Isso implicava em admitir que o incidente em que Lívia percebeu Enzo estava novamente relacionado a Carlos. Sílvio simplesmente não sabia o que dizer a ele. Mas mesmo que Carlos não estivesse envolvido, Lívia eventualmente descobriria. Investigar essa questão não fazia sentido. Mas também não podia deixar Carlos sair impune tão facilmente. Sílvio pensou um pouco e disse a Carlos: - Você concorda com uma coisa e eu prometo que não vou investigar.O cigarro nas mãos de Carlos estava prestes a se apagar. Ele abaixou a cabeça, olhando para Sílvio. Sentiu uma premonição ruim, mas não tinha escolha. Sabia que mesmo que não concordasse, Sílvio tinha meios de fazer ele concordar. - Irmão.Carlos sorriu, apagando o cigarro. Sua imagem, diferente da usual reserva quando estava trabalhando como médico, se transformou em um irmão sorridente na frente de Sílvio. Ele sorriu com a cara toda. - Se mude para este apartamento.Carlos disse: - Me mudar para cá?Sílvio disse: - Sim, vou organ
Ir até lá seria muito perto, muito fácil de ser descoberto. Na casa da Aurora estava bom, a distância era apropriada. Às vezes, ele conseguia ouvir os sons lá em cima e também podia olhar para a Aurora, garantindo que não faria nada para a Lívia. Ela também não demonstrou interesse em procurar a Lívia. Isso era bom. A Lívia provavelmente ainda não sabia da existência da Aurora, muito menos desceria inesperadamente e descobriria a presença de Sílvio. Atualmente, ele era como um inquilino, escondido na casa da Aurora, observando silenciosamente tudo sobre a Lívia.Mas...Ele realmente resistiu a não se envolver em tudo dela. No entanto, esse sentimento de saudade o impedia de ir para outro lugar.Na verdade, a Aurora sabia qual era o propósito frequente de Sílvio ao vir aqui recentemente. No início, ela ficou com raiva e relutante. No entanto, Isadora disse que, desde que houvesse mais contato, talvez houvesse uma chance de virar o jogo.E também...Ela olhou para o rosto no espe
Ela retornou do estúdio e disse a Ana: - Sempre sinto que vejo o Sílvio em nosso condomínio.Ana estendeu rapidamente a mão e a colocou na testa dela:- Você não está com febre, está? Você está doente? Com saudades do Sílvio?Lívia disse:- Eu sou tão indigna?Ana afastou a mão, com uma expressão séria. - Se não estiver com febre, está tudo bem, Lili. Se você realmente não consegue o esquecer, não é falta de dignidade, é apenas emoção. Não vou zombar de você. Se diante de mim você não consegue ser sincera, então eu como amiga realmente falhei. Esta noite vou dormir no quarto ao lado, você pensa bem sobre seus sentimentos. - Depois de falar, Ana foi para o quarto e trouxe um cobertor.Dando a Lívia um pouco de espaço pessoal para que ela pudesse organizar seus próprios sentimentos.Mas na frente de Carlos, ela não conseguia se conter: - Você acha que a Lili realmente gosta tanto do Sílvio? Mesmo com tantas coisas acontecendo entre eles, como pode haver a ilusão de ver o Sílvio? Ela a
João se encontrava atualmente em um conflito interno. Desde o dia em que cavou a cova, ele se sentiu mal ao chegar em casa. À noite, era atormentado por sonhos constantes com os dois bebês que nunca chegaram a se formar. Lívia, estendendo a mão, agarrava sua garganta, dizendo que ele teria que pagar pelo que fez ao cavar a cova. Até Sílvio ficava atrás dela, com um olhar frio, sem uma palavra de reprovação, mas com um poder que o assustava.Ao acordar cedo pela manhã, João perdeu a confiança no casamento de Aurora com a família Duarte. Especialmente quando Helena cuidava dele, ele hesitava e, mais uma vez, começava a ter esperanças em relação a Lívia. Após muita hesitação, reuniu coragem para pegar o telefone e tentar falar com Lívia. No entanto, desta vez, Lívia não atendeu sua chamada. Ela estava na loja de fotos para buscar as imagens capturadas por Ana em seu aniversário. As fotos, tiradas por uma repórter de primeira categoria, eram verdadeiramente encantadoras. Mesmo Lí
