IrinaEu ainda não acredito que já fazem dois dias desde que um caos se instalou em minha vida. Eu pensei que a saída de Boris dos Estados Unidos seria o fim dos meus problemas.Eu estava errada. Dormi com meu chefe que não vejo desde o ocorrido e perdi meu diário. Meu diário tem segredos e revelações que não gostaria que outra pessoa colocasse os olhos. E agora estou aqui sem cabeça para trabalhar, mas sou obrigada, pois preciso do meu salário. Bartho mais uma vez traz o meu café aqui na recepção e aproveita para conversar mais uma vez.— Irina, todos estão preocupados com você. Faz dois dias que não entra e trabalha com todos lá dentro. Eles sentem falta do seu sorriso e do seu jeito russo de falar algumas palavras. Mas por você ser reservada ninguém teve coragem de vir perguntar o que aconteceu. Estão preocupados com você.— Bartho, você sabe que roubaram meu diário aqui na recepção. Eu não consegui encontrá-lo, e tem outras coisas acontecendo que não posso falar. Diga para eles q
Capítulo 50Irina Yana parece não se importar com meu jeito rude e com toda calma do mundo continua aqui tentando me convencer de algo que não quero.— Ok, Irina, vou entregá-la o seu diário, mas gostaria que soubesse que eu não vou desistir. Porque eu sei como é estar em um lugar que não gostam muito de você e ainda assim precisar trabalhar e se sustentar. Eu sei que agora no momento você está com raiva, porque eu fiz algo que não deveria. Mas gostaria que soubesse que não fiz por maldade e que você tem um potencial muito grande para a escrita, que não deveria parar nesse diário. Vou deixar o meu contato, está dentro do diário. Pense direitinho, tenho certeza que vai ver que a minha proposta não é ruim e você vai poder ter a vida dos sonhos aqui. Ao invés de trabalhar todos os dias num lugar como esse para ganhar um salário por mês. Você terá uma conta bancária recheada, aquele tipo de conta bancária que não precisa se preocupar com o futuro, apenas aproveitar o presente. Aqui está
Irina O nome da pessoa que levou o meu diário e leu sem o meu consentimento é Yana Asimov, uma russa igual a mim. Como ela pode fazer isso?Nós russos não somos assim. Quando o expediente termina vou para minha casa, assim que entro em minha pequena casa as coisas que aquela mulher russa falou invadem a minha mente. Olho para o meu humilde e pequeno lar e penso: será que eu preciso de um lar maior? Não acho que seja necessário ter mais do que já tenho. Sou feliz aqui. Mas ter a certeza de um futuro seguro, torna tudo muito atraente.Escuto alguém bater na porta e ao olhar para a hora em meu celular vejo que já passa de meia noite. Escuto a voz de Sierra e Daphne, somente depois disso que atendo a porta e elas entram em polvorosa dizendo:— Como assim uma vadia russa roubou seu diário e leu? Desculpa amiga, mas ela é uma vadia russa.— Irina, ela não pode fazer algo assim e sair impune. Você precisa denunciar ela por roubo. — Diz Daphne irritada com a atitude de Yana.— Calma, meninas.
