Isabela parecia tranquila, como se já soubesse que eles acabariam colaborando. Osvaldo não pensou muito a respeito, apenas supôs que Luís havia comentado com ela com antecedência. Ele disse friamente: — Que seja uma parceria proveitosa. Ao chegarem ao restaurante e saírem do carro, Isabela e Luís estavam prestes a subir quando Osvaldo percebeu, com sua habitual perspicácia, Pedro e Sofia entrando pelo outro lado. Ele parou e os cumprimentou: — Presidente Pedro, Srta. Sofia. Pedro e Sofia também os viram. Pedro respondeu: — Presidente Osvaldo, Presidente Luís. Luís manteve uma expressão impassível. — Presidente Pedro. — Antes que Pedro pudesse dizer algo, ele já emendou. — Conversem à vontade, nós vamos subir. Assim que terminou de falar, ele entrou no elevador junto com Isabela. Quando se encontraram na DeTech, Osvaldo já havia notado que Luís não gostava nem um pouco de Pedro. Desta vez, Luís nem sequer fez questão de disfarçar, o que surpreendeu Osvaldo.
Isabela assentiu: — Hm. Osvaldo permaneceu em silêncio. Luís queria apenas estragar o humor de Osvaldo. Na verdade, aquela quantia de dinheiro não fazia diferença para nenhum dos dois. Durante a refeição, eles começaram a discutir os assuntos sérios com mais atenção. Isabela comia em silêncio ao lado deles, intervindo apenas quando necessário. Fora esses momentos, ela quase não falava. Osvaldo percebeu isso com certa surpresa, porque todas as vezes em que Isabela intervinha, suas palavras eram bastante pertinentes. Ela parecia, de fato, ter alguma capacidade. Antes, ele também achava que a relação entre Isabela e Luís era de Isabela se agarrando a ele, sendo a parte inferior na dinâmica, a mais interessada. Mas, ao observá-los durante aquela refeição, a situação parecia justamente o contrário. Por outro lado, ele também achava que talvez esse fosse exatamente o segredo de Isabela para manter Luís fascinado. Afinal, se Isabela não tivesse nenhum valor, como Luí
Isabela já estava de volta à sala privativa havia um bom tempo quando Osvaldo finalmente retornou. Como já haviam quase terminado a refeição, logo deixaram o restaurante. Osvaldo voltou para a empresa para preparar a documentação, enquanto Isabela e Luís seguiram para a CiaPlus. Por volta das três da tarde, Filipe chegou à CiaPlus quase ao mesmo tempo que Osvaldo. Eles já haviam almoçado juntos antes, durante os testes dos veículos autônomos da DeTech. Agora, ao vê-lo, Osvaldo o cumprimentou: — Presidente Filipe, então você já confirmou a parceria com a CiaPlus? — Sim. Pelo visto, Presidente Osvaldo, você também já está pronto para assinar o contrato? — Exato. Filipe, na verdade, ficou um pouco surpreso. Afinal, no jantar daquela vez, Luís havia rejeitado Osvaldo de maneira bastante categórica. Quem diria que, no fim, acabariam mesmo fechando negócio? Nesse momento, Isabela e Luís entraram na sala de reuniões. Embora Luís não tivesse muita simpatia nem por Fil
Não demorou muito para que Pedro recebesse uma ligação da casa de leilões. Ao ouvir a notícia, sua expressão permaneceu inalterada. — Certo, estou ciente. Do outro lado da linha, a pessoa perguntou: — Deseja que reservemos esses dois itens para o senhor? Pedro respondeu sem hesitar: — Não é necessário. O atendente não se atreveu a prolongar a conversa e rapidamente desligou. Sentada ao lado dele, Sofia perguntou enquanto comia: — Problemas na empresa? Pedro guardou o celular no bolso e respondeu: — Não, era a casa de leilões ligando. Sofia sorriu e estava prestes a dizer algo quando Ana a interrompeu: — O que é uma casa de leilões? Pedro segurou a faca e o garfo, cortou um pedaço de carne e respondeu calmamente: — Um lugar onde vendem coisas valiosas. — Coisas valiosas? Que tipo de coisas? É divertido? Sofia riu e perguntou: — Nunca foi a um leilão, Ana? Ana balançou a cabeça. — Nunca. — Depois, continuou curiosa. — E lá tem muitas coisas legais?
