Leandro Moreti (Mor)
Voltamos para nosso apartamento algumas horas depois. Betina estava calada e nada do que eu fizesse a fazia se abrir comigo.
Ela se fechou em seu mundo, me deixando receoso com o que poderia estar passando em sua cabeça naquele momento.
Mesmo que ela não quisesse o bebê, eu o queria. Eu nunca os deixaria sozinhos, mesmo que no futuro nós não estivéssemos mais juntos.
"Quer que eu faça algo para você comer?" Entrei no quarto e a vi sentada na cama olhando pela janela. Mesmo que a brisa que entrava fosse suave, eu podia sentir a tensão que emanava de seu corpo.
"Não, obrigada." ela não se virou para mim para responder. Continuou imersa em seus pensamentos, me deixando aflito.
Sai do quarto e voltei para sala pensando no que eu poderia fazer para amenizar a situação. Meus dedos coçavam de vontade de falar com Mau e pe
Leandro Moreti (Mor)Alguns dias se passaram desde que nossas vidas mudaram para sempre. Toda vez que olhava para Betina, ela estava acariciando a barriga, e sempre que ela me pegava olhando sorria feliz.Era isso que eu sempre quis. Aquela paz, aquela áurea de pertencer a algum lugar e ser parte de verdade de alguma coisa.Não que eu não fosse à Máfia. Seria mentira se eu dissesse que não sentia falta dos meus amigos. Até mesmo de Drake. Ele sempre foi um irmão para mim e eu não tinha como evitar pensar se estava tudo bem com ele e com o nosso grupo.O interfone tocou e fui até lá atender vendo Betina me seguir. O porteiro me disse que tinha chegado uma encomenda para ela."Vou descer para buscar." ela concordou.Corri até lá e retornei rapidamente com o envelope na mão, aquilo não parecia boa coisa e tanto eu quanto ela ficamos receosos
BetinaEstava diante do espelho, vestida de branco, meu vestido simples, mas que tinha o poder de me fazer sentir especial. Minhas mãos tremiam enquanto eu ajustava o véu delicado que cobria meu rosto. Olhei para o reflexo e, por um instante, me vi da maneira como sempre sonhei: uma noiva. A emoção borbulhava em meu peito, mas também havia uma pitada de medo.Mor estava do lado de fora, esperando por mim na pequena capela local. Era apenas ele, eu e o juiz de paz, como imaginamos que seria. Um casamento íntimo, só nosso. Mas, apesar da simplicidade da cerimônia, o significado por trás daquele momento era profundo.Eu não conseguia evitar a sensação de medo que se agarrava a mim. Medo de que algo acontecesse, de que Barone nos encontrasse, de que Mor se machucasse. Sentia-me protegida em seus braços, e a ideia de ficar longe dele por alguns dias me enchia de ansiedade.<
BetinaEstamos no aeroporto, e o nervosismo de Mor é quase palpável. Segurando minha mão com firmeza, ele me olha com os olhos cheios de preocupação."Betina, lembre-se de ligar para mim assim que chegar à Índia. Não importa a hora, eu quero saber que você está segura", ele diz, sua voz embargada pela ansiedade.Eu assinto, tentando manter minha própria voz firme. "Eu vou, Mor. E não se preocupe tanto. Vai ser só por alguns dias."Ele solta um suspiro tenso e me puxa para um abraço apertado. Seu corpo está rígido de preocupação, e eu posso sentir seu coração batendo forte contra o meu."Eu sei que é só por alguns dias, piccolina, mas não consigo evitar me preocupar. Você é a coisa mais importante da minha vida, você e nosso bebê", ele confessa, sua voz rouca de
Leandro Moreti (Mor)O avião pousou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, e meu coração estava acelerado de ansiedade. A jornada de volta ao Brasil foi longa e inquietante, mas eu sabia que era necessário para enfrentar Barone e proteger minha família.Assim que saí do avião e passei pelo controle de passaportes, me dirigi rapidamente para a área de bagagem. Minha mente estava focada em Barone e em como poderíamos detê-lo antes que ele causasse mais danos.Ao entrar na área de desembarque, avistei Mau, meu amigo e parceiro de confiança, esperando por mim. Seu rosto estava tenso, refletindo a gravidade da situação que enfrentávamos."Mor, finalmente você chegou", disse Mau com um aceno, se aproximando de mim. "A situação está complicada."Apertei a mão dele com firmeza, reconhecendo o peso da situaç&atil
