Se ela descobrisse, provavelmente o chamaria de pervertido novamente. Mas agora ele não a estava mais vigiando, não estáavaintencionalmente se aproximando dela para chamar sua atenção e não estava se intrometendo em seus assuntos. Ele pensou que apenas por coincidência, apareceu embaixo de sua casa.- Eu não vou embora. - Silvio repentinamente se virou, olhando para Aurora. Ela teve o pé pisado e agora está ardendo de dor, mas seus olhos se iluminaram ao ouvir as palavras de Silvio. - Tudo bem, Sil, você quer água ou café?- Não precisa de nada. - Ele só quer ficar um pouco mais aqui e ouvir os ruídos lá em cima, tentando adivinhar o que Lívia está fazendo. Logo... O chão fez um barulho alto, parecendo arrastar uma mesa. “Ela é tão pequena e delicada, será que pode fazer isso?” Mas Silvio pensou melhor, isso era bom, provava que, depois de se molhar na chuva na noite anterior, Lívia não ficou doente. Sua vitalidade estava mais forte do que antes. Um sorriso sutil apareceu nos
Ao perceber que o olhar que o seguia havia sumido, Carlos relaxou os ombros. - Síl, precisa de algo?Ao escutar o tom de voz, Sílvio percebeu que algo não estava certo.E, de fato, ao levantar os olhos, viu Carlos quase na mesma posição em que ele estava no terraço. Com um cigarro aceso na mão, se Sílvio não tivesse olhado a tempo, a cinza teria caído sobre ele.- Olhe para baixo. - Ele disse.Carlos abaixou os olhos, observando os próprios sapatos. - Para baixo? O que está errado? Seu telefonema hoje é estranho.Sílvio ficou impaciente. - Para baixo! Olhe para o terraço abaixo!“O terraço abaixo?”O corpo de Carlos se inclinou ligeiramente para frente. - E então...Antes de terminar a frase, ele arregalou os olhos instantaneamente. No primeiro momento, olhou na direção de Lívia. Confirmado que ela não estava olhando para ele, Carlos então encarou Sílvio com os olhos arregalados. - O que você está fazendo aqui?!Lívia havia deixado claro na noite passada que ela e Sílvio não te
Isso implicava em admitir que o incidente em que Lívia percebeu Enzo estava novamente relacionado a Carlos. Sílvio simplesmente não sabia o que dizer a ele. Mas mesmo que Carlos não estivesse envolvido, Lívia eventualmente descobriria. Investigar essa questão não fazia sentido. Mas também não podia deixar Carlos sair impune tão facilmente. Sílvio pensou um pouco e disse a Carlos: - Você concorda com uma coisa e eu prometo que não vou investigar.O cigarro nas mãos de Carlos estava prestes a se apagar. Ele abaixou a cabeça, olhando para Sílvio. Sentiu uma premonição ruim, mas não tinha escolha. Sabia que mesmo que não concordasse, Sílvio tinha meios de fazer ele concordar. - Irmão.Carlos sorriu, apagando o cigarro. Sua imagem, diferente da usual reserva quando estava trabalhando como médico, se transformou em um irmão sorridente na frente de Sílvio. Ele sorriu com a cara toda. - Se mude para este apartamento.Carlos disse: - Me mudar para cá?Sílvio disse: - Sim, vou organ
Ir até lá seria muito perto, muito fácil de ser descoberto. Na casa da Aurora estava bom, a distância era apropriada. Às vezes, ele conseguia ouvir os sons lá em cima e também podia olhar para a Aurora, garantindo que não faria nada para a Lívia. Ela também não demonstrou interesse em procurar a Lívia. Isso era bom. A Lívia provavelmente ainda não sabia da existência da Aurora, muito menos desceria inesperadamente e descobriria a presença de Sílvio. Atualmente, ele era como um inquilino, escondido na casa da Aurora, observando silenciosamente tudo sobre a Lívia.Mas...Ele realmente resistiu a não se envolver em tudo dela. No entanto, esse sentimento de saudade o impedia de ir para outro lugar.Na verdade, a Aurora sabia qual era o propósito frequente de Sílvio ao vir aqui recentemente. No início, ela ficou com raiva e relutante. No entanto, Isadora disse que, desde que houvesse mais contato, talvez houvesse uma chance de virar o jogo.E também...Ela olhou para o rosto no espe