Pedro tinha sentimentos por ela, disso não havia dúvida. Por isso, aquela cena provavelmente não passava de um mal-entendido. ... Na manhã de sexta-feira, Isabela tinha acabado de acordar quando recebeu uma ligação de Aurora, convidando ela para acompanhá-la à exposição de Cláudio Cardoso no domingo de manhã. Aurora era uma grande fã do mestre da pintura nacional, Sr. Cláudio. A última vez que ele organizou uma exposição tinha sido há mais de dez anos. Era uma oportunidade rara, e Isabela respondeu: — Certo, eu vou com você no domingo. Mal havia desligado, quando o telefone tocou novamente. Dessa vez, era Ana. Desde segunda-feira, quando participou da atividade escolar dos pais, Ana ainda não tinha lhe ligado. Isabela não atendeu. Na tarde de sábado, ela voltou para a família Gomes para o almoço. Na manhã de domingo, saiu com Aurora rumo à exposição. Assim que desceu do carro ao chegar ao local, viu Luís chegando também. Ela ficou um pouco surpresa. — Lu
Isabela apertou o braço de Aurora. Aurora, tranquila, deu um leve tapinha no dorso da mão dela e disse: — Não se preocupe. Se elas podiam prever que ela viria, como ela não poderia prever que elas também estariam ali? Luís disse: — Sra. Aurora, vou entrar para falar com o Sr. Cláudio. Por que não vêm comigo, você e a Isabela? O que ele queria dizer era que poderia apresentá-las ao Sr. Cláudio, dando a Aurora a oportunidade de trocar algumas palavras com seu ídolo. No entanto, Aurora balançou a cabeça e respondeu: — Ter a chance de ver tantas obras do Sr. Cláudio de uma só vez já é uma honra para mim. Não quero incomodá-lo. Diante dessa resposta, Luís não insistiu. Mas, com os membros das famílias Mendes e Gonçalves presentes, ele ficou um pouco apreensivo por elas. Isabela disse: — Pode ir, não se preocupe conosco. As famílias Mendes e Gonçalves prezavam muito pela etiqueta. Em uma ocasião como aquela, não fariam nada contra elas. Assim, Luís se afastou. I
Osvaldo se lembrou do que David e os outros haviam dito há pouco sobre Sofia e Pedro também estarem a caminho. Ele se levantou e disse: — Certo, quando seu avô terminar, me manda uma mensagem? — Tudo bem. Osvaldo e Ezequiel então saíram primeiro. Assim que chegaram do lado de fora, Filipe e Diogo também chegaram. As famílias Mendes e Gonçalves foram imediatamente cumprimentá-los. Filipe apertou a mão de David. Diogo olhou ao redor e perguntou: — E o Pedro e a Sofia? Ainda não chegaram? Antes mesmo de terminar a frase, ele avistou Isabela. Ela também tinha vindo. Filipe, sem saber o que havia acontecido, seguiu o olhar de Diogo e também viu Isabela. Seu olhar se aprofundou ligeiramente. Naquele momento, Luís estava indo justamente na direção de Isabela e Aurora. Filipe se virou para Diogo, David e os outros e disse: — Vou ali cumprimentá-los. Dito isso, se afastou. — Presidente Luís, Srta. Isabela. Luís e Isabela ouviram sua voz e se viraram. Luís d
Ao ver Filipe indo falar com Isabela, seus olhos se arregalaram de surpresa. Sem conseguir se conter, perguntou a Diogo: — Por que o Filipe foi falar com ela? Antes que Diogo pudesse responder, ela imediatamente caminhou naquela direção. Esther a segurou pelo braço e disse calmamente: — Eles estão falando de trabalho. — De trabalho? — Uhum. Mônica pressionou os lábios e bufou baixinho, contendo o impulso de ir até lá, mas seus olhos continuaram fixos em Isabela e Filipe. Naquela noite, Isabela vestia um longo vestido. Embora não estivesse especialmente arrumada, ainda assim chamava atenção. Ao lado de Filipe, pareciam inesperadamente harmoniosos juntos. Mônica percebeu isso e, embora soubesse que não havia possibilidade alguma entre eles, não conseguiu evitar um certo incômodo no coração. Sem pensar, puxou levemente a manga da camisa de Diogo. — Diogo, sobre o que eles estão conversando? Por que estão demorando tanto? Os sentimentos de Mônica por Filipe eram pra