Capítulo 34Alguns dias se passaram, Ruan voltou a trabalhar normalmente. Os primeiros raios de sol já tingiam o céu quando ele se levantou da cama, pronto para enfrentar mais um dia.Jéssyca já estava acostumada com a rotina agitada com a bebê, embora as poucas horas dormidas ainda deixasse suas energias mais baixas do que o normal.Nicole, a pequena anjinha da casa, parecia ter um relógio interno ajustado de forma diferente do resto do mundo. Era ela quem costumava acordar primeiro que a mãe, espreguiçando-se com aquele sorriso encantador que derretia corações. Os choros noturnos haviam diminuído gradualmente deixando Jéssyca descansar mais durante a noite.Jéssyca abriu os olhos e sorriu ao ver Nicole olhando para ela com um sorriso nos lábios.- Olá, minha pequena luz do dia - disse Jéssyca, com um sorriso sonolento.Nicole estava com um sorriso travesso estampado em seu rostinho rosado, fazendo Jéssyca sorrir mais.O dia estava apenas começando, mas Jéssyca já se sentia grata por
Capítulo 35O dia, que começara com um susto inesperado, deslizou suavemente para a noite. O jantar foi especialmente preparado por Cleide e Aurélio. A mesa estava adornada com várias delícias culinárias, enchendo a área gourmet com aromas convidativos.Jéssyca, embora ainda sentisse a inquietação da manhã, estava grata pela presença calorosa de todos ali. A pequena Nicole brincava tranquilamente dentro do bebê conforto enquanto os pais jantavam.Eles conversaram sobre vários assuntos até Jéssyca contar sobre o susto que levou de manhã.— A casa é de madeira, o material contrai durante a noite pelo tempo mais frio e de dia se expande pelo calor. É normal ouvir barulhos e vários estalos.— Depois de Ruan me explicar sobre isso e sobre o encanamento fiquei mais calma. Achei que estava pirando — disse chateada com toda essa situação.Eles continuam conversando até limparem a cozinha e cada um ir para suas casas.***Entretanto, no silêncio da madrugada, Jéssyca acordou abruptamente, o co
Capítulo 36Jéssyca se movia pelo telhado, mantendo-se agachada e segurando Nicole com firmeza. Cada passo era um risco calculado, seu coração batendo freneticamente enquanto tentava encontrar uma saída segura para escapar do invasor que a perseguia.Jéssyca não conseguia se concentrar em nada além de garantir a segurança de sua filha. O medo e a adrenalina impulsionavam cada movimento enquanto ela procurava por qualquer sinal de ajuda ou esperança.Aurélio, dirigindo com pressa, avistou a casa à distância. Seu coração batia forte, a preocupação tomando conta de seus pensamentos. Ao chegar ele desligou o carro às pressas e se aproximou rapidamente da entrada, sua mente focada em encontrar uma solução para aquela situação aterrorizante.Com um movimento brusco, Aurélio arrombou a porta da casa, adentrando com cautela. Seus olhos percorreram rapidamente o ambiente até que avistou Ruan desmaiado no chão em frente ao pé da escada. Seu coração se apertou ao ver o amigo em tal estado, mas e
Capítulo 37Dentro da viatura, Luíza range os dentes. Estava tão perto do sequestrador e, como se fosse fumaça, ele sumiu.Pelo rádio, avisa à central que chame todos os carros para ajudá-la. Enquanto isso, ela continua sua busca até entrar numa área aberta e não ver nada à sua frente.Ela dirige até chegar na rodovia, que está vazia. Sai do carro, olhando para os lados e tentando ouvir algum barulho que possa ajudá-la a encontrar o veículo. Tendo que se dar por vencida, chuta o pneu do carro, dando um grito de frustração.Voltou a entrar em contato com a central, avisando que voltará para a fazenda, pois tem um suspeito desmaiado e poderão interrogá-lo para descobrir onde levaram Jéssyca e por que a sequestraram.Com raiva, dá meia volta no carro indo em direção à fazenda.***Aurélio desce do carro correndo, passa em frente ao corpo do seu agressor, que ainda está desmaiado, indo direto para onde o amigo ainda se encontra caído e desacordado no pé da escada.No caminho, tinha ligado
