CHRISTIAN SEGUIU para a Alemanha para cobrir a sua última matéria – enquanto Anne foi para o sul do Brasil rever os seus pais –, dois caminhos completamente diferentes que compartilharão de um único final.
Christian era tido como um herói de guerra por ter desafiado o sistema antissemita e tentar levar cultura e entretenimento inteligente ao povo alemão.
A Segunda Guerra Mundial foi um momento dramático na história da humanidade – assim como a Idade Média, o domínio romano etc. Milhões de pessoas morreram em decorrência do ideal nazista de superioridade racial, o alvo número um de extermínio foi o povo Judeu.
Após o fracasso dos intentos de Adolf Hitler, seus principais comandados foram julgados em Nuremberg – cidade alemã que serviu como palco da propaganda nazista e centro de divulgação dos ideais de p
CHRISTIAN MANDOU A REPORTAGEM completa sobre o julgamento de Nuremberg para o New York Times – aos cuidados de David Sherman – e foi direto para o Brasil – para reencontrar com Anne e sua família.Foi uma viagem sem contratempos, fazia muito tempo que ele não sentia tamanha paz em seu coração.Christian ficou triste por ver a frieza no coração de Streicher, ele passou muitos anos ao lado daquele homem, e agora, tinha pago o preço pelos seus pecados.O salário do pecado é a morte... – pensou consigo mesmo lembrando-se de uma ministração de John que ouvira durante a faculdade.Christian fez amizade com um senhor de idade que estava indo ver a filha no Brasil. O senhor estava irradiante. Christian decidiu que um dia gostaria de fazer uma viagem daquelas pelo mesmo motivo que aquele senhor, ir de encontro com a felicidade.CHEGAND
A VIDA DE CHRISTIAN PASSOU diante dos seus olhos durante aqueles dez minutos andando até o estábulo, ele estava longe de tudo e de todos.Christian contava cada passo como se fosse uma vida inteira que tinha vivido.Ninguém poderia ajudá-lo naquele momento...Christian sentiu que era hora de encarar a responsabilidade como um homem. Fez uma pequena oração a Deus – mesmo sem ter o que falar para Ele –, mas Christian sabia que Deus conhecia o seu coração, mesmo que a sua boca não pronunciasse som algum.Christian abriu lentamente a porta do estábulo e um tiro foi disparado em sua direção – mas seu irmão tinha errado o alvo propositalmente –, lá estava ele novamente, mais vivo que nunca...HERMANN...
HERMANN SOLTOU ANNE para ir de encontro ao seu amado Christian.–– Não aguentava mais essa vagabunda chorando e gritando pelo seu nome, Hans, que inferno são essas mulheres... como você aguenta?Os dois se abraçaram chorando desesperadamente – enquanto o calor de seus corpos tentava arrancar em vão o medo de seus corações.–– Já contou para ele toda a verdade, Anne?Christian olhou estranhamente para ela, enquanto tentava desesperadamente socorrê-la daquele inferno.–– Que verdade?–– É uma longa história... só não dá para conta-la agora que temos pouquíssimo tempo.Eles ouviram uma risada aguda e alta – era a mesma risada fantasmagórica que Christian ouvia nos seus pesadelos quando acordava desesperado à noite, revivendo seus momentos de angústia na Ale
–– DEVIA TER IMAGINADO que conseguiria sair do inferno com vida.–– Muitas pessoas me devem favores, principalmente aqui na América Latina, é bom saber que a ganância do homem pode ser comprada com um pedaço de papel.–– Nem tudo pode ser comprado...–– Claro que pode...–– Quer saber a verdade? – Disse o irmão cortando o momento – O Führer até ia se matar, Hans, fui designado a acompanhá-lo até a sua sala, mas jamais me perdoaria se não fosse eu a dar um jeito naquela situação, o segui fielmente por toda a minha, mas ele sempre preferiu você a mim, tudo para ele era você...O comandante supremo do Reich sorriu satisfeito.Hermann andava de um lado para outro atrás da mãe de Anne, chorando de raiva de seu irmão, em um momento ele ap
NUM JOGO RÁPIDO DE CORPO, Anne conseguiu jogar Christian para o lado e recebeu o tirou no lugar de seu amado. O que sentiu demorou para ser dor, era um misto de emoção e desespero, mas a dor mesmo só veio quando viu o líquido vermelho e quente manchar a sua roupa.Christian se jogou desesperadamente novamente sobre o corpo de Anne e a olhou, ela lhe dando um último sorriso e desmaiou.–– Isso está melhor do que planejei... – Disse Hermann sorrindo mais alto que nunca dessa vez.Christian olhou para seu irmão com a fúria de todas as famílias que sofreram em suas mãos, mas não podia abandonar sua esposa naquela situação. Espero que algum dia você possa me perdoar querida...–– Vou te dar um presente do qual você jamais vai se esquecer Hans, você é
CHRISTIAN SENTIU-SE COMO se estivesse morto por um breve momento, que a seu ver tinha a sensação de ser horas.Quando Christian ouviu o tiro, ele estava de olhos fechados – pensando que tinha morrido –, mas depois de ouvir o mugido de uma vaca, percebeu que ainda estava muito vivo para ouvir uma vaca.Seu irmão estava morto ali na sua frente...Enfim acabou...Hitler havia sumido sem dizer o paradeiro de seu filho, sua esposa estava caída em sua frente e só Deus sabia o que poderia acontecer com ela.Christian a carregou nos braços até a pick-up de seu sogro, a colocou delicadamente no banco de passageiro e saiu em disparada até a cidade.–– CHRISTIAN... – sussurrou ela.–– Fique quietinha, vamos cuidar de você...Ela sorriu.–– Você já cuidou... me perdoe por tudo o que
CHRISTIAN ACORDOU UMA SEMANA DEPOIS, não sabia ao certo se estava morto ou vivo, no céu ou no inferno.Uma voz fraca soou muito distante ao seu ouvido:–– Bom dia, Bela Adormecida...A voz de Anne era revigorante, mesmo fraca em sua cama como ela estava.–– O que aconteceu? – Christian perguntou completamente desorientado.–– Você está no hospital, tivemos um acidente de carro, quando você tentava me salvar.–– Pelo menos consegui...Christian deu um sorriso, mostrando a felicidade de ver o rosto de Anne mais uma vez.Quando Christian tentou se levantar, percebeu que algo estava errado.Cadê as minhas pernas? – Pensou consigo mesmo.–– Até que você vai ficar bonito em uma cadeira de rodas, Chris – disse Anne usando o seu mesmo sarcasmo habitual.O desespero de Chri
CHRISTIAN AGORA CORRIA CONTRA O TEMPO – correr não era mais uma palavra que ele poderia usar em seu vocabulário no dia-a-dia –, ele preparou tudo para voltar aos Estados Unidos o mais depressa possível, só não sabia onde seu irmão escondera seu filho, e sua mãe, se é que eles ainda estivessem vivos.CHEGANDO EM SUA CASA, TUDO PARECIA estar como ele tinha deixado, não se adaptara nem um pouco – ainda – com sua cadeira de rodas, mas aquele fato inusitado não poderia atrapalhá-lo.Christian abriu a porta e a casa estava vazia. Ele gritou feito louco, e as lágrimas aos poucos começaram a rolar e uma oração saiu sem ele perceber de sua boca...–– Ó Deus... sei que não sou o melhor dos homens, por favor, faça o que quiser comigo, mas poupe o meu filho do sofrimento...Quando Christian n&a