Edward entrava no grande salão ansioso e nervoso, veria a ex cunhada e o irmão, sabia que o irmão ainda estava na cadeira de rodas, e isso o fazia se sentir culpado. Culpado por roubar cinco anos da vida do irmão e ter sido um dos motivos para o término do noivado do irmão. Involuntariamente segurou a mão de Rebecca com força e respirou fundo, esquecendo completamente dos repórteres e conhecidos na festa. Céus! Rebecca arregalou os olhos e tentou se soltar, sabia que estavam em público e que aquilo poderia ser algo negativo para Edward, fofocas em todos os lados e a sua mãe a retalhando. — Edward, acho melhor soltar minha mão. — Cochichou e logo tentou se soltar novamente. — Por favor, eu preciso desse emprego, se sua mãe vê você tão próximo a mim dessa forma ela pode surtar, sabemos que ela não está nada contente com o fato de eu não ter assinado o contrato. — Desculpa, estou nervoso. — Riu sem graça soltando a mão da loira enquanto respirava fundo. — Não estou nem um pouco cont
Quando a música acabou voltaram aos seus lugares, Edward se sentou ao lado de Rebecca emburrado, Victoria mantinha uma expressão de curiosidade, já Elizabeth estava séria e ficou ainda mais séria quando Arthur se sentou ao lado de Rebecca. Eles se conheciam desde quando? Ela seria a moça da cafeteria com quem tinha visto o filho na semana passada? Quando pensou em abrir a boca para perguntar qualquer coisa, o celular da loira vibrou e a mesma ficou tensa. — Desculpem, preciso atender, pode ser importante. — Rebecca se levantou um pouco inquieta, mas parou quando Edward segurou seu pulso. — Você não veio a trabalho, não precisa atender. Eu pedi para que ninguém ligasse para você. — Edward disse lentamente. — Desculpem, é uma ligação pessoal, eu preciso atender. — Arthur viu a mesma tensa e ficou da mesma forma, então esticou o braço e segurou o pulso do irmão para que o mesmo a soltasse, imaginando que pudesse ser relacionado a Tom. — S-só um momento, voltarei logo. — Vocês se con
— Vocês já se conheciam? — Edward perguntou baixo enquanto caminhavam até o estacionamento do hospital. — Sim, mas eu não sabia que ela era sua secretária e ela muito menos que eu era seu irmão. — Arthur suspirou colocando as mãos em seus bolsos. — Vocês parecem próximos. — Olhou o irmão de canto de olho esperando que o irmão negasse. — De certa forma. — Riu consigo mesmo, lembrando dos breves momentos que havia tido com a loira. — Ela foi a única que me deu a mão quando eu estava sozinho, a única que não me olhou com pena e que não me abandonou. — Você nunca foi abandonado. — Edward o encarou de forma séria. — Você me abandonou quando eu mais precisava. — Arthur o encarou com a expressão magoada. — Quando eu mais precisei, você se fechou em uma bolha de culpa e se afastou, você me largou, assim como Victoria. — Arthur… — Edward sentiu o peito despedaçar-se, sabia que ele tinha razão e sabia que estava fazendo aquelas perguntas por puro ciume. — Acho que ela irá te contar agora
Cerca de uma semana após o acidente, Rebecca ainda estava no hospital com seu filho enquanto Edward mantinha a empresa funcionando. Arthur não havia aparecido desde aquele dia, o que deixava a loira preocupada. Talvez ele estivesse em maus lençóis com a mãe por causa dela, ou talvez ele só não tivesse tempo para se preocupar devido à noiva. Rebecca respirou fundo, chamando uma enfermeira para pedir que ficasse de olho em Tom por uns minutinhos. Ela precisava de um ar. A loira encarava do terraço as pessoas que passavam lá embaixo. Ainda não conseguia aceitar que tudo aquilo tinha acontecido com seu filho. Se sentia culpada mesmo sabendo que não era ela quem dirigia aquele carro. Um suspiro pesado saiu de seus lábios enquanto ela tentava se recompor após chorar para que pudesse ir até o seu filho ainda desacordado. O céu estava limpo, sem uma única nuvem para contar história. Mas não estava quente, o clima era agradável e a brisa estava fraca. Rebecca estava perdida em pensamentos
