Capítulo 35O dia, que começara com um susto inesperado, deslizou suavemente para a noite. O jantar foi especialmente preparado por Cleide e Aurélio. A mesa estava adornada com várias delícias culinárias, enchendo a área gourmet com aromas convidativos.Jéssyca, embora ainda sentisse a inquietação da manhã, estava grata pela presença calorosa de todos ali. A pequena Nicole brincava tranquilamente dentro do bebê conforto enquanto os pais jantavam.Eles conversaram sobre vários assuntos até Jéssyca contar sobre o susto que levou de manhã.— A casa é de madeira, o material contrai durante a noite pelo tempo mais frio e de dia se expande pelo calor. É normal ouvir barulhos e vários estalos.— Depois de Ruan me explicar sobre isso e sobre o encanamento fiquei mais calma. Achei que estava pirando — disse chateada com toda essa situação.Eles continuam conversando até limparem a cozinha e cada um ir para suas casas.***Entretanto, no silêncio da madrugada, Jéssyca acordou abruptamente, o co
Capítulo 36Jéssyca se movia pelo telhado, mantendo-se agachada e segurando Nicole com firmeza. Cada passo era um risco calculado, seu coração batendo freneticamente enquanto tentava encontrar uma saída segura para escapar do invasor que a perseguia.Jéssyca não conseguia se concentrar em nada além de garantir a segurança de sua filha. O medo e a adrenalina impulsionavam cada movimento enquanto ela procurava por qualquer sinal de ajuda ou esperança.Aurélio, dirigindo com pressa, avistou a casa à distância. Seu coração batia forte, a preocupação tomando conta de seus pensamentos. Ao chegar ele desligou o carro às pressas e se aproximou rapidamente da entrada, sua mente focada em encontrar uma solução para aquela situação aterrorizante.Com um movimento brusco, Aurélio arrombou a porta da casa, adentrando com cautela. Seus olhos percorreram rapidamente o ambiente até que avistou Ruan desmaiado no chão em frente ao pé da escada. Seu coração se apertou ao ver o amigo em tal estado, mas e
Capítulo 37Dentro da viatura, Luíza range os dentes. Estava tão perto do sequestrador e, como se fosse fumaça, ele sumiu.Pelo rádio, avisa à central que chame todos os carros para ajudá-la. Enquanto isso, ela continua sua busca até entrar numa área aberta e não ver nada à sua frente.Ela dirige até chegar na rodovia, que está vazia. Sai do carro, olhando para os lados e tentando ouvir algum barulho que possa ajudá-la a encontrar o veículo. Tendo que se dar por vencida, chuta o pneu do carro, dando um grito de frustração.Voltou a entrar em contato com a central, avisando que voltará para a fazenda, pois tem um suspeito desmaiado e poderão interrogá-lo para descobrir onde levaram Jéssyca e por que a sequestraram.Com raiva, dá meia volta no carro indo em direção à fazenda.***Aurélio desce do carro correndo, passa em frente ao corpo do seu agressor, que ainda está desmaiado, indo direto para onde o amigo ainda se encontra caído e desacordado no pé da escada.No caminho, tinha ligado
Capítulo 38Momentos angustiantes se passam enquanto Ruan não acorda. Aurélio ligou para conversar com Luíza, que foi até o hospital, pegou Cleide e a bebê e as levou de volta para a fazenda, deixando-as lá com uma viatura para garantir a segurança do local.Enquanto isso, Aurélio está sentado numa poltrona em frente a Ruan. Seu rosto está desolado, coloca a mão na face, está quase chorando de tristeza. Tenta se manter forte, pois sabe que quando o amigo acordar, terá que contar sobre o que aconteceu com a esposa. Ele espera que a policial tenha notícias boas até ele despertar.— Ah, meu amigo... Eu sinto tanto...Suspirando, passa os dedos pelo rosto cansado. Ainda é madrugada e o tempo parece não passar. Seus pensamentos são interrompidos ao escutar a porta se abrir e ver a enfermeira entrar para trocar o soro com a medicação.A enfermeira o cumprimenta e faz seu trabalho rapidamente antes de sair, deixando-o novamente imerso em seus pensamentos.Às cinco da manhã, recebe uma ligaçã
