As festas do reino de Heiwa tinham início com a chegada da aurora, por isso, antes dos primeiros raios de sol surgir, muitos já estavam de pé preparando o que ainda era preciso para festa. E nos 15 anos de Bara, não foi diferente.
Mal era cinco da manhã e a cozinha mais os corredores principais do castelo já estavam cheios de movimento, e aos poucos, todos os moradores e visitantes despertavam de seus sonos.
Bara acordara com o surgir dos primeiros raios de sol, pulando da cama cheia de alegria e disposição. Os convidados de outros reinos levantavam-se aos poucos, sempre tendo Bara como primeira visita do dia, junto de sua guardiã; aproveitando eles para parabenizar e presentear a aniversariante com joias, roupas, sapatos, enfeites etc.
Quando Bara chegou aos aposentos de Jõo, surpreendeu-se por vê-la já pronta – diferente de todos os outros que mal haviam saído da cama, quando estavam de pé.
– Bom dia Rainha Jõo!
– Bom dia Bara. Você parece estar bem animada! Teve uma boa noite de sono?
– Tive sim! E a senhora? Descansou bem? Precisou de alguma coisa? Teve algum problema?
– Não, comigo está tudo ótimo. – Jõo estava quase rindo da animação excessiva de Bara – Comigo e com meus aprendizes, pode ficar tranquila.
– Então está bem. Sintam-se a vontade para ir onde quiserem do castelo ou do reino, já que em todo lugar será festa hoje.
Bara e Acnarepse estavam se retirando quando Jõo as impediu.
– Espere!
– Sim? – Bara voltou-se para a Rainha.
– Zuline, por favor!
Zuline entregou a Jõo um pequeno saquinho de veludo verde-musgo que Jõo pôs nas mãos de Bara, dizendo:
– Meus parabéns pelos seus 15 anos. Isto pertenceu a uma pessoa muito especial para mim e... espero que goste.
Bara abriu o saquinho cuidadosamente e ao ver o broche de camafeu, agradeceu dizendo:
– É lindo! Eu amei! Vou usá-lo junto do vestido que foi feito especialmente para este dia. Obrigada! Rainha Jõo.
Bara saiu com um enorme sorriso no rosto, admirando a bela joia, deixando Jõo igualmente contente.
– Pela reação dela, a princesa realmente gostou do presente. – comentou Zula em voz baixa.
– Pena que Nemuru não pôde presenciar isto. – completou Zul bem mais baixo, ao ponto de só os cinco poderem ouvir.
– Realmente... é uma pena... – finalizou Jõo observando o horizonte na janela, suspirando por seu filho.
A caminho da Torre Kendrada, Bara acabou se esbarrando em seu pai.
– Puxa minha filha! Porque não olhava para onde ia? Eu estava à sua procura...
– Desculpe papai, é que... eu estava admirando o presente que ganhei da Rainha de Kyuden e... esqueci de olhar por onde andava! Perdoe-me.
– Tudo bem. Você já tomou o café?
– Não majestade. – responde Acnarepse com os braços cheios de sacolas, caixas e cestas, enquanto Bara carregava algumas cestas e sacolas. – Bara foi dar bom dia aos visitantes primeiro, já recebendo seus presentes. Estávamos a caminho de Kendrada para deixá-los todos e terminarmos de nos arrumar. A Rainha Jõo A****n foi a última a ser visitada.
– Entendo... Bom, neste caso, deixem-me ajudá-las com estes presentes. – disse ele já pegando algumas caixas, para alívio de Acnarepse.
– Muito obrigada papai.
Chegado aos aposentos de Bara, Mahotsukai perguntou enquanto deixava os presentes que estavam consigo em um canto do quarto:
– Eu posso ver o presente que você ganhou de Jõo minha filha?
– Mas é claro papai, aqui! – respondeu ela entregando o camafeu ao pai.
– É bonito! Mas... o desenho deste camafeu...
– O que tem ele, pai?
– É praticamente o antigo brasão de Kyuden! Porque ela lhe deu uma joia assim?
– Ah, sei lá papai! Ela só disse que ele pertenceu a uma pessoa importante para ela.
– Mesmo? E disse a quem?
– Não disse nada sobre seu antigo dono, só que era especial para ela.
– Hum... interessante. Pena que não sei muito sobre o passado dela, além do que todos já sabem; e nem lhe faço questão por respeito a ela. Já é milagre nós ainda não termos tido discussão alguma até agora!
