Lara tentou fechar a porta, mas Sara a impediu. —Você veio tirar sarro de mim? —ele perguntou à mulher. Aparentemente ela havia chorado tanto que sua garganta estava dormente e sua voz rouca. Acredite, mesmo que não pareça, tenho dignidade. Fique com o Emiliano, não me importo, apenas me deixe em paz. —Então por que você não me deixa em paz? - Sara gritou com ele. Ele estava com tanta raiva que não se importou com o estado lamentável em que a mulher se encontrava.Lara embranqueceu os olhos, parecia cansada daquela conversa, parecia cansada de tudo. -O que você está falando? —perguntou ela, meio farta, meio estressada. —Não foi suficiente você danificar os desenhos da minha coleção, se não estragar meu caderno e agora ameaçar meus filhos? Isso foi longe demais e não vou mais permitir isso. Quero que você pare agora, se quiser fazer alguma coisa ou me contar alguma coisa, me diga aqui e agora, não envolva meus filhos nisso.Lara abriu os olhos, surpresa. —Que diabos você está f
Ana entrou embaixo do caminhão. Ele acreditava que era a única maneira que tinha de escapar do tiroteio. Ele arrastou Jimena com ele. A mulher reclamou de dores, mas aparentemente a bala também tinha um ferimento de saída. Ele esperava que não tivesse afetado nenhum órgão importante. De qualquer forma, ele pressionou com força o buraco por onde saía o sangue e a mulher pegou o telefone, apertou algumas teclas e o deixou cair de lado. — Já chamei a polícia, eles virão em alguns minutos. —Quem são esses homens? —Sara perguntou. O tiroteio continuou intenso. As balas ricochetearam na calçada e atingiram o metal do carro acima de suas cabeças. — Alguns são do esquema de segurança de Emiliano. Ele os enviou atrás de nós porque não confiava em Lara, mas não sei quem são os outros.Sara ouviu o som de algo caindo no chão, algo metálico, então uma forte explosão jogou para o lado o caminhão dos homens que vieram defendê-los. A explosão foi tão forte que as janelas da van em que haviam ch
Emiliano soube naquele momento que aquela sensação que o atormentava o acompanharia por toda a vida. Era um medo visceral, profundo, algo instintivo. Não era como nenhum medo que ele havia sentido antes, nem mesmo no ataque em que sua vida quase foi tirada ele sentiu tal sensação de vazio. Era como se ele tivesse saltado de vários quilômetros de altura para a morte certa. —Senhor, você ainda está aí? —perguntou-lhe o homem do seu esquema de segurança. Estou lhe dizendo que a Sra. Sara acaba de ser sequestrada.Emiliano demorou um longo segundo para entender o que estava acontecendo, para entender o que aquelas palavras significavam. Quando tudo voltou para ele, ela bateu no peito dele com tanta força que ele caiu sentado no móvel. Ele nem percebeu quando se levantou. - O que aconteceu? — ele gritou ao telefone, apavorado. —Ela tinha terminado de falar com Dona Lara quando alguns caras a interceptaram. Trouxeram uma granada e explodiram o nosso carro. A maioria deles morreu e foi
Emiliano agarrou o telefone com força e deu um passo para trás, afastando-se da ambulância. Jimena o observou atentamente. O indicador de chamada dizia que era Ezequiel, seu sogro, ou melhor, seu ex-sogro. Emiliano sentiu uma sensação estranha no estômago, como um mau presságio. “Isso é impossível”, disse ele, e então atendeu a ligação. O que você quer? —ele perguntou com um pouco de impaciência.Do outro lado, Ezequiel riu. — Surpresa — disse ele — acho que esse joguinho termina hoje.Emiliano segurou a trave ao seu lado para não perder o equilíbrio. —Então é você. Todo esse tempo sempre foi você.Ezequiel suspirou profundamente do outro lado da ligação. —Parece-me que você é muito ingênuo. Foi muito fácil desviar a atenção para minha filha. —Ele é um monstro, por que você fez isso com ele? — O homem riu novamente. —Ela vai me perdoar, ela é minha filha. Tudo o que faço, estou fazendo para o seu bem. — Você está tentando me matar para o bem dele? —Emiliano gritou par
