Por obra de Deus, a tortura de ficar presa com a menina na caixa de metal acabou. Abri a porta do apartamento e ela entrou, eu sabia que teria que responde-la, pois assim que olhou para o lugar, virou-se para mim esperando isso.— Lorenzo é mais para casar e eu não sou de casar. — Disse com um sorriso no rosto, mas não era de felicidade.— Você é bandida como ele? — Perguntou com uma naturalidade que me assustou.— Não exatamente. — Confessei ainda confusa. — Seu pai explicou o que faz e você entende numa boa?— Na verdade... — Disse caminhando pela sala, olhando os detalhes. Ela nem parece a menina que eu tinha acabado de salvar de um sequestro. Giovanna era surpreendente, como seu pai. — Papai me esconde esse lado dele. Pensa que sou idiota e que não vejo os homens armados andando pela casa ou fora dela, que os seguranças são bem rudes e que ele passa tempo demais trabalhando com coisa que não é da empresa. Até as pessoas que convive conosco são diferentes. Sem falar que muitas outr
1 ANO DEPOISDANTEDepois que a furação Dark passou, deixou para trás um rastro de destruição que não havia previsto antes. Sabia que a "relação" dela com meu irmão estava se tornando cada vez mais forte, porém, nunca poderia previr que ele realmente estava apaixonado por ela.Claro, tudo se tornou mais evidente com a sua partida, e isso se deu ao instinto super protetor de Lorenzo com a filha.Ela era como um diamante intocável e Dark, bem, ela era uma assassina profissional que poderia ser capaz de tudo. Mas o que meu irmão idiota não viu foi que, tanto ele quanto ela, já estavam ligados por esse sentimento confuso.Lorenzo nunca teve uma paixão, então perceber como se sentia antes do caos se instaurar era quase impossível.Agora, a cidade estava à beira de uma guerra, os capos estavam me enchendo o saco e meu irmão estava no fundo do poço. Tudo por conta de uma mulher.Como se não bastasse a fossa do meu irmão, eu ainda tinha que lidar com uma nova ameaça, eu diria: uma afronte ao
LorenzoA mulher estava a poucos passos da porta e o soldado do lado de fora empunhou a sua pistola em direção a ela, mas dei o comando para que a abaixasse. Dark não era um inimigo, e se minha teoria estivesse certa, baseado no que encontrei no apartamento, ela era da família e nós nunca machucamos a família. Bem, pelo menos a nova geração Mitolli não.— Sim, eu sei que está furiosa, com razão aliás, mas tenho algo que irá interessa-la e realmente preciso da sua ajuda. — Disse colocando uma das mãos no bolso da calça e caminhando pela sala pequena do apartamento. Coloquei a pelúcia no sofá sem muito conforto e abri uma das janelas, para que pudesse ver melhor onde estávamos. Meus soldados estavam em seus postos, mas agora, eu sabia que ela não faria a idiotice de tentar fugir. — Preciso que levante o meu irmão do buraco em que o deixou.A risada sarcástica dela não foi muito alta, mas senti o rancor, mesmo que estivesse escondido.Na bancada que dividia a pequena cozinha e a sala, vi
DARKGosto de pensar que aprendo com os meus erros. É assim que me salvo de ser morta ou pega pela polícia, mas o último ano me despertou para uma nova realidade.Primeiro, Lorenzo Mitolli chegou em minha vida como um meteoro destruidor que me dominou e roubou a minha paz. Eu deveria saber que ele era um problema, um erro sem volta e ainda assim me deixei levar pela luxúria e desejo.A antiga eu diria que estou pagando por todos os erros, que sou idiota e uma menina fraca, tanto por fugir dele quanto por voltar para ele. Claro, eu me recusava a acreditar que algum dia voltaria a deixar aquele homem me dominar de novo. Lorenzo não merece tanto de mim e minha decisão de voltar a Drakoy não era por romance, pois já vi em primeira mão que nós dois estamos fadados a nunca ficarmos juntos.Em anos eu nunca tive algo de bom na minha vida. Sempre fui a assassina cruel que odiava sentimentos e a presença de mais alguém que não fosse ela mesma.Viver solitária era o que me salvava desse estado