– Sério!?
– Pode perguntar diretamente a ela se duvida, minha filha.
Bara sorriu e deu um abraço demorado em seu pai, que só acabou quando Acnarepse os lembrou de que Bara precisava terminar de se arrumar e para isso, Mahotsukai teria de sair. Sendo assim feito.
Enquanto não chegava a hora do almoço, Jõo e seus aprendizes passeavam pelas praças e jardins da cidade, pois não havia um que fosse no reino que não estivesse em celebração. O aniversário de Bara era tratado como um feriado de grande alegria em Heiwa.
Ao aproximar a hora do almoço, o jardim real começava a ficar lotado de gente. Aqueles que não conseguiram lugar na grande mesa real (onde cabiam todos os nobres presentes e pelo menos mais vinte pessoas,) sentaram-se nos bancos e beiras das fontes do jardim ou em cima de toalhas de mesa, como se fosse um piquenique, ansiosos pela chegada da homenageada.
Com o soar das trombetas, todos se voltaram para onde estava Bara que, usando um vestido violeta de algodão brilhoso semelhante à seda; colete com detalhes de flores e fitas cruzadas em magenta de mesmo tecido; mangas justas violetas com sobremangas tipo boca-de-sino de fino tule lilás brilhante com detalhes de fita do mesmo magenta; sobressaia e babados no final da saia do mesmo tule; o camafeu turquesa ganhado de Jõo no centro do laço no topo do colete. E, para finalizar, um diadema de prata branca sob os longos cabelos soltos, com um rubi rosa no centro, seguido por outro amendoado de cada lado e mais um oval bem fino nas pontas, com uma madrepérola branca em gota intercalando entre os rubis.
Todos ficaram impressionados com a beleza simples porém sofisticada de Bara. Quando ela aproximou-se do lugar que ocuparia na mesa, seu pai ergueu-se e começou a discursar.
– Amigos, hoje é um grande dia! Hoje, minha filha Bara, princesa de Heiwa completa 15 anos de idade! 5478 dias de vida! E é o orgulho e alegria deste reino. Agradeço a presença e o carinho de todos aqui presentes que, assim como eu, só deseja o que há de melhor para a nossa prestigiada. Que deseja o melhor para esta linda donzela.
– Diga-lhes algo minha filha. – sussurrou-lhe Mahotsukai ao ouvido de Bara enquanto a abraçava, entre uma salva de aplausos.
Bara, emocionada, enxugou as pequenas lágrimas dos olhos e começou a falar:
– Povo de Heiwa e de reinos amigos, não sei o que dizer! A não ser: obrigada. Estou emocionada com tudo isso! Feliz com a presença de todos e... espero que todos possam desfrutar da mesma alegria que sinto agora, neste dia... e diante da presença de cada um de vocês. Obrigada por estarem aqui comigo! Obrigada por celebrarem comigo! Muito obrigada.
Bara reverenciou a todos em agradecimento ao terminar de falar. Ela foi aplaudida de pé por todos os presentes.
O almoço foi maravilhoso. Todos banquetearam uma comida deliciosa; crianças do reino presentearam e homenagearam Bara. Ela passeou pelas praças do reino, recebendo vários presentes de seus súditos e, por volta das quatro da tarde, todos comeram um gigantesco bolo de frutas com creme e chocolate magnifico.
Quando o sol começara a terminar de se por, aos poucos, as pessoas retornavam aos seus lares em meio a cantos de alegria e bons desejos para a princesa. Alguns dos nobres visitantes também viajavam de volta para casa, enquanto outros preferiram deixar para o dia seguinte.
Já em seu quarto, Bara e Acnarepse conversavam:
– Ac... esse foi o melhor dia da minha vida até agora!
– Eu sei minha querida. Todos puderam confirmar isso! E as homenagens feitas pelas crianças? Foram tão bonitas...
– Foram mesmo Ac. Viu o desenho que um grupo de meninas fizeram de mim? Ficou muito bom!
– Realmente meu bem. Mas já não está na hora de retirar este vestido, tomar um bom banho e se deitar Bara? O dia foi longo!
– Hum... tá legal. – respondeu Bara com expressão de criança que obedece contra a vontade.
Bara foi banhar-se, porém em momento algum deixava de segurar o camafeu ganho por Jõo admirando-o. Chegou a ser repreendida por Acnarepse, mas deu pouca atenção.
