Mas naquele momento era diferente. Ela tinha se divorciado de Sandro, e ainda assim ele a mimaria? A deixaria fazer o que quisesse?Impossível!Ao pensar na amante de Décio que estava prestes a dar à luz, ela esboçou um sorriso frio.Ela queria ver como Maria ainda conseguiria se comportar de forma arrogante.Isso, sem contar que a mãe de Jorge ainda estava por perto. Isabela ajustou a expressão e voltou para dentro.Alícia viu Isabela acenando para ela.— Alícia. — Isabela se aproximou.— Vamos lá para cima. — Disse ela. — Lá em cima tem outras obras.— Certo. — Isabela concordou com a cabeça.Alícia a conduziu escada acima, com Isabela logo atrás.Logo chegaram ao segundo andar, que também era uma galeria, embora com menos quadros do que o andar de baixo.— Essas obras, normalmente não são vistas, são todas de coleções privadas. — Alícia comentou com Isabela.Isabela, com uma expressão curiosa, respondeu:— Entendi.— Mas algumas são retiradas para exibição, porque estão à venda.— A
Do outro lado da linha, Clara começou a chorar, sem dizer o que tinha acontecido.— Alícia, se você tiver alguma coisa para resolver, pode ir tranquila. Eu pego um táxi para casa.Isabela percebeu que Alícia parecia preocupada e falou na hora certa.— Não precisa se apressar, vou te levar primeiro. — Respondeu Alícia, pedindo ao motorista que seguisse caminho.Isabela ficou meio sem graça.— Desculpa te incomodar.— Imagina, não precisa disso. — Respondeu Alícia, sorrindo.Quando o carro passou em frente ao escritório de advocacia, Isabela disse:— Pode parar aqui, por favor.Alícia pediu que o motorista encostasse.Isabela abriu a porta e desceu do carro.Alícia se inclinou um pouco para fora, olhou na direção do escritório e sorriu discretamente.— Pode entrar.Isabela se curvou levemente, num gesto educado.— Obrigada por me levar à exposição hoje. Eu gostei muito.— Eu devia ter sido mais esperta e te dado uns livros de direito, ia combinar mais com você. — Alícia sorriu.Isabela f
Cada um ficou ocupado com suas coisas durante o dia, mas à noite voltaram juntos do trabalho.Jorge disse, com um sorriso:— Eu paguei o almoço... Agora não está na sua vez?Isabela, sempre generosa, respondeu:— Venha na minha casa. Eu comprei ingredientes, dá para fazer o jantar.Era exatamente o que Jorge queria, então, claramente, não recusou.Isabela ficou responsável pela comida, enquanto Jorge, que já se sentia em casa, tirou o casaco e se jogou no sofá, à vontade.Da cozinha vinham os sons de Isabela cortando caranguejo.Jorge, recostado no sofá, virou o rosto e olhou na direção dela. Isabela usava um avental, e sob a luz, seu perfil parecia quase uma pintura, suave e cheio de calma.Seu corpo era tão perfeito que parecia ter saído direto de um mangá.O olhar de Jorge ficou mais intenso.Depois de mais de uma hora, Isabela colocou os pratos à mesa.Daquela vez, ela tinha preparado vários pratos a mais.Durante o jantar, Isabela comentou sobre a garota que havia atendido mais ce
Ela entrou na delegacia e logo encontrou seus pais. Ambos estavam com marcas no rosto.Lara estava melhor, mas os ferimentos de Caio pareciam graves. Seus olhos estavam inchados, o canto da boca roxo e havia um corte na bochecha.— Que aconteceu? — Isabela perguntou com dor no coração.— Eles compraram coisas e não pagaram, ainda arranjaram encrenca, disseram que havia uma mosca no sushi. E, olha, não é verão, onde é que teria mosca? Eles ficaram criando confusão e ainda exigiram que pagássemos, mas eu e seu pai não aceitamos, então eles partiram para a violência e começaram a destruir a nossa barraca. — Lara explicou.Isabela segurou a mão de Lara e falou com uma voz suave e reconfortante:— Foi eles que começaram?— Sim, eles começaram. — Lara assentiu com força.— Foi vocês que começaram! Seus alimentos não são limpos. Comemos o sushi que vocês venderam, ficamos com dor de estômago e isso pode até ameaçar nossas vidas. Vocês têm que pagar por danos morais, custos médicos, perdas de
