Alexandre Russell não era uma pessoa de fácil manejo e então Lilian não fez rodeios, foi direta ao ponto: “Sei que o Grupo La Beauté está participando do concurso de perfumaria desta temporada. Tenho uma nova formulação e desejo me juntar à sua equipe na final de hoje à noite”.

"Já escolhemos nosso membro participante", disse Alexandre calmamente.

Lilian já sabia disso e retrucou: “Quero somar e não substituir sua equipe, você terá mais chances com mais pessoas...”

Alexandre interrompeu Lilian abruptamente. “Por que eu deveria confiar em você?”

Lilian abriu sua bolsa e tirou uma pilha de documentos dela. “Esta é a fórmula de pesquisa e dados do “First Love”. Espero que seja o suficiente para provar minha sinceridade em trabalhar com você. Há três anos me ofereceu um cargo, o que me faz pensar que sua empresa conheça minhas capacidades. Trouxe uma amostra do perfume para que experimente”.

“Que amostra?”

Depois de conversar por algum tempo, a expressão de Alexandre finalmente mudou. Ele ergueu a sobrancelha, aparentemente interessado.

Lilian se animou e num gesto rápido estendeu a mão para Alexandre. Uma fragrância marcante com aroma doce exalou de seu braço, junto com seu movimento. Era um perfume agradável e nada intenso.

Alexandre olhou para a mão de Lilian silenciosamente. Sua pele era clara e seus dedos finos. O doce aroma permaneceu no olfato de Alexandre, seduzindo-o.

“Estou confiante de que “First Love” ficará entre os 3 primeiros colocados. Sem dúvida, será a cereja do bolo para o Grupo La Beauté.”

Depois, Lilian retraiu a mão, mas inesperadamente, Alexandre agarrou seu pulso. Ele a segurou com certa força. Lilian não conseguia se libertar, mas também não sentia dor ou incômodo.

“Você acha que o Grupo La Beauté precisa de seu perfume?” Alexandre perguntou.

“Este é apenas um presente de boas-vindas. Se você acha que não é suficiente, tenho uma sugestão. Permitirei que sua empresa detenha as marcas dos perfumes que formularei nos próximos dois anos”, negociou Lilian.

Ela esperava que Alexandre ficasse apreensivo com a proposta. Ainda assim, ela sabia que havia espaço para negociação enquanto eles estivessem conversando. E era fato que estava ficando sem tempo e não conseguia pensar em alguém melhor para trabalhar do que Alexandre.

“Na verdade, não é suficiente.” Alexandre soltou o pulso de Lilian. Havia uma leve fragrância do perfume dela na ponta dos seus dedos. Ele baixou o olhar intrigante e falou: "A menos que você esteja incluída na oferta também."

"E… eu?" Lilian não entendeu o que Alexandre quis dizer.

"Você trouxe o que te pedi?" Alexandre perguntou de repente.

Embora Lilian não entendesse as intenções de Alexandre, havia levado o que ele pediu.

“S-Sim, trouxe."

"Case comigo, eu vou ajudá-la a resolver seus problemas", ele disse com certa indiferença.

'O… o que ele disse? E.. ele quer que eu me case com ele?'

A proposta de Alexandre chocou Lilian profundamente. Só então percebeu que a limusine estava em frente ao cartório civil. Alexandre escolheu aquele local e pediu o passaporte para Lilian porque pretendia se casar com ela.

“Você pode sair agora se não quiser.” Alexandre abriu a porta e fez sinal para Lilian decidir rapidamente.

“E-eu não disse nada disso,” ela falou disse apressadamente enquanto segurava a maçaneta da porta, com medo de que Alexandre a expulsasse da limusine.

"Isso significa que você está disposta então." Alexandre saiu da limusine, sorrindo. “Vamos acabar com isso. Tenho uma reunião daqui a pouco.”

Lilian ficou sem palavras, incapaz de acreditar que haveria alguém correndo para se casar com ela. Ela agarrou a porta do carro enquanto olhava para o homem diante dela. Sem fôlego, ela perguntou: "Posso perguntar por que você quer se casar comigo?"

'Por que eu? Por que tão de repente?'

“Não estamos falando de negócios aqui? Você precisa de ajuda para se vingar da MN Inc., enquanto eu preciso de uma esposa. Acredito que seja um comércio justo.” O tom de Alexandre era casual e pareceu natural. Por outro lado, o seu olhar brincalhão deu a ela uma sensação de familiaridade, mas não conseguia se lembrar de onde exatamente isso tinha ocorrido.