Antes de deitar-se, olhou pela janela do quarto e viu que era início de lua cheia. Observou também que pela posição da lua, poderia admirá-la junto do camafeu, deitada na cama. O camafeu era de formado oval com pedra branca sob um fundo verde-água, formando o desenho de uma arvore com as silhuetas de um leão e de um unicórnio, ambos coroados e de costas um para o outro em postura austera, uma coroa de louros cercava os três, o camafeu era emoldurado em ouro cheio de detalhes com uma coroa no alto tendo algumas pedrinhas encrustadas nela. Ela continuou admirando-o contra o luar até adormecer.
Alguns momentos depois, Bara começou a sonhar.
Ela sonhava com um belo jardim que não era de seu reino, mas ainda assim familiar. Caminhando pelo jardim, Bara avistou um jovem sentado na beira de uma fonte de querubins com uma grande roseira atrás, e foi falar-lhe.
– Oi!
– Olá! – respondeu o jovem surpreso.
– Que lugar é esse?
– Estamos no jardim de minha mãe, e você é...
– Mil perdões. Meu nome é Bara – ela fez uma reverência – Bara Kuroshy ao seu dispor.
– Sou Nemuru, prazer conhecê-la. – respondeu ele novamente surpreso.
– O prazer é meu e... onde está a sua mãe?
– Ela viajou, mas depois de amanhã estará de volta.
– Que bom! ... Você não tem sobrenome? – perguntou Bara tentando continuar a conversa.
– É melhor não o saber agora. – respondeu ele cauteloso.
– Ok então.
Ouve um momento de silêncio entre os dois.
Por mais estranho que pareça, o rapaz do sonho de Bara, era Nemuru A****n, filho de Jõo A****n, príncipe de Kyuden. Ele que só se demonstrava desperto em seus sonhos, não compreendeu a presença de Bara neles.
Receoso sobre aquela moça, de algum lugar do fundo de sua mente lhe veio à possibilidade de ela ser a mesma Bara que convidara sua mãe (já que tinham o mesmo nome), mesmo não tendo ideia de como aquilo era possível. Para confirmar, começou a puxar conversa:
– Você é bonita, quantos anos têm?
– Hoje, completei 15. – respondeu ela em um sorriso.
– Sério?!
– Sim. – afirmando com a cabeça e ainda acreditando que tudo era um mero sonho.
Nemuru então se voltou para a roseira de flores mescladas de violeta, magenta e lilás, as mesmas cores do vestido que Bara usara em seu aniversário, e a ofereceu dizendo:
– É para você! Como presente de aniversário.
Bara olhou para Nemuru, aceitou a rosa observando-a com cuidado, e agradeceu:
– Ela é linda! De todas as flores que recebi hoje, esta é a mais interessante.
Nemuru sorriu com as palavras dela, ao percebê-la usando o camafeu que antes era seu, perguntou:
– Que camafeu bonito. Como conseguiu?
– Foi um presente, da Rainha de Kyuden! Um dos melhores presentes que recebi. Depois desta rosa!
Nemuru deixou um riso escapar. Tendo confirmado suas suspeitas, continuou a conversa.
– Quando criança, já tive um parecido.
– Serio?! Então você é de Kyuden?
Bara estava tão cansada do dia que teve que achava que tudo de fato era sonho, Nemuru percebeu que ela acreditava nisso e decidiu apenas seguir o fluxo por hora.
– Sim eu sou.
– Hum... – Bara segurava o camafeu – Lembro-me de ter ficado o admirando junto à lua cheia...
– Lua cheia?
– Sim! Dava para vê-la pela janela de meu quarto, e quando dei por mim, estava neste jardim.
Nemuru não pode entender bem o motivo por trás daquilo.
– Posso lhe pedir um favor?
– Claro, diga!
– Sempre que for se deitar e for noite de lua cheia, você faz como hoje com este camafeu? Fica o observando junto à lua como hoje?
– Claro! Eu te prometo que farei sempre isto. Mas por quê?
Antes que Nemuru pudesse lhe responder, o céu que antes era limpo e ensolarado começava a ser preenchido por nuvens tenebrosas. Nemuru ficou de pé e quase a empurrando sem pensar muito, gritou-lhe:
– FUJA DAQUI AGORA!!!
