- Isso é... estranho – murmurei enquanto pegava uma toalha que encontrei dentro de uma cômoda.
O banheiro tinha um chuveiro e uma banheira de hidromassagem, mas preferi usar o chuveiro.Nunca entrei em uma banheira de hidromassagem antes e não queria mexer em algo que não sabia como funcionava.Tirei a lingerie, deixando de lado, e abri a porta semitransparente do box, entrando e ligando o chuveiro, permitindo que a água morna relaxasse meus músculos.“Se eu demorar, será que ele vai entrar para me procurar?” pensei em voz alta.Espero que não, e não quero descobrir.Terminei meu banho o mais rápido possível e me sequei com a toalha. Mas então parei abruptamente e olhei ao redor.Droga...Eu não tenho nenhuma roupa...Eu sei que estou aqui exatamente para mostrar e dar meu corpo a esse estranho, mas, eu ainda não estou pronta para fazer isso.E agora, com apenas uma toalha cobrindo meu corpo, é muito fácil tirá-la.Voltei aos gabinetes sob a pia, onde encontrei a toalha, e comecei a procurar algo que me cobrisse melhor.Suspirei aliviada ao encontrar pelo menos um roupão, sorri levemente e então vesti. Olhei para o amplo espelho em cima da pia e tentei ajustar melhor a parte do peito.Sequei meu cabelo o máximo possível e respirei fundo enquanto me preparava para sair e enfrentar aquele homem.Abri a porta e saí, olhando ao redor para ver onde ele estava.- Procurando alguém?Saltei de susto e virei para a frente. Ele estava na porta do que parecia ser o closet.-E-eu...b-bem...Ele me olhava de braços cruzados, apoiado contra a coluna da porta, completamente relaxado, enquanto eu estava tensa até a medula óssea.Ele se aproximou de mim.Ele passou o braço em volta da minha cintura e eu me encolhi ligeiramente com o toque dele. Então, fechou a porta do banheiro e me fez caminhar em direção à cama.Ele se afastou e contornou a cama para ir para o outro lado, se deitando. Eu olhei para o lado da cama em frente a mim, hesitante.- O que foi? Você vai ficar parada aí sem fazer nada? – ele perguntou.- É que... meu cabelo está molhado... I-isso não te incomoda?- Ele vai secar, não se preocupe com isso.Engoli em seco e me enfiei embaixo das cobertas da enorme cama, deitando de costas e bem afastada dele.- Você é a Lia Dávila, não é?- Sim... sou a Lia.- Ouvi dizer que você tem a fama de ser “indomável”. Então, você nunca deixou ninguém te tocar antes.- Não.- Interessante – Ele murmurou, como se estivesse intrigado.- O que é interessante? – Eu ousei perguntar.- Que você conseguiu passar sete anos em uma casa de leilões sem deixar que ninguém fizesse sexo com você. Como conseguiu?Me envergonhei pela falta de cerimônia dele, senti meu rosto corar. Mas, ao mesmo tempo, me perguntei como ele sabia meu nome e os anos que eu tinha passado lá.-B-bem... eu apenas não deixava que me tocassem...- Mas você deixou eu te tocar e parecia estar esperando mais...Eu fiquei ainda mais corada e quis me cobrir inteira, quando escutei isso.-E você não fez – disse, tentando parecer confiante.Rapidamente, senti ele se virar e agora ele estava em cima de mim. Eu olhei para ele, surpresa e envergonhada.- Você quer que eu faça isso? – Ele sorriu de lado.- Por que está me perguntando? Você me comprou por um motivo. Você só precisa fazer e pronto, eu não tenho escolha...- Você está certa, eu não preciso perguntar – Ele agarrou com força a manga do meu roupão e o deslizou para baixo do meu ombro – Afinal, eu comprei você, então você me pertence.Eu fechei os olhos com medo, quando senti sua mão acariciando minha coxa e subindo.- Mas minha escolha é te perguntar, embora pelas suas reações, eu já sei qual é a resposta...Senti ele se afastar de mim e quando abri os olhos, ele estava deitado ao meu lado novamente.- Não é porque eu te comprei que automaticamente tenho que fazer isso, posso esperar.-Por que você me comprou então...?Ele virou o olhar para mim.- Porque você é interessante e isso me atrai, minha bela garota.Fiquei corada e me escondi sob as cobertas. Realmente não esperava por isso quando vim aqui. Acho que nem mesmo nos sete anos que passei naquele lugar eu esperava que ouviria isso de um homem.