Mundo de ficçãoIniciar sessão
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62 - Talles
A bebida descia pela garganta de Elliot rapidamente, e ele acabou se acostumando com o gosto amargo em seu paladar. Amargo como havia sido o seu dia, e sua noite consequentemente, quando descobriu que Jonathan, nesse momento, estaria a sós com Harry em sua linda casa.Ele sabia que dificilmente aconteceria algo por parte de Jonathan, mas não podia negar que o charme de Tompson era algo que ele deveria se preocupar.Como um homem que se atrai por outros homens, ele sabia reconhecer muito bem quando havia uma zona de perigo. E nesse momento, ele enxergou uma linha vermelha, intensa como sangue, quase que junto de um alarme disparando repetidamente em sua cabeça.A situação era crítica, e ele entendia que para um jovem homem, um músico confiante e charmoso poderia ser mais sedutor do que ele gostaria.A única coisa que tornou a situação menos tortuosa, foi os bons drinks que tomava no bar em Paris. Sofrer em outro país soava glamouroso.Porém, o que tirou sua atenção da bela peça de roupa
63 - Óbvio
Hugo estava no quarto de Harry, o aguardando para ajudá-lo a descer os degraus da enorme escada que ligava o seu quarto com a sala.Ele estava de costas, já que o músico preferiu trocar de roupa antes de encontrá-los. Queria parecer apresentável pela primeira vez desde o acidente, e sentiu que, provavelmente, esse seria o último final de semana onde poderia passar um tempo de qualidade com seus novos “quase” amigos.Então, escolheu a melhor roupa que encontrou, ajeitou seus cabelos o melhor que pôde, já que o machucado ainda estava recente e ele não podia piorar a situação.A pele bronzeada do músico se destacou na camisa cor verde oliva. Seus cabelos ondulados caíam sobre o seu rosto de maneira graciosa, mesmo sem poder arrumá-los de maneira apropriada.“Já pode se virar, estou vestido.” o músico disse, permanecendo de costas.Assim que se virou, Hugo o assistiu e percebeu que nunca havia o visto tão belo quanto naquele dia.“Você se arrumou para sair e não nos convidou?” Ele brincou
64 - À Beira de Um Precipício
Elliot acordou desorientado, sem entender o que estava acontecendo ou onde estava. Enxergou as bolsas das compras que havia feito na noite anterior, e lentamente, as memórias foram retornando.Com muito esforço, conseguiu se lembrar de Talles, e se recordou de que ele havia sido sua companhia durante toda a noite, até altas horas.Porém, ao tentar mais, não conseguiu se lembrar o que havia acontecido depois disso. Tudo era um completo borrão preto, e suas tentativas de pensar sobre o que havia acontecido só fizeram sua cabeça doer mais.Ele se preocupou ao pensar o que poderia ter rolado entre os dois, já que ele estava bêbado e não seria um comportamento muito diferente do seu normal acabar indo para a cama com um homem atraente. Aos poucos, conseguiu ver que estava em um hotel, e sua preocupação aumentou ainda mais ao notar tal fato.Com dificuldade, ele apoiou suas mãos sobre a cama, se sentando. Logo em seguida, viu um carrinho de café da manhã parado em sua frente, e o cheiro das
65 - Liana
Elliot estava com a cabeça encostada no banco do carro, aguardando Bastien retornar com as informações que precisava para que ele pudesse entrar no local.Olhando através da janela do carro, ele viu Bastien se aproximar lentamente e notou a expressão não tão agradável em seu rosto.Nervoso, ele sentia suas mãos suarem enquanto tentava secá-las repetidamente em sua calça, as tocando contra o tecido macio.Ele decidiu sair do carro antes que seu tio chegasse ao seu encontro, se juntando a ele próximo do veículo onde estavam estacionados.“Más notícias?” Ele perguntou, ansioso.Seu tio o encarando, já sabendo que tipo de reação deveria esperar ao contá-lo sobre o que ouviu.“Não necessariamente, mas acredito que você não irá gostar.” respondeu.“Só arranque o curativo de uma vez por todas, já estou aqui mesmo.” Elliot pediu.“Certo… Então, ela quer ficar a sós com você. Pediu que a visita não tivesse a minha presença, e que você passe mais de uma hora pelo menos na sua companhia.” Bastie