E assim foram lavados os últimos pensamentos dela.Naquele dia chuvoso, uma inquietação pesava em seu coração, não relacionada a problemas com seus pais ou a questões com Enzo, mas algo mais profundo...Contudo, ela acabou de negligenciando seus dois preciosos bebês.Não conseguia se perdoar.Também não podia deixar este assunto passar em branco.Cambaleante, segurando a urna funerária vazia, com o rosto marcado por impressões digitais ensanguentadas, se dirigiu ao ponto de contato do cemitério.Nem mesmo se lembrava quando havia perdido seus sapatos.Ao chegar à sala de vigilância, já estava descalça.Porém, não demonstrava dor, não chorava nem fazia alarde, apenas pedia calmamente:- Quero ver as gravações de vigilância.Tendo ela própria escolhido o cemitério, agora, diante de tal acontecimento, precisava descobrir o responsável.Caso contrário, não teria coragem de pensar neles.Até mesmo ao murmurar os nomes dos filhos em seu coração, se sentia pecadora.Precisava...Imediatamente
O coração de Enzo pareceu saltar uma batida.Lívia, que nunca havia falado com ele nesse tom, muito menos buscado a sua ajuda, agora estava ao telefone.Sua resposta, até então, sempre havia sido clara em seus atos de manter distância.No entanto, ele seguia esperançoso, se recusando a desistir.Ao ouvir Lívia falar dessa forma, a princípio ele pensou ter entendido mal.Só após confirmar que era realmente Lívia ao telefone, se acalmou, encaixou o celular entre a orelha e o ombro, descartou as luvas ensanguentadas após atender um paciente e respondeu:- Fale.Lívia, ouvindo essa resposta, soube que podia contar com ele.- Admito que tenho sido desprezível, sempre tentando te rejeitar, mas ainda assim... Estou pedindo sua ajuda. - Ela respirou fundo, sem nunca expor suas emoções mais vulneráveis.Ela permaneceu calma do início ao fim.Tão serena que fez Enzo acreditar que algo grave havia acontecido.Antes que ele pudesse perguntar, Lívia disse com voz firme:- Enzo, preciso de ajuda. O
Lívia não respondeu a ele, apenas disse:- Um último favor, encontre o endereço de Aurora para mim.Enzo desligou o telefone, se sentindo um pouco ansioso.O dia havia sido súbito, ele tinha vários turnos no hospital e não podia simplesmente abandonar os pacientes que necessitavam de cuidados.No entanto, se algo realmente acontecesse a Lívia...Não era momento para imprudências, o objetivo principal de Enzo era assegurar a segurança de Lívia.Por isso, ele contatou Sílvio.Sua mensagem foi direta:- Eu sei o que você fez a mim e a Lívia. Honestamente, não entendo seus motivos, mas se você tem um mínimo de afeição por Lívia, por favor, vá agora até ela, pois ela pode estar em perigo.Sílvio, confuso, não nutria simpatia por Enzo.Mas insistiu em não desligar:- O que você está dizendo?A casa de Lívia ficava ao lado da de Carlos.Se houvesse algum perigo, Carlos já o teria informado e não Enzo.Enquanto isso, um paciente de alto risco chegava ao pronto-socorro.Enzo não teve tempo para
Naquele dia chuvoso, a sensação de ser atingida por um golpe pelas costas, enquanto ela se protegia na frente dele, retornou.Parecia que seu sangue havia cessado seu fluxo.Seu coração estava pesado, sua mente, oprimida.Algumas coisas eram diferentes quando apenas pensadas e quando eram vistas com os próprios olhos.Ela havia dito antes que esperava que ele se casasse com Aurora, desejando que Sílvio reagisse, que ficasse furioso ao ponto de se exaltar, ou até que a agarrasse pelo pescoço com ira, dizendo para ela não falar asneiras!Mas ele não proferiu uma palavra em sua defesa.Ele amava aquela mulher profundamente.Mas seu coração já não sentia mais dor.Ela estava anestesiada.Agora, ela só desejava encontrar Aurora.E então... Matar ela!Esperar, suportar, ela não suportava mais esperar.Aurora, essa mulher, era insuportavelmente insolente!Ela precisava fazer com que ela pagasse ainda hoje!Lívia andava tão rápido quanto se estivesse voando, seus olhos e expressões eram severo