Capítulo 38Momentos angustiantes se passam enquanto Ruan não acorda. Aurélio ligou para conversar com Luíza, que foi até o hospital, pegou Cleide e a bebê e as levou de volta para a fazenda, deixando-as lá com uma viatura para garantir a segurança do local.Enquanto isso, Aurélio está sentado numa poltrona em frente a Ruan. Seu rosto está desolado, coloca a mão na face, está quase chorando de tristeza. Tenta se manter forte, pois sabe que quando o amigo acordar, terá que contar sobre o que aconteceu com a esposa. Ele espera que a policial tenha notícias boas até ele despertar.— Ah, meu amigo... Eu sinto tanto...Suspirando, passa os dedos pelo rosto cansado. Ainda é madrugada e o tempo parece não passar. Seus pensamentos são interrompidos ao escutar a porta se abrir e ver a enfermeira entrar para trocar o soro com a medicação.A enfermeira o cumprimenta e faz seu trabalho rapidamente antes de sair, deixando-o novamente imerso em seus pensamentos.Às cinco da manhã, recebe uma ligaçã
Capítulo 39Jéssyca recupera a consciência, sentindo o corpo úmido e dolorido, como se pequenos animais estivessem rastejando sobre ela. Ela força suas pálpebras pesadas a se abrirem lentamente.O ambiente está molhado e impregnado de um odor de mofo e decomposição. Ela luta contra a ânsia de vomitar, controlando-se diante do cheiro nauseante.Com esforço, Jéssyca se ergue, tentando enxergar na escuridão. Aos poucos, seus olhos se adaptam à escassez de luz, revelando ratos, vivos e mortos, ao seu redor. Um grito desesperado escapa de seus lábios.Suas mãos estão amarradas, mas seus pés estão livres. Com dificuldade, ela se levanta e sobe na mesa mais próxima. Seu coração bate descompassadamente, sente-se tomada pelo pavor.Nesse momento de agonia, sua mente se volta para Ruan e Nicole. Jéssyca entende que está em cativeiro e a única opção é manter a calma e encontrar uma maneira de escapar.— Não é hora de ter medo... Foco... Foco... Preciso sair daqui!***Mais uma vez, Ruan desperta
Capítulo 40Jéssyca não tem tempo de pensar num plano, a porta se abre. O som da porta rangendo ecoou pelo cômodo, seguido por passos hesitantes. Jéssyca, ainda está tateando na escuridão, virou-se na direção do barulho. Fechou os olhos devido a claridade intensa.- Olá, donzela em apuros - Júnior entrou na penumbra, seu tom carregado de sarcasmo enquanto exibia um sorriso cínico. - Que cenário pitoresco. Pelo menos posso oferecer um pouco de luz para a bela dama?Ele acendeu uma lanterna, a luz revelando um rosto que Jéssyca tentava desesperadamente recordar.- Não me diga que está se esforçando para lembrar quem sou. Me sinto ofendido, pensei que meu tempo perto de você tivesse feito um impacto maior.Jéssyca franziu o cenho, tentando conectar os pontos em meio ao desespero. A memória finalmente trouxe o rosto de Júnior, um ex-funcionário da padaria.- Júnior, certo? - ela finalmente disse, cautelosa.- Bingo! Parece que alguém se lembra de mim. Parabéns pela memória. - Luciano deu
Capítulo 41Ruan entrou na delegacia com o semblante fechado, sua preocupação e desespero eram visíveis. Cada segundo sem notícias sobre o paradeiro de Jéssyca era angustiante para ele.Aurélio avançou na frente para conversar com os oficiais, pois Ruan estava mentalmente exaurido e sem paciência para qualquer tipo de diálogo. A única coisa que o acalmava um pouco era saber que a filha estava bem e fora de perigo.Enquanto aguardavam a policial Luíza, Aurélio recebeu uma ligação de Cleide avisando que Nikolas estava na fazenda com ela. Ruan sentiu-se aliviado por ter o filho amado por perto nesse momento tão difícil de sua vida.— Senhores, por aqui — apontou Luíza, indicando a porta.Eles adentraram e tiveram uma conversa direta com o delegado.— Senhor Rocha, acabamos de conversar com o suspeito e descobrimos o endereço onde sua esposa pode estar. Vou imediatamente enviar todas as viaturas para iniciar a busca.— Eu também quero ir.— Senhor...— Eu irei de qualquer jeito! — Ruan af