cap.9

Cap.9

Final de tarde foi o fim da festa, todos estavam se arrumando para ir embora, os gêmeos arrumaram suas malas com a ajuda de Lúcia, após ajudar as crianças ela seguiu para seu quarto.

Lembrou-se do lindo vestido luxuoso e do seu colar, os colocou separados em uma caixa, para devolvê-los a Alessandro.

Então seguiu pelo corredor até seu quarto e bateu à sua porta, porém não teve resposta, bateu novamente uma duas três vezes.

— será que não está? — se pergunta, então mesmo receosa entra no quarto olha ao redor e não o encontra, mas ouve a água no banheiro cair, entendendo que ele estava no banho.

Ela coloca a caixa sobre sua cama e percebe que ele havia separado sua roupa na cama, Alessandro parecia perfeccionista, cada peça estava ainda dobrada perfeitamente e alinhadas uma do lado a outra por ordem, Lúcia conseguia perceber isso, peça íntima, calça. Camisa, gravata, blazer, parecia que ele sairia para algum lugar depois dali, ela olhava aquilo e ria ao pensar que mais parecia que ele parecia de orientação para poder se vestir, ela começou a mexer na ordem da roupa, e Alessandro saiu ainda quando ela estava com sua peça íntima na mão e lhe faz levar um susto quando pigarreia, a fazendo jogar a peça na cama.

— Você é tão pervertida assim? — pergunta atraindo seu olhar, ela corre seus olhos pelo corpo de Alessandro que estava apenas com uma toalha enrolada na cintura.

Aquele homem alto de corpo que parecia ter sido esculpido, estava semi nu em sua frente enquanto alguns respingos de água ainda viajam fazendo trilha pelos seus corpos, aquilo tudo deixou Lúcia desnorteada e envergonhada, pior ainda quando Alessandro cruzou os braços esperando uma resposta.

— eu só estava trazendo essas coisas para te devolver — comenta apontando a caixa então ele se aproxima e abre.

— mas essas coisas são tuas — diz indiferente.

— desculpa senhor, eu preciso do meu salário, não posso pagar essas coisas caras

— não estou cobrando, eu as te dei de presente, e independente da situação eu não tomo presentes e nem os aceito de volta, leve isso daqui e guarde no seu quarto

— Alessandro… eu não tenho que aceitar presentes certo? Eu não quero aceitar essas roupas

— Por favor, não me devolva se você fica tão bem nele, além disso, o que eu vou fazer com essas coisas?

— doar

— duvido que isso aqui caiba tão bem em outra pessoa como cabe em você, além disso esse colar só se encaixa em sua beleza e em mais ninguém, então fique com elas como meu agradecimento por não ter desistido do contrato, além disso meus filhos te reconhece como a mãe de verdade deles — diz a estendendo a mão. — venha aqui — pede gentilmente então ela se senta ao seu lado. — percebeu que na casa não tem nada da mãe deles?

— sim

— além disso não falamos sobre isso, eles não se lembram da mãe deles e como sabe nenhuma outra mulher nem chegou perto de assinar esse contrato, mas agora eles te recolhesse como a mãe deles e eu quero que continue assim, deixe eles pensarem que você é a mãe deles e cuide deles como vem sabendo, para que eles se sintam felizes

— mas eles não duvidam que eu só sou uma mãe de contrato?

— não, eu até pensei que eles saberiam, mas a verdade é que eles têm você como a mãe verdadeira deles, como a mulher que eu me separei e retornou para cuidar deles

— Mas… e no futuro? Isso não pode durar para sempre

— eu sei… bom, só fique, depois do que eles passaram não acabe com isso tão rápido

— Eu também gosto deles, não foi só eles que criaram uma ligação comigo, eu também com eles — lhe diz gentilmente ao pensar nas crianças.

— E é nisso que quero confiar, porque quero vê-los felizes

— você é pai deles, óbvio que vai querer o melhor — diz se levantando. — eu estou indo agora, tenho que terminar de arrumar as malas para irmos.

— Leve a caixa — lhe diz entregando-lhe a caixa, ela apenas aceita sem contestar e sai.

Assim que estão de saída, ainda no salão estão reunidos alguns convidados se despedindo da mãe de Alessandro que é o centro das atenções.

