Capítulo 36Jéssyca se movia pelo telhado, mantendo-se agachada e segurando Nicole com firmeza. Cada passo era um risco calculado, seu coração batendo freneticamente enquanto tentava encontrar uma saída segura para escapar do invasor que a perseguia.Jéssyca não conseguia se concentrar em nada além de garantir a segurança de sua filha. O medo e a adrenalina impulsionavam cada movimento enquanto ela procurava por qualquer sinal de ajuda ou esperança.Aurélio, dirigindo com pressa, avistou a casa à distância. Seu coração batia forte, a preocupação tomando conta de seus pensamentos. Ao chegar ele desligou o carro às pressas e se aproximou rapidamente da entrada, sua mente focada em encontrar uma solução para aquela situação aterrorizante.Com um movimento brusco, Aurélio arrombou a porta da casa, adentrando com cautela. Seus olhos percorreram rapidamente o ambiente até que avistou Ruan desmaiado no chão em frente ao pé da escada. Seu coração se apertou ao ver o amigo em tal estado, mas e
Capítulo 37Dentro da viatura, Luíza range os dentes. Estava tão perto do sequestrador e, como se fosse fumaça, ele sumiu.Pelo rádio, avisa à central que chame todos os carros para ajudá-la. Enquanto isso, ela continua sua busca até entrar numa área aberta e não ver nada à sua frente.Ela dirige até chegar na rodovia, que está vazia. Sai do carro, olhando para os lados e tentando ouvir algum barulho que possa ajudá-la a encontrar o veículo. Tendo que se dar por vencida, chuta o pneu do carro, dando um grito de frustração.Voltou a entrar em contato com a central, avisando que voltará para a fazenda, pois tem um suspeito desmaiado e poderão interrogá-lo para descobrir onde levaram Jéssyca e por que a sequestraram.Com raiva, dá meia volta no carro indo em direção à fazenda.***Aurélio desce do carro correndo, passa em frente ao corpo do seu agressor, que ainda está desmaiado, indo direto para onde o amigo ainda se encontra caído e desacordado no pé da escada.No caminho, tinha ligado
Capítulo 38Momentos angustiantes se passam enquanto Ruan não acorda. Aurélio ligou para conversar com Luíza, que foi até o hospital, pegou Cleide e a bebê e as levou de volta para a fazenda, deixando-as lá com uma viatura para garantir a segurança do local.Enquanto isso, Aurélio está sentado numa poltrona em frente a Ruan. Seu rosto está desolado, coloca a mão na face, está quase chorando de tristeza. Tenta se manter forte, pois sabe que quando o amigo acordar, terá que contar sobre o que aconteceu com a esposa. Ele espera que a policial tenha notícias boas até ele despertar.— Ah, meu amigo... Eu sinto tanto...Suspirando, passa os dedos pelo rosto cansado. Ainda é madrugada e o tempo parece não passar. Seus pensamentos são interrompidos ao escutar a porta se abrir e ver a enfermeira entrar para trocar o soro com a medicação.A enfermeira o cumprimenta e faz seu trabalho rapidamente antes de sair, deixando-o novamente imerso em seus pensamentos.Às cinco da manhã, recebe uma ligaçã
Capítulo 39Jéssyca recupera a consciência, sentindo o corpo úmido e dolorido, como se pequenos animais estivessem rastejando sobre ela. Ela força suas pálpebras pesadas a se abrirem lentamente.O ambiente está molhado e impregnado de um odor de mofo e decomposição. Ela luta contra a ânsia de vomitar, controlando-se diante do cheiro nauseante.Com esforço, Jéssyca se ergue, tentando enxergar na escuridão. Aos poucos, seus olhos se adaptam à escassez de luz, revelando ratos, vivos e mortos, ao seu redor. Um grito desesperado escapa de seus lábios.Suas mãos estão amarradas, mas seus pés estão livres. Com dificuldade, ela se levanta e sobe na mesa mais próxima. Seu coração bate descompassadamente, sente-se tomada pelo pavor.Nesse momento de agonia, sua mente se volta para Ruan e Nicole. Jéssyca entende que está em cativeiro e a única opção é manter a calma e encontrar uma maneira de escapar.— Não é hora de ter medo... Foco... Foco... Preciso sair daqui!***Mais uma vez, Ruan desperta
