Eles diriam “sim” em algumas semanas. O brasileiro decidiu assim, pois não queria ficar mais tempo sem chamar aquele cisne dourado de esposa.Sua amada esposa.Ela, claro, aceitou, mais que encantada, radiante por organizar o casamento dos seus sonhos.— Quero que seja algo muito íntimo, com as pessoas que realmente nos apreciam — dissera-lhe ele enquanto tomavam o pequeno-almoço na esplanada.Foi um belo dia. De nuvens brancas e flores amarelas. Houve paz absoluta. O sol filtrando-se timidamente pelos galhos das árvores, pintando de luz a grama do jardim.Nick tomou um gole de café.- Isso parece perfeito para mim.—Vou convidar Cristo e Gali também.- Estou de acordo.— Quero flores em todos os lugares e que seja um casamento aberto, no jardim — encostou-se na grade, inalando o ar puro daquela estação.—É uma excelente ideia.— Gostaria que o Thiago me entregasse no dia da cerimônia. Você acha que posso convencê-lo?- Você poderia tentar.Tudo o que ela disse a ele foi mais do que p
Tomaram um banho que durou cerca de quarenta e cinco minutos, e enquanto conversavam sobre um pouco de tudo, sobre seus sonhos de casal e futuros novos pais, lá fora o telefone continuava vibrando na mesa de cabeceira.Ao sair, Nick percebeu que a tela havia acabado de ser desligada. Ele pegou o aparelho e verificou se tinha muitas chamadas perdidas do cunhado, além de uma mensagem.“Você deve vir para o Rio imediatamente! "Não diga nada para minha irmã."Imediatamente, o brasileiro ficou tenso, passando da surpresa à preocupação.Ele deu uma rápida olhada e viu que Calioppe ainda estava secando os cabelos em frente ao espelho para ligar para Thiago. Tinha que ser algo muito importante.“Nick”, cumprimentou seu cunhado do outro lado da linha após atender. Parecia comprimido.— Não vi as ligações. Esta tudo bem? - ele perguntou em voz baixa. Se fosse algo delicado, ele não queria alertar a esposa.Thiago suspirou muito antes de responder.“Tiara deu à luz há algumas horas, me ligaram p
Eles chegaram ao local indicado.Vários policiais já estavam no local e alguns civis estavam reunidos no local.Thiago Da Silva fervia de coragem. Seu peito subindo e descendo. Suas mãos se transformaram em dois punhos muito cerrados e sua visão estava escura, quase embaçada. Ele abriu caminho no meio da multidão, passando pelos corpos que estavam no caminho e murmurando entre si.Ele não parou até vê-la, ela estava deitada de costas, algemada e prestes a ser levada em uma das viaturas da polícia.-Tiara! - ele gritou, caminhando furiosamente em direção a ela. A mulher não se virou. Um agente ficou em seu caminho, mas ele o empurrou com força.Nick seguiu logo atrás. Ele tentou fazê-lo ver a razão o tempo todo, mas simplesmente não quis ouvir além da raiva e do ressentimento.— Thiago, espere, não faça nada de que possa se arrepender.-Tiara! - ele gritou novamente até alcançá-la, ignorando o bom senso do amigo. Ele pegou a mulher pelo braço e a virou, sacudindo-a. Mil vezes, droga!E
Ela abriu os olhos lentamente, um tanto desorientada. Demorou para entender que estava no quarto e agrupar as imagens.—Lilo? — A voz do Thiago me fez mexer as pálpebras. Ele estava sentado ao lado da cama.Ele parecia abatido, como se dez anos tivessem se passado, ele também tinha vários dias de barba e olhos cansados.—Onde…onde está Nick? - ele conseguiu perguntar, tentando se sentar.Seu irmão olhou para ela, cheio de pena.- Usando…Ela abriu os olhos, negando."Não..." ele engasgou.Ele tentou tocá-la, mas ela se afastou, encostando-se no encosto da cama. Lívido.—Onde está Nick? — ela perguntou novamente, esperançosa, incrédula — Ele disse que viria! Que eu contaria as horas para…! —sua voz falhou.- Escute-me…- Não! Eu não quero ouvir nada! Eu amo Nick! Eu amo o pai do meu filho! Onde está? – pulou da cama. Tudo dançou ao seu redor novamente e ele perdeu as forças.Thiago capturou sua cintura. Ele a pressionou contra ele, abraçando-a.- Não! Solte! — ele se moveu abruptamente
