cap.3

Cap.3

Lúcia passou o dia desconfortável, enquanto as crianças se divertiam tendo seu pai por perto.

— Você já decidiu se vai assinar o contrato? — perguntou Alessandro a suas costas lhe dando um susto, ela arrumava a mesa tão concentrada.

— Não sei... — resmunga envergonhada sem conseguir o encarar.

— As crianças não são ruins além disso editei o contrato e coloquei a Cláusula que exigia, nada contato íntimo forçado entre as partes

— ok... Eu assino

Lucia finalmente assinou o contrato, e agora ela era oficialmente a mãe dos meninos, mas não deixava de se perguntar quem seria a mãe deles e porque não era tão falada na casa, até mesmo parecia que as crianças odiavam falar dela.

Nem mesmo tinha fotos dela na casa.

— Rubi — chama Lúcia enquanto ajuda a governanta rubi a cortar legumes para a refeição das crianças. — Porque não falam muito da mãe dos meninos? — perguntou discretamente e rubi lhe encara a repreendendo.

— Não deveria se meter nesse tipo de assunto, é muito delicado, as crianças não gostam de ouvir — A alerta.

— mas o que há de tão errado?

— Bom... Um dos motivos para ela não está mais nessa casa é que a senhora mãe dos meninos era muito egoísta, ela nunca quis os meninos, só engravidou para ter dinheiro de Alessandro, ele pensou que ela ainda poderia ser uma boa mãe, mas nem mesmo quis amamentar os meninos, as crianças sofreram muito nas mãos dela, passavam o tempo trancados em um quarto, eles mal sabem realmente o que é ter uma mãe, e repudia qualquer mulher que se aproxima deles mesmo com intenções verdadeiras de cuidar e dar carinho, por isso precisa que ele tenta tanto encontrar alguém que sirva como a mãe deles — enquanto ela ouvia isso sentia um remorso e uma dor no peito em saber que aquelas crianças passavam por tudo isso, seus olhos marejaram, mas rapidamente limpou as lágrimas tentando disfarçar. — Você será uma boa mãe para eles, afinal foi eles que te escolheram então deve haver algo muito especial em você — diz ela consolando Lúcia que sorriu gentilmente.

As crianças estavam cada vez mais apegadas a ela, além do fato da menina mal conseguir largar Lúcia um segundo sequer, com todo carinho e cuidado que ela dava, eles se sentiam realmente acolhidos.

Alessandro ficava impressionado como a sua filha estava mais aberta e feliz, na escola ela havia parado de se isolar e seu filho tinha feito amigos e agora eles falavam orgulhosamente sobre a sua mãe, Alessandro não desmentia, ela fazia bem a eles como se fosse a própria mãe.

Já havia se passado uma semana e Lúcia teria que ir do outro lado da cidade para visitar a sua avó, sempre que podia falava com ela por telefone, mas precisava ir vê-la e saber como estava sendo o tratamento, sua melhor amiga a ajudava lhe informando tudo que acontecia, mas se mantinha confusa e desconfiada sobre o que Lúcia estava fazendo que não ia para casa, mas sua avó está sentindo falta então teria que ir visitá-la, ainda mais para que ela não piorasse no tratamento.

— Rubi, eu já liguei para Alessandro várias vezes para avisar, porém ele não responde, então ligue para ele quantas vezes for preciso até conseguir avisar a ele, eu preciso ir ver minha avó doente

— Tudo bem, mas não deveria esperar ele voltar? As crianças não podem ficar sozinhas — diz preocupada.

— eu não vou ficar longe nem dois dias, por isso estou indo agora, principalmente para que eu possa estar aqui ainda pela tarde de amanhã — avisou enquanto arrumava suas malas no quarto.

— senhorita lúcia… no contrato você não pode sair sem avisar a Alessandro ainda mais quando ele está viajando, ele só vai voltar a noite de amanhã

— Eu estarei em casa, vou me despedir dos meninos quando eles dormirem, pela manhã você cuida do café deles como sempre faz até que eu volte ok?

— Tudo bem, mas deve avisar a Alessandro sobre esse compromisso que você tem — avisa e Lúcia concorda.

Ela parte assim que terminar de contar história para os meninos e eles dormem no quarto do pai, mas pela madrugada kayra acorda

— mamãe, estou com sede — diz a menina com a voz suave e sonolenta, mas olha ao redor e não vê ninguém.

Kayla está vestida com um pijama fofo de coelho rosa e suas pantufas macias impedem que ela faça qualquer barulho quando se levanta e segue para a cozinha procurando lúcia, não encontrando a moça e ainda com sede ela vai até a geladeira e ao abrir fica admirada com os doces que tem na geladeira, além de um pote com cerejas em conserva, a menina pega o pote e comer algumas cerejas até sentir seu estômago doer, bebe água e volta para a cama se sentindo mal.

Pela manhã Leandro acorda ao ouvir os gemidos da irmã que apertava o estômago sentindo muita dor.

— mãe lúcia! — grita o menino desesperado ao tocar a testa da irmã e sentir a temperatura elevada.

Rubi corre até o quarto e vê a cena, testa a temperatura e a menina estava queimando em febre então chama o médico da família para examinar Kayla.

— onde está nossa mãe? — pergunta Leandro.

— Ela teve que ir visitar a sua avó doente, mas pela tarde estará de volta — diz impaciente quando recebe uma ligação de Alessandro.

/Está tudo bem? — pergunta seco.

/Não, aconteceu alguma coisa com kayla

/como assim?

/ Ela amanheceu queimando em febre — diz aflita.

/onde está a mãe deles?

/bom… a Lúcia não está desde ontem a noite, teve… — nem terminou de falar quando o telefone desligou, sabia que Alessandro chegaria furioso.

O médico examinou Kayla e receitou o remédio para a menina.

— ela só está com uma intoxicação alimentar, de esses remédios a ela e logo estará melhor — disse gentilmente.

Mas mesmo que rubi tentasse não conseguia fazer a menina comer, após duas horas Alessandro chegou na casa, porém não vinha sozinho, estava acompanhado de uma jovem moça elegante, parece ter 20 anos de idade, Eleonor é uma famosa modelo, a atual namorada de Alessandro, tem uma personalidade arrogante porém finge as aparências perto do grande empresário.

— minha filha — murmura preocupado indo até a menina pálida sobre a cama. — O que aconteceu? O que você comeu? — perguntou alisando o topo da cabeça da filha.

— Eu acordei pela manhã e encontrei um pote de cereja em conserva na mesa acredito que tenha sido isso a causa da sua intoxicação, kayla é alérgica a corantes artificiais e alguns doce como sabemos.

— e Lúcia é responsável em cuidar dela, como pode sair e nem mesmo avisar? — diz irritado.

— isso e nem é o pior, kaila não está melhorando, ela não quer tomar os remédios. -explica e Alessandro vai até a mesa da menina e pega o remédio e tenta fazer a filha tomar, porém a criança recusa, tenta convencê-la, mas nada que diga faz a criança tomar o remédio.

— Eu quero a minha mãe… preciso da minha mãe! — briga enquanto Alessandro está impaciente e irritado com Lúcia.

Mas ninguém consegue falar com ela, mesmo que ela tivesse tentando chegar mais cedo, o ônibus quebrou no caminho para casa então chegou no final da tarde.

Assim que chegou correu para o quarto das crianças e se deparou com todo aquele drama.

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