Hoje em dia, Bóris é um senhor de cabelos grisalhos. E a pele de seu rosto mostra que ele tem por volta de uns cinquenta anos ou mais, de idade. Mas antigamente, há quarenta anos atrás, Bóris tinha apenas dez anos. Ele sempre viveu em Merlim, a qual tinha apenas uma escola que ficava localizada próximo à floresta, na região dos Montes Cárpatos. Ou seja, a escola era muito próxima ao castelo. E geralmente as crianças se sentiam um pouco amedrontadas devido à fama de empalador que insistia em acompanhar uma pessoa que morava naquele castelo, desde os tempos antigos. Mas a pessoa que morava naquele castelo podia esconder muito mais segredos do que os moradores imaginavam.
Um dia, quando Bóris era uma criança de apenas dez anos, acordou de manhã, por volta das sete horas. Em seguida, tomou um banho e se sentou à mesa com os seus pais, pois estava na hora de ir ao colégio. Quando ele se sentou na cadeira, ouviu a sua mãe dizer:
– Bóris, você tem que tomar o seu café da manhã mais rápido! Pois vai se atrasar para a escola! – Disse a mãe tentando apressar o filho.
Bóris então respondeu: – Mãe, não quero ir à escola hoje. Estou me sentindo desanimado.
– Filho, você não está doente. Pare de inventar desculpas. – Disse a mãe de Bóris levando sua xícara de leite à boca.
Então, Bóris desanimado, se levantou da cadeira, pegou uma xícara vazia no armário, se sentou novamente, colocou um pouco de sucrilhos e os misturou com um pouco de leite, e levou a xícara até a boca, imaginando como seria mais um dia de aula em uma escola próxima a um castelo que escondia tantos mistérios e do qual ele tinha tanto medo.
Alguns minutos depois, sua mãe quebrou o silêncio e perguntou: – Terminou de tomar o seu café da manhã? Se sim, vamos lá escovar os dentes, pois hoje eu não vou com você até a escola.
– Não vai me levar para a escola hoje? Eu vou sozinho? – Perguntou ele assustado.
– Claro que você não vai sozinho! Você é apenas uma criança! Seu pai vai te levar hoje e vai te buscar também.
– Tá bom. – Respondeu Bóris se sentindo aliviado.
– Então, trate de se apressar, pois seu pai não gosta de se atrasar para o serviço. – Disse a mãe de Bóris.
Bóris se levantou da cadeira, foi andando e choramingando em direção ao banheiro.
– Meu filho, eu não consigo entender o porquê de você ficar sempre tão desanimado na hora de ir para a escola. Todos os dias é a mesma coisa. Você vai se encontrar com os seus coleguinhas e a aula vai ser legal. Encha a sua cabeça de pensamentos positivos. Foque nisso, pois vai ajudar fazendo com que os seus dias sejam sempre melhores. – Disse a mãe recolhendo as louças da mesa e levando para a pia a fim de lavá-las.
Quando Bóris já havia escovado os dentes, voltou dizendo:
– Mãe! Estou com medo. – Disse Bóris e nesse momento começou a chorar.
– O que foi, meu filho? Não fique assim! Do que você tem medo? – Perguntou a mãe de Bóris se sentindo triste por ver o seu filho de apenas dez anos chorar.
– Do castelo! Tenho medo do castelo e do monstro que tem dentro dele. – Respondeu Bóris.
– O que tem o castelo? Qual o problema? Não tem nada naquele castelo! Monstros não existem! E acho que não vive ninguém lá dentro dele também. – Disse a mãe tentando tranquilizar o filho.
– E o cavaleiro misterioso que todos falam? Ele não vive lá no castelo? – Disse ele se sentando novamente na cadeira e abaixando a cabeça sobre os seus braços na mesa.
– Não fique falando desse assunto por aí, Bóris. É uma lenda. Apenas isso. As pessoas vão rir de você se ficar falando essas coisas. As pessoas não acreditam em monstros. – Disse a mãe fazendo com que o filho desista dessa ideia de monstro.
– Um dia vou dar uma volta com você perto do castelo para que você mesmo perceba que não tem ninguém lá, muito menos um monstro para te fazer mal. – Disse o pai de Bóris tentando fazer o filho entender que não há mal nenhum no castelo.
Bóris assentiu com a cabeça para o pai.
– Então vamos andando para a escola? – Perguntou o pai alisando a cabeça do filho.
E quando os pais de Bóris se despediram com um beijinho rápido, a mãe abriu a porta e eles saíram.
Enquanto Bóris caminhava de mochila nas costas ao lado de seu pai, ele se lembrava do que a mãe sempre dizia a ele, para não pensar em coisas negativas. Para sempre encher a mente de bons pensamentos, pois desse modo as coisas ficam com maior tendência de dar certo.
