Parte 3...
Isabela
Eu até me assustei quando vi o Manollo vindo até nós, embaixo da copa da árvore, onde as crianças estavam se divertindo com os livros de colorir e os brinquedos que Yelena levou. Graças a Deus não era nada sério.
— Mas aconteceu algo para que o Enzo o mandasse até aqui? – Yelena estranhou, assim como eu.
— Não senhora... – ele mexeu os ombros — Nada além das negociações que continuam, com a máfia da Calábria, depois do que ocorreu nas docas.
— Então eu posso ficar e a Isabela volta comigo – ela se virou.
— Me desculpe, senhora Yelena.. Eu não posso fazer isso – ele disse até um pouco temeroso — Eu tenho que levar vocês de volta... E o Enzo disse que eu posso até arrastar as duas se for necessário.
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Parte 4...EnzoEu meio que travei com o susto ao ouvir a declaração. Fiquei impactado realmente. A ideia do acordo de unir as máfias era esse, entre outros. Dar um herdeiro para nossa família e também para a família dela. O pai de Isabela já não esperava ter outro filho e ela lhe dando um neto, seus negócios estariam seguros, até porque, eu tomaria conta de tudo até que o menino pudesse ter idade para seguir sozinho.— Como pode você estar grávida? – foi uma pergunta boba, eu sei disso.— Bom... – ela piscou rápido e deu um sorriso lindo, ainda que machucada — No convento as freiras nos ensinaram nas aulas de biologia, sobre reprodução humana... – ergueu as mãos fazendo gestos — É assim... Um menino conhece uma menina – ela queria rir, a despeito da situaçã
Parte 5...Enzo— E como ela está mesmo? - Alessandro me questiona baixinho. Estamos no corredor do hospital.— Até que está bem, diante de tudo, mas eu sei que ela está fingindo que não se abalou. Apesar do pouco tempo de casados, eu sei que Isabela está tentando disfarçar seu sentimento – puxei o ar fundo — Ainda mais agora.— Isabela está grávida – revelei.— Sério? – ele arregalou os olhos — Que surpresa... – bateu em meu ombro — Quer dizer então que você deu mesmo no couro com ela, hein?Eu olhei para ele torcendo a boca e inclinei a cabeça, mas tive que rir.— Alessandro, eu juro que não sei de onde você tira esses seus comentários – balancei a cabeça — Vamos entrar e falar com nossa mãe. Ela está doida
Parte 6...IsabelaNão sei que horas são, mas acabei acordando porque me virei do lado de meu ombro machucado e senti arder. Sinto meu corpo todo dolorido pelo impacto, mas o remédio me deixa menos incomodada com os arranhões, só o ombro que recebeu a maior parte da queda, é que ainda está mais sensível.Enzo está adormecido ao meu lado, sua mão por cima de mim, como se estivesse protegendo nosso filho que ainda nem despontou. Minha barriga está lisa ainda, nem dá para saber que tem um ser dentro de mim, crescendo.Toquei seu rosto de leve para não o acordar e mexi em seu cabelo. Enzo é muito bonito e bem diferente do que eu imaginaria em um homem, para ser meu marido, mas hoje eu até acho isso bom.É tão estranho que eu tenha tentado fugir dele, com medo que fosse um homem perverso como haviam me dito tantas vezes. E
Parte 7...IsabelaA luz do amanhecer banhava a cozinha enquanto nos reunimos para enfrentar mais um dia depois de toda agitação ocorrida anteriormente. A mesa tem várias coisas gostosas para provar, mas sinto um gosto meio amargo na boca, talvez pelo remédio que tomei ou porque agora que sei que estou grávida, meu corpo começa a ter os sintomas de uma gestação.A cozinheira pediu licença e nos deixou com tudo arrumado na mesa. Enzo está me servindo uma xícara de café preto, como eu gosto. Yelena, a matriarca, observava a todos com uma expressão determinada e Alessandro estava absorto no celular, em contato com algum dos homens que estão pelas ruas, em busca de qualquer pista sobre Bianca.Ela agora está corrida, nem tem mais como continuar escondida por mais tempo. O ataque que ela fez foi contra a opinião do avô e agora ele