— Lúcia — chama Dhario indo ao encontro de Lúcia quando a avista no centro do salão seguindo em direção a mãe de Alessandro que está na saída.

— Dhario, ola

— já estamos de partida, você também?

— sim

— se não estivesse com Alessandro eu, com certeza, solitária a honra de te levar para casa

— tudo bem, eu vou junto com as crianças

— quando volto a te ver? — pergunta sem desviar seu olhar dos olhos dela a deixando desconfortável.

— eu não sei, ultimamente me ocupo bastante com as crianças

— entendo, mas posso me despedir de você? — Pergunta ao mesmo tempo que seus olhos encontraram os de Alessandro que os observa furtivamente ao lado de sua mãe, Lúcia nem mesmo esperava quando consentiu o abraço, Dhario contornou seus braços em sua cintura colando seus lábios no dele, porém Lúcia o empurrou recusando seu afeto, todos que estavam ao redor percebeu a situação, Lúcia sem dizer nada se afastou de Dhario seguindo para a saída, após aquela cena Alessandro preferiu seguir na frente e esperá-la no carro.

Se despediu e seguiu para o carro se sentando no banco da frente ao lado de Alessandro, mal teve coragem de o encarar após o corrido.

— Não precisa ficar beijando qualquer um em todo lugar que vai, o que acha que minha família pensara sobre você após ficar fazendo aquelas cenas todas? — Diz fingindo indiferença.

— Droga, Alessandro, você vai ficar novamente insinuando coisas? Isso está ficando repetitivo! — esbraveja irritada.

— Não tenho culpa se o seu corpo faz ao contrário do que parece, age que nem uma mulher da vida — esbraveja ligando o carro, Lúcia com suas mãos no colo com os punhos cerrado se contendo a não bater em Alessandro enquanto as crianças ouvem a briga do fundo do carro quietas, aquelas palavras de Alessandro cada vez pareciam como facadas a cada vez que eles brigava e se reconciliava cada palavra parecia ainda mais dolorosa a fazendo se arrepender.

Assim que chegaram à mansão, as crianças seguiram para dentro enquanto Lúcia ajudava os empregados a pegar as malas.

— Alessandro! — Chama ele indo em sua direção quando ele se vira, recebe a bofetada em seu lado esquerdo com toda a força e raiva que ela tinha, em seguida as lágrimas de mágoa que ela segurou por toda a viagem se derramaram.

— isso é por me desrespeitar até mesmo na frente das crianças — esbraveja e segue para dentro e se enfiando no quarto, não saiu mais de lá até que as crianças fossem atrás dela.

— nossa mãe ficou triste de novo — comenta Leandro.

— Sim, o papai está com ciúmes dela, mas foi aquele tio que beijou ela — comenta Kayla e ambos batem na sua porta impacientes até que ela atende, força um sorriso então eles correm para a sua cama, para sua cama se deitando.

E foi assim a semana inteira, nem mesmo dirigia a palavra a Alessandro a não ser informações fundamentais ou algum aviso e assim ele também agia, mesmo que aquela situação o incomodasse.

— Sábado é jantar em família — avisa Ruby a Lúcia que a encarou confusa.

— como assim?

— é um jantar que Alessandro se reúne com as crianças para jantar, juntos acamparem no jardim, já que domingo ele não vai trabalhar

— então amanhã temos que fazer esse jantar?

— Você amanha é minha folga, então você se responsabiliza.

— tudo bem — lhe diz indiferente.

A noite também não viu Alessandro, as crianças se enfiam em seu quarto antes mesmo que ele chegue, e o ouvir pela manhã no café da manhã.

O sábado chegou, então Lúcia se preparou cedo para o jantar que seria a noite, Alessandro já havia ido para a empresa e voltaria apenas na hora do jantar.

Selecionou diversas receitas e fez vários pratos diferentes e a noite a mesa estava arrumada e apetitosa para as crianças que esperavam famintas o seu pai chegar para o jantar.

Porém com o horário se estendendo e ainda começou a chover Lúcia fez os meninos comerem e irem para cama, ela estava sozinha na cozinha enquanto ouvia a chuva cair e cada vez mais ficar forte, parecia que essa noite teria um temporal.

