Ice NorthwindA expressão cansada nos rostos dos pais de Crystal não passava despercebida quando eles nos levaram até o quarto de visitas. Era como se a atmosfera estivesse carregada de grandes emoções.Assim que entramos no quarto, Lissy, minha cunhada, com sua habitual espontaneidade, também apareceu. Ela começou a conversar com Crystal, mas logo percebi que elas precisavam de um momento sozinhas. Então, decidi sair para caminhar um pouco pelo bairro.Enquanto percorria as ruas tranquilas, minha mente estava mergulhada em pensamentos. O que estaria acontecendo com o Ivan, o que estava o motivando a agir daquela forma. Será que havia algo mais acontecendo além do que os olhos podiam ver? Eu sentia o peso da incerteza e da curiosidade me envolvendo enquanto avançava pelas ruas vazias, deixando a brisa noturna acalmar meus pensamentos tumultuados.Assim que retornei para a casa dos pais de Crystal, avistei seu pai biológico na entrada, sentado em um banco de madeira. Seus olhos encontr
Crystal NorthwindNo dia seguinte acordei e lavei o meu rosto, a Lissy me deu algumas de suas roupas, tomei um banho e logo tomei o café da manhã com meus pais, minha irmã e o meu esposo, eu me sentia completa, e era assim que eu queria que o Ice se sentisse.—Lissy, será que você poderia ir comigo na loja que me falava sempre que era sua doceria preferida?—pergunto tentando disfarçar para o Ice, onde eu realmente gostaria de ir.—Claro, podemos ir depois do café da manhã.Após terminarmos, Ice insistiu para nos deixar na loja e depois iria para a casa dele para tomar um banho, trocar de roupa e resolver alguns assuntos no hospital, já que estava na Rússia.—O Ice também tem uma casa aqui na Rússia?Em pensar que anos atrás estávamos dividindo um apartamento minúsculo em Cambridge, agora você pode escolher em qual casa irá ficar, mas sendo bem sincera, eu queria que vocês não voltassem para a Itália, seria tão bom se morassemos aqui, juntos em família, sem contar que nossa mãe não vai
Ice NorthwindAssim que chego ao hospital, o Hans me acompanha até o meu consultório e digo:—O doutor Edward trabalha aqui a quanto tempo?— Um pouco mais de cinco anos, ele é um excelente pediatra.—Quero que ele venha aqui, preciso falar com ele—digo pensando na proposta que tenho a fazer ao meu sogro.—Ele está em cirurgia e assim que sair peço que venha até aqui para falar com o senhor.Hans sai do meu consultório, assino alguns documentos e depois levanto, olho pela janela e fico observando o jardim através da minha janela, por um momento, pensei que poderia me mudar para Rússia, se a família da Crystal se recusassem a se mudarem para a Itália.Eu me sentia feliz como a muito tempo eu não conseguia sequer imaginar esse sentimento, mas de certa forma isso também me deixava com medo, já que na vida, ninguém pode ser feliz sempre, eu não queria que a tristeza e solidão voltassem a fazer parte da minha vida, mas eu sentia que por mais que eu estivesse vivendo um momento feliz na mi
Crystal NorthwindPorém, a calmaria é interrompida quando Ice aparece na mansão. Seu rosto está contorcido pela raiva e irritação, e meu coração afunda ao vê-lo assim. Ele imediatamente ordena que vamos embora, sem nem mesmo olhar na direção do irmão.Eu tento acalmar a situação, pedindo para ele pelo menos cumprimentar o Aleksander e ficar um pouco mais, mas minhas palavras parecem cair em ouvidos surdos. Ice está irredutível, e sua explosão de emoções parece não ter fim. Ele sai da mansão sozinho, deixando-me perplexa e confusa.Enquanto o vejo partir, dirigindo o carro em alta velocidade, o meu coração se aperta com a preocupação. O que aconteceu para ele estar tão furioso? E o que isso significa para nós, para nosso relacionamento? Essas perguntas pairam no ar, sem respostas imediatas à vista.As palavras gentis do Aleksander ecoam em meus ouvidos, e sinto um aperto no coração ao ver a tristeza em seu olhar. Seus olhos, normalmente tão vivos e cheios de confiança, agora estão nubl
