Alessandro Mascheratti

- Isso é... estranho – murmurei enquanto pegava uma toalha que encontrei dentro de uma cômoda.

O banheiro tinha um chuveiro e uma banheira de hidromassagem, mas preferi usar o chuveiro.

Nunca entrei em uma banheira de hidromassagem antes e não queria mexer em algo que não sabia como funcionava.

Tirei a lingerie, deixando de lado, e abri a porta semitransparente do box, entrando e ligando o chuveiro, permitindo que a água morna relaxasse meus músculos.

“Se eu demorar, será que ele vai entrar para me procurar?” pensei em voz alta.

Espero que não, e não quero descobrir.

Terminei meu banho o mais rápido possível e me sequei com a toalha. Mas então parei abruptamente e olhei ao redor.

Droga...

Eu não tenho nenhuma roupa...

Eu sei que estou aqui exatamente para mostrar e dar meu corpo a esse estranho, mas, eu ainda não estou pronta para fazer isso.

E agora, com apenas uma toalha cobrindo meu corpo, é muito fácil tirá-la.

Voltei aos gabinetes sob a pia, onde encontrei a toalha, e comecei a procurar algo que me cobrisse melhor.

Suspirei aliviada ao encontrar pelo menos um roupão, sorri levemente e então vesti. Olhei para o amplo espelho em cima da pia e tentei ajustar melhor a parte do peito.

Sequei meu cabelo o máximo possível e respirei fundo enquanto me preparava para sair e enfrentar aquele homem.

Abri a porta e saí, olhando ao redor para ver onde ele estava.

- Procurando alguém?

Saltei de susto e virei para a frente. Ele estava na porta do que parecia ser o closet.

-E-eu...b-bem...

Ele me olhava de braços cruzados, apoiado contra a coluna da porta, completamente relaxado, enquanto eu estava tensa até a medula óssea.

Ele se aproximou de mim.

Ele passou o braço em volta da minha cintura e eu me encolhi ligeiramente com o toque dele. Então, fechou a porta do banheiro e me fez caminhar em direção à cama.

Ele se afastou e contornou a cama para ir para o outro lado, se deitando. Eu olhei para o lado da cama em frente a mim, hesitante.

- O que foi? Você vai ficar parada aí sem fazer nada? – ele perguntou.

- É que... meu cabelo está molhado... I-isso não te incomoda?

- Ele vai secar, não se preocupe com isso.

Engoli em seco e me enfiei embaixo das cobertas da enorme cama, deitando de costas e bem afastada dele.

- Você é a Lia Dávila, não é?

- Sim... sou a Lia.

- Ouvi dizer que você tem a fama de ser “indomável”. Então, você nunca deixou ninguém te tocar antes.

- Não.

- Interessante – Ele murmurou, como se estivesse intrigado.

- O que é interessante? – Eu ousei perguntar.

- Que você conseguiu passar sete anos em uma casa de leilões sem deixar que ninguém fizesse sexo com você. Como conseguiu?

Me envergonhei pela falta de cerimônia dele, senti meu rosto corar. Mas, ao mesmo tempo, me perguntei como ele sabia meu nome e os anos que eu tinha passado lá.

-B-bem... eu apenas não deixava que me tocassem...

- Mas você deixou eu te tocar e parecia estar esperando mais...

Eu fiquei ainda mais corada e quis me cobrir inteira, quando escutei isso.

-E você não fez – disse, tentando parecer confiante.

Rapidamente, senti ele se virar e agora ele estava em cima de mim. Eu olhei para ele, surpresa e envergonhada.

- Você quer que eu faça isso? – Ele sorriu de lado.

- Por que está me perguntando? Você me comprou por um motivo. Você só precisa fazer e pronto, eu não tenho escolha...

- Você está certa, eu não preciso perguntar – Ele agarrou com força a manga do meu roupão e o deslizou para baixo do meu ombro – Afinal, eu comprei você, então você me pertence.

Eu fechei os olhos com medo, quando senti sua mão acariciando minha coxa e subindo.

- Mas minha escolha é te perguntar, embora pelas suas reações, eu já sei qual é a resposta...

Senti ele se afastar de mim e quando abri os olhos, ele estava deitado ao meu lado novamente.

- Não é porque eu te comprei que automaticamente tenho que fazer isso, posso esperar.

-Por que você me comprou então...?

Ele virou o olhar para mim.

- Porque você é interessante e isso me atrai, minha bela garota.

Fiquei corada e me escondi sob as cobertas. Realmente não esperava por isso quando vim aqui. Acho que nem mesmo nos sete anos que passei naquele lugar eu esperava que ouviria isso de um homem.

- Você pode dormir tranquilamente, não vou te tocar... pelo menos não nessa noite.

Eu me arrepiei com a última frase que ele sussurrou quando virou o rosto.

Ignorei aquilo e simplesmente agradeci a todos os santos por ele agir assim. Virei de costas para ele e me acomodei.

- Como... você se chama? - Eu me atrevi a perguntar.

- Alessandro Mascheratti.

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