— Alessandro? — chama quando ver ele entrando na cozinha indo até a geladeira pegando um corpo de água. — você esqueceu o jantar que você tinha com seus filhos? — pergunta enquanto ele cambaleia com a mão na cabeça e logo percebe que ele está embriagado. — então foi isso que você ficou fazendo? Eles ficaram te esperando até às 22 h! — esbraveja enquanto ele a encara.

— Me deixa em paz, eu esqueci

— Como assim esqueceu? Eles estavam tão empolgados hoje pela manhã, sabia que isso era importante para ele

— Eu esqueci acontece, eu vou lá em cima e vou dar um beijo de boa noite neles e me desculpar — lhe diz atordoado.

— Não! Eles não querem um pai embriagado, não precisa ver eles nessas condições

— são meus filhos, Lúcia, por vê-los na hora que eu quiser! — diz tentando passar por ela.

— Então tome um banho antes e escove os dentes, você está com um bafo terrível de bebida, por favor — pede já sem forças de tanto tentar o impedir.

Então Alessandro concorda e ele sobe, ela o segue discretamente para se certificar que ele vai para o quarto dele, depois que ele entrou no quarto ela voltou a descer e continuou a arrumar a cozinha e toda aquela comida.

Mas a chuva estava tão forte e não demorou muito para começar a trovejar, aquilo fez Lúcia sentir uma vertigem terrível, uma velha lembrança de sua infância lhe veio à cabeça a fazendo se lembrar de algo que tem a ver com seus cinco anos de idade.

Ainda na época em que seu pai a maltratava, Lúcia se recordou de algumas noites está em um quarto escuro gritando por ajuda enquanto trovejava e os raios iluminavam seu quarto pela janela, ficou ainda mais apavorada quando um dos raios atingiu um dos galhos da árvore que ficava em frente a sua janela, derrubando o mesmo quebrando o vidro de sua janela, aquele momento havia sido um dos mais pavorosos para ela.

Ao se lembrar disso, ela correu entrando no quarto mais próximo que encontrou, se jogando na cama se enfiando debaixo da coberta.

— o que está fazendo aqui? — pergunta Alessandro puxando a coberta encontrando ela encolhida, ela estava de roupão e estava secando o cabelo, havia terminado de sair do banho. — Lúcia! Qual é o problema agora? — pergunta enquanto as trovoadas parece assustá-la.- você tem que sair da minha cama, eu quero dormir

— Eu vou ficar aqui! — esbraveja apavorada, Alessandro encara o amontoado de lençol e deixa o quarto indo ver as crianças, mas Lúcia quando percebe que ele vai sair o segue segurando em seu braço.

— Você tem medo de trovoada? — perguntou enquanto ela treme a cada trovoada.

— Sim, trauma de infância, lembro brevemente de alguém me assustando com as trovoadas em seguida me trancando no quarto, ele dizia que os raios viriam atrás de mim, eu acredito que isso pode acontecer — comentou tremendo enquanto o seguro.

— mas não vai acontecer

— mas teve uma vez que atingiu uma árvore em frente a minha janela, depois daquele dia eu acredito que isso possa acontecer

— mas não vai, deixe de loucura já que é improvável que um raio te atinja dentro de uma casa como essa — Lhe diz enquanto ele insiste em se manter grudado nele, após deixar ele se despedir dos filhos ele volta para o quarto com ela.

— por favor… só essa noite

— e todas as noites que relampejar? — pergunta com ironia.

— Eu vou tentar não sentir mais medo

— tudo bem, você pode ficar aqui — lhe diz e se deita na cama, Lúcia nem mesmo se sente desconfortável ao se deitar ao seu lado se mantendo colada ao seu corpo, mas os barulhos continuavam constantes parecia que o céu estava caindo quanto mais barulho fazia mais Lúcia abraçava Alessandro que tentava não tocar nela, até olhar sua face e perceber seu rosto molhado e olhos marejados. — essas noites são tão ruins assim para você?

— Sim — diz erguendo os olhos para o fitar, limpando as lágrimas.

— está tudo bem — suspira deslizando os dedos pelo seu cabelo a acomodando em seu peito.

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