DrakeSentado na sala de reuniões da nossa organização, observava Mor, Mau e alguns outros membros de nossa equipe enquanto discutíamos o plano para pegar Barone. As ideias de Mor eram brilhantes, estratégicas e bem pensadas, e eu não pude deixar de me impressionar com sua habilidade e inteligência. Era como se ele estivesse no comando o tempo todo, mesmo quando esteve ausente.Enquanto ele delineava os detalhes do plano, percebi o quão tolo eu tinha sido ao afastá-lo. Sua capacidade de lidar com a pressão era inegável, e ele era uma parte fundamental de nossa equipe. Eu tinha deixado meu orgulho e meu ressentimento se interpor em nosso caminho, mas agora estava claro que ele era o meu braço direito e estrategista, alguém de quem sempre precisamos."Mor, isso é brilhante", eu disse, surpreendendo a todos, inclusive a mim mesmo. "Dando uma distração para
DrakeA notícia da morte de Barone se espalhou como fogo, ocupando as manchetes de todos os jornais e dominando as conversas nas ruas. Foi um golpe devastador para sua organização, e eu sabia que isso iria criar um vácuo de poder na cidade. Minha mente estava ocupada com pensamentos sobre o futuro, enquanto eu me dirigia à presença do Dom, o líder supremo da máfia."Vou precisar que você me acompanhe, Mau", eu disse a meu sub chefe e confidente enquanto me preparava para a reunião com o Dom.Ele assentiu, sua expressão séria e determinada. "Não se preocupe com nada, nossos homens estão todos a postos para qualquer coisa.""Mor já deu alguma notícia?" Questionei durante o percurso de carro."Ainda não, ele disse que ligaria assim que chegasse na Índia e acalmasse Betina." Confirmei com a cabeça.Aquela conv
DrakeApós pedir a Mau para aguardar do lado de fora, sentei-me na sala de Solano, esperando ansiosamente por ele para me contar a história que prometera. Meu coração estava pesado com a perspectiva do que eu poderia descobrir, mas eu precisava saber.Solano me olhou com seriedade, parecendo pronto para compartilhar informações que mudariam minha vida para sempre. Ele suspirou profundamente antes de começar."Drake, a história que vou te contar é dolorosa e difícil de acreditar, mas é a verdade", disse Solano com sinceridade. "Seu pai e sua mãe tinham um casamento feliz e amoroso. Eles estavam apaixonados e eram felizes juntos."Eu estava atônito com essa revelação. Sempre imaginei meus pais como estranhos um para o outro, mas agora estava ouvindo algo completamente diferente."O que aconteceu então?" perguntei, minha voz incrédula.
BetinaSete meses se passaram desde que deixamos a Índia. Assim que vi a reportagem sobre a morte de Barone, entrei em desespero e disse a Mor que iria para o Brasil, porém ele não deixou e voou na mesma noite para onde eu estava para ficar comigo.Era como se uma nuvem negra estivesse se dissipando e pela primeira vez, desde que conheci o universo da máfia.Agora, estávamos morando no Canadá, um lugar que parecia tão distante e seguro em comparação com a vida que deixamos para trás. O Canadá nos oferecia muitos benefícios, especialmente agora que nossa família estava prestes a crescer.Eu estava no quarto do bebê, observando o berço que Mor e eu montamos com tanto carinho. O Canadá tinha uma excelente infraestrutura de saúde, e eu estava recebendo o melhor cuidado possível durante a gravidez. Além disso, havia programa