Dark— Não pode ir embora, ainda mais com meu sobrinho e, mesmo que você não acredite, Lorenzo não teria entrado nessa loucura à toa. Ele gosta de você em algum nível e sua partida gerou esse...— Então tudo acaba com a minha culpa. — Ironizei mais rude do que gostaria de ter falado. Luke se assustou com as vozes alteradas e me culpei por isso. Eu não gostava quando a minha frieza causava o seu choro, eu o amava, como nunca amei algo antes, então odiava vê-lo chorar. — Para onde estamos indo, parece que nunca chegamos a algum lugar. — Questionei olhando para o lado de fora do automóvel.— Estamos chegando, se acalme. — Disse parecendo desconfortável.— Minha calma acabou quando você apareceu na minha casa. — Reclamei.— Chama aquilo de casa? — A ironia na sua voz me chateou e se eu não estivesse tentando ser melhor, com certeza o jogaria para fora do carro.— Ah, desculpe, eu não sou tão rica quanto você e seu irmão, isso o incomoda?— Não quis ofender, mas meu sobrinho não crescerá n
DARKEu não estava contando com tanta insegurança no meu peito como agora sinto. Não era medo, mas sim expectativa.Penso em como o encontrar, no que ele dirá e se ficará feliz ao ver o nosso filho. Eu sei, esse pensamento é idiota e eu não deveria ligar para o que um babaca mafioso vai falar de mim, e mesmo sabendo disso eu não conseguia tirar essas preocupações da cabeça.— Você está bem? — Perguntou Gabriela me encarando de longe. Ela estava junto ao berço no qual eles arranjaram para o meu filho. Não fazia ideia de como eles conseguem as coisas tão rápido. — Está preocupada com alguma coisa?— Em quando vou sair desse lugar. — Falei reprimindo e escondendo os meus medos, no qual ainda me nego em pensar que temo Lorenzo. — Afinal, onde está seu irmão, Dante disse que...— Dante exagerou um pouco, devo confessar, mas a verdade, Dark, é que o modo como Lorenzo lida com as frustações pode ser.... mil vezes pior que ruim. — Falou vindo em minha direção, que estava na janela do enorme e
LORENZOUm inferno. Assim era a minha vida, agora. Sempre fui bom no que fazia, meu pai garantiu isso antes de morrer. Ele dizia que os inimigos deveriam ser mortos o quanto antes para que outros não fizessem o mesmo.Não estava funcionando muito bem.Minha cabeça andava cheia de merdas, não conseguia me concentrar em nada e a culpa por levar a minha filha a um destino no qual eu tentei a todo custo afastar dele, me consumia, sem falar no fato do vazio que ficou quando a diaba se foi.Eu errei, ela nunca me faria mal, muito menos a minha filha, mas naquele dia, tudo o que já havia acontecido, saber que minha filha foi levada me transformou em alguém que não pensou nas consequências.Eu nunca a machucaria. Dark, apesar de não saber naquela época, era muito mais além para mim. Não foi por prazer que insistia na sua presença nessa cidade, mas sim porque a desejava além do comum para um homem como eu.A mulher era compatível comigo como nenhuma outra, ela me motivava e me fazia desejar se
Aos poucos eu fui me aproximando, desejando saber se era real ou não. Era louco imaginar que do nada ela estava de volta, depois de um ano completo.Ela ainda encarava as garrafas quando as pontas dos meus dedos tocaram em sua pele. O perfume já tinha me comprovado a sua presença, mas ainda assim era louco pensar que ela estava aqui mesmo.Seus cabelos estavam maiores, seu corpo mais desenhado, porém, ainda reconhecia a pele tentadora que tanto me levava a loucura. Ao virar-se, ela me encarou com seus olhos negros, primeiro, com surpresa, tinha um brilho neles, como quando me desejava, mas assim que a realidade nos tomou ela me afastou com arrogância. Sim, a diaba voltou.— Você voltou?! — O questionamento saiu com muita empolgação. Despertou uma energia que achei estar morta. – Realmente voltou?!— Tire esse sorriso safado dos lábios, Lorenzo, estou aqui por razões diferentes da que se passa nessa sua cabeça idiota. — Falou com rispidez, mas nem isso tirou a minha alegria. Minhas açõ