MARIAN
Já se passaram dois meses desde que fui morar com Olivia. Eu estava preocupada por não ter conseguido um emprego ainda. Eu conheci algumas pessoas enquanto era Sra. Davis, mas nunca me aproximei o suficiente de ninguém para ter intimidade de agora bater naquelas portas. Mas eu precisava conseguir alguma coisa, pois as minhas economias estavam no vermelho.
Eu fiquei sentada em um banco por um tempo, precisava descansar os pés e não estava me sentindo bem. Eu atribui isso a tudo o que estava vivenciando. Estava claro para mim que tudo o que havia acontecido teve um impacto severo sobre mim.
Notei que em um restaurante, localizado do outro lado da rua, havia uma placa que dizia “procurasse garçonete”. Era óbvio que era um lugar elegante, então eu decidi retornar no dia seguinte, para poder usar uma roupa mais apropriada ao local e assim ser considerada para o trabalho, pelo menos.
— Olá, Olivia. Eu cumprimentei ao chegar.
— Olá, Marian. Respondeu a gentil mulher.
Elas sentaram-se para jantar juntas e conversaram sobre o que tinham feito naquele dia.
— Então você vai se candidatar para a vaga de garçonete amanhã? Olivia perguntou.
— Sim, vou procurar algo apropriado para ir, tudo naquele lugar grita luxo. Eu respondi.
— E como você se sentiu hoje? Questionou Olivia.
— Um pouco cansada e com aquele vazio no estômago que não me deixa em paz. Eu declarei.
— Seria bom se você fosse ao médico. Disse Olivia.
— É um luxo que não posso me dar ao luxo agora, mas se eu continuar me sentindo mal, verei o que posso fazer. Eu respondi um pouco desanimada.
Olivia e eu desenvolvemos uma amizade muito boa. Tanto que eu já havia descartado a ideia de ir embora e deixá-la sozinha. Pelo contrário, o que eu queria agora era conseguir um emprego, para que nos duas pudessemos ter uma vida melhor.
...
No dia seguinte acordei cedo e me preparei para ir ao restaurante.
— Você está muito bonita, Marian. Disse a mulher mais velha ao vê-la.
— Obrigado. Ela respondeu, enquanto bebia suco de laranja, que estranhamente era a única coisa que eu tolerava pela manhã. Ao fazer isso, Olivia olhou para ela com uma expressão estranha no rosto, mas sem dizer nada.
Meia hora depois, eu estava em frente à entrada daquele restaurante elegante.
— Bom dia, Senhorita. Ela cumprimentou ao chegar.
— Bom dia, como posso ajudar? Perguntou a mulher, de forma amigável.
— Vim por causa do anúncio, para a vaga de garçonete. Eu respondi com um sorriso.
A mulher olhou para mim de forma um tanto estranha. Acho que quando me viu chegar, pensou que fosse uma cliente. Nunca imaginou que eu viria pedir um emprego.
— Por favor, siga-me. Disse a menina.
Em um pequeno, mas elegante escritório, eu fui recebida por uma mulher simpática que se apresentou como a dona do lugar. Ela me observou atentamente, enquanto me fazia algumas perguntas.
— Você parece uma garota bem-educada e com algum refinamento. Disse a mulher que a estava entrevistando.
Eu apenas sorri. Durante o tempo em que fui casada com Ethan, eu me esforcei muito para aprender, com a intenção de que nenhuma das minhas ações o envergonhasse.
— Digamos que tenha alguma verdade nisso. Eu respondi timidamente.
— Você fala alguma língua? Perguntou a mulher, fascinada.
— Inglês e francês, não são perfeitos, mas consigo me virar. Eu respondi com orgulho.
— Bom, é isso, você está contratada. Disse a mulher com um sorriso.
Eu senti uma alegria inundar o meu peito. Eu finalmente encontrei um emprego e tudo certamente melhoraria dali em diante.
ETHAN
— A negociação foi um sucesso total. Disse Isa, sorrindo.
— Parece que sim. Eu respondi quando entramos no meu luxuoso escritório.
I— Isso merece uma comemoração, não acha? Isa disse, enquanto eu pendurava o meu casaco no cabideiro.
— Estou muito cansado, Isa. Não sinto vontade de ir a nenhum outro lugar além de casa. Eu respondi secamente.
— Isso me parece perfeito, é bem na sua casa, mais especificamente na sua cama, onde eu sinto vontade de comemorar. Disse ela sem vergonha. — Você não sente vontade? Ela acrescentou, enquanto se aproximava de mim de forma sensual e começava a tirar a blusa, revelando o seu tronco. — Embora, pensando bem, poderíamos começar a comemoração aqui e agora mesmo. Ela acrescentou, desabotoando a saia, de modo que ela caísse no chão, deixando-a seminua e de salto alto diante dos meus olhos. Eu a olhava completamente surpreso e ao mesmo tempo ansioso.
— Alguém pode entrar. Eu disse, olhando para o espetáculo de mulher que estava bem na minha frente.
— E daí? Ela respondeu, molhando os lábios com a língua, provocativamente.