Ela retornou do estúdio e disse a Ana: - Sempre sinto que vejo o Sílvio em nosso condomínio.Ana estendeu rapidamente a mão e a colocou na testa dela:- Você não está com febre, está? Você está doente? Com saudades do Sílvio?Lívia disse:- Eu sou tão indigna?Ana afastou a mão, com uma expressão séria. - Se não estiver com febre, está tudo bem, Lili. Se você realmente não consegue o esquecer, não é falta de dignidade, é apenas emoção. Não vou zombar de você. Se diante de mim você não consegue ser sincera, então eu como amiga realmente falhei. Esta noite vou dormir no quarto ao lado, você pensa bem sobre seus sentimentos. - Depois de falar, Ana foi para o quarto e trouxe um cobertor.Dando a Lívia um pouco de espaço pessoal para que ela pudesse organizar seus próprios sentimentos.Mas na frente de Carlos, ela não conseguia se conter: - Você acha que a Lili realmente gosta tanto do Sílvio? Mesmo com tantas coisas acontecendo entre eles, como pode haver a ilusão de ver o Sílvio? Ela a
João se encontrava atualmente em um conflito interno. Desde o dia em que cavou a cova, ele se sentiu mal ao chegar em casa. À noite, era atormentado por sonhos constantes com os dois bebês que nunca chegaram a se formar. Lívia, estendendo a mão, agarrava sua garganta, dizendo que ele teria que pagar pelo que fez ao cavar a cova. Até Sílvio ficava atrás dela, com um olhar frio, sem uma palavra de reprovação, mas com um poder que o assustava.Ao acordar cedo pela manhã, João perdeu a confiança no casamento de Aurora com a família Duarte. Especialmente quando Helena cuidava dele, ele hesitava e, mais uma vez, começava a ter esperanças em relação a Lívia. Após muita hesitação, reuniu coragem para pegar o telefone e tentar falar com Lívia. No entanto, desta vez, Lívia não atendeu sua chamada. Ela estava na loja de fotos para buscar as imagens capturadas por Ana em seu aniversário. As fotos, tiradas por uma repórter de primeira categoria, eram verdadeiramente encantadoras. Mesmo Lí
E assim foram lavados os últimos pensamentos dela.Naquele dia chuvoso, uma inquietação pesava em seu coração, não relacionada a problemas com seus pais ou a questões com Enzo, mas algo mais profundo...Contudo, ela acabou de negligenciando seus dois preciosos bebês.Não conseguia se perdoar.Também não podia deixar este assunto passar em branco.Cambaleante, segurando a urna funerária vazia, com o rosto marcado por impressões digitais ensanguentadas, se dirigiu ao ponto de contato do cemitério.Nem mesmo se lembrava quando havia perdido seus sapatos.Ao chegar à sala de vigilância, já estava descalça.Porém, não demonstrava dor, não chorava nem fazia alarde, apenas pedia calmamente:- Quero ver as gravações de vigilância.Tendo ela própria escolhido o cemitério, agora, diante de tal acontecimento, precisava descobrir o responsável.Caso contrário, não teria coragem de pensar neles.Até mesmo ao murmurar os nomes dos filhos em seu coração, se sentia pecadora.Precisava...Imediatamente
O coração de Enzo pareceu saltar uma batida.Lívia, que nunca havia falado com ele nesse tom, muito menos buscado a sua ajuda, agora estava ao telefone.Sua resposta, até então, sempre havia sido clara em seus atos de manter distância.No entanto, ele seguia esperançoso, se recusando a desistir.Ao ouvir Lívia falar dessa forma, a princípio ele pensou ter entendido mal.Só após confirmar que era realmente Lívia ao telefone, se acalmou, encaixou o celular entre a orelha e o ombro, descartou as luvas ensanguentadas após atender um paciente e respondeu:- Fale.Lívia, ouvindo essa resposta, soube que podia contar com ele.- Admito que tenho sido desprezível, sempre tentando te rejeitar, mas ainda assim... Estou pedindo sua ajuda. - Ela respirou fundo, sem nunca expor suas emoções mais vulneráveis.Ela permaneceu calma do início ao fim.Tão serena que fez Enzo acreditar que algo grave havia acontecido.Antes que ele pudesse perguntar, Lívia disse com voz firme:- Enzo, preciso de ajuda. O