IrinaTiro meus olhos de onde estão e volto a encarar Daphne que me olha mostrando que só quer me ajudar, mas eu não quero parecer ingrata então falo:— Olha, não é desfazendo, mas é que fui criada por ela e me ensinou muita coisa, principalmente o certo e o errado e para minha vó essa vida é a errada. O sonho dela é me ver casar de branco na igreja e deixar de ser virgem na minha noite de núpcias, um desgosto já dei para ela não quero dar outro.— Eu te entendo, Irina... Vou te contar a minha história. Eu também perdi a minha virgindade com o senhor exclusivo, meu italiano lindo e também foi no Flor. Minha mãe louca e doente simplesmente decidiu depois que meu pai morreu que eu tinha que me casar com o meu primo, filho do irmão do meu pai para poder herdar o negócio da família que estava no nome do meu pai. Já que meu pai não colocou no meu nome antes de morrer. E o meu primo não colaborou muito comigo e disse que eu tinha sim que me casar com ele. E pelas palavras dele tudo porque e
Irina Quando chego no quarto vejo que a porta está aberta, minha avó não gosta de portas abertas. Ela diz que é ruim e atrai coisas que não são para entrar, mas entro no quarto e quando vou fechar a porta olho para o chão e vejo que minha vó está caída.E ao lado dela está o meu diário, está aberto na página em que escrevi que perdi minha virgindade para salvá-la. Eu não acredito no que estou vendo. Isso não pode ter acontecido. Espero que ela me perdoe.Corro até ela e coloco a mão no seu rosto que está frio e tem marcas de lágrimas também. Tenho que acordá-la, mas tem algo estranho... Muito estranho.Não consigo sentir a pulsação dela, o desespero me atinge como algo afiado. Não sei o que fazer, preciso ligar para a ambulância. Eu preciso ligar para um médico.Preciso de ajuda. Corro até onde deixei meu celular. Por que deixei meu celular lá embaixo? Pego o meu celular e volto correndo para o quarto e ligo para a emergência. Lá eles me ensinam a fazer o RCP, mas falo que não conseg
IrinaLá na Rússia ela não tinha amigas e aqui ela fez e no final de tudo por mais que eu tenha tentado salvar a vida dela acabei a matando.Tudo o que fiz, eu mesma estraguei. Tenho uma dor no meu peito que está me matando como ser humano. A vontade de acabar com a minha própria vida é muito grande. Principalmente quando vem a etapa do crematório que somos obrigados a ficar ali olhando a caixa entrar dentro do incinerador.Meu primo e eu queríamos acompanhar tudo, depois que colocaram ela na urna, a mesma urna que tinha o desenho de uma bonequinha russa, fui para casa abraçada ao que sobrou da minha vó.Já meu primo apenas me deixou em casa e sumiu no mundo. Eu me deitei, depois de muito tempo, na cama em que dormia com a minha vó, coloquei a urna com as suas cinzas na mesinha onde tem a bonequinha russa de cerâmica que minha vó amava.Durmo chorando. Em algum momento dessa noite fui acordada, tinha mãos rasgando minhas roupas com uma violência muito grande, eu praticamente fiquei d
IrinaEu estou aqui no Flor-da-Noite, lugar que pensei não pisar novamente, lugar em que perdi meu bem mais precioso. A Rosalinda me vê chegar e acho que está claro o quanto estou mal porque ela me dá um abraço que me faz chorar e me conforta:— Chore, cariño, vai te fazer muito bem. Fique aqui e conversamos pela manhã.A Rosalinda me leva até o quarto em que fiquei a última vez que estive aqui e só consigo me lembrar do senhor Misterioso. Não queria ficar nesse quarto, mas não posso escolher.Me sento no chão e ali acabo pegando no sono. Sou despertada por Sierra que está sentada de frente para mim enquanto fala:— Não deveria dormir no chão desse jeito. Vai ficar doente por causa da friagem. Você quer tomar café da manhã comigo na lanchonete que tem aqui perto? O café da manhã lá é uma delícia.— Eu... Vou lavar meu rosto. — Vou até o banheiro e lavo meu rosto, não trouxe a minha escova de dente, infelizmente. Quando termino saio do banheiro e pego a minha mochila e Sierra fala:— N
