A tarde estava ensolarada quando Enrico e Aurora decidiram aproveitar a praia particular da propriedade. O calor era convidativo, e o mar brilhava em tons de azul hipnotizantes.Aurora vestia um biquíni branco, simples, mas que contrastava lindamente com sua pele levemente dourada pelo sol. Por cima, jogou uma saída de praia leve, que esvoaçava ao menor movimento. Enrico, por sua vez, optou apenas por uma bermuda de tecido leve, os óculos escuros realçando sua aparencia descontraída.Eles caminharam pela areia fofa até encontrarem um lugar sob um grande guarda-sol que já havia sido previamente montado por um dos funcionários. Uma mesa com bebidas geladas e algumas frutas também os aguardava, dando àquela tarde um toque de luxo casual.&mdas
O sol já estava alto no céu quando Aurora despertou com aquele abraço quente a envolvendo. Não tinha a mínima ideia da hora que foram de fato dormir, haviam apenas sucumbido à exaustão do dia anterior.Seu corpo estava um pouco dolorido em certos lugares, talvez tivessem sido muito intensos para uma primeira vez, mas a verdade é que ela não queria ter ido mais devagar. Queria sentir tudo, com toda a intensidade que Enrico podia lhe proporcionar.Se liberou um pouco do abraço dele e verificou no celular que já passava do meio-dia. Por isso estava com tanta fome. Sentiu Enrico abraçá-la novamente enquanto falava com uma voz ainda sonolenta.— Deixa eu adivinhar, você está com fome!— Óbvio, você sabe que horas são? Ainda estou só com aqueles sanduíches, que ainda por cima
O jantar à beira-mar havia sido um prelúdio perfeito para o que viria a seguir. Entre olhares prolongados e toques sutis, a tensão que pairava entre eles explodiu assim que atravessaram a porta do quarto.Enrico não hesitou. Assim que Aurora se virou para ele, encontrou-se presa entre seu corpo e a parede. Os lábios dele capturaram os seus com intensidade, o sabor do vinho ainda presente em sua boca. Suas mãos exploraram cada centímetro de pele exposta, arrancando arrepios e suspiros baixos.— Você é perigosa, sabia? — ele murmurou contra sua pele, deslizando os lábios até seu pescoço.Aurora soltou um riso ofegante, sentindo o calor crescer entre eles.— Sim, e você
A viagem de volta a Las Vegas foi um trajeto silencioso e sufocante. O jatinho particular de Enrico, que antes exalava luxo e exclusividade, agora parecia uma prisão voadora onde ambos estavam presos a um abismo de ressentimento e dor. Aurora manteve-se afastada, sentada junto à janela, os olhos perdidos no horizonte. Não havia mais espaço para palavras entre eles. Qualquer tentativa de Enrico de se aproximar era recebida com um olhar gélido e impenetrável.Ele não insistiu. Sabia que nada que dissesse mudaria o que Aurora sentia naquele momento. Sabia que qualquer palavra sua soaria vazia diante da devastação dela. Então, respeitou o silêncio e apenas observou. Quando aterrissaram, o motorista já os aguardava. O caminho até o hospital foi igualmente pesado. Aurora respirava fundo, como se tentasse se preparar para o
O escritorio estava mergulhado em uma penumbra silenciosa. Enrico permanecia imóvel, os olhos fixos na parede à sua frente, mas sua mente estava distante, ainda presa à última cena no hospital. O olhar de Aurora, tomado por uma fúria que beirava o desespero, ainda queimava em sua memória. Ela o expulsou. Sem hesitação, sem uma última palavra além da acusação cortante que agora ecoava em sua mente: "Foi por sua causa!"Ele deveria ter previsto isso. Sempre soube que aquele contrato teria consequências, mas não esperava que essa fosse a mais devastadora delas. O pai dela se foi. E Aurora não estava lá porque ele a impediu. O peso dessa constatação cravava-se nele de uma forma que o irritava profundamente. Não porque se arrependia — ele não era o tipo de homem que se
Enrico se recostou na cadeira de couro escuro do escritório, iluminado apenas pela luz suave que vinha da janela, criando um ambiente sombrio, refletindo o clima da conversa. Seu olhar estava fixo nos papéis que Lucius havia colocado sobre a mesa, como se já estivesse antevendo a vingança se concretizando diante de seus olhos. Ele esfregou as mãos, uma sensação de prazer quase palpável nas pontas dos dedos.Lucius, por outro lado, parecia cada vez mais desconfortável, os óculos escorregando sobre o nariz enquanto ele tentava não demonstrar a crescente indignação. Sabia o quanto Enrico era capaz de fazer para atingir seus objetivos, mas aquilo ia além de qualquer coisa que ele já havia imaginado. O tom de voz de Enrico era calmo, mas havia um gelo nas palavras que deixava claro que a decisão estava tomada. No fundo, Lucius também sabia que seria tolo em tentar dissuadi-lo, mas o peso da ética ainda o incomodava.— Eu entendo que você esteja arrasado por tudo o que aconteceu, Enrico. Ma
Enrico Mansini era, sem dúvida, uma das figuras mais enigmáticas e influentes do setor de hotelaria e entretenimento de luxo, e sua ascensão ao topo não foi obra do acaso. Nascido em uma família de imigrantes italianos que se estabeleceram nos Estados Unidos, ele cresceu em um ambiente onde negócios e lealdades familiares se entrelaçavam de forma indissociável. Seu pai, um homem reservado e estrategista, foi quem fundou os alicerces do império de hotéis e cassinos, sempre mantendo uma estreita ligação com o submundo do crime organizado. Enrico, desde jovem, percebeu a importância dessa relação, e, ao contrário de muitos herdeiros que se distanciaram do legado familiar, ele mergulhou de cabeça nas complexas dinâmicas da máfia italiana, transformando essa herança em uma das maiores fontes de poder e influência do seu tempo.Sua habilidade de negociar com figuras do submundo, ao mesmo tempo que mantinha uma fachada impecável de empresário sofisticado, foi a chave para seu sucesso. Enrico
Aurora Vidal é uma jovem enfermeira de espírito forte e um passado marcado por tragédias. Criada em um bordel pela mãe, que era prostituta, Aurora conheceu desde muito cedo o lado sombrio da vida. As dificuldades e a violência a moldaram, tornando-a uma mulher desconfiada, especialmente em relação aos homens e ao amor. No lugar onde cresceu, viu e ouviu muitas coisas, coisas essas que eram mais que traumatizantes para uma criança. Alguns clientes que esbarravam com ela nos corredores, acreditavam que ela também estava disponível, mesmo quando ainda era apenas uma menina, e não foram poucas as propostas que ela havia recebido. Alguns eram verdadeiramente insistentes, chegando até mesmo a se tornarem perigosos. Com todas essas dificuldades ,ela havia conseguido crescer sem maiores danos, mas verdadeiramente impactada com toda a tristeza e dor que via nas mulheres que trabalhavam com sua mãe. Quando a mãe faleceu, ela tinha quase dezoito anos, seguiu morando no bordel por algum tempo,