Marcelo deixou Marina em casa, para que descansasse, e voltou ao seu próprio apartamento a fim de trocar de roupa e trabalhar. Chegou à delegacia bem disposto, apesar das poucas horas de sono.Podia se acostumar com isso! Transar ao invés de dormir. Era bem melhor. E afinal, quem precisava descansar? Na verdade, só de pensar em Marina, ele se animou mais uma vez. Oh, oh, aquela garota ainda ia deixá-lo doido! Tinha sido incrível fazer amor com ela, definitivamente melhor do que o sexo feito com qualquer outra mulher com quem já houvesse se envolvido. Resultado de estar apaixonado, isso era uma certeza incontestável. Mal podia esperar para encontrar Marina novamente, para levá-la para a cama outra vez, e gastarem toda a energia que possuíam, ao fazerem amor novamente. Ah, sim, Marcelo estava ansioso para passar outra noite mal dormida, contanto que tivesse sua garota bem agarradinha a ele, o corpo quente e macio contra o seu, a respiração morna junto ao seu pescoço, os gemidinhos ansio
Ao sair do banheiro, já vestida para esperar a hora do jantar, Marina deparou-se com Lorena amordaçada e amarrada em uma cadeira num canto da sala. No sofá, confortavelmente sentado, estava Dimitri, com seu olhar sombrio e semblante indecifrável.— Boa noite, minha cara.Ela não teve tempo suficiente para gritar ou correr. Ele era enorme, e a dominou com facilidade. Amarrou-a e amordaçou-a da mesma forma que havia feito com a sua amiga. Prendeu-a em outra cadeira e sentou-se diante dela.— Eu não queria ter que vir aqui, porque afinal de contas vocês são minhas clientes e não gosto de misturar as coisas, mas como vocês sabem, sou um adivinho muito procurado. Meu problema é que estou tendo dificuldades nos negócios... Porém as coisas podem melhorar. Um dos meus antepassados era praticante de magia negra, e decidi que também farei uso dela. Com isso meus problemas acabarão de vez, estarei apto a fazer adivinhações e reconquistar minha clientela. Eu tenho um nome a zelar, e um padrão de
Dimitri pigarreou, voltando ao momento presente:— Eu sou muito, muito bom em hipnose. Mas não ando na melhor das marés...Então voltou a focalizar Marina e Lorena, dando-lhes um sorriso grande, e um tanto assustador. Abriu as mãos num movimento que deveria servir para acalmá-las, e tornou a falar, agora em voz baixa:— Não serei mau para vocês. Vi suas auras, e eram boas, e não fizeram nada de errado contra mim. Lorena simplesmente esquecerá que eu estive aqui e que levei você comigo, Marina.Ele olhou para Marina e deu de ombros, como pedindo desculpas: — Preciso levar você, compreenda. É que dessa vez preciso que minhas adivinhações sejam mais eficientes, pois tenho uma grande cliente, uma empresária poderosa, e há muito dinheiro envolvido. E nesses casos, é necessário um sacrifício...Ele continuou a falar, como se estivesse dizendo algo muito natural:— Para que a minha mente funcione melhor, dessa vez ao invés de sacrificar algum animal, sacrificarei uma virgem. Não tive muita
Marcelo estava estacionando o carro em frente ao prédio da namorada.— Você podia pelo menos deixar que eu passasse em casa para colocar uns sapatos mais confortáveis, André! Fiquei de sapato social o dia todo, e merecia trocar por uns tênis.— Não, Marcelo, estou ansioso para conhecer logo a sua amiga gostosa!— Nós vamos chegar lá cedo demais, nem sei se elas estarão prontas nos esperando.— Não tem problema, vale a pena esperar por uma mulher bonita.— Sou pontual, mas chegar antes da hora costuma irritar as mulheres.— Ah, que nada!Marcelo bufou.Chegaram ao edifício, e a portaria estava escancarada, sem o porteiro.O instinto policial de ambos entrou em ação, os alertando ao mesmo tempo. Marcelo lançou um olhar significativo para André, que respondeu levantando a barra do paletó e mostrando a pistola automática. Entraram silenciosamente, e seguiram pelas escadas, parando em cada pavimento e ouvindo atrás das portas. Era um prédio pequeno, com quatro apartamentos por andar, e log
