Isabella, pede a ajuda das amigas para socorrê-lo e tenta encontrar os amigos do astronauta, mas não os encontra. Uma roda se forma em volta deles e alguém sugere tirar a máscara dele para que ele respire melhor. Carl começa a recobrar a consciência aos poucos e sente Isabella puxar sua máscara para que ele possa respirar. Ele segura sua mão, impedindo-a, e diz ao seu ouvido:— Não faça isso, Isabella. Vão me reconhecer. Só me tire daqui.Ela sente o coração bater mais rápido que as batidas da música eletrônica e reconhece a voz de Carl. Ela pede licença e solicita a ajuda do barman. Ambos abrem a roda e tiram o astronauta do meio da galera, levando-o apoiado em seus ombros.O barman ajuda Isabella a levar Carl para a adega do espaço, que tem ar condicionado e privacidade. Ela solicita ao barman que traga água e sal para que Carl possa colocar debaixo da língua. Carl está sentado no chão, encostado na parede, e assim que o barman sai, Isabella arranca a sua máscara e o encontra suado
O domingo amanhece ensolarado. Isabella acorda com a luz do sol batendo em sua janela e imediatamente sente o panapaná de borboletas no estômago ao se lembrar de Carl. Ele foi a primeira lembrança do dia em sua mente. Ela pensa: "Socorro, Deus. Eu preciso de ajuda para resistir a ele. Eu não posso e não consigo administrar uma paixão agora. Será um desastre, preciso focar na compra do meu apartamento, em meu trabalho e na guarda de João".Ela leva as mãos ao rosto e pensa: "Mas, as intenções dele estão claras. Ele quer passar uma noite comigo e, assim que conseguir, vai partir para a sua casa. Talvez não me procure nunca mais. Será que dou conta disso?”Isabella fala consigo mesma em voz alta: “Você é adulta, isso é desejo, e você também o deseja, não seja hipócrita. Então, se ambos se desejam, por que não?"Ela sente que duas vozes falam em sua cabeça: uma que quer arrumar motivos para se entregar ao desejo e outra que chama para o lado racional. O lado racional de Isabella sempre fo
Ao descer do elevador no décimo quinto andar, Carl encontra Isabella encostada na porta da suíte, esperando por ele. A visão dela faz seu coração acelerar, e ele caminha rapidamente em sua direção. Isabella sente como se suas pernas fossem falhar, o nervosismo misturado com a excitação a dominando. Quando Carl se aproxima, ele se contém um pouco para não a assustar, mas não resiste ao desejo de tocá-la. Olhando-a nos olhos, ele acaricia sua bochecha e sussurra em seu ouvido: "Você quase me enlouqueceu hoje."O arrepio percorre o corpo de Isabella ao ouvir as palavras de Carl, e ele não perde tempo antes de pressionar seu corpo contra o dela, pressionando-a sobre a porta da suíte, que ainda está fechada. Ele a beija com uma intensidade que revela o desejo reprimido por tanto tempo. O beijo é longo, ardente, e Carl a segura firme, como se não pudesse se desconectar da sensação que ela lhe desperta.Enquanto os beijos se tornam mais quentes, Carl, encosta seu dedo na digital da porta, e
Carl, ainda pensativo sobre o bilhete de Isabella, fecha os olhos e relembra a noite anterior—o toque dela, a intensidade do momento, a maneira como seus corpos se conectaram. Tudo parecia tão perfeito, como se o vazio que ele sempre sentiu tivesse finalmente sido preenchido. Mas agora, tudo que resta é o vazio novamente, só que ainda mais profundo, porque sente que precisa tomar uma atitude entre a razão e a emoção. Ele pensa: “Ela entendeu tudo errado. No seu desespero, ele chama Andrew até a sala de reuniões e mostra para ele o bilhete de Isabella.- Andrew, ela entendeu tudo errado. Me leve para Flowersville. Eu não quero que ela pense que foi uma noite para satisfazer meu prazer somente. Não era para ser assim, quero resolver esse mal-entendido. - afirma Carl.- Carl, você nunca escondeu de ninguém que suas relações são pontuais; essa informação saiu até nos jornais. O que você queria que ela pensasse? No mais, de fato, você voltará para Landscape em breve, e duvido que você quei