Irina Acho que devo aceitar essa proposta da Yana e sair daqui. Ele realmente não se sentiu bem por eu ter dormido com ele e agora nem vem mais para o seu restaurante por minha causa.Sem pensar muito envio uma mensagem para Yana dizendo:— Vou aceitar o seu convite para jantar. Mas não estou dizendo que aceitei a loucura que está me propondo, terá que ter uma boa habilidade de convicção para me fazer aceitar essa loucura. — E ela me responde quase imediatamente:— Você irá aceitar a minha proposta. Disso tenho certeza, será a melhor noite de sua vida e pode ter certeza que no máximo em dois meses você será a nova milionária do pedaço. Até o jantar, Irina.Volto a focar no trabalho. Me incomoda o fato do Tommaso não estar vindo trabalhar. Tenho quase certeza que foi por minha causa, já que desde aquele dia não nos encontramos mais.Eu não quero que ele se sinta mal de pisar no seu próprio negócio por minha causa. E se der certo mesmo essa questão do diário, eu vou me demitir.Espero
Tommaso Justo hoje que eu iria voltar ao restaurante para conversar com a Irina sobre o que aconteceu entre nós no escritório, recebo uma ligação da Itália dizendo que a minha vó sofreu um atentado voltando da missa e está no hospital.Claro que voltei correndo para a Itália. É a minha Nonna, minha segunda mãe. Não tem sentido a minha vida sem minha ela.Assim que chego no hospital minhas irmãs vêm até mim e me abraçam juntas. Elas estão machucadas também e eu pergunto:— Vocês estavam juntas no carro?— Eu estava dirigindo! Ainda não acredito no que aconteceu. Nossa vó e o Joe foram lançados para fora do carro. A culpa é minha. — Mayla volta a chorar.— A culpa não é sua, Mayla. Como estávamos na frente, o cinto de segurança nos prendeu no lugar, mas a vovó e o Joe estavam conversando no momento do acidente e não estavam com o cinto. Não sabemos quem foi o atrevido. Depois que o carro capotou nós duas desmaiamos.— Como nossa vó e o Joe estão? Eles passaram por alguma cirurgia? — El
Tommaso Logo alguém chama por nós, nos colocamos de pé rapidamente e seguimos o jovem rapaz. Entramos no consultório do médico que está visivelmente cansado com seu óculos em mãos o limpando.— Olá, família Caccini, sou o doutor Stefano. Fui o responsável pela cirurgia de Elettra Caccini e Joe Hanniger. Agora só precisamos esperar passar essas vinte e quatro horas após a cirurgia que é quando o corpo reage a tudo o que aconteceu.— Como assim devemos esperar? Queremos saber o que aconteceu com eles e qual foi o motivo para a cirurgia. Não pode se sentar aí e dizer apenas isso e esperar que apertemos sua mão para depois voltar lá para fora e esperar vinte e quatro horas. Doutor Stefano, me desculpe se estou sendo rude, mas a nossa vó é a nossa mãe. Minha irmã está grávida, meu cunhado será pai logo.— Eu entendo perfeitamente, senhor Caccini. Mas do que adiantaria começar essa conversa dizendo que ambos os pacientes sofreram traumatismo craniano? Dizer que ambos os pacientes quebraram
Tommaso Estou saindo do bar e atravessando uma rua que não costuma ter carros passando a não ser para estacionar. E quando estou prestes a colocar a mão na porta do meu carro para abri-la um carro que não sei de onde saiu me atinge de uma maneira que faz meu corpo rodopiar no ar e se chocar contra o chão.Eu sinto dor por um curto período de tempo pois apago em seguida. Não sei por quanto tempo eu fiquei fora do ar, mas ao abrir meus olhos com a minha visão ainda embaçada já tenho a certeza que não estou em casa já que as cores azul e branco predominam no ambiente, também escuto um bip ao meu lado.Hospital, odeio hospitais. Aos poucos minha visão vai tomando foco e realmente vejo que estou em um quarto de hospital. Meu corpo dói demais, não tem um lugar que não doa em mim. Sinto um peso nos meus dois braços e ao me esforçar para olhar vejo que são as gêmeas.Tento falar algo, mas a minha garganta e boca estão secas. Então decido gemer para ver se elas acordam. — Huuummm. — Deu cert
Tommaso Estou preocupado, preciso cuidar da minha família. Preciso protegê-la. Mas como? Estou aqui mergulhado em meus pensamentos até que escuto a voz de um arcanjo lindo, mas não se engane pois esse arcanjo tem a essência e a alma de lúcifer. Minha prima Eloá Mancini.— Olha só quem me fez parar meu trabalho para me colocar dentro de um hospital? Me ligaram enquanto eu estava fatiando um porco imundo para dizer que alguém que perdeu o amor a sua existência tentou matar meu único primo que amo. Eu amo as gêmeas também, mas elas não tem sangue nas mãos como nós.— Minha amada prima. Estou aqui porque fui burro. Deveria exterminar meus inimigos como você faz, mas sou um fraco.— Concordo. Burro e fraco. Precisa aprender mais comigo. A propósito seus vinhos são um sucesso em meus negócios pelo país. Você deveria cobrar mais.— Vinhos? Que vinhos? Não vai me apresentar para ele, amor? Não sabia que tinha negócios com ele. — Um homem que veio com minha prima pergunta curioso.— Querido,