Capítulo 0003
Ao chegar ao hospital, foi a morena quem falou com seu médico, pedindo-lhe que fizesse uma revisão completa da sua amiga, porque ela não estava bem e contou que a viu vomitar.

O médico, ao ouvir o que havia acontecido e notar que a jovem castanha parecia um pouco pálida, imediatamente ordenou que lhe fizessem um exame completo para encontrar a origem do seu desconforto.

"Caro, tenho medo", dizia Débora, porque ela tinha medo de pensar que havia algo errado e nunca percebeu, e esse medo cresceu ao ver que vários exames lhe foram aplicados.

— Fique calma, seja o que for que você tiver, estarei ao seu lado para apoiá-la, certo? — comentou, segurando suas mãos para tentar transmitir calma.

A castanha só concordou e, após esperar alguns minutos, chegou uma enfermeira com os resultados dos exames.

— Obrigado, querida —disse o médico de forma sedutora, piscando para ela, fazendo com que ela apenas sorrisse e virasse lentamente para sair do consultório, fazendo as amigas rirem com essas ações.

Ao ter os papéis em mãos, o médico imediatamente começou a lê-los, ficando um pouco sério à medida que passava pelas páginas.

— O que minha amiga tem? - perguntou a morena ao ver que o médico não lhes dizia nada.

— Fique tranquila Carolina, sua amiga está saudável — esclareceu o médico.

— Saudável? E por que ela esteve vomitando e não parece...?

— Porque ela está com 2 meses de gravidez, parabéns senhora — interrompeu o médico, vendo que essa notícia surpreendeu as duas.

— O que... 2 meses... — a morena olhou para sua amiga, que estava em choque.

— Vejo que você está um pouco surpresa com a notícia — comentou o médico, notando que ela estava imóvel e seu rosto não refletia nenhum tipo de emoção.

"Bastante..." a castanha moveu suas mãos com dificuldade, pois se sentia em uma espécie de limbo naquele momento.

— Ela diz que bastante, mas tem certeza?

— Sim, é um exame perfeito e, de fato, os enjôos e vômitos são os pequenos alertas do início de uma gravidez — comentou, notando que as amigas apenas faziam caretas ao ouvir isso - vejo que ainda tem dúvidas e, se quiser, eu... —

começou a dizer, abrindo a gaveta para pegar um cartão e seu bloco de receitas - olha, aqui eu te dou o nome de um bom ginecologista para que você comece seu acompanhamento e cuidados, mas se não quiser, esta é o endereço de uma clínica para abortar.

"O que... não"

— Acho que ela não gostou da idéia de abortar — indicou Carolina, tentando acalmá-la.

— Desculpe por sugerir — disse o médico ao ver o olhar de horror da castanha — mas você não parece feliz com a notícia, por isso me atrevi a comentar sobre essa opção.

— Obrigada, doutor, e bem, ela não parece feliz porque acabou de brigar com o parceiro dela — mencionou Carolina, tentando fazer o médico parar de falar sobre o assunto.

— Entendo, mas a senhorita lembre-se que conversando as pessoas se entendem e tenho certeza que as coisas vão se resolver. Além disso, seu marido com certeza ficará encantado com a notícia de que serão pais.

Débora apenas fez uma careta e assentiu, pois não valia a pena contar sobre isso a um estranho.

— Hm... doutor, e me diga, minha amiga pode tomar ou fazer algo para que ela não tenha mais esses terríveis enjôos?

— Claro — indicou, começando a anotar algo rápido em sua receita e entregando-a a ela — olha, essas vitaminas vão ajudar você a não se sentir tão fraca e, por enquanto, como você está começando a conhecer sua gravidez, evite o que fizer você se sentir mal e aumente seu consumo de frutas e verduras, entendido?

Débora assentiu, pegando a receita que lhe oferecia.

"Obrigada"

— Ela diz muito obrigada, doutor.

— De nada e cuidem-se — mencionou o médico, despedindo-se dela.

Enquanto andavam, Carolina notava que sua amiga estava um pouco distraída, pois estava imersa em seus próprios pensamentos.

Grávida... realmente era uma notícia maravilhosa, pois em algum momento essa notícia se tornou seu grande sonho e desejo... mas por que ela ficava sabendo disso agora que estava decidida a se divorciar.

Agora ela tinha essa dúvida: deveria se divorciar? Ou... as palavras do médico poderiam ser verdadeiras e tudo mudaria com a chegada desse bebê?

— Débora -— nisso ela ouviu sua amiga chamando-a, tirando-a de seus pensamentos.

Ao parar seus passos e olhar nos olhos dela, notou sua preocupação.

— Essa gravidez é resultado daquela vez, certo? — perguntou angustiada, lembrando aquele dia em que a encontrou toda machucada quando foi visitá-la.

"Acho que sim..." - indicou tristemente.

— Débora, e me diga, o que você vai fazer? Porque eu te conheço e sei que o aborto não é uma opção, mas me diga, você vai fazer o que o médico disse ou vai seguir com o plano de divórcio?

"Mas será o bebê dele"

— E daí? Você não sabe como ele vai receber a notícia.

"Mas será o bebê dele... de... com certeza tudo vai mudar para melhor"

— Amiga...

"Caro, eu sei que você está enjoada, mas sinto que devo contar a ele sobre meu estado"

— Débora, é melhor você prometer e jurar pela memória de sua mãe — disse a morena, olhando-a nos olhos e segurando suas mãos — que você só vai perguntar: o que você acha de termos um filho? Não diga a ele que você está grávida, porque realmente não quero que ele se vire e te bata até fazer você abortar.

Essas palavras assustaram um pouco a castanha porque ela sabia que ele poderia ter esse tipo de reação, então ela concordou e prometeu cumprir essa promessa.

Diante dessa menção, ela começou a lembrar aquele dia, sim... aquele foi o dia em que ela ficou grávida e, infelizmente, não houve nenhum amor ou carinho naquela única ocasião em que dividiram a cama, já que foi apenas sexo rude acompanhado de socos e insultos, porque Roger a usou como saco de pancadas para descontar suas frustrações porque naquela manhã tinha brigado com Sofia e tinha medo de perdê-la... e como sempre, Débora foi o motivo da discussão, porque a loira queria ser a esposa e não a amante, então aqueles socos eram porque ela estava arruinando a vida dele.

Com certeza, esse fato foi o que detonou que ela traçasse a linha final da tolerância, porque ela nunca tinha feito nada para merecer esse tratamento, então ela não entendia por que ele a odiava tanto, já que ela não se lembrava de ter feito todas aquelas coisas de que ele a acusava.

Débora tentou afastar todas essas lembranças ruins de sua mente e apenas continuou caminhando pelas ruas acompanhada de Carolina até a farmácia para obter o remédio receitado.

Ao ter os comprimidos, ela tomou alguns e guardou o resto em sua bolsa.

— Bom, agora que já os compramos, que tal darmos um passeio?

"Mas..."

— Ontem foi seu aniversário e você ficou em casa trancada, esperando por aquele imbecil, então hoje você vai ter sua revanche e vamos comer bolo — disse Carolina, pegando a mão de sua amiga para caminhar em direção ao shopping.

Após pensar um pouco, Débora concordou porque ela estava certa: já era hora de aproveitar a vida e ela devia comemorar seu aniversário se divertindo fora de casa.
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