Após ouvir as palavras de Carl, Isabella sente sua razão se despedindo de seu corpo. Ela também o quer, mas, após a noite anterior, sabe que já não é mais por medo de se apaixonar, pois isso já aconteceu. Agora o medo é real—o medo de se encantar ainda mais por ele.- Carl, vou ser sincera com você; não gosto de rodeios. Eu saí pela manhã de Green Hill por dois grandes motivos: o primeiro foi o receio de como me trataria após estar satisfeito. O segundo é que a noite de ontem foi magnífica, e quando isso acontece, precisamos nos proteger dos nossos sentimentos quando o destino não favorece as circunstâncias. Você me entende?- Não. Eu não entendo. Aliás, não quero entender nada. Responde ele.Ele se aproxima bruscamente e a abraça forte.- Não faça isso comigo, não faça isso com a nossa conexão. Eu vim a esta cidade só para te ver, Isa. Quero aproveitar cada minuto contigo.Isabella sente o coração de Carl acelerado sobre o seu peito. Ela sabe que ele está sendo sincero; sua voz e se
Isabella se organiza para ir a Green Hill com Carl e resolve levar uma bolsa com algumas peças para que possa se arrumar por lá e seguir direto para o trabalho no dia seguinte. Apesar do medo que ela sente dos próprios sentimentos, ela se alegra de poder viver algo tão intenso e pensa: “Talvez seja melhor ir do céu ao inferno do que passar uma vida inteira no purgatório.” Ela tem absoluta clareza de todos os seus atos e das consequências dos mesmos, diferente de Carl, que sente sem filtro. Não por ser livre e viver intensamente, mas por falta de habilidade emocional, ele nunca sentiu as sensações que Isabella desperta nele. Sempre teve o controle de todas as situações, e agora, ainda que sinta estranheza com os novos sentimentos, ele nega que isso possa ser algo além de desejo.Isabella avisa sua mãe que dormirá fora de casa e solicita que ela leve João para a escola no dia seguinte.— Filha, não quero me meter na vida de uma mulher adulta e bem resolvida como você, mas tome cuidado.
Ambos ainda estão na banheira, e Isabella segue deitada sobre o ombro de Carl. Ela pergunta: “Satisfeito, Sr. Strong?”Ele responde prontamente: “Satisfeito... Não. Ainda bem que temos uma noite inteira pela frente.”Isabella, devagar, se levanta de seu colo e diz: “Você precisa comer algo. Está há horas em jejum.”“Sim, nós vamos. Pedi para a chef do hotel nos preparar um jantar,” explica ele.“Como assim, pediu? Você não tinha certeza de que eu viria.”“Claro que tinha. Eu não sairia de lá sem você,” fala ele, sorrindo.Ele se levanta da banheira para apanhar os roupões. Ao se levantar, Isabella o observa detalhadamente, reparando na largura de suas costas e nos músculos bem definidos, e pensa: “Ele realmente é um deus grego. O que esse homem viu em mim?”Ela pensa que despertou o interesse de Carl por ter se tornado um desafio para ele, já que disse “não” a ele no dia do coquetel. Ela se questiona: “Será que ele já ouviu um 'não' na vida?” Resolve perguntar, na intenção de fortalec
Na terça-feira pela manhã, Ricardo, desconfiado, vai até a porta da escola de João para verificar se Isabella o levaria à escola. Como previsto, ele vê sua ex-sogra deixando o menino na escola. Furioso, ele se aproxima de dona Amélia, mãe de Isabella, e diz: “Onde a libertina da sua filha dormiu?” Amélia pensa rápido e responde: “Em casa.”- Em casa, não. Eu a vi saindo com o seu amante em um Jaguar. - Papai, o que é amante? Cadê a mamãe? Por que está bravo com ela? A criança começa a chorar.- Tá vendo, Ricardo, o que você fez? Amélia pega João no colo e o acalma. Assim que a criança se sente melhor, ela a entrega para a professora.-Ricardo... Minha filha não te deve satisfação alguma. Ela já pediu o divórcio, assine e a deixe em paz.- Isso mesmo, dona Amélia, passe a mão na cabeça da sua filha. Logo mais, ela estará mais rodada que a roda-gigante da cidade e, quando isso acontecer, não adianta chorar para retomar o casamento, porque quem não vai querer sou eu.- Me deixe em paz