DanielAlgumas semanasJá estamos no final da festa de aniversário do Marcos e Isa parece ainda mais cansada essa semana, pois está no final da gestação e segundo a nossa obstetra, a Vick é uma menina grande, pesada e bem agitada.— Vou procurar o Christopher para irmos pra casa — aviso deixando um beijo no rosto cansado e um tanto sonolento. Ela me abre um sorriso iluminado e continua a conversa animada com as primas na mesa. Caminho entre os familiares, a procura do meu garoto. Meus olhos percorrem ávidos por todas as direções, porém, eu não o vejo. Observo as crianças correndo animadas para todos os lados do imenso jardim, mas não, mas ele não está no meio delas. Olho de um lado para o outro a sua procura, até parar Ananda, uma loirinha que é a filha caçula de Mel e amiga de Amanda.— Viu o Christopher? — pergunto. Ela me sorri apontando na direção do portão. Franzo a testa. — Está me dizendo que ele saiu da propriedade? — interpelo, sentindo o meu coração apertar no peito.— Uma m
Isabelly.Entro na casa grande, silenciosa e semiescura. É estranho não ter ninguém aqui. Daniel disse claramente que seus pais e o Cris já tinham vindo pra cá. Caminho até uma janela e afasto as cortinas a tempo de vê-lo sair em alta velocidade. Suspiro. Tem algo acontecendo, eu sei que tem. Frustrada, vou até a cozinha, abro a geladeira e pego uma garrafinha d'água, tomo um gole e depois outro. Meus pensamentos divagando a mil por hora. Resolvo voltar para a sala e ligar para a casa dos meus pais. Preciso saber o que está acontecendo e o porquê de Daniel sair daquele jeito. Infelizmente ninguém atende e isso é ainda mais preocupante. Na sequência, ligo para Daniel, mas ele também não atende. Nervosa e agitada, é assim que eu me sinto agora.— Sara? — Chamo para ter certeza de que não estou sozinha. — Dam, vocês estão em casa? Nada. Só o silêncio está aqui comigo. Bom, preocupação é o meu nome do meio. Agitada e inquieta volto a caminhar dessa vez de um lado para o outro da espaçosa
Isabelly— Por quê? Por que fez isso? O que a Laura tem a ver com tudo isso? — questiono espantada.— Era necessário. Assim eu poderia colocar a Joyce lá dentro — fala com calmaria estarrecedora. — Ela podia não ser uma boa assistente, mas era uma ótima espiã. Me contava de todos os seus passos. Vick não para de chorar nos seus braços e isso me deixa enfurecida e ao mesmo tempo agoniada. — Foi fácil fazê-los pensar que Michelle era a vilã. O meu plano de pôr Francis no caminho dela foi perfeito, não acha? Mas aí ele tinha que pôr tudo a perder. Não conseguiu tirá-la daquela maldita boate e entregou o menino quando eu tinha planos mais consequentes para Daniel. Mas agora não. Agora eu tenho você nas minhas mãos e tenho ela. — Débora volta a acariciar a minha filha e não tenho outra coisa a fazer a não ser chorar.— Por favor, Débora, não a machuque! — Volto a suplicar.— Espero que você morra, Isabelly. Espero que vá para o inferno! — Ela rosna e caminha para fora do quarto. Contudo, e
Daniel— Por Deus, pai! — Sem forças nas pernas eu me sento na cama e recebo o seu abraço forte e reconfortante. Contudo, me afasto dos seus braços em um rompante e encaro o meu velho. — Preciso ir vê-la agora! — digo.— É Claro, meu filho. Eu te ajudo. — Levando-me do leito hospitalar e caminho decidido até a porta. Seguro o trinco e estanco na mesma hora. Olho para trás e encaro os meus pais.— E o Cris? — inquiro receoso.— Também está aqui no hospital, filho. Ele foi dopado e ainda não acordou. — Puxo a respiração e assinto. Algumas cenas da noite passada agora estão mais nítidas e imediatamente invadem a minha mente como um vendaval destruindo tudo dentro de mim....— Paulo Matias, você está preso por sequestro e por quebrar uma ordem de restrição dada pelo juiz...— Eu só queria ficar perto do meu neto. — Ele reclama.— Coloque as mãos para trás. — O detetive pede, ele o faz, e logo se escuta o barulho das algemas em seu pulso. Entro no jatinho e encontro o meu menino adormecid