Diante do desespero de sua voz, ao som de uma forte trovoada, Bara acordou no susto.
Percebendo-se de novo em seu quarto, Bara viu que o luar havia sido parcialmente (quase totalmente) bloqueado pelas nuvens. Sem prestar muita atenção a sua volta, espetou o indicador nos espinhos da rosa que ganhara de Nemuru.
Ela pegou a rosa, observou-a bem, passou a observar o camafeu que ainda estava na outra mão e olhou para o céu de sua cama. – “Será que foi realmente um sonho?”.
Quando o sol surgiu, Bara observava o céu enquanto refletia sobre o sonho, ou seja lá o que for que tenha acontecido durante a noite. Ela arrumou-se para o dia que se iniciava e foi tomar o café da manhã, onde encontrou Jõo indo fazer o mesmo. – Bom dia Rainha Jõo! – Bom dia Bara. – A senhora já está arrumada tão cedo? – perguntou Bara ao perceber as vestes de viagem da Rainha. – Sim minha cara. – respondeu a Rainha – Assim que eu e meus aprendizes terminarmos o café, partiremos de volta para Kyuden. Teríamos partido ontem se não tivéssemos ficado tão cansados. – Compreendo – Bara ria de leve – fico feliz de saber que aproveitaram bem a festa. – Bom dia a todas! – cumprimentou Mahotsukai ao vê-las conversando. – Bom dia papai! – Bom dia majestade. – Vocês... tiveram alguma discussão ontem quando juntos? – questionou Bara estranhando a resposta de Jõo, observando a ambos. – Não minha filha. Eu e a Rainha
Quando acordou, Bara observou que ainda havia luar sobre ela. Respirou fundo, acalmando o coração disparado, e começou a refletir sobre o estranho homem. Ao romper da aurora, Bara correu para o café e seguiu para a biblioteca do castelo o mais rápido que pôde, em busca de respostas para o que ela estava vivenciando, não saindo de lá nem para comer. Enquanto isso, em Kyuden, Jõo mal alcançara os portões do palácio e uma das amas noturnas de Nemuru aproximou-se correndo ao avistar a Rainha, atrapalhada nos sinais pelo nervosismo, contou à Rainha que seu filho reagira nas últimas noites como quando Jõo estava junto dele, só que sem ninguém conversando com ele. – Impossível!! – respondeu Jõo já correndo para seu filho quando a ama finalmente conseguiu terminar de contar. Chegando lá, Nemuru estava no mesmo estado em que havia sido deixado. Ela lhe fez um carinho no rosto e beijou-lhe a testa – Nemuru deu um leve sorriso ao perceber a
Chegada a noite, todo o quarto de Bara ficou iluminado pela lua, tanto quanto no jardim. Já deitada na cama, surpresa com a quantidade de iluminação, se pôs a admirar a lua junto do camafeu para se encontrar logo com Nemuru. Com pouco tempo, ela se encontrava no jardim dele e Nemuru estava na fonte da primeira noite em que se encontraram. – Olá Nemuru! – Bara! Prazer revê-la. – cumprimentou ele com um largo sorriso. – Está tudo bem com você Nemuru? – perguntou Bara com a lembrança do estranho ancião em sua mente. – Sim, porque não estaria. – respondeu ele tentando convencer a si mesmo. – Por nada não. Bara sentou-se ao lado de Nemuru e começou a observar a água. – Por quanto tempo você fica nesse jardim Nemuru? – Como assim? – Nemuru começou a desconfiar da conversa. – Ah. Uma hora... três... a noite toda... quanto tempo? – Desde os meus sete anos que tenho vivido neste jardim. – E quantos
Quando era por volta das quatro da tarde, Bara se encontrava em seu quarto. Ela preparava o próprio banho enquanto pensava numa maneira de confirmar com Nemuru se o nome do estranho que o atormentava era de fato Dark Yami, o mago da história. Já em Kyuden, a Rainha Jõo A****n treinava de forma tão intensa como a sua falta de compreensão pela estranha situação de seu filho. – Ficarei de plantão esta noite. – disse Jõo próxima ao ouvido de Zunol enquanto o ajudava a levantar-se. – Deseja que algum de nós lhe faça companhia? – sussurrou Zunol à Rainha. – Não é preciso. Não terei dificuldades em me manter em claro está noite. Zula e Zuline não acharam nada, assim como você. E isso... só me preocupa ainda mais. – Sinto se minhas irmãs e eu não lhe fomos úteis. – sussurrou ele de volta. Zunol afastou-se com uma reverência, deixando Jõo com seus pensamentos. Após refletir por um momento, ela fincou a espada com que treinava no chão e foi prep
