O elchelus ergueu uma de suas orelhas e olhou ao redor levemente desconfiado. São criaturas muito atentas, pois normalmente são as presas favoritas dos grandes predadores do deserto. Sacudiu seus chifres no ar como se informasse que não seria pego de surpresa. Avançou dois passos para frente, a fim de procurar, por entre as rachaduras do solo rochoso, alguma outra colônia de himenoptere que estivesse mais farta, ou que ainda não tivesse sido evacuada pelo ataque de outros inimigos naturais. Para esse animal, os pequenos insetos são uma iguaria sofisticada.
Se fosse um ser racional, o que o elchelus teria pensado ao ouvir o rápido e cortante zumbido? Não teria tempo. Antes mesmo que o medo se instalasse no coração da pobre criatura, a flecha estava cravada exatamente entre os seus olhos. Sua morte fora instantânea.
Eis que surgiu a quinhentos e oitenta somag<
O gurahb negro descrevia seu arco no céu escaldante, indicando um caminho que deveria ser percorrido. Em seguida, parou alguns somag de distância adiante. Crocitou de forma alta e estridente, como se estivesse gritando um alerta. A sinistra ave negra como a noite, de olhos grandes e penetrantes, bico fino e comprido, encarou Gwydionn durante alguns segundos. Parecia querer lhe dizer algo.Era uma floresta de pedra, cinzenta, abaixo de um céu vermelho e cruel. Não ventava, mas sufocava como se fosse possível sentir o ar movimentando-se bem devagar. Vagarosamente e quente. Um ar pesado, que parecia forçar-se para fora dos pulmões ao invés de permitir-se ser inspirado. Pedras e rochas cinzentas, cor de chumbo ou negras. Grandes pilastras naturais de pedras. As nuvens roxas pesando sob o céu, como se elas fossem cair a qualquer minuto. Então eles vinham. Como se estivessem em uma procissã
O sol do meio-dia ativara as fendyriessellene. Presentes que o antigo kirann Gwonn recebera de Sellenia, as caixinhas mágicas ativavam-se apenas com a incidência exata do sol de meio-dia, presenteando Hemporia com lindos cinco minutos de música transcendental.Ouruhs Glathiatus, no entanto, pouco se importava com o momento. Nunca gostara de música. Considerava a arte uma fraqueza. Vivia para o combate.Subiu as escadas do palácio visivelmente entediado. Interrompera seu treinamento diário para atender a Markrill Awdminn. Sabia que, para ser chamado assim tão de repente, viria com certeza alguma aporrinhação pela frente. Alguma missão que envolvesse longas viagens, tramas sórdidas e alguns assassinatos. Por esse motivo ele seria convocado. Quem será tão importante, dessa vez, para que Markrill me queira diretamente envolvido?Adentrou o
Apesar de estarmos no meio da tarde, era um dia lindo e ensolarado com Honn (sol) emoldurando incandescente o firmamento. Enxerguei de longe os portões de minha Tamarin. Estava feliz de retornar. Minha Tamarin... Era o meu lar. Tanto quanto Sellenia fora. Era verdade. Antes de ser acolhida por kyhonn Zaehr, eu nunca antes passara muito tempo fora de minha cidade-capital. Na verdade, salvo cinco a seis viagens relativamente curtas a Ywrrynnlünd e três à Hemporia, nem pelo território de Diaphanes eu chegara exatamente a me aventurar. Dei-me conta de que eu não conhecia quase nada do resto de Sekhairiann a não ser os lugares citados e agora Nagutenn. À minha idade, minha bazer e meu vazer já estavam lutando através dos continentes Emânnico e Dhau!O toque do trompete de Jaymenn Eskrinn! Era um h&i
– Não sei o que é pior. A viagem que fizemos de navio ou essa maldita peregrinação pelo deserto, midha oleri. – O jovem hyerogladius reclamava ranzinza.– Há há há há! Você não cansa de reclamar, Dewill! Se você fosse trancado com todas as mais belas e carinhosas cannedaryne de Hemporia, Zerandius e Sellenia em um mesmo quarto, ainda assim reclamaria da iluminação ou da pintura há há há!Dewill Xulz e Dhum Dhom Selunn cavalgavam seus equinodonne lado a lado na caravana da Hemporia Phreeod. Embora oriundos de raças tão diferentes, foram discípulos do mesmo kyhonn, conhecendo-se como irmãos em armas desde o despertar da adolescência.Dewill Xulz era um híbrido entre hominoid e hem feer de cabelos loiros e olhos cinza,
A dama precisa de um heróiQue busca até o fim da noiteDeve ser forte e ser rápidoDeve estar pronto para a lutaEla precisa sim de um heróiProcura um herói ao alvorecerEle deve ser certo e vir logoDeve ser maior do que a vidaDeve ser maior do que a vida...– Shhhhhhhhh, bardo. Fique quieto. Quer alertar, de uma vez, a todos em Nummighor que estamos chegando?– Oh injustiça constante! A voz da brutalidade e da ignorância tentando silenciar os iluminados por Djannyn!– Só posso te garantir que, se um dia eu quiser realmente te silenciar, não usarei minha brutalidade somente através da voz.– Há há há! Mas você é burro, cara. Você é mu
Cada nome interligado. Tudo sempre esteve interligado. Thennoryah, Zondrakk, Vanderthel, Briarazann, Philenndharm e muitas outras... No centro de tudo as duas primeiras linhagens, advindas diretamente de Dashenn e Rhonixx. Todos... Planejados? Seria possível?Será que algum deles estará entre nós? Seikchou’xonin, a ordem... Siakchan’xonin, o caos... As palavras de Mannsh Xen’dinn dançavam ainda em minha cabeça.– Annahk?Ele me achou.– Quem mais eu seria? – Respondi em tom de desafio.– Annahk?– Quem mais eu seria?Olhei entre lágrimas para minha bazer. Arrependi-me no mesmo minuto da pirraça impensada, mas já era tarde. Eu tinha nove anos. Tinha brigado feio com Haylah mais cedo àquele dia e cada uma foi enviada para seu quarto (ainda que raramente dormíssemos em quartos separa
A chuva caía sobre o deserto de Jornawar. Era quase um milagre.A estação das flores de Miryshay aproximava-se. A escaldante estação de Honnshay chegava ao fim. Ayutann preparava-se para o ritual anual de wellagandashay, o ritual de boas-vindas à nova estação, à fertilidade e promessas de tempos melhores. Sempre realizava o ritual nas ruínas de Kaër, ligeiramente ao sul de Hantiklunn. Se nada atrapalhasse, a Wardanne costumava acompanhá-lo, pois é um lugar de poder. Uma cidade dos antigos que, por motivos misteriosos nunca foi reconstruída ou repovoada.Randir Djefer ainda se encontrava muito debilitado desde que fora ferido na invasão à Nummighor. Outros Wardanne também sofreram ferimentos, no entanto nenhum deles sofrera a ação de um veneno tão poderoso quanto o que afligira o recém-formado mestre stygenndaitto<
Os olhos verdes de tonalidade cítrica dela o fitavam curiosos. Sempre temperados com uma dose de impaciência. – Como você consegue fazer isso? É incrível! – Nem tanto. Como você consegue disparar tantas flechas em um só tiro? Isso é que é incrível. – Meu dom é físico, amor. Porém, isso que você faz é muito fora da curva. Nunca ouvi falar de nenhum neshamah gadithann que conseguisse realizar o moshunn konval sem precisar se sentar, fechar os olhos e abstrair-se do ambiente ao seu redor. – Anmdall faz isso, Lirya