- Você pode dormir tranquilamente, não vou te tocar... pelo menos não nessa noite.Eu me arrepiei com a última frase que ele sussurrou quando virou o rosto.Ignorei aquilo e simplesmente agradeci a todos os santos por ele agir assim. Virei de costas para ele e me acomodei.- Como... você se chama? - Eu me atrevi a perguntar.- Alessandro Mascheratti.Bocejei enquanto me esticava na cama e apertei os olhos antes de abri-los e observar ao redor. Levantei rapidamente olhando melhor o quarto e lembrando como terminei neste lugar.É verdade... o leilão...Olhei ao meu lado, a cama estava vazia assim como o quarto. Percebi que meu roupão estava mal colocado, deixando a mostra um pouco dos meus seios. Fiquei corada e me cobri rapidamente ao pensar que aquele homem... Alessandro... poderia ter me visto demais ou pior, talvez me tocado enquanto eu dormia. Mas ele disse que não me tocaria... E ele pareceu ser um homem de palavra, pensei. Respirei fundo antes de me levantar da cama, fiquei vagando, um pouco indecisa para onde ir, mas quando estava prestes a ir ao banheiro, a porta se abriu e eu fiquei parada no lugar.- O Sr. Mascheratti solicita que desça para o café da manhã – Disse uma mulher com uniforme de serviço, mantendo a cabeça abaixada o tempo todo.- Eu... mas estou de roupão... não tenho nada para vestir.Ela ficou em silê
- Esse é o jardim, o Sr. Mascheratti quase nunca está por aqui, mas sempre gosta de ver que tudo esteja bem cuidado.- E parece que está... - murmurei olhando tudo.Acho que levamos várias horas apenas olhando o interior da mansão. Havia tantos quartos e coisas que chamaram minha atenção, que achava que nunca ia acabar.Me aproximei de um arbusto com várias flores lindas.Mas algo à frente chamou minha atenção. Me levantei e notei melhor aquela pequena construção cercada por um lago, e na entrada havia uma pequena escada.Caminhei até lá sorrindo e quando cheguei na entrada, vi que tinha um assento de madeira preso ao teto, como se fosse um balanço e em frente a ele uma mesinha de café com um pequeno relógio em cima.- O Sr. Alessandro não vai se importar de eu estar aqui, certo? – perguntei para garantir.- Como eu disse, ele não passa muito tempo aqui, então não se importará – disse Fran.- Que bom – murmurei aliviada, me sentando no assento e balançando levemente. - Como
- Eu acho que você já conquistou eles. Alessandro se agacha na minha frente, sorrindo. - Só não pensei que seria tão rápido! – disse enquanto afastava a cabeça de Rex da minha cara, ele não me deixava ver nada – Eles não parecem mais assustadores agora. Sorri e reclamei rindo quando Rex e Ney começaram a lamber meu rosto e pescoço.- Certo, estou com cócegas agora, ai! – disse entre risadas, tentando me soltar.- Alessandro, me ajuda, por favor.Ouvi um assobio e imediatamente os cães pararam e olharam para ele, ficando em posição de guarda. Ele fez um gesto indicando que eles fossem até ele, e eles obedeceram, abanando o rabo.Suspirei enquanto me ajeitava, sorrindo. Alessandro se aproximou de mim e estendeu a mão, me ajudando a levantar do chão. - Por que você não vem aqui mais vezes? É um lugar tão bonito...Eu disse olhando ao redor.- Acontece que o trabalho não me dá tanto tempo livre, e quando tenho, prefiro fazer outras atividades mais...excitantes. A man
Abri a porta do quarto de Alessandro que era o único lugar daquela mansão onde eu sabia que podia dormir. Fechei a porta atrás de mim.Ainda estava pensando no que fazer e como fazer.Levantei o olhar para a cama e então vi uma caixa em cima dela com um bilhete.“Minha bela,Você vai precisar disso. Não importa qual decisão tomar, agora isso é seu.Alessandro.”Deixei o bilhete de lado e peguei a caixa. Ela estava embrulhada com um papel de presente elegante de um tom de branco muito bonito e um laço prateado que brilhava como um diamante. Desenrolei o laço e quando abri, arregalei os olhos ao ver o que tinha dentro.Era um celular muito moderno e não só isso, era um dos melhores que existiam. Pode parecer que vivi debaixo de uma pedra a vida toda, mas eu realmente nunca tive um celular para chamar de meu. Nando nunca autorizou. O único contato que tive com celular foi com o de Tara, que um dia ela me deixou mexer. Abri a caixa e o peguei, era tão fino que eu tinha medo de deixar