Eu apenas sorri e comecei a tirar a gravata e a camisa, sob o olhar atento da mulher, que parecia uma fera faminta, prestes a pular sobre a sua presa e devorá-la.
Assim como ela queria, ela conseguiu que ele a fizesse sua naquele lugar. Eu nem me importei que os seus suspiros de prazer pudessem ser ouvidos lá fora. Enquanto eu estava possuindo essa mulher que estava aqui no meu escritório se oferecendo para mim, tudo que eu conseguia pensar, é que ela era apenas uma válvula de escape para a minha frustração.
— Vista-se. Eu disse depois de terminar. A mulher pegou suas roupas e caminhou furiosamente até o banheiro privativo que eu tinha no meu escritório.
— Droga! Eu disse, irritado e frustrado.
Aconteceu de novo, mais uma vez eu cometi o erro de mencionar Marian, enquanto o meu corpo explodia de prazer. Eu me sentia um idiota. Não planejei isso, claro que não, mas aconteceu e não foi a primeira vez.
Eu arrumei as minhas roupas, peguei o meu casaco e sai do escritório, antes que Isa saísse do banheiro. Eu não queria ouvir as suas reprovações novamente. Eu sabia que elas eram justificadas, mas preferi evitá-la.
Eu desci para o estacionamento e entrei no meu carro, em seguida, deixei o local em alta velocidade. O meu corpo respondeu a Isa e foi a coisa certa a se fazer, já que ela era bonita e sexy. Mas, aparentemente na minha cabeça, havia outro nome gravado em fogo.
MARIANEu estava feliz, as coisas pareciam estar indo do jeito que eu queria. Olivia não só conseguiu um emprego como também estava começando o seu próprio negócio em casa, fazendo sobremesas e vendendo-as para os vizinhos. Eu estava feliz, mas ainda se sentia fraca e cansada.— Vou ao médico hoje. Eu disse assim que acordei. — É meu dia de folga, então vou aproveitar ao máximo.— Perfeito, vou com você. Respondeu Olivia, enquanto pegava a sua bolsa.— Não é necessário, posso ir sozinha. Eu respondi.— Claro que não, eu vou com você e pronto. Respondeu a mulher mais velha.Eu apenas sorri, era melhor não discutir, já sabendo como Olivia era teimosa.Fomos até a clínica, onde eu já tinha marcado uma consulta. Era um lugar simples, mas todas as especialidades estavam lá e havia até um laboratório.— Bom dia, senhorita, estou aqui para minha consulta com a Dr. Diana. Eu anunciei chegando perto do balcão.— Por favor, sente-se. Respondeu a garota em tom amigável.Depois de alguns minutos
Eu estava temendo ser demitida por causa da gravidez. Então eu havia decidido contar a minha chefe o mais rápido possível sobre ela.— Bom, menina, para mim, sua gravidez não é problema. Disse a sua chefe. — Se você tiver coragem, terá trabalho aqui, durante e depois. Vi a sua apresentação nas últimas semanas e adorei. Então não se preocupe, você não vai perder seu emprego. Disse a mulher gentilmente.— Obrigado! Eu respondi alegremente.Eu sai do escritório da minha chefe e me preparei para trabalhar. Saber que poderia continuar trabalhando aqui me deu paz.Os meses se passaram e com quase cinco meses de gravidez ainda não era perceptível, o que segundo Olivia era normal, já que eu era mãe de primeira viagem.— Minha menina, você estava com muita fome. Diz Olivia, divertida, enquanto observava ela comer desesperadamente.— Acho que é verdade o ditado que diz que uma pessoa come por duas. Eu respondi tristemente.Olivia caiu na gargalhada ao me ver devorar três panquecas sem a menor h
— Um menino, minha querida, você vai ter um menino. Disse o médico, sorrindo, enquanto a emoção que eu estava sentindo trouxe algumas lágrimas travessas aos meus olhos.— Mas está tudo bem? Eu insisti.— Sim, Marian, seu filho é perfeito. Disse o médico, enquanto tirava algumas medidas do fêmur, do osso do crânio e assim por diante.— Graças a Deus! Disse Olivia, olhando para o céu.— Continue cuidando de si mesmo como você tem feito e siga minhas instruções à risca. Não se preocupe, vocês ficaram bem. Ele acrescentou.Nos duas saimos felizes da consulta.— O que você acha se formos comprar alguma coisa para o bebê? Eu disse, animada.— Acho que é uma excelente ideia. Respondeu a mulher mais velha.Passamos o resto da tarde comprando roupas de bebê, nada caro, mas tudo muito bonito. Azul claro e branco predominavam entre as pequenas peças de roupa. Eu estava feliz, cheia de energia, a gravidez tinha sido maravilhosa para mim e, embora um pouco ma