Capítulo 39Jéssyca recupera a consciência, sentindo o corpo úmido e dolorido, como se pequenos animais estivessem rastejando sobre ela. Ela força suas pálpebras pesadas a se abrirem lentamente.O ambiente está molhado e impregnado de um odor de mofo e decomposição. Ela luta contra a ânsia de vomitar, controlando-se diante do cheiro nauseante.Com esforço, Jéssyca se ergue, tentando enxergar na escuridão. Aos poucos, seus olhos se adaptam à escassez de luz, revelando ratos, vivos e mortos, ao seu redor. Um grito desesperado escapa de seus lábios.Suas mãos estão amarradas, mas seus pés estão livres. Com dificuldade, ela se levanta e sobe na mesa mais próxima. Seu coração bate descompassadamente, sente-se tomada pelo pavor.Nesse momento de agonia, sua mente se volta para Ruan e Nicole. Jéssyca entende que está em cativeiro e a única opção é manter a calma e encontrar uma maneira de escapar.— Não é hora de ter medo... Foco... Foco... Preciso sair daqui!***Mais uma vez, Ruan desperta
Capítulo 40Jéssyca não tem tempo de pensar num plano, a porta se abre. O som da porta rangendo ecoou pelo cômodo, seguido por passos hesitantes. Jéssyca, ainda está tateando na escuridão, virou-se na direção do barulho. Fechou os olhos devido a claridade intensa.- Olá, donzela em apuros - Júnior entrou na penumbra, seu tom carregado de sarcasmo enquanto exibia um sorriso cínico. - Que cenário pitoresco. Pelo menos posso oferecer um pouco de luz para a bela dama?Ele acendeu uma lanterna, a luz revelando um rosto que Jéssyca tentava desesperadamente recordar.- Não me diga que está se esforçando para lembrar quem sou. Me sinto ofendido, pensei que meu tempo perto de você tivesse feito um impacto maior.Jéssyca franziu o cenho, tentando conectar os pontos em meio ao desespero. A memória finalmente trouxe o rosto de Júnior, um ex-funcionário da padaria.- Júnior, certo? - ela finalmente disse, cautelosa.- Bingo! Parece que alguém se lembra de mim. Parabéns pela memória. - Luciano deu
Capítulo 41Ruan entrou na delegacia com o semblante fechado, sua preocupação e desespero eram visíveis. Cada segundo sem notícias sobre o paradeiro de Jéssyca era angustiante para ele.Aurélio avançou na frente para conversar com os oficiais, pois Ruan estava mentalmente exaurido e sem paciência para qualquer tipo de diálogo. A única coisa que o acalmava um pouco era saber que a filha estava bem e fora de perigo.Enquanto aguardavam a policial Luíza, Aurélio recebeu uma ligação de Cleide avisando que Nikolas estava na fazenda com ela. Ruan sentiu-se aliviado por ter o filho amado por perto nesse momento tão difícil de sua vida.— Senhores, por aqui — apontou Luíza, indicando a porta.Eles adentraram e tiveram uma conversa direta com o delegado.— Senhor Rocha, acabamos de conversar com o suspeito e descobrimos o endereço onde sua esposa pode estar. Vou imediatamente enviar todas as viaturas para iniciar a busca.— Eu também quero ir.— Senhor...— Eu irei de qualquer jeito! — Ruan af
Capítulo 42A policial Luíza lidera a equipe na busca. Todos se mantêm em silêncio absoluto ao se aproximarem, preparados para qualquer sinal de movimento ou presença suspeita.Ao adentrarem a cabana, um arrepio percorre a equipe. Não há vestígios de alguém ter permanecido ali, nenhum sinal de vida ou qualquer pista que indicasse que Jéssyca poderia ter estado naquele local. A decepção e frustração pairam no ar, refletidas nos semblantes dos agentes e na expressão preocupada de Luíza.— Maldição! — murmura um dos policiais, frustrado com a falta de resultados.Luíza, mesmo desapontada, mantém a calma e ordena que continuem a busca na área, examinando cada canto, por menor que seja.Enquanto isso, Ruan, impaciente e aflito, observa o desenrolar da operação. A cada minuto sem notícias de Jéssyca, a agonia cresce dentro dele, um misto de desespero e determinação.— Não podemos desistir — ele diz com firmeza para si mesmo.Luíza se aproxima de Ruan, tentando acalmá-lo.— Senhor Rocha, ain