— Aniversário?
— Aniversário de quem e aonde?
— Foi em um porão super legal!
Benjamin dá dois passos para esquerda se afastando no garoto, sabendo que uma chuva de chumbo se aproximava dele.
— Porão? — repito. — Aquele porão? — olho para os dois fuzilando-os.
— É que o Benjamin não gosta de barulho, então fizemos a festa lá embaixo!
— Ah para de mentir, amor! — riu sem captar as fugas que seu namorado estava dando.
— Pelo amor de Deus, Perla, por favor!
— Deixe-a falar!
— Eu não sou mais uma criança, não vejo problemas da minha irmã saber que nos divertíamos em grupo!
— Divertíamos em grupo?
Dito aquilo, acabo me engasgando com as verduras."Quando penso que as coisas não podem ficar piores, Benjamin me vem com uma pergunta dessas!"— Des...desculpa — peço tomando um pouco de vinho."Céus!"— Eu não sei dos meus pais, moro com minha irmã mais velha!"Não sabe deles?"— Como assim? — fico intrigada. — Aconteceu alguma coisa?— Você conhece o papai e a mamãe! — respondeu. — Eles fugiram assim que o Rei te comprou. Era bem óbvio que eles não iam nos querer por perto, gastando a fortuna que receberam!Eu deveria ficar horrorizada com uma notícia dessas, mas eu já estava tão calejada que nada mais me surpreendia quando se tratava deles.É por isso que quando prossigo o jant
— Eu não quero abrir mão da minha casa, já falamos sobre isso, você sabe que o Falkor está aqui e eu quero que as crianças cresçam perto dele!— O Falkor vai onde você mandar ele ir!— Não, Benjamin! — me nego. — Ele não é um chaveiro que vou sair levando por aí, ele tem o lugar dele e é aqui.— Então vai ser assim, cada um vai ter sua casa?— Você está aqui, não está? — pressiono. — Não vejo razões para discutirmos isso agora!— Não posso ficar aqui para sempre quando o seu cão de guarda é meu inimigo número um!— Ele não é eu cão de guarda e vamos tratar de diminuir esse drama, porque ele anda bem paciente com você ultimamente!
— Vou reformular a minha pergunta — destaco minha irá com o tom da minha voz e o arrumar da minha postura. — Você viu, ou ouviu o Benjamin sair de madrugada depois que todos fomos dormir, Hector?Ele engole a saliva apertando seus dentes dentro da boca, falhando em ocultar seu nervosismo.— A senhora já sabe a resposta! — respondeu o que de fato eu pressentia ouvir.— Ele ainda está se alimentando de humanos?— Não só se alimentando, ele está sugando— os até a morte. Semana passada tive que limpar a bagunça dele, cremando os corpos que ele deixou para trás."Meu Deus!"— Por que não me contou que ele ainda estava fazendo essas coisas?— Fiz isso porque tive medo dos caçadores localizarem os corpos e nã
Mais tarde, especificamente as dez e quarenta, quando termino de calçar o salto, meu celular vibra de novo mostrando o nome do Thomas."Eu: O que é?"— sou bruta."Desse jeito só vou chegar aí amanhã, toda hora você me liga enchendo o saco, Thomas!""Thomas: Eu falei as dez da manhã e não as dez da noite!""Eu: Eu sei, mas eu tive um probleminha aqui em casa e — ""Thomas: Você está bem?"— ele me corta."Aconteceu alguma coisa com os bebês?""Eu: O quê?""Thomas: Foi o Benjamin então, ele te machucou, não foi?""Haja paciência, senhor!""Eu: Benjamin ainda está dormindo, Thomas. Agora se me permite, vou desligar!"
E responsabilidade não era uma das qualidades do Benjamin quando se tratava de mim.— Não é querendo ser rude, mas eu dei muita sorte com o Thomas! — comentou esticando seu braço, exibindo o anel de brilhantes. — Ele não teve medo de mostrar o quanto me amava!"Que ridículo!"— Está vendo? — advertiu seu namorado, dando uma cotovelada nele. — Você deveria aprender com ele!Eu estava no meio de dois casais, representando uma vela acesa que iluminava a felicidade nojenta deles. Podiam me chamar de invejosa, mas eu era a única ali que sabia da verdade por baixo daquelas máscaras falsas.-------------------------— Hector! — chegou todo bravo na sala, segurando o celular na mão.— Ah, oi Bennet. Você acordou!O bru
TELEFONE TOCANDOPego o celular com meus dedos trêmulos e peço licença me afastando do anjo de olhos azuis."Eu: Peter!"— atendo a chamada, dando glória aos céus."Peter: Você me ligou?"Sim, eu tinha ligado para ele, mas a chamada só caia na caixa postal."Peter: Foi alguma coisa com os bebês?"— perguntou como um irmão preocupado."Posso voltar agora mesmo se quiser!""Eu: Não, os gêmeosestão bem, na verdade eu te liguei para saber se pode me fazer um favor...""Peter: Claro é só dizer!""Eu: Você ainda tem acesso ao sistema de câmerasdo Palácio?""Peter: Tenho, mas por quê?"
— Já pode colocá-lo no carrinho, Bennet, o garoto não vai fugir! — disse Hector. — Eu sei, mas ele está tão quieto, ele nunca fica assim quando pego ele! — comentou de pé na sala, balançando o Apolo nos seus braços enquanto o observava atentamente. — Como pode ele e Ártemis serem tão diferentes? — queixou. — Ninguém explica a — O som distante e inusitado que vem do lado de fora é o que faz o bruxo se calar correndo até a janela. Vendo que algo tinha desperto a atenção do amigo, Benjamin coloca seu filho no carrinho perto da irmã, checando o que tinha do lado de fora. — Consegue ouvir? — S— sim... — respondeu concentrado. — Está vindo para cá! Ele solta as cortinas, subindo as mangas do seu suéter preto, ao mesmo tempo que marchava até a porta. Benjamin estava pronto para lutar, até que o bruxo avistou algo ainda mais tenebroso. — Bennet, espere! — pediu. — Por que? — Veja! — chamou no vidro. — O dragão parece ter ouvido o mesmo que nós! Falkor se aproxima d
BENJAMIN"Droga..."— Certo! — digo me colocando de pé, puxando o lençol para cobrir seu corpo enfeitiçado. — Eu te amo, Mila Rivera e eu espero que você me perdoe um dia... — sussurro em despedida, dando um beijo na sua testa. O beijo mais rápido e doloroso de toda minha existência. Perto na sala, Julie está balançando os carrinhos para os gêmeos dormirem. Ela não me vê e eu também não os vejo, então Hector pega no meu braço e me puxa para trás cercando minha estrutura com um abraço amigável.— He...Hector... — digo surpreso. Ele não era um homem de muitas demonstrações de afeto, na verdade, nenhum de nós era.— Prometo que irei cuidar deles, Bennet! — Eu sei que vai, meu amigo! — digo o apertando forte. — Não sei se vou conseguir me despedir dos bebês...— É melhor que não! — aconselhou. Eu duvido conseguir sair por aquela porta depois de ver seus rostinhos. — Você vai contar nossas aventuras para eles? — Todas elas! — afirmou tocando meu ombro.— Só não conte sobre o