Capítulo 40Jéssyca não tem tempo de pensar num plano, a porta se abre. O som da porta rangendo ecoou pelo cômodo, seguido por passos hesitantes. Jéssyca, ainda está tateando na escuridão, virou-se na direção do barulho. Fechou os olhos devido a claridade intensa.- Olá, donzela em apuros - Júnior entrou na penumbra, seu tom carregado de sarcasmo enquanto exibia um sorriso cínico. - Que cenário pitoresco. Pelo menos posso oferecer um pouco de luz para a bela dama?Ele acendeu uma lanterna, a luz revelando um rosto que Jéssyca tentava desesperadamente recordar.- Não me diga que está se esforçando para lembrar quem sou. Me sinto ofendido, pensei que meu tempo perto de você tivesse feito um impacto maior.Jéssyca franziu o cenho, tentando conectar os pontos em meio ao desespero. A memória finalmente trouxe o rosto de Júnior, um ex-funcionário da padaria.- Júnior, certo? - ela finalmente disse, cautelosa.- Bingo! Parece que alguém se lembra de mim. Parabéns pela memória. - Luciano deu
Capítulo 41Ruan entrou na delegacia com o semblante fechado, sua preocupação e desespero eram visíveis. Cada segundo sem notícias sobre o paradeiro de Jéssyca era angustiante para ele.Aurélio avançou na frente para conversar com os oficiais, pois Ruan estava mentalmente exaurido e sem paciência para qualquer tipo de diálogo. A única coisa que o acalmava um pouco era saber que a filha estava bem e fora de perigo.Enquanto aguardavam a policial Luíza, Aurélio recebeu uma ligação de Cleide avisando que Nikolas estava na fazenda com ela. Ruan sentiu-se aliviado por ter o filho amado por perto nesse momento tão difícil de sua vida.— Senhores, por aqui — apontou Luíza, indicando a porta.Eles adentraram e tiveram uma conversa direta com o delegado.— Senhor Rocha, acabamos de conversar com o suspeito e descobrimos o endereço onde sua esposa pode estar. Vou imediatamente enviar todas as viaturas para iniciar a busca.— Eu também quero ir.— Senhor...— Eu irei de qualquer jeito! — Ruan af
Capítulo 42A policial Luíza lidera a equipe na busca. Todos se mantêm em silêncio absoluto ao se aproximarem, preparados para qualquer sinal de movimento ou presença suspeita.Ao adentrarem a cabana, um arrepio percorre a equipe. Não há vestígios de alguém ter permanecido ali, nenhum sinal de vida ou qualquer pista que indicasse que Jéssyca poderia ter estado naquele local. A decepção e frustração pairam no ar, refletidas nos semblantes dos agentes e na expressão preocupada de Luíza.— Maldição! — murmura um dos policiais, frustrado com a falta de resultados.Luíza, mesmo desapontada, mantém a calma e ordena que continuem a busca na área, examinando cada canto, por menor que seja.Enquanto isso, Ruan, impaciente e aflito, observa o desenrolar da operação. A cada minuto sem notícias de Jéssyca, a agonia cresce dentro dele, um misto de desespero e determinação.— Não podemos desistir — ele diz com firmeza para si mesmo.Luíza se aproxima de Ruan, tentando acalmá-lo.— Senhor Rocha, ain
Capítulo 43O caminho até em casa parece uma eternidade para Jéssyca e Ruan. Ela olha pela janela, uma mistura de emoções a invade. Lágrimas surgem novamente, agora de alívio.Ruan, no banco traseiro com Jéssyca, mantém a expressão séria, mas seus nós dos dedos estão brancos de tanto apertar, revelando a tensão ainda existente. Ele lança olhares rápidos para Jéssyca, preocupado com seu estado emocional.Ao saírem do carro, são recebidos pelos funcionários e pelo filho. Todos parecem aliviados e emocionados com o retorno seguro de Jéssyca.***Dentro de casa, a sensação de familiaridade é reconfortante. Jéssyca se senta no sofá, exausta, mas finalmente segura.Ruan vai até ela, sentando-se ao seu lado. Ele segura sua mão, olhando-a com amor e preocupação.— Estamos em casa, amor. Agora estamos seguros.Jéssyca olha para Ruan, um sorriso fraco aparece em seu rosto cansado.— Sim, finalmente em casa. Obrigada por nunca ter desistido de mim.— Nunca!Ambos se abraçam, o silêncio confortáv