Já em seus próprios aposentos, no topo de Kendrada, Bara começou a analisar melhor o pequeno baú. Perolado com ornamentos de prata que desenhavam o ciclo da lua. Ela tentou encontrar o fecho, porém... – Ué? Como é que se abre esse baú? O baú não tinha fecho externo ou abertura para chave (se bem que ela não havia recebido chave alguma). Já estava anoitecendo e assim que o luar preencheu o quarto, o símbolo central do ornamento que representava a lua cheia começou a brilhar diferente dos outros símbolos sob o luar. Ela o observou um instante e resolveu pressioná-lo, fazendo-o, um click estalou de dentro do baú e se abriu. Admirada, Bara retirou item por item cuidadosamente, apoiando-os sobre a cama. Era um pequeno espelho redondo; um colar de pedra vermelha envolto com brilhantes, um pequeno livro de capa azul-anil; uma bolsinha de seda e rendas brancas com uma enorme alça; um pequeno frasco, aparentemente de cristal, com uma espécie de agua dentro; e
Mais uma vez Bara se encontrava no jardim de Nemuru. Ela o avistou encolhido, sentado na grama com os olhos fixos no chão, ao lado de uma fonte pequena bem entre as flores. Ao perceber Bara se aproximando em silêncio, Nemuru se manteve observando o gramado próximo de seus pés. Quando ela sentou ao seu lado, começou a falar sem lhe dirigir o olhar: – Andei pensando Bara... Refletindo o que minha mãe e eu passamos por conta daquele... monstro! E resolvi aceitar a sua ajuda. – Mesmo Nemuru. – havia ânimo na voz de Bara, que o observava desde o primeiro instante que o viu. – Sim. – respondeu ele fechando os olhos. Ele respirou fundo e começou a focar no horizonte – Já faz tantos anos que Dark Yami fica se alimentando de mim que nem me faz muita diferença, mas... pra minha mãe... – Se alimentando de você? Como assim? – É. Toda noite ele vem em meus sonhos e absorve uma boa parte de minha energia vital, incapacitando-me de a
Quando finalmente chegou a noite em que nem Bara era capaz de se enxergar, quanto mais Nemuru. Os dois ficaram esperando debaixo da cerejeira (com ela atrás por garantia). – Será que isso vai dar certo mesmo? – disse Nemuru à Bara, meio nervoso e sem saber ao certo para onde olhar. – É só você ter fé que vai Nemuru. Você lembra o que deve perguntar primeiro? – correspondeu Bara de trás da arvore. – Mas é claro que me lembro! – respondeu ele com um sorriso e olhos fechados, e um pouco mais calmo – E com a certeza de que você está próxima de mim, fico mais tranquilo. – continuou ele, enquanto abraçava a arvore de costa o máximo que pode sem tirar as mãos do gramado. – Certo. – Bara ficou corada ao ouvi-lo falar isto – Eu estarei aqui o tempo todo, meu amigo. – Obrigado Bara. – Eu é que lhe agradeço por me permitir e ajudar a ajudá-lo. Bara estava prestes a “tocar” nas mãos de Nemuru (já que o tronco da cerejeira não era tão
Na sexta noite de lua nova, quando Bara voltou a ficar “visível” novamente, Bara e Nemuru concordaram em parar com as perguntas à Dark Yami, ao menos por um tempo. Principalmente porque, os dois detestavam a forma como eram respondidas. E Bara continuou apenas com as perguntas sobre Jõo, sendo que durante o dia se perdia entre mapas e documentos cartográficos, tentando encontrar um lugar que se encaixasse na descrição do enigma. Diante dessa profunda dedicação de Bara, Acnarepse decidiu confrontá-la mais uma vez, de forma a ter certeza que sairia com a resposta que queria. – Bara, podemos conversar um momento? – Claro Ac, diga! – respondeu Bara afastando alguns dos mapas que tinha consigo. – Querida, já vai fazer um mês que não saímos para prestar serviços como de costume... – Hum... – só agora Bara percebia o quanto estava ocupada com Nemuru – É verdade... – E o povo também já percebeu isto. – Mesmo!? –