Também não quero que meu filho cresça distante do pai, ainda mais um que parece tão disposto a participar de tudo. Tanto que me sufoca com seu excesso de cuidado, e meu bebê só tem poucas semanas. Mas gosto da atenção que ele me dá, de me sentir cuidada por ele. De saber que não estou sozinha nessa. Valentin tem sido fundamental nesse período inicial, que vem sendo bem difícil. Só que não estou sendo justa com ele, então prometi a mim mesma que, mesmo que não me case com ele, vou tentar deixar que se aproxime pelo menos pelo bem do bebê. Mas não é uma coisa fácil para mim.
Em todos os meus anos de vida, nunca tive uma relação séria, nunca conheci pais de ninguém nem criei uma rotina. Nunca teve nem muita conversa, para falar a verdade, então Valentin precisa entender que não é uma mudan&ccedi
Nenhum homem perde por ser insistente nas coisas que importam para ele. Eu perseverei e consegui o que queria. Nicole se casou comigo.Não do jeito que eu imaginei, mas aceitou. Ela quis apenas uma ida rápida ao cartório, sem nenhum familiar, apenas as testemunhas, que foram Nat e Benjamin. Porque não queria fazer alarde, segundo ela. Quis tentar fazer com que mudasse de ideia e aceitasse ter um casamento grande, do jeito que merecia, mas fiquei com medo de ela desistir de se casar comigo. Então, aceitei a sua condição.Como sempre, a mulher me surpreendeu. Em um dia aleatório, no meio do expediente, ela disse que se casaria comigo. Não preciso dizer que não consegui trabalhar pelo resto do dia, apenas pensando nisso.Hoje, no final da tarde, finalmente assinamos os papéis, e agora estamos chegando na minha casa. Na nossa casa, a partir de agora.Passamos no apartamento de Nicole p
Foco no preparo da nossa comida e sinto seus olhos me observando enquanto trabalho de costas para ela. Estou sendo covarde, fugindo da visão bonita que essa mulher é, porque estou com um tesão fodido por ela. Posso tentar ocultar, mas vai ser difícil estar perto dela sem demonstrar o quanto a quero.— Sabe, tem uma vantagem nessa gravidez ter acontecido agora. Eu me viro para ela quando escuto o tom de voz triste, curioso.— E o que seria?— Minha mãe — ela fala de forma tão vulnerável que me faz largar o que estou fazendo para ouvi-la com mais atenção. — Ela tem Esclerose Múltipla. Descobrimos na mesma época que entrei na LDrinks. Tempos atrás, pareceu uma sentença de morte, sabe? Na minha cabeça, eu não ia mais ter a minha mãe por muito tempo. Ela não ia ser mais ela. Hoje, lido melhor com isso, mas é dif&i
Todo mundo ficou surpreso com meu casamento do nada, mas eu precisava que fosse assim para conseguir seguir com essa insanidade. Sim, ainda acho que isso tudo é uma loucura, ainda mais quando Valentin está levando bem a sério de ser um matrimônio mais por conveniência do que por qualquer outra coisa. Pensei que, depois de estarmos no mesmo ambiente, sem ele precisar insistir para eu ficar, fosse rasgar as minhas roupas e me foder de todo jeito. Mas Valentin fez questão de me colocarem um quarto separado.Ele me deixa confusa.Agora me casei com alguém que não vai me comer nunca mais, ou seja, minha vida sexual antes agitada acabou. Minha boceta vai criar teias de aranhas.— Está calada — fala enquanto prepara o nosso café da manhã, todo gostoso como sempre cozinhando.Tadinha de mim, tendo que ficar vendo Valentin andando por aí sem camisa e não poder tira
Sumo pela casa, ainda ficando um pouco perdida com os corredores porque é imensa. Gravei algumas coisas, tipo o quadro da parede que tem no corredor dos quartos, mas ainda é difícil me virar. Encontro meu quarto e pego algumas coisas que acho que vou precisar depois que troco de roupa, seguindo a sugestão de Valentin de usar um conjunto de lingerie para tomar banho.Quando volto para a área externa da casa, ele não está mais ali, e eu o espero por alguns minutos até que volte.— Vamos? — Aparece todo gostoso, sem camisa, com uma bermuda preta e os óculos de sol no rosto.— Claro.Ele me guia pelo caminho que vai dar para a praia, e eu já começo a sentir o cheiro de maresia. Abro um sorriso e fecho os olhos, sentindo o calor do sol tocar a minha pele. Eu amo muito tudo isso. O sol, o mar, as lembranças boas que eles me trazem.— É bom te