Meu estômago ronca pela milésima vez, abraço a mim mesma fazendo uma careta enquanto ainda caminho pelas ruas escuras. Achei que poderia me virar sozinha, mas a verdade é que não faço a menor ideia do que fazer.- Droga... – murmurei.Estava cansada, com fome, com frio e assustada. Tinha medo de encontrar Tara de novo e pior ainda...Nando. Não achei que os encontraria tão rápido, realmente pensei que nunca mais veria eles. Parei e respirei o delicioso aroma de frango assado. Meu estômago roncou mais e eu fiz outra careta, enquanto continuava andando. O vento frio soprou contra o meu corpo e eu comecei a tremer. As ruas estavam vazias, mas muito iluminadas, tudo era bonito, mas eu não conseguia admirar nada por causa da minha situação.E sem poder evitar, soltei um soluço que foi acompanhado pelas lágrimas que começaram a embaçar minha visão, a frustração e impotência tomando conta de mim. - Droga! Droga! Droga! – murmurei, irritada e chorando. Só queria encontrar um lugar para
Narrado por AlessandroLía cai novamente no chão. Eu seguro sua cabeça a tempo, antes que ela se machuque. Ela desmaiou de novo. Diego se aproxima e eu dou as ordens. “Leve ela para casa e deixe as mulheres cuidarem dela.""Sim, senhor” Ele se abaixa para pegá-la, mas eu o interrompo por um momento."Nem por um segundo, ninguém sequer pense em tocá-la.""Com certeza, senhor" ele responde um pouco nervoso, e então ele a carrega nos braços. Eu me levanto, observando como Diego leva Lia. Um dos meus homens se aproxima de mim."Senhor, o que fazemos com eles?"Eu me viro e foco nas súplicas e gritos de Nando e seus capangas, que estão ajoelhados diante das armas apontadas para eles. Me aproximo dele e ele começa a implorar. "Por favor, tenha piedade, eu imploro! Eu não sabia que ela era importante para você, nunca mais vou tocar nela, eu juro...""Claro que não vai.” Eu solto a fumaça do cigarro no rosto dele e ele estremece de medo. "Cortem os dedos dele... e depois, a mão inteira
Suspirei quando abri os meus olhos, mas as lembranças da noite passada logo atingiram minha cabeça como um balde de água fria. De repente, me levantei com a respiração ofegante. A sensação de estar me afogando fez eu me desesperar, levei a mão ao peito sentindo que não conseguia respirar. Meu corpo tremia, enquanto o terrível sorriso de Nando, me assombrava fazendo eu gritar por socorro.Fiquei tensa ao sentir uma mão no meu ombro.- Respire... Lia, respire – A voz dele no meu ouvido e o modo como ele chamou meu nome me paralisaram por um momento.Minha respiração foi se acalmando aos poucos, era como se eu estivesse acordando de um pesadelo muito ruim. Abri os olhos e vi Alessandro me encarando tranquilo, como se o que aconteceu ontem nunca tivesse acontecido. - Você... é da máfia... – disse, sem saber o que falar. - Exato – Ele respondeu, colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. – E agora você pertence à máfia.Desviei o olhar, mas ele me fez olhar nos olhos dele,
- Não acha que vai precisar de mais coisas? – pergunta Fran, olhando as poucas sacolas de roupas que eu havia comprado. - Hm... não sei, durante minha vida nunca usei muitas roupas – eu disse, segurando um braço envergonhada.Ela olha para os dois guardas que nos acompanharam e os três fazem um sinal positivo. Eu fiquei confusa com aquilo, mas então ela se aproxima e coloca uma mão no meu ombro, como se quisesse me explicar algo. – O Sr. Alessandro te deu o cartão pessoalmente, isso significa que ele quer que você compre o que quiser. - Mas... ele disse que ia saber quanto gastei, onde e quando...- Sim, mas ele não disse que você tinha um limite, certo?Pensei por um momento e neguei. Ela sorriu e levanta a outra mão me indicando que continuemos comprando. Suspirei e concordei, sorrindo.Entramos em outras lojas de roupas, onde comprei um pouco mais do que esperava, embora ainda não fosse muito. Não me sentia confortável gastando o dinheiro de outra pessoa, então, mesmo que me d