IceNós nos encaramos em silêncio, o peso da decisão pairando entre nós. É um momento de clareza e confronto, onde as verdades não ditas são finalmente trazidas à luz. E, apesar da dor da separação iminente, há também uma sensação de frustração, é difícil amar alguém e tentar protegê-la de tudo, muitas vezes é preciso deixar ir para permitir que o outro cresça, nesse momento quem precisava crescer era eu e a conhecendo o suficiente sabia que ela não iria ceder.Crystal NorthwindEu me viro para encarar Ice, meu esposo mesmo que por conveniência, com os olhos cheios de determinação, mas também de uma pontada de tristeza. Seus planos de voltar para a Itália soavam como uma sentença de afastamento, não apenas geográfico, mas emocional.—Se você não quer ficar na Rússia por causa do Aleksander, então eu irei com você para a Itália. Não apenas porque sou sua esposa, mas porque somos melhores amigos—eu digo, tentando transmitir toda a profundidade do que estou sentindo.A expressão de Ice
AleksanderAbro a porta da minha mansão e vejo Lissy diante de mim, toda molhada pela chuva que caía lá fora. Um misto de alívio e gratidão se mistura dentro de mim ao vê-la ali tão rápido. Eu não sabia o que fazer, meu filho Andrei estava com uma febre alta, e eu estava começando a entrar em pânico.—Obrigado por vir tão rápido.—agradeço a ela, segurando sua mão por um momento antes de guiá-la até o quarto de Andrei.Lissy vai às pressas até o quarto do meu filho, sua expressão séria e determinada enquanto cuida dele. Seus movimentos são precisos e cuidadosos, e logo a febre começa a ceder, dando lugar ao alívio quando o pequeno Andrei finalmente adormece.Olho para Lissy, observando-a toda molhada não apenas pela chuva lá fora, mas também pela água do chuveiro ao dar banho em Andrei, quando ele estava com a febre alta. Ela é uma visão de coragem e compaixão, e meu coração se enche de admiração por ela.Então, decido convidá-la para ir até o meu quarto, onde ela poderá vestir roupas
AleksanderEla me afasta com um tapa, seu gesto firme me deixando perplexo, enquanto suas palavras ressoam em meus ouvidos como um trovão. O choque do tapa ainda latejava em minha pele quando ela me empurrou para longe, como se eu fosse uma ameaça iminente.— Como você ousa beijar-me se nem me reconheceu mais cedo?— ela desafia, seu olhar penetrante me perfurando com uma intensidade indescritível.Um sorriso involuntário se forma nos meus lábios diante da sua indignação, e rapidamente tento explicar.—Eu a reconheci desde que a vi, mas não queria constrangê-la diante da Crystal— confesso, tentando acalmar a tempestade que se formava entre nós. —Não sabia se você havia mencionado para ela sobre mim.Seus olhos vacilam por um instante, como se lutasse para processar minhas palavras. Mas então, uma compreensão relutante parece se instalar em seu semblante, suavizando a raiva que a consumia.O silêncio pesa entre nós, carregado com a tensão não dita e as emoções fervilhantes. Apesar da c
AleksanderCom o coração acelerado, adentro a imponente mansão de Viktor Petrov, meu maior rival na vida e no mundo do crime. Cada passo ecoa no hall vazio, enquanto as sombras dançam ao meu redor, alimentando minha inquietação.Ao encontrar Viktor, sua expressão impiedosa me acolhe, uma mistura de triunfo e ameaça. —Aleksander.—ele murmura, como se saboreasse meu nome em sua língua. —Finalmente veio se despedir do seu velho pai?Seguro firme meu semblante, ignorando a provocação. —Onde está meu pai, Viktor?Ele sorri, um gesto cruel que corta como lâmina afiada. —Ah, ele está seguro... por enquanto, proponho que me torne o Don de sua máfia, posso te dar alguns lucros nos negócios, mas você não será mais aliado a máfia russa, quero que me dê o poder de ter o controle de toda máfia Russa e assim terá o seu pai vivo e poderá ser um homem comum, mas bastante rico.A tensão no ar é palpável, pesando sobre mim como uma âncora. Meu pai, o último elo com meu passado, está nas mãos deste mons