Puta merda, Nicole vai me enlouquecer. Se eu achei que estava pagando meus pecados antes, no início da gravidez, eu nem imaginava o que me esperava pelos próximos meses. Que mulher teimosa do cacete! Se ela já era estourada, com temperamento difícil, reclamona e teimosa, piorou muito mais. Apesar de achar uma graça quando está toda descabelada depois de me xingar com bastante propriedade, me preocupo com o estresse que passa nessa altura da gravidez. Tenho medo de ela ficar estressada a ponto de ter um parto prematuro, por exemplo. Mas ela me escuta? Não me escuta.— Nicole, pelo amor de Deus! Já são duas horas da manhã, você não precisa olhar isso de novo — reclamo, vendo-a concentrada na tela do computador do escritório que tem na nossa casa, a barriga imensa já de sete meses, parecendo ter duas crianças crescendo ali.Mas é só uma, a nossa menininha. Descobrir que eu ia ser pai de uma garota, lá nos primeiros meses de gravidez, me deixou em êxtase. Antes de descobrir o sexo, imagin
— Eu amo você, minha deusa. Amo você há tempo demais e foi difícil ter que guardar essa frase com medo de ser cedo demais. Não vou mentir que me transformou em um homem inseguro, tive medo de você fugir de mim. Se eu evitava te olhar, é porque foi difícil para mim o fato de não te tocar também. Você é linda, gostosa, perfeita.— Não fugiria, Valentin. Eu me casei com você.— Sob pressão, depois de muita insistência — brinco, e ela nega com a cabeça, colocando a mão pequena no meu rosto, alisando a barba.— No fundo, eu queria. Só que sempre me assustei com a ideia de me entregar a alguém assim. E você sempre me assustou demais, Valentin. A forma como sempre aparecia na minha cabeça, até mesmo quando eu queria odiar você, era apavorante. Depois que nos envolvemos, logo veio a
Tem uma bonequinha nos meus braços que não consigo acreditar que é minha. Todo minuto que tenho livre, olho para ela e fico apreciando os detalhes perfeitos.Lily nasceu há duas semanas, com um tempinho antes dos nove meses, no meio do expediente, para o desespero de Valentin. Ele não sabia se brigava comigo por ainda estar trabalhando ou se me socorria. Foi um caos puro, mas não podia ser diferente na nossa relação.Aliso o rostinho delicado da nossa pequena. Os cabelos são escuros, cheios de cachos. Os olhos, por enquanto, não tem uma cor definida, mas o formato se parece com o de Valentin. Não sei quem baba mais nela, ele, eu ou a nossa família. Hoje foi dia de visita, e consigo ouvir as risadas lá embaixo, enquanto amamento a pequena no quartinho dela para que não se assuste com o agito.— Você é a minha perfeição, meu amor. Sabia?
— Eu pesquisei sobre ele — confessa com a voz cheia de ódio. — Queria me vingar sem que você estivesse envolvida, mas cheguei tarde.Vi que ele foi assassinado em um assalto.— Sim, carma, eu acho. A denúncia não serviu de nada, mas pelo menos fico feliz em acreditar que exista justiça vinda de outro lugar. Não me dói mais falar sobre isso, só fica o amargo da impotência, sabe?— Nem imagino, baby.Valentin segura meu rosto e o alisa com a ponta do nariz, fazendo com que eu me sinta amada, querida e adorada. Ele me beija devagar, chupando meus lábios só para me excitar.— Obrigada por ter aparecido — agradeço quando me afasto. — Você foi a minha cura, o meu alívio. Você foi meu ponto de paz, se é que isso faz sentido, já que transformava minha vida em um caos.— Eu amo te ver