Não demorou muito para que Pedro recebesse uma ligação da casa de leilões. Ao ouvir a notícia, sua expressão permaneceu inalterada. — Certo, estou ciente. Do outro lado da linha, a pessoa perguntou: — Deseja que reservemos esses dois itens para o senhor? Pedro respondeu sem hesitar: — Não é necessário. O atendente não se atreveu a prolongar a conversa e rapidamente desligou. Sentada ao lado dele, Sofia perguntou enquanto comia: — Problemas na empresa? Pedro guardou o celular no bolso e respondeu: — Não, era a casa de leilões ligando. Sofia sorriu e estava prestes a dizer algo quando Ana a interrompeu: — O que é uma casa de leilões? Pedro segurou a faca e o garfo, cortou um pedaço de carne e respondeu calmamente: — Um lugar onde vendem coisas valiosas. — Coisas valiosas? Que tipo de coisas? É divertido? Sofia riu e perguntou: — Nunca foi a um leilão, Ana? Ana balançou a cabeça. — Nunca. — Depois, continuou curiosa. — E lá tem muitas coisas legais?
Pedro tinha sentimentos por ela, disso não havia dúvida. Por isso, aquela cena provavelmente não passava de um mal-entendido. ... Na manhã de sexta-feira, Isabela tinha acabado de acordar quando recebeu uma ligação de Aurora, convidando ela para acompanhá-la à exposição de Cláudio Cardoso no domingo de manhã. Aurora era uma grande fã do mestre da pintura nacional, Sr. Cláudio. A última vez que ele organizou uma exposição tinha sido há mais de dez anos. Era uma oportunidade rara, e Isabela respondeu: — Certo, eu vou com você no domingo. Mal havia desligado, quando o telefone tocou novamente. Dessa vez, era Ana. Desde segunda-feira, quando participou da atividade escolar dos pais, Ana ainda não tinha lhe ligado. Isabela não atendeu. Na tarde de sábado, ela voltou para a família Gomes para o almoço. Na manhã de domingo, saiu com Aurora rumo à exposição. Assim que desceu do carro ao chegar ao local, viu Luís chegando também. Ela ficou um pouco surpresa. — Lu
Isabela apertou o braço de Aurora. Aurora, tranquila, deu um leve tapinha no dorso da mão dela e disse: — Não se preocupe. Se elas podiam prever que ela viria, como ela não poderia prever que elas também estariam ali? Luís disse: — Sra. Aurora, vou entrar para falar com o Sr. Cláudio. Por que não vêm comigo, você e a Isabela? O que ele queria dizer era que poderia apresentá-las ao Sr. Cláudio, dando a Aurora a oportunidade de trocar algumas palavras com seu ídolo. No entanto, Aurora balançou a cabeça e respondeu: — Ter a chance de ver tantas obras do Sr. Cláudio de uma só vez já é uma honra para mim. Não quero incomodá-lo. Diante dessa resposta, Luís não insistiu. Mas, com os membros das famílias Mendes e Gonçalves presentes, ele ficou um pouco apreensivo por elas. Isabela disse: — Pode ir, não se preocupe conosco. As famílias Mendes e Gonçalves prezavam muito pela etiqueta. Em uma ocasião como aquela, não fariam nada contra elas. Assim, Luís se afastou. I
Osvaldo se lembrou do que David e os outros haviam dito há pouco sobre Sofia e Pedro também estarem a caminho. Ele se levantou e disse: — Certo, quando seu avô terminar, me manda uma mensagem? — Tudo bem. Osvaldo e Ezequiel então saíram primeiro. Assim que chegaram do lado de fora, Filipe e Diogo também chegaram. As famílias Mendes e Gonçalves foram imediatamente cumprimentá-los. Filipe apertou a mão de David. Diogo olhou ao redor e perguntou: — E o Pedro e a Sofia? Ainda não chegaram? Antes mesmo de terminar a frase, ele avistou Isabela. Ela também tinha vindo. Filipe, sem saber o que havia acontecido, seguiu o olhar de Diogo e também viu Isabela. Seu olhar se aprofundou ligeiramente. Naquele momento, Luís estava indo justamente na direção de Isabela e Aurora. Filipe se virou para Diogo, David e os outros e disse: — Vou ali cumprimentá-los. Dito isso, se afastou. — Presidente Luís, Srta. Isabela. Luís e Isabela ouviram sua voz e se viraram. Luís d