— Como você está? — Olivia perguntou enquanto ajudava a amiga a dobrar as pequenas roupas de Tom. — É como se eu ainda estivesse anestesiada. — Disse de forma sincera. — Você quer ficar na minha casa? Tem espaço para você e o Tom. — Fechou a primeira mala e caminhou em direção aos brinquedos para encaixotá-los. — Eu nem sei como ficou o seu trabalho, a questão com os irmãos. — Sobre isso, não precisa se preocupar comigo. — Sorriu dobrando as roupas de frio. — Edward me apoia, mais do que eu poderia imaginar e Arthur nunca me julgou. Olivia parou o que estava fazendo e se virou lentamente para a amiga. Não sabia ao certo se estava surpresa ou confusa, sentia que havia um pedaço da história que havia se perdido. — Pera aí, como assim o Edward a apoia? Desde quando conhece o Arthur? — Cruzou os braços enquanto encarava seriamente a amiga. — Tem alguma coisa nessa história que eu não estou sabendo? Aliás, por que os dois estavam com você no hospital? Estava confusa, pois se lembrav
Arthur estava nervoso e ansioso enquanto entrava no hospital. Ele precisava ver Rebecca, precisava expor o que sentia, precisava desesperadamente de Rebecca naquele momento. Se sentia um monstro, era a primeira vez que ele visitava o menino desde o incidente, e ele estava determinado a apoiar Rebecca e Tom durante esse momento difícil, mas o motivo de estar ali era por puro egoísmo, não estava ali para vê-lo, e sim para ver sua mãe. Sua mão tremeu quando encostou na maçaneta da porta, a voz de seu irmão rindo e a voz delicada de Tom invadiu sua audição. Por um momento tudo ficou abafado, como se apenas aquelas vozes existissem ali. Engoliu em seco e bateu algumas vezes pedindo licença antes de entrar, seus joelhos falharam levemente quase o levando ao chão. Edward se levantou preocupado ao ver o irmão a sua frente. — Arthur. — Caminhou até o irmão, mas o mesmo balançou a cabeça. — O que faz aqui? — Eu vim ver o Tom. — Pigarreou olhando o menino e dando um longo sorriso enquanto s
— Edward disse que o meu antigo quarto poderia ser do Tom, é um bom quarto, espaçoso e não é quente, nem frio. — Disse Rebecca abrindo aporta da casa. — Preciso tirar as coisas do meu quarto e passar para o dele, e deixar o quarto ao menos meio arrumado para quando Tom chegar. — Calma, você já começou com a euforia. — Olivia riu entrando na casa. — Como você se sente com toda essa mudança? — Eu não sei até onde vai essa calmaria, e o meu medo é que essa calmaria seja como um mar recuando para logo vir um tsunami. — Disse sinceramente enquanto colocava as malas no chão da sala. — Se for pela senhora GreenWood, acho que não precisa se preocupar muito. Edward parece disposto a mover mundos e fundos por você, ele está disposto a se aproximar do seu filho para não perder você. — Olívia deu algumas batidinhas no ombro da amiga. — Vamos começar a arrumar as coisas? — Vou te mostrar o quarto. — Sorriu caminhando até o seu quarto, assim que abriu a porta sua amiga entrou e começou a obser
— Arthur. — Chamou Elizabeth assim que viu o filho mais velho entrando pela porta da sala. — Como foi o jantar? Reataram? A Victoria é uma menina tão boa, assim que se casarem teremos mais visibilidade para a Vintage. — Você pergunta de besta, não é? — Disse irritado com a mãe, sinceramente não estava com paciência, ele com toda certeza surtaria. — Não Elizabeth, não reatamos e eu nem sequer pretendo reatar qualquer coisa com essa mulher, espero do fundo do meu coração que você DESISTA dessa ideia antes que eu me irrite. — Por que está falando assim comigo? — Elizabeth perguntou se levantando da poltrona. — Não vou desistir. Até porque eu anunciei que vocês se casariam na festa da embaixadora, a festa da qual aquela secretária fez o maior show. Ela tem sorte de eu ainda não ter ido atrás dela. A raiva fervilhava dentro de Arthur como um vulcão prestes a entrar em erupção. A atmosfera do da sala parecia pesada, à medida que as palavras que ele estava prestes a proferir pairavam no a