— O varal de roupas do meu apartamento parece até loja de lingerie. Nunca vi tantas calcinhas e sutiãs juntos! André dava risadas ao escutar as histórias de Marcelo. Estavam tomando café, enquanto falavam sobre o fato de Marina e Lorena estarem provisoriamente hospedadas com ele, traumatizadas demais para voltarem à casa onde haviam visto o diabólico Dimitri morrer.— Mas em compensação minha casa nunca foi tão divertida. Marina e Lorena juntas são muito engraçadas, você sabe.André estava namorando com Lorena, e o grupo estava quase sempre junto.— E, além disso, no final do dia você tem duas beldades para admirar. — Gracejou o perito criminal.— Quando a Simone vai lá para casa conversar com elas, então parece o paraíso: é muita perna de fora e muito bumbum empinado ao mesmo tempo. Tem que ver os shorts que elas usam, é uma loucura...— Meu Deus, você é um depravado... — Sou um sortudo. — Marcelo riu.— Isso é inquestionável — concordou André. — Mas tudo que é bom dura pouc
Marcelo se despediu do amigo de forma vaga e se afastou resmungando.Uma coisa era manter um namoro com Marina quando ela morava em outro bairro. Outra coisa muito diferente seria fazer isto com ela morando em outra cidade, em outro Estado. Com horas de distância entre eles, talvez até um dia inteiro de viagem. Muito provavelmente precisaria viajar de avião para encontrar com ela, ou vice versa, isto é, se houvesse tempo para isso. Ele trabalhava muito, e sabia que o horário de serviço de um artista de novela também ea intenso, com tomadas de madrugada, e gravações que podiam demorar mais de doze horas para serem feitas, tomando o tempo de todos os envolvidos no projeto.Ele enlouqueceria se não a pudesse ver todos os dias da semana.Ele enlouqueceria se não pudesse mais tê-la nos braços todas as noites.E logo depois de quase perdê-la para um louco! Quando Lorena e Marina narraram tudo o que Dimitri lhes dissera, Marcelo e André ficaram pasmos. Era então aquele homem, estatelado no c
Ela continuava a saltitar, como uma criança feliz:— Sim! Eu consegui um emprego que eu queria muito!Ele deixou-se cair no sofá, sentindo seu mundo girar fora do eixo. Estava tonto:— Eu... Eu não sabia que havia um emprego que você queria muito...As sobrancelhas dela se ergueram, e o sorriso se abriu mais:— Na verdade, eu sonho com isso têm anos!!— Oh... é mesmo?Ela guardava-lhe segredos?— É mesmo! — Ela sacudiu uma mão no ar, minimizando a questão: — Ah, é que tem certas coisas que dá azar ficar falando. E todo o ano eu faço tentativas, provas, algumas vezes passo na primeira fase, mas depois... recebo o aviso de que não fui escolhida, então não sabia que agora, finalmente, eu iria conseguir.— É uma coisa que você deseja há anos... — Marcelo estava atordoado.Ele não era tão importante que merecesse saber de todos os sonhos que ela guardava? Ele não tinha sido um namorado interessado, que perguntava tudo sobre a garota aque amava? Tinha achado que sim, mas, pelo visto, havia
Ele quase gaguejou:— Você está falando da Escola de Teatro? A que fica no Centro da Cidade, aqui perto?Ela coçou a bochecha, pensativa:— É, não tão perto assim, acho que leva uns quarenta minutos para chegar lá, de ônibus...Marina viu a expressão de Marcelo mudar completamente, e um sorriso radiante surgiu no rosto anteriormente pálido.— Quarenta minutos de ônibus! É fantástico!— Fantástico? Quarenta minutos? – Marcelo estava doido?— É, não é? É aqui, na cidade!— Sim, isso que falei inicialmente. — Doido, definitivamente. Devia ser o calor, o Sol forte na rua.Marina pôs a mão na testa de Marcelo. Sem febre. Talvez só estivesse desidratado... Ele aproveitou e abraçou-a, segurando-a firme junto dele.— Eu estou muito feliz!E para provar isso, rodopiou com ela pela sala.— Parece mais feliz do que eu, agora. Você está bem?— Sim! — Marcelo parou de rodopiar, e segurou o rosto de Marina em suas mãos, encarando-a com intensidade — Era isso mesmo que você queria? Dar aulas? E as n