IrinaEntão, decido que chegou o momento de trabalhar para a Rosalinda. E ela já arrumou um cliente específico para mim. Rosa disse que ele seria perfeito e que não iria me arrepender.Tomei o banho com pétalas de rosas, coloquei a lingerie que estava separada para mim com um sobretudo transparente da cor da lingerie. Me sentei na cama esperando o homem entrar, não demora muito até que um homem com uma aparência até que bonita entra.E ao olhar para ele vejo que tem entre quarenta e quarenta e cinco anos, ele parece estar nervoso e passa a mão no cabelo, se senta na beirada da cama e me faz um pedido bem inusitado:— Olha, eu não preciso saber o seu nome, não preciso saber quem você é, com tanto que guarde o meu segredo com você. E a Rosa me prometeu que você era a pessoa certa para mim, por causa do meu tipo de problema.E depois dessa noite com esse homem, pego o meu diário e começo a escrever:— "Querido diário, hoje eu atendi meu primeiro cliente depois do senhor Misterioso, claro
Irina Estou em minha quinta noite no Flor-da-Noite, depois da questão do incêndio. A Rosa logo reformou tudo e o que ela pensou que iria demorar não demorou quase nada. Meus últimos quatro clientes das noites anteriores só queriam alguém para guardar seus segredos íntimos. Escrevi em meu diário as experiências que tive com meus dois últimos clientes.— "Terceira noite... Querido diário, meu cliente de hoje era um doce. O senhor G, como o chamei, só queria fazer sexo com uma boneca enquanto a sua cabeça estava deitada em meu colo. Ele me pediu para falar coisas para ele como se eu fosse a sua boneca. Ele pediu para dizer coisas como: você é muito gostoso, senhor G. Você tem um membro enorme. O senhor me deixa tão excitada. O senhor G gosta muito de fazer sexo com bonecas e curiosa perguntei o motivo e ele disse que é porque bonecas não engravidam."O senhor G parecia não quero filhos, não ficou evidente o motivo, mas creio que ele tenha algum trauma para ser tratado.— "Quarta noite..
IrinaEssa noite me deixou bastante cansada, porque o senhor F foi bem agressivo comigo já que ele queria muito chegar logo ao final de tudo e não conseguia, porque ele olhava para uma mulher deitada na cama e o que ele queria era um homem.Eu não entendi porque ele aceitou esse presente, já que é gay. Deve ser provavelmente pelo motivo dele não ter contado que é gay. E não ter contado que tem um relacionamento com alguém.— Cariño, como foi com o rapaz? Ele foi gentil com você?— Não! Mas ele tinha seus motivos e um deles era não querer estar aqui. Acho que ele estava aqui porque queria provar algo para alguém, não sei se ele vai conseguir dizer quem ele é de verdade para a família e amigos. Mas posso te garantir, se ele não fizer isso logo vai ter uma vida triste e infeliz, ninguém merece viver escondido por muito tempo.— Acho que entendi o que quer dizer e não vou fazer muitas perguntas, já que falou desse jeito e pelo visto você é aquele tipo de flor que guarda os segredos dos cl
IrinaAo chegarmos no escritório vejo Boris andar de um lado para o outro e falo para ele em russo por saber que a Rosa não vai entender:— Seu maldito desgraçado, como ousa vir até aqui e exigir que eu faça sexo com você? Eu cresci ao seu lado, fomos criados como irmãos seu maldito doente, pervertido desgraçado. Não tem respeito pela nossa avó?Ele não se intimida e me responde também em russo:— Irina, você é apenas um pedaço de carne que eu quero devorar. Nossa avó já morreu e ela não está vendo mais nada. A verdade é que eu sempre quis fazer sexo com você, desde que esses lindos seios apareceram em seu corpo incrível e sexy. Não tenho culpa que você parece gostosa. Na verdade a culpa é sua por ter sentado em meu colo tantas vezes me deixando com tesão e meu membro duro. Você cansou de dormir no mesmo quarto que eu e nunca me viu me masturbando e olhando para você deitada dormindo... Eu estou aqui para pagar e fazer sexo com você.— Boris, você é um maldito doente tarado. Eu nunca