Sara sentiu um enjôo no estômago ao ver Emiliano subindo as escadas. Ele sabia para que Ezequiel queria isso. Eu sabia que queria matá-lo. Não entendi os motivos nem o porquê, mas faria isso. Ela não passava de isca e Emiliano caiu no jogo dela. Quando o homem olhou para ela, ela negou veementemente. Ela queria gritar para ele correr, mas a mordaça estava firmemente em sua boca. Ele começou a empurrá-la com a língua enquanto os homens conversavam brevemente. Eu precisava tirar isso dele, precisava gritar para ele correr, mas era tarde demais.Ezequiel sacou a arma, apontou para o chão, mas segurou-a com força na mão. “Eu quero a sua vida”, disse ele a Emiliano.O marido levantou a cabeça. Pensar dessa forma fez com que o nó em seu estômago aumentasse ainda mais. O marido dela era marido dela porque legalmente ele era, porque ela queria que ele fosse, porque eles nem sequer tinham se divorciado. Pensar nele como seu marido a fazia sentir aquela sensação de proteção e de que deveria
Sara observou Emiliano pular para o lado, desviando do próximo chute de Ezequiel. Ele se escondeu atrás da porta. O segundo homem que subiu com Emiliano correu em sua direção para tentar atirar nele, mas outro tiro no ombro o fez cair escada abaixo. Sara encostou-se na parede e levantou-se. Pelotas de bala voaram sobre sua cabeça. Quando ele caiu, a cadeira de madeira quebrou e o encosto bateu em suas costelas, mas ele não se importou. Ela se mexeu e os pedaços de madeira que a prendiam à cadeira começaram a se afastar, deixando-a livre.Sara levantou-se, descalça, cansada e com medo. Ao longe ele conseguiu ver um tubo de metal e agarrou-o. — Aonde você vai, vadia? - Ezequiel gritou para ele. Mas Sara conseguiu se proteger atrás de uma parede antes que o homem atirasse nela. As balas quebraram o concreto próximo a ele. Ezequiel estava atirando para a esquerda e para a direita. O som do helicóptero ficou cada vez mais alto. Sara observou mais alguns homens descerem do terraço.
Sara não sentiu raiva pela confissão de Luna, nem sentiu prazer ao vê-la desmoronada na sua frente. Ele estendeu a mão e agarrou a mão de Luna com força. A mulher tentou afastá-la, mas Sara a segurou.— Deixa eu adivinhar, Mário? — Sara perguntou, e Luna assentiu. —Ele me contou que você foi infiel ao Emiliano. Ele mentiu para mim e me manipulou. Por isso contratei uma prostituta para fingir que dormia com ele. Eu nem sabia como eles o drogaram.—Você é a mulher que apareceu no vídeo de segurança com o capacete de motociclista, certo?Luna assentiu. — Você não sabe o quanto esses anos pesaram para mim. Quando você voltou para a Casa Monter, fiquei com medo, por isso me comportei de forma tão hostil. Tive medo que você soubesse a verdade. Eu estava com medo de que meu irmão me denunciasse por isso.Sara apertou a mão da mulher com mais força. — A culpa não é sua, a culpa é do Mário. Foi ele quem nos manipulou, quem nos usou. Lamento muito que tenha chegado a esse ponto. Mas o im
Era sexta-feira à noite, despedida de solteiro de Emiliano Monter, o homem mais rico e frio da cidade. Emiliano Monter Ele estava sentado no grande móvel cercado por seus amigos, não havia mais que seis homens, os únicos seis em quem ele realmente podia confiar. As luzes se apagaram, apenas uma no centro do teto acendeu e apontou para um ponto específico onde apareceu uma mulher loira. Ela tinha cabelos curtos na altura dos ombros e uma máscara que cobria seu rosto, um terno de couro que ajustava sua silhueta perfeita com correntes de prata que faziam barulho quando a mulher se movia. A música começou, os amigos de Emiliano se inclinaram para assistir ao show, mas ele apenas encolheu os ombros, não queria uma despedida de solteiro, também não queria uma dançarina exótica, mas quem poderia dizer não ao seu amigo Samuel? A mulher esticou os quadris e arqueou as costas. Não havia dúvida de que ela era uma mulher espetacular, com uma figura forte e pernas bem torneadas, mas havia al