— Vou levá-lo para limpá-lo. Disse a médica, pegando o bebê nos braços.— Não, não leve. Eu disse, alarmada.— Só vamos leva-lo por alguns minutos. Fique tranquila.— Como o seu bebê será chamado? Perguntou uma enfermeira que se aproximou.— Ethmar. Eu respondi, sorrindo.— Nunca ouvi esse nome antes. Respondeu a garota. — Parece diferente.— Sim, é uma combinação do nome do pai dele e do meu. Eu respondi. Eu não queria dar a ele o nome do pai, porque sentia que não tinha o direito de fazer isso sem o consentimento dele, mas uma noite, ocorreu-lhe combinar os dois nomes e esse surgiu.Duas horas depois, eu estava em um quarto com o meu bebê ao meu lado. Eu nunca me cansava de admirá-lo. O seu cabelo escuro e espesso era uma herança de Ethan, já que eu era morena.— Como ele é lindo. Disse Olivia.— Sim. Ele é lindo. Eu respondi enquanto entregava o bebê nos braços de Olivia, que estava louca para segurá-lo.Ambas estavam tão entretidos admirando o lindo bebê que nenhum delas notou a p
Poucos minutos depois, o quarto estava cheio de risos e alegria. Agora Ethmar teria, em sua vida, duas avós amorosas.Dois dias depois, Marian e o bebê saíram do hospital. Olivia e Amelia prepararam uma recepção simples, mas emocionante, com balões e faixas coloridas. Aquele lar humilde, mas acolhedor, os acolheu com alegria e amor. Embora Amelia tivesse se oferecido para alugar um lugar mais espaçoso e em uma localização melhor para Marian, ela recusou. Ela considerava que o lugar onde morava com Olivia era bom o suficiente para criar seu filho. O que ela não conseguiu evitar foi que sua avó paterna preparasse o seu quarto, onde o bebê também dormiria, e contratasse uma babá com conhecimentos de enfermagem para ajudá-la a cuidar da criança.— Obrigada a ambas, está tudo lindo. Eu disse alegremente.— Não, minha menina, obrigada por nos dar um neto tão lindo. Respondeu Olivia, enquanto admirava o bebê, que já estava deitado no berço.— Bem, eu tenho que ir. Volto amanhã. Alden está vo
Pouco tempo depois, eu vi na televisão a imagem do meu ex-marido, ao lado de uma mulher que eu reconheci.“Romance a caminho” — dizia a manchete, o que fez o meu coração disparar.A voz do jornalista relatou a notícia: "A bem-sucedida advogada Isa Montes e o belo empresário Ethan Davis estão participando de um evento público juntos pela primeira vez. Após o divórcio surpresa do empresário com a jovem Marian García, esta é a primeira vez que ele é visto na companhia de uma mulher. Há alguns meses, há rumores sobre um relacionamento entre eles, mas esta aparição pública parece confirmá-lo. Desejamos ao casal muita felicidade em seu novo relacionamento."Eu desliguei a televisão imediatamente, sentindo falta de ar de repente, e acomodei Ethmar em seu cesto de Moisés, temendo um desmaio, com a criança em meus braços. Não foi apenas o fato de Ethan estar em outro relacionamento que me afetou, mas também o fato de que tinha algo acontecendo com aquela mesma mulher, que estava encarregada de
— Não me importa o que as pessoas pensam. Disse ele, ignorando a declaração da mãe.— Você pensa assim, por enquanto, filho, mas quando toda a verdade te atingir e você perceber tudo o que perdeu e tudo o que perderá se continuar sendo um idiota, então você desejará não ter feito tantas coisas estúpidas. Só rezo para que Ethmar não herde a sua inteligência, meu Deus. Ela respondeu com raiva.— Ethmar? Quem é Ethmar, mãe? Ele perguntou intrigado. — Mãe. Ele disse novamente, mas do outro lado da ligação a voz de sua mãe não pôde ser ouvida. — Mãe. Ele insistiu, mas não obteve resposta. Ele encerrou a ligação e discou o número da mãe, mas o som saiu abafado. Por um momento ele ficou preocupado, mas depois se acalmou ao lembrar que normalmente o celular da sua mãe estava descarregado.Ele saiu do estacionamento e foi dirigindo para o trabalho. Mais tarde, ele ligaria para sua casa para terminar de falar com ela e ela poder lhe explicar: quem era Ethmar?.....— Meu Deus, o que eu fiz? Ame
Marian trocou de roupa, pegou sua bolsa e se preparou para sair.— Aonde você vai, Marian? Olivia perguntou.— Vou encontrá-la. Eu respondi. — Por favor, cuide do Ethmar. Eu disse enquanto dava um beijo na testa do bebê e então me despedia de Olivia.Eu sai para a rua, parei um táxi, entrei e imediatamente lhe dei o endereço da mansão Davis.De onde eu morava até a casa da Amelia, havia uma rota direta que geralmente era a mais usada, então eu pedi ao taxista para pegá-la.Poucos quilômetros à frente, a luz das sirenes me alertou.— O que está acontecendo? Eu perguntei assustada.— Parece que houve um acidente. Respondeu o motorista do carro, parando, já que a fila de carros o impedia de seguir em frente. Assim que o carro parou, eu praticamente me joguei para fora. Eu até esqueci de pagar o simpático motorista.Eu corri aterrorizada, passando pelos carros estacionados, sentindo o meu coração batendo forte, como se o mesmo medo que me dominou um momento antes estivesse de volta na min