Parte 8...
Enzo
Quando cheguei ao local onde Manollo me disse, logo vi os dois filhos da pu*a que tinham ousado me sacanear. Os dois estavam machucados e uma fina chuva começava a cair, adicionando um toque de dramaticidade à cena. Desci do carro e fui até eles.
Ambos haviam sido torturados. Vi as mãos tremendo da empregada. Seus dedos sangravam e não tinham as unhas que foram arrancadas. O jardineiro quase não conseguia abrir os olhos.
O vento sussurrava segredos sombrios, enquanto os pingos de chuva caíam suavemente sobre o solo enlameado e sobre nós. Os dois choravam. A mulher mais ainda e implorava por perdão.
— Pensei que você já tinha dado cabo dos dois de uma vez – olhei para Manollo ao meu lado.
— Eu ia fazer isso, mas achei que você gostaria de encerrar.
Eu assenti com a cabeça, apertando os lábios d
Parte 9...EnzoA tarde já começa a se despedir. Eu nem mesmo voltei para casa ainda e a noite se infiltrava silenciosamente em Palermo quando chegamos à Vucciria. Os becos escuros e as construções desgastadas abrigavam nossos passos furtivos. Descobrimos esse esconderijo através de nossos informantes. Uma vantagem de ser temido por uma grande parte da população.A pousada abandonada, com sua fachada desbotada, se erguia como um espectro entre as sombras. Invadimos o lugar. A entrada secreta nos guiou para um salão escuro, onde o eco de nossos passos era substituído pelo sussurro da chuva lá fora. A tensão crescia enquanto nos aproximávamos do confronto iminente. Mas eu não iria desistir.E de repente, o primeiro disparo ecoou, desencadeando o caos. Tiros e gritos preenchiam os corredores estreitos, cada esquina escondendo um perigo em potencial
Parte 1...EnzoIsabela estava sentada em meu colo, ouvindo o que eu tinha a contar sobre Bianca e sua saga insana de vingança.— Nunca pensei que diria isso – ela engoliu em seco e suspirou — Mas essa mulher precisa ser parada, Enzo... Ela me odeia!— Eu sei e estamos trabalhando para isso – alisei seu rosto — Tenho medo que ela consiga machucar você – e era verdade isso. Só de pensar eu sinto meu corpo gelar por inteiro.— E eu tenho medo que ela machuque você – ela respondeu, deitando a cabeça contra a minha — Como ela pode pensar em explodir a casa? – ela disse em tom preocupado — Meu Deus... Essa criatura não tem limites?— Os homens não encontraram nada na propriedade, mas mama acha melhor irmos para a casa da praia. Pelo menos por enquanto e depois retornamos.— Se sua mãe acha melhor, então vamos fazer isso. Mas e o Victor?— Eu não queria ter que contar a ele o que estava acontecendo, mas já o fiz e ele ficou nervoso – suspirei e esfreguei o rosto — Está se sentindo impotente
Parte 2...Isabela— Você não tem que temer que isso vá mudar o que o Victor sente por você, Lívia – inclinei a cabeça — Ele me parece gostar muito de você e pelo pouco que o conheço, acho que não é um homem que traz uma garota para casa, a não ser que esteja decidido a ficar com ela.Lívia sorriu meio sem jeito e se mexeu, ajeitando a posição da perna.— Eu só quero que seja algo... Diferente e especial, sabe?Eu sorri e balancei a cabeça.— Vou te contar uma coisa – me inclinei para ela — Mas ninguém pode saber, eu tenho vergonha.— Pode falar, eu não comento com ninguém, juro.— Eu deveria estar viajando em minha lua de mel com o Enzo – fiz uma cara de desagrado — Mas, enquanto essa confusão não passar, não podemos ir... A nossa primeira vez foi na noite de nosso casamento.— Sim, claro...— Não... – eu abanei a mão rindo — Você não entendeu... Foi durante o casamento, com as pessoas no jardim, na recepção... No jardim lá de trás, no banco do coreto... – ela abriu os olhos surpresa
Parte 3... Isabela Apesar de ter sido uma agitação na casa depois das ordens dadas por Yelena e por Enzo, acabou tudo saindo bem. Tales foi chamado para acompanhar a família até a casa de praia porque é mais longe e pode demorar para que ele chegue, caso Victor precise de algo. A enfermeira também estará conosco. Não sei quanto tempo iremos demorar na casa. Tudo vai depender dessa busca por Bianca que está frenética. Por enquanto não sei de nada. E também não quero ficar perguntando a Enzo sobre isso toda hora. Uma coisa que Yelena me disse foi que eu não devo ficar em cima de Enzo, questionando seu trabalho e quer eu queira ou não, isso faz parte do trabalho dele, está dentro do que ocorre em uma organização tão antiga e poderosa como a máfia Ricci. Para não ficar corrido, Enzo decidiu que nós deixássemos a casa depois, então terminamos o dia de ontem planejado tudo e também organizando a ida de Victor para que ele não se sentisse mal com o transporte, apesar do trajeto ter uma