Parte 8...EnzoQuando cheguei ao local onde Manollo me disse, logo vi os dois filhos da pu*a que tinham ousado me sacanear. Os dois estavam machucados e uma fina chuva começava a cair, adicionando um toque de dramaticidade à cena. Desci do carro e fui até eles.Ambos haviam sido torturados. Vi as mãos tremendo da empregada. Seus dedos sangravam e não tinham as unhas que foram arrancadas. O jardineiro quase não conseguia abrir os olhos.O vento sussurrava segredos sombrios, enquanto os pingos de chuva caíam suavemente sobre o solo enlameado e sobre nós. Os dois choravam. A mulher mais ainda e implorava por perdão.— Pensei que você já tinha dado cabo dos dois de uma vez – olhei para Manollo ao meu lado.— Eu ia fazer isso, mas achei que você gostaria de encerrar.Eu assenti com a cabeça, apertando os lábios d
Parte 9...EnzoA tarde já começa a se despedir. Eu nem mesmo voltei para casa ainda e a noite se infiltrava silenciosamente em Palermo quando chegamos à Vucciria. Os becos escuros e as construções desgastadas abrigavam nossos passos furtivos. Descobrimos esse esconderijo através de nossos informantes. Uma vantagem de ser temido por uma grande parte da população.A pousada abandonada, com sua fachada desbotada, se erguia como um espectro entre as sombras. Invadimos o lugar. A entrada secreta nos guiou para um salão escuro, onde o eco de nossos passos era substituído pelo sussurro da chuva lá fora. A tensão crescia enquanto nos aproximávamos do confronto iminente. Mas eu não iria desistir.E de repente, o primeiro disparo ecoou, desencadeando o caos. Tiros e gritos preenchiam os corredores estreitos, cada esquina escondendo um perigo em potencial
Parte 1...EnzoIsabela estava sentada em meu colo, ouvindo o que eu tinha a contar sobre Bianca e sua saga insana de vingança.— Nunca pensei que diria isso – ela engoliu em seco e suspirou — Mas essa mulher precisa ser parada, Enzo... Ela me odeia!— Eu sei e estamos trabalhando para isso – alisei seu rosto — Tenho medo que ela consiga machucar você – e era verdade isso. Só de pensar eu sinto meu corpo gelar por inteiro.— E eu tenho medo que ela machuque você – ela respondeu, deitando a cabeça contra a minha — Como ela pode pensar em explodir a casa? – ela disse em tom preocupado — Meu Deus... Essa criatura não tem limites?— Os homens não encontraram nada na propriedade, mas mama acha melhor irmos para a casa da praia. Pelo menos por enquanto e depois retornamos.— Se sua mãe acha melhor, então vamos fazer isso. Mas e o Victor?— Eu não queria ter que contar a ele o que estava acontecendo, mas já o fiz e ele ficou nervoso – suspirei e esfreguei o rosto — Está se sentindo impotente
Parte 2...Isabela— Você não tem que temer que isso vá mudar o que o Victor sente por você, Lívia – inclinei a cabeça — Ele me parece gostar muito de você e pelo pouco que o conheço, acho que não é um homem que traz uma garota para casa, a não ser que esteja decidido a ficar com ela.Lívia sorriu meio sem jeito e se mexeu, ajeitando a posição da perna.— Eu só quero que seja algo... Diferente e especial, sabe?Eu sorri e balancei a cabeça.— Vou te contar uma coisa – me inclinei para ela — Mas ninguém pode saber, eu tenho vergonha.— Pode falar, eu não comento com ninguém, juro.— Eu deveria estar viajando em minha lua de mel com o Enzo – fiz uma cara de desagrado — Mas, enquanto essa confusão não passar, não podemos ir... A nossa primeira vez foi na noite de nosso casamento.— Sim, claro...— Não... – eu abanei a mão rindo — Você não entendeu... Foi durante o casamento, com as pessoas no jardim, na recepção... No jardim lá de trás, no banco do coreto... – ela abriu os olhos surpresa