Ao ver Filipe indo falar com Isabela, seus olhos se arregalaram de surpresa. Sem conseguir se conter, perguntou a Diogo: — Por que o Filipe foi falar com ela? Antes que Diogo pudesse responder, ela imediatamente caminhou naquela direção. Esther a segurou pelo braço e disse calmamente: — Eles estão falando de trabalho. — De trabalho? — Uhum. Mônica pressionou os lábios e bufou baixinho, contendo o impulso de ir até lá, mas seus olhos continuaram fixos em Isabela e Filipe. Naquela noite, Isabela vestia um longo vestido. Embora não estivesse especialmente arrumada, ainda assim chamava atenção. Ao lado de Filipe, pareciam inesperadamente harmoniosos juntos. Mônica percebeu isso e, embora soubesse que não havia possibilidade alguma entre eles, não conseguiu evitar um certo incômodo no coração. Sem pensar, puxou levemente a manga da camisa de Diogo. — Diogo, sobre o que eles estão conversando? Por que estão demorando tanto? Os sentimentos de Mônica por Filipe eram pra
— Filipe. — Ao ver Filipe retornar, Mônica o chamou com suavidade. Filipe acenou levemente com a cabeça, mantendo a expressão fria. Vendo Pedro à procura de alguém, Esther explicou: — A Sofia acabou de receber uma ligação e saiu para atender. Pedro assentiu. — Certo, entendi. Mal ele terminou de falar, um burburinho começou a se espalhar não muito longe dali. A comoção foi causada pela chegada do Sr. Cláudio, que saiu de dentro do recinto. Francisco, Óscar e outros membros da família Cardoso também estavam presentes. Com tantos convidados, o Sr. Cláudio esperou o salão se acalmar antes de começar a falar, expressando sua gratidão pela presença de todos. Isabela e Luís estavam posicionados um pouco mais atrás, mas, ainda assim, Francisco logo os notou. Luís estava ali representando seu avô para entregar um presente, algo que Óscar já havia informado a Francisco e ao Sr. Cláudio. No entanto, a presença de Isabela era uma surpresa para Francisco. Ao vê-la, ele lh
Sofia disse educadamente: — Obrigada. O Sr. Cláudio olhou para Filipe, Osvaldo, Óscar e os outros, sorrindo: — Vocês também precisam se apressar para arrumar namoradas. Nesse momento, Francisco apareceu, trazendo Isabela, Luís e os demais. Ele se dirigiu ao Sr. Cláudio: — Pai, este é o Luís. Recentemente, a empresa dele, a CiaPlus, tem se desenvolvido muito bem e é uma das principais beneficiadas pelo apoio do governo nos próximos anos. Em seguida, apresentou Isabela: — Esta é Isabela, uma das principais desenvolvedoras de tecnologia da CiaPlus, uma profissional extremamente talentosa na área. O sucesso da CiaPlus hoje não seria o mesmo sem a ajuda dela. As pessoas da geração mais velha costumavam se preocupar bastante com o futuro do país. Ao ouvir Francisco dizer isso, o Sr. Cláudio sorriu ainda mais afavelmente e comentou: — Excelente! Com tantos talentos brilhantes em nosso país, o futuro certamente será promissor. Francisco também apresentou Aurora ao Sr. C
Depois de um momento, o Sr. Cláudio se despediu rapidamente de todos e entrou na área privada pelo corredor. Isabela, Luís, Pedro, Filipe, os Mendes e os Gonçalves seguiram para o interior juntos. Havia bastante gente ali dentro, e a presença das famílias Mendes e Gonçalves não parecia destoar do ambiente. Todos se acomodaram nas cadeiras enquanto os empregados serviam bebidas e petiscos. O Sr. Cláudio e a Aurora conversavam animadamente. Além de Aurora, o Sr. Cláudio tinha dois amigos que também possuíam certo talento dentre as pinturas nacionais. À medida que o papo avançava, a conversa se tornou ainda mais envolvente, até que o Sr. Cláudio e seus dois amigos decidiram pintar ali mesmo, convidando Aurora a participar. Em seguida, ele deu uma ordem ao Óscar: — Óscar, vá até o meu escritório e traga o material de pintura. — Certo. — Óscar assentiu e se retirou. Depois de terminarem a pintura, o Sr. Cláudio fez inúmeros elogios à obra de Aurora. O assunto, então, s