Parte 4...IsabelaO que se faz quando alguém diz que te ama? E se esse alguém for o seu marido mafioso, no meio de uma confusão pesada? Eu adorei ouvir essa declaração, mas será que ele sente mesmo isso ou só está abalado pela preocupação, agora que sabe que tem um herdeiro de seu império mafioso a caminho?— Enzo... – segurei sua nuca e o mirei observando bem sua expressão — Você ouviu o que acabou de me dizer?Ele fez uma cara engraçada e sorriu, retirando meu cabelo da testa.— É claro que eu ouvi, esposa – segurou meu rosto — Eu tenho ótima audição e antes que você pergunte, também estou muito bem mentalmente... Eu te amo!Nossa, meu coração deu uma pancada dentro do peito, nem sei como não saiu pela boca.— Você não tem que dizer o mesmo só porque eu me declarei, bela – ele esfregou o dedo em minha bochecha — Eu só disse isso porque é verdade e eu quero que saiba. Eu ia te falar isso ontem, mas fomos interrompidos.Ouvir isso me fez sentir um calor diferente, uma sensação de con
Parte 5...IsabelaO sol começava a se pôr. Olhei pela janela, observando a beleza da paisagem lá fora. Apesar dos vidros estarem fechados, dava para sentir o cheiro da maresia, que vinha com o quebrar das ondas na praia de areia branca.Eu acho o mar algo maravilhoso. Nunca tive oportunidade de passar horas curtindo um mergulho ou apenas tomando banho de sol. No convento não era permitido que nós fizéssemos esse tipo de passeio e nem teria como, estando na Suécia, que apesar de ter praias muito bonitas, eu não teria coragem de molhar nem os dedos dos pés na água fria.— Está preocupada, amore? – Enzo aperta minha mão.Me virei para ele e sorri. Gostei de ser chamada de amor. Depois que nos declaramos, sinto que meu marido está mais chegado a mim. Parece que ele estava com isso preso na garganta ou ainda não tivesse tido coragem de me falar. Embora eu não consiga imaginar que Enzo não tenha coragem para fazer algo. Ele é muito determinado e seguro.— Agora não, estava apenas apreciand
Parte 6...LíviaMeu coração deu um pulo quando vi as pernas de Yelena ao lado da cama e seu corpo estendido em cima do tapete. Engoli em seco e fui até ela, me abaixei e toquei seu ombro, mexendo de leve, mas ela não abriu os olhos.Levantei e fui até a porta da varanda que estava aberta e gritei.— Socorro! Eu preciso de ajuda!Logo dois homens apareceram lá embaixo, olhando para mim e voltei a gritar por socorro.— Venha, por favor!... Aqui no quarto de Yelena...Voltei até ela e Alessandro já irrompia porta adentro e se assustou ao ver a mãe caída. Eu peguei do chão o álbum de fotos antigas que ela queria me mostrar e fechei, colocando em cima da cama. Ele se abaixou ao lado dela e a ergueu um pouco.— Mamãe! – mexeu em seu rosto — O que houve, Lívia?— Eu não sei... – respondi aflita — Estava esperando por ela e vim até o quarto... – os dois homens entraram e foram procurar algum invasor pelo quarto todo.— Não tem ninguém aqui, senhor – um deles informou — O que deseja fazer?—
Parte 7...EnzoBati a porta do carro com força e dei a volta, ajudando Isabela a descer. O carro dos seguranças parou logo em seguida e saíram todos, vindo até mim.— Alessandro, que porra foi essa? – gritei enquanto ele se aproximava.— Como ela está? – Isabela perguntou, preocupada.— Tales está com ela – ele parou em nossa frente — Ela está bem – ele olhou para Isabela — Entre e vá falar com a Lívia. Depois você pode ir ver a mama.— Está bem – Isabela me olhou, respirando fundo — Fique calmo, ok?Eu lhe dei um beijo rápido na testa e assenti, mas no fundo estou doido pra sentar o pau em quem fez isso com nossa mãe. Manollo ficou ao meu lado, ouvindo o que Alessandro dizia.— Eu também acho que o Stênio pode estar com a razão – Manollo afirmou, cruzando os braços — Não se deve confiar nessa gente – eu ergui a sobrancelha, quase rindo — O que? – ele deu de ombros — Nós somos diferentes, Enzo.... Temos classe, sabemos nos portar e seguimos as regras.— Bem, nisso eu concordo com o M