A partir daquele momento, Alexia e Calioppe tornaram-se uma só pessoa, uma agarrada à outra, implorando entre lágrimas por uma resposta rápida.Eram quase seis da manhã quando Thiago saiu do quarto que lhe fora designado ao chegar. Ele estava falando ao telefone quando Calioppe o interceptou. Todo mundo ainda estava dormindo.- O que você sabe? —perguntou ela, ainda cheia de angústia. Ele não conseguiu dormir a noite toda. Ele também não foi sincero.“Acabei de contactar o meu contacto, há novidades”, disse-lhe ele com uma expressão inescrutável. Ela ficou tensa.- Que? O que te disseram? - ele exigiu saber.Thiago colocou a mão em seu ombro, suspirando.—É melhor sentarmos e conversarmos.—Não, me conte agora. Ele está bem? Voltará?— Calioppe, por favor, vamos sentar e conversar — ele implorou, e ela não teve escolha a não ser obedecer.Desceram para o escritório, lá ficariam sozinhos.— Fale agora, Thiago, por favor — ela se virou quando ele fechou a porta, abraçando-se, arrasada
Thiago Da Silva sentiu que não poderia estar dentro da própria pele. A culpa o corroeu e a dor e a angústia invadiram seu sistema até que ele ficou sem fôlego.Ele afrouxou o nó da gravata e olhou o relógio em seu pulso.Uma hora se passou desde que sua irmã foi internada e ninguém lhe deu uma maldita resposta.—Que diabos está acontecendo para ninguém sair para me informar sobre o estado de saúde da minha irmã? — ele não falava com ninguém, energicamente, andando de um lado para o outro e captando vários olhares curiosos.Nesse momento, o som de passos tímidos e um aroma particular de flores frescas chegaram até ele. Ele inclinou a cabeça. Era Alexia."Eu... eu trouxe café", ela disse a ele, com uma voz doce que conseguiu perturbá-lo.Isso nunca tinha acontecido com ele.Não dessa maneira.Além disso, foi a primeira vez que ele a ouviu falar ou pelo menos olhou para ele.Ele não gostou do que aquele gesto insignificante fez com ele. Ele não gostou nada disso."Eu não pedi nada", ele
Mais tarde, quando já estava escurecendo, permitiram o acesso de visitantes. Alexia ficou animada. Ele queria estar lá para ajudar sua cunhada. Seu irmão iria querer que fosse assim. Ele já tinha visto o sobrinho através do vidro do berçário algumas horas atrás.Ele era um bebê lindo; e embora fosse muito pequeno, nunca deixava de surpreendê-la com sua aparência forte e saudável.Ela entrou na sala, devagar, timidamente e sem fazer barulho.- Posso passar? - ele perguntou baixinho.Caliope olhou para cima. Seus olhos brilharam. Finalmente um rosto familiar. Ela esteve cercada por enfermeiras a tarde toda."Sim, por favor", ele respondeu com um pequeno sorriso. Eu ainda estava dolorido da cabeça aos pés.Alexia sentou-se numa cadeira ao lado da cama.- Como se sente? - te pergunto. Foi muito fácil conversar com ela e, ao contrário dos demais, ela se sentiu em paz, calma, familiar."Tudo bem, um pouco dolorido, mas tudo bem", ela disse lentamente. Meu amor... Você sabe como ele é? As en
Assim que amanheceu, Thiago foi tomar banho e vestir algo mais apropriado. Depois voltou ao hospital para se despedir da irmã, pois não se veriam até que a escuridão e o perigo da noite impedissem a continuação da busca.Ao entrar na sala, ele esbarrou em algo, ou melhor, em alguém. Era Alexia. Ele agarrou os braços dela com firmeza para que ela caísse e a perfurou com o olhar, cerrando os dentes. “Por que ele teve que ficar no caminho dela?” Ele pensou com aborrecimento.Ela piscou, vermelha até os poros."Sinto muito", ele sussurrou, sentindo como o calor do contato daquele homem chegou até o último canto de sua pele, fazendo-o tremer fracamente."Ele tinha acabado de tomar banho", ela deduziu timidamente, absorta nos olhos dele. Cheirava a loção. De repente, ele se sentiu muito desconfortável e mudou.Thiago tomou um gole, soltando-a, surpreso.“Olha da próxima vez,” ele falou calmamente e se afastou para ver sua irmã, que já estava sorrindo.Alexia saiu com as bochechas coradas. "