66 - Ilusão
“Hoje poderia ser um dia agradável, Elliot. Não precisamos falar sobre esses assuntos desagradáveis, sabe.” Ela encarou seus próprios pés, incapacitada de olhar em sua direção, já que a aparência avassaladora do loiro a causava sensações que ela gostaria de esquecer completamente.Liana era obcecada. Sentia como se o seu corpo pedisse por Elliot desde o primeiro dia em que o conheceu, e mesmo tendo os olhos de outro homem atraente sobre si, ele nunca deixou de ser a sua primeira opção.Harry era completamente apaixonado por ela na época da escola, porém, ela se sentia bem ao saber que supostamente era desejada por dois meninos ao mesmo tempo. Mesmo entendendo depois de um tempo que os flertes de Elliot eram somente para satisfazer o seu próprio ego e manter uma falsa imagem da heterossexualidade que ela fingia carregar.Ouvindo pela primeira vez sobre a inusitada proposta de casamento que seu amado tio fez, Liana sentiu seus olhos brilharem e seu coração palpitar ainda mais forte ao s
67 - Livre de Culpa
As pinturas que Liana fazia durante a sua adolescência eram dignas de muito reconhecimento, já que ela sempre foi muito talentosa e aplicada em suas artes. Hoje em dia, seu talento permaneceu.Era visível nos traços e habilidade para combinar cores e sombras que ela ainda continuava uma grande artista. Porém, o conteúdo das obras deixavam explícita a sua incapacidade de lidar com os assuntos que a fizeram estar na instituição mental atualmente.O rosto de Elliot estampava a maioria deles, e ele poderia se sentir lisonjeado, se isso não fosse apenas mais um indicador de que a obsessão de Liana só havia aumentado nos meses em que ela deveria ter tido alguma melhora.Antes de mandá-la para a instituição, ele conversou com a sua família para que pudessem ver juntos a melhor opção para resolver esse problema, e todas as alternativas não tiveram solução. O tratamento psicológico foi a última esperança, e perceber que não havia funcionado da maneira que desejava, tornou tudo muito frustrante
68 - Um Grande Problema
Elliot andou pelos corredores do hospital psiquiátrico como se estivesse prestes a socar a primeira pessoa que aparecesse na sua frente. Os punhos cerrados e a sua mandíbula travada em uma expressão de puro ódio, suas sobrancelhas estavam quase completamente juntas de tão franzidas.Ele sentia o seu sangue ferver em todo o seu corpo, e era como se fosse explodir a qualquer momento, completamente movido pelo ódio intenso que sentia ao relembrar as expressões de deboche que viu no rosto de Liana.Era enlouquecedor pensar como uma mulher lhe causava tanta repulsa e ódio ao mesmo tempo. Como um ser humano se torna tão doente e obcecado a ponto de tentar de tudo para destruir o outro, custe o que custar.Ao olhar os olhos dela, ele não viu nada. Um completo e assustador vazio de um alguém que sequer parecia ter uma alma.Elliot não sabia por quanto tempo ela iria permanecer naq
69 - Meu
O dia anterior foi provavelmente o pior da vida de Elliot. Não há nada que possa desfazer todas as suas fortalezas do que uma queda que te quebre por inteiro.Ele foi enganado, acreditando que, pela primeira vez, teria chance de se livrar de uma situação incômoda como uma coceira que não passa de forma alguma.Independente dos seus esforços, junto a Bastien, que usou das suas melhores estratégias para se aproximar de Liana, nada pareceu o suficiente para conseguir reverter a incômoda situação.Ela o assediou, invadiu sua privacidade com fotos íntimas, e o processou. Tudo feito em um espaço de tempo onde nenhuma outra pessoa aguentaria sem ter um coração verdadeiro, pois a todo momento Elliot se manteve pacifico, preocupando-se mais com ela, do que com ele próprio. E só após atingir todos os seus limites, ele viu que não tinha mais ca