— VOCÊ SABIA, SABIA TODO ESSE TEMPO E ESCONDEU A VERDADE DE MIM!Meu banheiro parecia um tribunal, só que com duas pessoas colocando todas as cartas na mesa, onde o juiz era um hipócrita que também ocultava as verdades da sua vida, tentando se passar de bom— moço.— Eu não tinha que te contar nada! — debato. — Isso é problema meu, uma coisa minha. Minha morte não é sobre você, é sobre mim.— QUE PORRA TÁ DIZENDO, MILA?Ele estava muito furioso.— ESTOU PEDINDO PARA VOCÊ NÃO SE ENVOLVER, CARAMBA! — berro na mesma altura que ele.— Como tem coragem de me pedir isso? — ele range os dentes para mim, com a face do diabo, me encarando duramente.— E— Eu não sei, Benjamin... — amoleço.A verdade é que nem mesmo eu estava pronta para lidar com isso. Nunca estive. Talvez nunca esteja.— Como assim não sabe? — questionou indignado. — Você mora com ele, almoça com ele, conversa com ele, dormem juntos na porra da mesma cama...— EU SEI!"Deus, eu não estou pronta para isso agora..."— Sa
— JÁ ESTOU INDO! — grito antes de dar as caras. — Ah, você está aí! Escuto suas pegadas na direção do banheiro, e já preocupada com as suas ações, aperto a toalha com as mãos, indo para o quarto rápido e receosa. — Estou aqui! — apareço toda aflita. — O— oi, amor! — ele vem cambaleando na expectativa de me beijar, mas aí cheia de repulsa consigo desviar. — Você está fedendo a álcool! — repreendo correndo para o outro lado da cama. — Q— qual o problema? — disse me seguindo. — Não quero ficar perto de você com esse cheiro! "Não quero ficar perto é de jeito nenhum, nem cheirando rosas, ou pintado de ouro!" — Garanto que meu pau está cheiroso! — disse com uma risada nojenta. — O quê? — fico chocada com a ousadia dele, esfregando minhas costas na parede para escapar dos seus dedos. Estávamos em um impasse onde ele fazia de tudo para me tocar e eu fazia de tudo para não ser tocada. Cada vez que ele chegava mais perto, eu conseguia fugir para o outro lado. A bebida não o
— Carro da Mila? — perguntou com a testa franzida. — Desde quando ela tem carro?Um carro que nunca foi visto antes podia até não gerar uma baderna lá fora, mas aqui dentro o Peter teria que explicar de onde aquela máquina saiu.— Desde o dia que ela apareceu aqui com o seu! — contou. — Mas nem ela sabe que tem. Thomas comprou recentemente e disse que iria presenteá— la no dia do seu aniversário.Muito raramente eu saia do palácio, minhas aventuras eram sempre desbravando as terras que ficavam atrás dos muros. Com o tempo depois de muitas brigas, conquistei a confiança do Rei, que não dava tanta importância se eu cavalgasse sem uma escolta, pedindo apenas a permanência do Peter, ao meu lado. E se um dia eu pensasse em sair, ou sequer colocasse meus pés para fora dos muros, tinha que ser cercada por centenas de homens armados.Óbvio que eu também me aproveitava da confiança que o Rei, tinha nos Bennet's, já que eles eram minha única carta para conseguir atravessar os portões sem caus
— E as meninas? — questionou. — Iris, Kaila e Julie, também morrem se ele morrer?— Não. Elas permanecem como estão. Como não passaram pela mesma transformação que a Rainha, elas não correm esse risco.— E se for o contrário?— Contrário?— Ela morre e aí ele morre também!— Você é burro, ou o quê?O médico começa a rir.— Não é o sangue dela que está dentro dele, Peter!— Idiota!— Mas afinal, por que estamos preocupados? — perguntou. — Pelo menos ela está ligada a um vampiro que nunca morre!O doutor e o Benjamin, começam a se olhar de um jeito estranho levantando suspeitas.— O que é...o que estão me escondendo? — notou.— Eu conto, ou o senhor conta?— Isso é coisa minha, ele não tem que se envolver!— Me digam!— Ele é a única família que o senhor, tem!Aquelas palavras o tocam fazendo— o pensar melhor.— Benjamin! — insistiu. — Eu sei que a gente se odeia, mas se você estiver planejando alguma coisa eu preciso saber, caramba. Você é meu tio, a única família que te
BENJAMIN Já as mulheres, são como o diabo. Elas planejam, arquitetam cada passo, seduzem, prendem a vítima com um olhar. Quando mais poder elas têm mais elas sabem espalhar seu veneno atraindo aqueles ao seu redor. É aí, quando você menos espera, que elas fecham a boca, como uma planta carnívora que o tempo todo só jogou seu perfume se mantendo quieta. — Se enrola no lençol e vamos! A diferença é que eu não sou qualquer vampiro. Detesto joguinhos e mais ainda aqueles que teimam comigo. Então se a Mila resolver brincar de quem é o mais forte, eu vou mostrar a ela quem é o seu criador. -------------- Chegamos no subsolo e caminhamos em silêncio até o carro. Pedi ao Peter que fosse para mansão de táxi, mas ele falou que precisava voltar para o Palácio e organizar tudo à tempo. O doutor liberou a Mila diante meu pedido, mas antes precisei convencê— la a deixar alg
BENJAMIN — Ela não sai do palácio! — O QUÊ? — disse assustada. — Como assim não sai do Palácio? — Meu esposo não permite. Das duas vezes que sai foi dentro de um carro preto e com uma escolta atrás! — Pensei que os Clifford's tinham amadurecido! — Conhece os Clifford's? — Sim...eu também fui escolhida por um deles décadas atrás! Uma grande revelação é exposta gerando outras mil duvidas na cabeça de Mila Clifford. — O...o...o que você disse? — gaguejou perplexa. Julie não era só uma vampira, ela também era a chave para todas as perguntas que a Rainha tinha, apontando as maiores atrocidades que aquela família praticou, levando seu sobrenome ao mais conhecido do mundo. — Você foi uma Clifford? — Não, porque eu neguei o pedido! Como citado antes, as leis do casamento não eram simples. Se a Julie tev
— Enquanto o Benjamin o segurava ele brilhava, mas depois quando me entregou se apagou virando só uma pedra comum. — conto.— Esse colar está longe de ser “comum”! — riu em resposta.— O que ele é? — questiono curiosa. — Você parece saber sobre ele...— É um coração! — revelou com naturalidade."CO— RA— ÇÃO?''— Espera...um...um coração? — gaguejo.Aquele não era um cristal pequeno, mas também não era grande o suficiente para ser um coração.— Benjamin tem um livro muito interessante sobre ele, se chama “O Conto dos Dragões”, é —— Opa! — travo ela. — Eu sei que livro é! — afirmo.— Séri
— Mila... — ele dá a volta pela mesa e fica frente a frente comigo. — Seu coração pode não bater, mas eu ainda consigo sentir quando está mentindo para mim!— Eu...eu...eu não menti! — me atrapalho.— E eu não acredito!— Besteira!— Vamos fazer assim então. Quando estiver pronta para contar a verdade, eu te empresto o livro.— O quê? — rejeito.— Sim, vai ser assim até me contar o que está escondendo!— Essa brincadeirinha já pode encerrar por aqui, Benjamin! — me faço de séria. — Devolvo o livro assim que eu descobrir o que preciso!Fico preocupada pelos limites que ele coloca e o surpreendo sendo rápida ao pegar o livro e sair de perto dele.— Mila! — advertiu. —