Tristan— Mandou me chamar, Alfa?— Sim. Entre por favor, Aleron. Preciso de uns conselhos.O feiticeiro adentra o meu escritório e fecha a porta atrás de si, acomodando-se na cadeira que está de frente para a minha mesa. Os seus olhos cor de gelo me encaram especulativo, enquanto ele aguarda que eu fale.— Precisa de alguma estratégia? Um cenário de guerra? Ou antidoto para algum mal?— Como eu disse, preciso que me aconselhe.— Sobre o que, Alfa?Em alguns anos enfrentei muitas guerras e já tive que lutar pela minha própria vida. É fácil transformar-me em uma fera indomável, rasgar peles e derramar sangue. Mas, eu não sei nada sobre bebês e seus cuidados. Menos ainda sobre uma grávida. Contudo, é estranho que Hazel esteja tão vulnerável. E é mais estranho ainda que ela durma como se um mundo tivesse se acabado.— Gravidez.— O que?— Quero saber mais sobre isso. Sobre os seus sintomas e tudo mais.— Me desculpe, Alfa! Mas se quer um conselho, precisa de uma parteira. Eu conheço algu
Tristan— Olhe para mim! — ordeno um tanto rude. A garota ergue o seu queixo e quando encontro os seus olhos percebo uma certa relutância neles. — Eu perguntei como está a Hazel? — repito com uma aspereza que não consigo evitar.— A minha Senhora está sofrendo um pouco com os sintomas da gravidez, mas isso é normal…— Normal? É normal que a minha mulher se sinta fraca e apagada? Sem forças até mesmo para sorrir?— São apenas enjoos, majestade. Logo vai passar. Sei que sente a sua falta, meu Senhor, mas Hazel não poderá satisfazê-lo por enquanto.— O que isso quer dizer?Luna não me responde. Ela apenas me olha nos olhos e deliberadamente caminha com passos leves na minha direção. A garota segura firme nos braços da minha cadeira e a faz girar, parando-a de frente para ela. E na sequência, Luna se inclina levemente para aspirar o meu cheiro.— Que porra você está fazendo? — Rasgo um rosnado rude.— Sou sua escrava, meu Alfa. — Luna sussurra deixando um beijo curto nos meus lábios. — Vo
Tristan— Deixe que eu levo, Senhora! — Escuto Luna pedir solicita para a minha noiva e na sequência ela segura uma das pesadas malas para colocar dentro do carro. Hazel lhe abre um sorriso amistoso e agradecido até. Então ela aproveita para se despedir de alguns moradores mais chegados de Maldagan.— Ela me parece bem hoje. — Asterin comenta, parando na minha lateral, porém, não desvio o meu olhar especulativo de cima da Beta sisuda, que parece concentrada no seu trabalho.E sim, Hazel está mais corada, sorridente e bem acordada desde que resolvi ficar por perto. O que me faz questionar: ela estava mesmo sentindo os agressivos sintomas da gravidez, ou algo a estava fazendo se sentir mal? Penso nos chás da estrangeira. E em como Luna a cercou de todas as formas, mando-nos distantes e ocupados. E depois, em como tudo mudou quando me aproximei de Hazel. Pelos deuses, eu espero estar errado. Mas se essa Beta realmente está tentando matar o meu herdeiro, sou capaz de destruí-la com as min
TristanSorrio quando ela abraça o seu dragão do jeito que pode e Hazel começa a conversar algo com ele. Com certeza está repetindo que dessa vez ele não poderá segui-la. É uma cidade grande e movimentada. Um dragão só iria conturbar as coisas por lá. Minutos depois, ela retorna com lágrimas nos olhos e após se acomodar no banco, ela vem para os meus braços.— Será por pouco tempo, amor. — Tento confortá-la.— Por que não podemos escondê-lo nas montanhas? — Ela insiste com voz embargada.— Porque os humanos costumam explorar tudo, Hazel. Nós já conversamos sobre isso, querida — falo com calma e ela suspira. E quando o carro entra em movimento outra vez, a Santa se afasta para olhá-lo pelo vidro de trás, acenando com pesar para a fera que alça voou nos acompanhando pelos céus. — Ele te ama muito — falo, admirado do quanto Draknar se apegou a Hazel.Hazel sorrir para o meu comentário, mesmo com seus olhos molhados de lágrimas não derramadas.***Dois dias depois...— Não se preocupem, R