Lilian e Natanel não teriam um futuro juntos. Com o histórico e status de Alexandre, casar-se com ele não traria nenhuma perda para ela, independentemente do que ele pedisse. Com um olhar determinado, Lilian disse. "Combinado!"

Desejava apenas que o carma atingisse aquele casal sem escrúpulos.

Os preparativos do casamento não foram complicados, foram resolvidos rapidamente, pois tinham todos os documentos necessários. Depois que a dupla deixou o cartório, Alexandre guardou cuidadosamente sua certidão de casamento. Ele usou seus óculos escuros para esconder a felicidade que estampava nos olhos. Lilian correu atrás dele, sem fôlego. "Senhor Russell, sobre nosso acordo…”

Alexandre parou abruptamente e virou-se para olhar sua nova esposa. Mesmo através dos óculos escuros de Alexandre, Lilian pode sentir o olhar dele ficando mais frio a cada segundo.

“A partir de hoje, deve se acostumar com sua nova identidade. Certo, Sra. Russell?” Ele colocou seu braço em volta da cintura de Lilian, sua respiração aquecendo suas bochechas. Ela entrou em transe por um momento.

“Passe as informações do perfume e a amostra para Eduardo. Ele vai resolver isso.”

Então Alexandre soltou Lilian e entrou na limusine. Ela ficou parada do lado de fora do carro.

"Sra. Russell, há algum problema?” Alexandre virou-se para olhá-la. Seu telefone estava vibrando em sua mão, esperando que ele atendesse a chamada.

“Querido! Podemos manter nosso casamento em segredo por enquanto?” Lilian corou, mas estava preocupada em atrasar a agenda de Alexandre. Ela disse apressadamente: "Eu ainda tenho alguns assuntos pessoais para cuidar, preciso desse tempo”.

Lilian não pode ver os olhos de Alexandre através dos seus óculos escuros, não conseguiu, portanto, identificar seu humor e expressão naquele momento.

“Venha ao Grupo La Beauté antes das 17h”. Alexandre respondeu e, já atendendo ao telefone foi desconversando: “O que é isso?”

Lilian assentiu e fechou a porta do carro. Ela ficou observando enquanto a limusine se afastava, mas ainda não era o momento de expor a sua situação. Havia uma batalha esperando por ela.

Ela foi almoçar e depois comprou algumas roupas novas antes de ir para a MN Inc. Natanael ligou várias vezes nesse tempo, mas ela não atendeu.

Mal havia chegado ao estacionamento e o secretário de Natanael, Rubens Moreira, aproximou-se de Lilian ansiosamente. “Lilian, você finalmente está aqui! O Sr. Carbonara está ficando louco de tanto procurar por você!”

Mesmo trabalhando de maneira insana na empresa de Natanael nos últimos três anos, Lilian era ainda uma mera técnica de laboratório.

Lilian seguiu em passos firmes em direção ao escritório e ao entrar perguntou: "O que há de errado?"

Rubens balançou a cabeça. “Não tenho certeza, mas parece urgente.”

Apenas Natanael, Melissa e a assistente de Lilian sabiam que ela, Lilian, era quem constantemente estabelecia recordes de vendas para a empresa. Para o restante das pessoas, Melissa era a heroína e a peça central da MN Inc.

Para Lilian esses títulos nada significavam, e agora, menos ainda.

Da porta do escritório de Natanael, Lilian ouviu os gritos do CEO. “Você está com ela todos os dias e agora está me dizendo que não sabe onde ela está?” “Que atitude é essa?” “Ouça-me, Olivia Mendonça! Não abuse de minha autoridade por se sentir protegida por Lilian! Eu posso te demitir amanhã se eu quiser!”.

E então bateu o telefone com força. Lilian franziu a testa.

'Ele não conseguiu me encontrar, então está descarregando sua raiva na minha assistente. '

Lilian bateu e entrou em seu escritório. Rubens sabia que não deveria estar por perto, então fechou a porta atrás dela.

Bam!

Uma xícara se espatifou nos pés de Lilian. Os pedaços quebrados de cerâmica até roçaram sua pele. Natanael gritou furioso: "Onde você esteve a manhã inteira?!"