— Entendi.Ela estava prestes a dar um passo quando Jorge puxou o braço dela e perguntou:— Quer que eu pegue uma faca para você?Isabela ficou sem palavras.A polícia e os dois vândalos também ficaram em silêncio, sem saber o que fazer.O que estava acontecendo aqui?Caio disse, preocupado:— Isa, não seja impulsiva, ainda não sabemos o que está acontecendo...— Pai, eu sei. — Isabela sorriu para ele. — Eu não vou. Se eu for, ela vai achar que somos fáceis de manipular, e vai vir atrás de mais problemas.Ela também precisava esclarecer as coisas com a Maria e o Sandro.Ela nunca disse que queria reatar o casamento.Então, não adiantava usar aquelas táticas com ela!Quando foi à delegacia, Jorge foi dirigindo.Isabela pegou a chave do carrp dele, agradeceu e saiu apressada.Ela dirigiu direto para a casa da família Marques.O objetivo era claro: encontrar a Maria.A casa da família Marques estava iluminada, ainda não haviam dormido.Ela bateu na porta.Quem atendeu foi Sandro. Ao ver q
— Você... Você está me ameaçando? — Maria ficou chocada. Nunca imaginou que Isabela teria coragem de enfrentar ela daquele jeito.Décio se levantou e foi até ela. Deu dois tapinhas no ombro da esposa.— Dessa vez, você passou dos limites. Vá lá, explique direitinho. Peça desculpas se for preciso e resolva o que tiver que resolver.— Por quê? Ela estragou o noivado do seu filho, você não viu? Você também quer se unir à família Neves, não quer? Você...— Maria! — Décio a interrompeu, firme. — Se você não for pedir desculpas agora, e ela for atrás da família Neves para falar o que aconteceu, você acha mesmo que ainda tem chance de salvar o casamento do seu filho?Décio não queria que a situação saísse do controle.Isabela estava visivelmente furiosa. Décio sabia que ela era capaz de ir até a família Neves e causar uma confusão.Se isso acontecesse, o nome da família Marques ia pro buraco.Além disso, ele tinha sido flagrado pela Isabela com a amante.Também morria de medo de ela acabar so
Sandro ficou visivelmente incomodado. Ele não tinha confiança de que conseguiria convencer Maria.Décio, por sua vez, mostrava insatisfação. Ele achava que o filho só pensava em romance e não usava a cabeça o suficiente, que faltava inteligência.— Olha, engane ela, só por enquanto. — Sugeriu, impaciente. — Diga para ela que, se ela se desculpar, você não vai cancelar o casamento. Ela com certeza vai se desculpar.Sandro não era burro. Não era falta de raciocínio, ele só não queria usar aquele tipo de artifício para enganar Maria.Ele sabia que, se fizesse aquilo, os problemas que viriam depois seriam ainda piores.Maria com certeza usaria de todos os meios possíveis para obrigar ele a casar com Clara.Então ele não podia fazer aquela promessa.— Tá bom, já entendi. — Respondeu ele, com firmeza.Ele encontraria outra maneira.Décio falou num tom carregado de expectativa:— Não faça mais nada que me decepcione. Eu deposito muitas esperanças em você.Sandro olhou fixamente para o pai, se
Isabela voltou, e Jorge já havia resolvido tudo por lá. O policial envolvido foi afastado do cargo e naquele momento estava parado com o rosto pálido.Os dois moleques estavam com o rabo entre as pernas, sem aquela arrogância de antes.— Eles foram detidos por incitar problemas, já pediram desculpas aos seus pais e também fizeram a compensação. — Jorge disse.Isabela olhou para os dois com um olhar frio. Ela estava irritada, mas sabia que quem estava por trás de tudo era a verdadeira culpada. Ao ver seus pais sendo humilhados, sentiu uma dor profunda e uma culpa esmagadora. No fundo, sabia que tudo aquilo só estava acontecendo por causa dela.— Foi por minha causa que vocês foram agredidos. — Isabela disse com os olhos marejados.— Não fala essas besteiras de "culpa", nós somos uma família, sua bobinha. — Caio falou. — Está tudo bem, graças ao Jorge. Se não fosse ele, talvez a gente nem poderia sair daqui agora.Isabela virou a cabeça e olhou para Jorge.Ele estava impassível, com os o