HazelDois bebês. A profecia finalmente se cumpriu. Novas raças surgirão. Fortes e imponentes. Respeitada e adorada por todas as nações. Um Alfa de coração puro e uma santa propagarão a terra, trarão a paz e protegerão para os mais fracos. Contudo, o meu coração está em festa, mas não pelo cumprimento dessa profecia em si. E sim, porque esses bebês são o fruto de um amor forte o suficiente para enfrentar o mundo. Feliz, olho para Tristan que está do meu lado. Entretanto, ele não parece estar aqui realmente. Seus olhos e pensamentos parecem distantes. E sua fisionomia rígida demais me diz exatamente no que ele está pensando. Portanto, seguro na sua mão, o absorvendo desses pensamentos. Seu olhar encontra o meu. E ele se suaviza imediatamente.— No que está penando? — pergunto, mesmo sabendo da sua resposta.— Ela tentou matá-los. E tentou matá-la também. Não sei o que seria de mim se...— Shiii! — Não permito que ele termine essa frase. Portanto, levo dois dedos meus para os seus lábio
Hazel— Eu sei — lamento. — O médico disse que estou por um fio de abortar os bebês.— O que? Por quê? — Asterin parece atordoada.— Os chás que a Luna fazia eram abortivos. — Minha amiga solta um grunhido de desagrado.— Que os deuses a façam queimar nas brasas ardentes do inferno! — Ela rosna irritada. — Não é para menos que o Alfa está furioso.Suspiro baixo.— Não é para menos — repito.— Ok, se deite e descanse, Hazel. Eu ficarei por perto para que ela não se aproxime de você.— Obrigada, Asterin!A observo sair do cômodo e fechar a porta atrás de si. Contudo, percebo a sua sombra por debaixo da porta e eu sei que Asterin não arredará os seus pés de perto desse quarto. Os minutos se avançam entre um carinho e outro, até que a sonolência me absorve.***Algumas horas depois...Abrir os meus olhos e encontrar o pôr do sol atrás das montanhas me deixa um tanto surpresa. Droga, eu dormi praticamente o dia inteiro! Resmungo mentalmente e ao me sentar no meio da cama, encontro uma band
Tristan— O que você está me dizendo? — indago tenso para uma Hazel ofegante e eufórica, olhando-me com extremo espanto.— Que o Tino acordou.— Impossível! — Atlas fala, atraindo o olhar assustado de Hazel para ele. — O humano estava morto.Não digo nada. Apenas saio apressado do escritório para ver com os meus próprios olhos. Atlas tem razão. A raça humana é deveras frágil demais. Uma vez morta, ela não se regenera, não volta a vida. E temo que só exista uma explicação para isso.Vampiros. Há décadas não vejo um aqui na Inglaterra.Pelos deuses, espero estar engando.Mas não estou. Penso adentrando o salão quase vazio se não fosse pelo garoto franzino em pé perto de uma janela admirando a lua nova, escondendo-se parcialmente entre as poucas nuvens densas em um céu escuro. Cauteloso, adentro o cômodo e o observo respirar fundo.— É incrível. — Tino sibila sem ao menos se virar para me olhar. — Eu consigo sentir o seu cheiro canino. — Então ele se vira e me olha nos olhos. — Qual a po
HazelUma vampira. A Luna é a vampira que matou o Tino. Como lido com isso agora? E por que ela estava tão próxima do Tristan daquela maneira? Essas interrogações preenchem a minha cabeça a medida que corro como uma condenada para longe do casarão.Mas, para onde ir? Onde me esconder?Os meus bebês! Penso, agora apavorada e quando estou a um passo de adentrar a mata, paro bruscamente encarando um par de olhos vermelhos._ Será que não vê? _ Luna fala dando um passo ameaçador na minha direção.Engulo em seco, afastando-me dela cautelosamente. Contudo, estou me perguntando..._ Por quê?Luna abre um sorriso Malévolo e seus olhos se erguem para o céu escuro. Ela contempla a lua bem no centro da escuridão. Depois, ela me olha outra vez e com um olhar está bichão me responde:_ Nós vampiros somos um povo de elite, Hazel. Somos supremos e poderosos. E sempre estivemos no topo de tudo. Para nós vampiros nunca foi difícil manter Lobos em seus territórios. Eles não passam de férias. Bestas ir