Isabelly.— Não! Agora eu só quero ver como ele vai se sentir perdendo as duas ao mesmo tempo!— Ele preferiu você a mim!— Você vai morrer, Isabelly! MORRAAAAAA!— Aaaaah, não! Daniel, me ajude! Me ajude! Aaaaaahhhh!— Isa?! Isa, amor acorde! — Sinto os seus braços fortes me segurar firme no lugar. — Ela vai me matar, por favor me ajude!! — Não paro de gritar, debatendo-me o tempo todo. Preciso sair daqui. Eu preciso... eu preciso... __ NÃO, ME SOLTE!— Isa, sou eu, Daniel, acorde, meu amor! — Essa voz. Essa voz... Forço-me a abrir os meus olhos e sinto as lágrimas escorrerem quentes pelo meu rosto. Ele está aqui! Daniel está do meu lado! Ele me puxa para um abraço apertado e eu me agarro a isso como se minha vida dependesse desse gesto tão simples e significativo. Sinto as suas mãos acariciarem as minhas costas lentamente, me acalmando e me acalentando. O seu hálito morno bate nos meus cabelos. E Deus, isso é tão bom! É algo tão singelo, mas que nesse instante tem um valor inestimá
Isabelly— Deixa que eu a ponho para arrotar. — Ele pede, ansioso para segurá-la nos seus braços. E maravilhada, eu os observo por um tempo. Dani anda pelo quarto cuidadosamente com Vick apoiada no seu peito. Suas mãos grandes deslizam pelas costas pequenas carinhosamente, então ele começa a cantar uma música que eu não conheço. É lindo! A sua voz rouca e masculina embala a nossa filha quietinha e aconchegada ao seu corpo. Cris adormece ao meu lado. É, parece que ele teve um dia bem cheio. Eu não duvido. Deve ter passado boa parte do seu tempo indo e vindo do meu quarto para o berçário. Com certeza dividido entre ver a sua mamãe e a irmãzinha. O meu menininho de ouro, a razão de nossa união. — Ela dormiu. — Dani anuncia com um sorriso que não quer largar o seu rosto e atrai a minha atenção para si. Oh céus, ele é tão lindo e a cada dia eu me apaixono pelo seu jeito de ser. Dani é um grande homem, um bom amigo e um amante. Ele é carinhoso, charmoso, educado, lindo e meu... todo meu! Nã
Isabelly.Algumas semanas...Olho para o ambiente todo iluminado. As paredes brancas ao meu redor têm um contraste com os uniformes verde-água da equipe médica e alguns instrumentos para monitoramento dos meus órgãos vitais. Uma intravenosa foi colocada no meu braço esquerdo e no meu indicador tem um pequeno aparelho para acompanhar os meus batimentos cardíacos. Estou um pouco nervosa e ao mesmo tempo ansiosa, mas também estou muito feliz. Há dois dias recebi a notícia de que Emily teve uma parada cardíaca e os médicos não podiam esperar mais pelo transplante. Tive poucas horas para me decidir. Havia passado por um estresse muito forte, quase perdi minha filha e tive uma hemorragia que quase me matou. Acredite, não foi uma decisão fácil, mas ela é a minha irmã e está precisando de mim agora. Então aqui estou eu, depois de duas semanas e meia de um parto complicado e estressante de volta ao hospital para salvar uma partícula da minha família, sangue do meu sangue, que eu aprendi a amar
Daniel.Ando de um lado para o outro no largo corredor do hospital. Faz apenas dez minutos que a deixei sozinha naquele quarto, naquela cama e contra a minha vontade, mas parece uma eternidade que sai de lá. Ainda mais nas condições que a deixei. Isa parecia tranquila, mas lá fundo eu sei que ela estava com medo. Eu devia ter ficado ao seu lado segurando a sua mão. Só que não podia, eles jamais permitiriam. O corredor está lotado como Mônica havia falado. Toda a família Albuquerque e Alcântara estão aqui com exceção das crianças. Joseph, o pai de Emily também está aqui conosco. A figura do homem franzino, pálido e preocupado está sentado ao lado de Mônica e de Marcos. Eles o estão confortando de alguma forma, dando uma força, porém, ele parece distante. Sim, está perdido em seus próprios pensamentos. Os seus olhos estão focados no chão e acredito que está tão afetado e apreensivo com esse momento quanto eu. Sandra não apareceu por aqui. Era de se esperar, a mulher só tinha interesse