadas juntos, mas olha o tanto de tempo que vocês mal trocam uma ideia. Aí ela vem, aparece do nada aí querendo se encontrar contigo. Tá muito estranho isso. — Ela me olha com receio e coloca a mão na trava da porta do carro — Eu não vou lá contigo, mas senta naquela mesa ali... — Aponto para a calçada onde está com algumas mesas do lado de fora da lanchonete — Vou ficar aqui de olho em tudo. — Vou esperar ela aparecer. — E você vai receb
Isadora 🥀Fiquei uma pilha de nervos quando Mila começou com aquele assunto estranho, já logo me subiu um arrepio. O que aconteceu com ela? Saiu daqui de um jeito e voltou totalmente diferente, Mila odiava usar roupas curtas, se a saia dela pegasse no joelho, ela não queria por que estava pequena demais, e hoje veio me encontrar com um micro short. — O que ela falou pra você? — Leonardo me pergunta enquanto dirige de volta para o morro — Sabia que tinha coisa estranha aí, muito errado ela aparecer assim do nada querendo te ver. — Ela começou a falar que os pais delas iriam adorar conhecer Frida. Disse que estava aqui a negócios que iria voltar pra lá depois de um mês que nós duas deveríamos ir com ela. — Engulo a saliva com dificuldade — ela ficava toda toda olhando pra trás, e tinha uma carro bem próximo a nos estacionado, parecia ter alguém dentro nos observando, sei lá. Me deu uma sensação estranha. — Sabe o nome do pai dela? O nome todo? — Afirmo com a cabeça — Então me fala.
PiresEu subo com ela lá pra casa, ainda é cedo e eu não tô afim de resolver mais nada por hoje. Muita coisa acontecendo em uma hora só, qualquer dia minha da um nó do nada, não vou entender legal. Subo a primeira rua avistando o carro parado lá na porta de casa, não sei quem é mas tô indo para descobrir. — Algum parente seu? — Isadora me pergunta, apontando a cabeça em direção ao carro, enquanto eu paro um pouco mais embaixo de casa. — Não tô ligado quem é. Tô querendo saber também. — Desligo o carro destravando a porta dela para ela descer — Bora lá.Ela desce jogando o cabelão pra trás, enquanto ajeita o vestido colado em seu corpo. Puta merda, meu irmão... Que mulher linda do caralho. Toda perfeita, educada, carinhosa pra porra e nem se importa com a vida de merda que eu levo. Aí, é o tipo de presente que a gente agradece pelo resto da vida. Eu abro a porta fitando a silhueta que eu conheço bem, bem até demais e se está aqui algum bagulho aconteceu, até por que não me procuro
Isadora 🥀Já era madrugada quando o telefone de Leonardo tocou. O chefe do comando queria uma reunião com ele e saber o motivo de oitos pessoas terem sido mortas dentro do morro com a ajuda de outras. Meu corpo gelou dos pés a cabeça, por que o motivo era eu, e eu não queria que nada acontecesse com ele por minha causa. Ele veste o moletom por cima da camisa, enquanto observo ele bufar por ter sido acordado no meio na madrugada, e eles queriam falar com ele nesse exato momento. — Eu vou com você! — Falo por fim. — Não, tu fica aqui. Lá não é lugar para você. — Eu não vou deixar que eles te façam mal por mim, Leonardo. Eu nunca me perdoaria por isso. Então me leva junto!— Isa, lá só tem homens, armas e as mulheres de alguns outros. Definitivamente, não é lugar para você, então não. — Ele se vira novamente e eu desço da cama me colocando ao seu lado. — Eu vou com você. E não vou discutir por isso! — Ele bufa e me encara de cima a baixo — Só preciso de outra roupa. — Não sai de p
Eu corro meus olhos ao redor daquela multidão de pessoas ali, após a conversa, Leonardo e eu paramos um pouco mais distante de todos eles, não passa das duas da manhã, e eu acabei de perder meu sono completamente.A mulher que engoliu dezenas de homens com poucas palavras, se aproxima de nós dois, e eu arrumo minha postura que estava curvada pelo cansaço. — Tudo bem? — Ela pergunta e eu afirmo com a cabeça, não sei bem para quem ela fez a pergunta — Muito tempo que não te vejo, Leonardo. — Estava na tranca, fiquei quase cinco meses lá. — O que me assusta é que ninguém ficou sabendo disso. — Ela afirma e eu olho para cima encarando Leonardo que dá um sorriso. — Isadora estava perto de se formar, quis dar uma força pra ela. — Espera! — Ela coloca a mão testa fechando os olhos, em seguida abre novamente — Tu ficou preso por quase cinco meses, só para ela te tirar de lá? — Leonardo afirma com a cabeça — É Isadora, é ele. Eu sorrio para ela, que ajeita o longo cabelo dourado sob o om