O tempo passou e Bóris cresceu. E quando fez quinze anos conheceu outras pessoas. Quando fez novos amigos, compartilhou com eles o seu maior medo na infância, que era o castelo localizado nos montes Cárpatos. Um dos amigos de Bóris chamado Victor, que sempre se sentia o mais valente do grupo, teve uma ideia e compartilhou com os outros meninos.– O que vocês acham da gente ir até o castelo? Eu sempre quis saber quem é que mora lá.– Você teria coragem de ir até lá? Eu não teria! Jamais iria naquele castelo mal assombrado! – Respondeu Sam.– O castelo é mal assombrado? Tem fantasmas lá dentro? Ai, eu não vou, não. E nem adianta insistir. – Complementou Peter antes mesmo de Victor abrir a boca para falar algo que o fizesse mudar de ideia.– Eu iria. Ah, Sam, acredito que estando todos juntos não teriam muita
Bóris não só caminhou até a porta do castelo, mas queria se certificar de que realmente não teria ninguém morando naquele lugar. Que tudo era apenas invenção do povo. E que as patas do cavalo poderia ser apenas um morador de outro vilarejo que tivesse um sítio e que alguma vez passou por Merlim.Bóris não quis conectar a ideia das pegadas de um cavalo com o tal homem misterioso do qual a cidade inteira falava. E para a sua saúde mental era até melhor, pois desacreditando de tudo, pelo menos naquele momento, ele poderia seguir em frente com a sua ideia de desvendar o mistério que fazia com que o castelo fosse um lugar aterrorizante para todo o vilarejo.Quando Bóris chegou à frente do portão do castelo e no momento em que ele tocou a maçaneta, os portões se abriram sozinhos, sem nem ao menos Bóris chamar ninguém, nem empurrar
Bóris foi para a sua casa pensando em toda a conversa que teve com o conde, o que parecia ser um sonho, pois jamais imaginou que realmente tivesse alguém morando no castelo, muito menos que fosse tão atencioso e conversasse e contasse vários segredos para ele. Bóris também se surpreendeu, pois nunca imaginou que o conde soubesse quem era o tal cavaleiro de quem a cidade toda falava e que assustava a todos.Quando Bóris chegou em casa, já eram quase dez da noite e seus pais estavam preocupados, pois pensaram que pudesse ter acontecido algo com ele.– Onde você estava? Eu estava morrendo de preocupação.– Eu estava com os meus amigos Victor, Sam e Peter! – Disse Bóris mentindo para a sua mãe.– Mentira, Bóris! Não minta para a sua mãe! Eu liguei para todos os seus amigos e eles disseram que não estavam com você.
Os dias foram se passando e, devido aos compromissos da escola, Bóris não teve mais tempo de ir até o castelo do conde, o que o deixou bastante desapontado.Em casa, esteve pensando que gostaria muito de ser como o conde. Conseguir viver por séculos e séculos devia ser algo muito bom, pois teria inúmeros conhecimentos sobre diversos assuntos e teria muito assunto para conversar com quem quer que fosse. Então pensou em ir, no dia seguinte, novamente até o castelo visitar o conde e pedir para que ele lhe contasse mais sobre a sua existência aqui na Terra, e principalmente como é ser um vampiro, pois Bóris estava morrendo de curiosidade a respeito desse tema, ou melhor, dessa espécie, conforme o conde diz.Mas no dia seguinte, já pela manhã Bóris descobriu que teria um trabalho que tinha sido passado pela professora e que deveria ser entregue no dia seguinte. Entã
Os anos se passaram e hoje em dia, com cinquenta anos de idade, Bóris mora sozinho em sua mansão, pois seus pais foram embora para outra cidade. Bóris geralmente é muito caseiro, sempre escolhe ficar em seu lar, em uma casa bem grande, talvez a maior, localizada no vilarejo de Merlim. Mas em uma noite fria, o céu estava tão claro que permitia ver perfeitamente a lua cheia. Então ele saiu e se dirigiu ao mercado local, que na verdade é apenas uma venda que dispõe apenas dos principais produtos de limpeza e de alimentos, os quais são os mais necessários para suprir uma casa.Naquela noite enquanto ele estava no mercadinho, escolhendo os produtos que compraria, ele observou uma mulher alta de bela aparência, com cabelos pretos e ondulados, que tinha em torno de quarenta anos, entrar no mercado. Ela se aproximou dele enquanto olhava os produtos das prateleiras e disse:– Ser&aacu
Bóris sendo muito receptivo com Bela, disse, ao abrir a porta da sala:– Seja bem-vinda a minha casa, Bela. Entre e sente-se. Pode ficar à vontade. – Disse Bóris abrindo a porta da casa para a nova conhecida.A casa de Bóris parecia um lugar antigo, mas ao mesmo com muito luxo, pois havia muitas peças de extremo bom gosto e riqueza. Logo quando Bela entrou, ela não esperava de ver aqueles móveis, como um sofá espaçoso na cor preta, assim como cortinas de camurça na cor vermelha no estilo romântico. Um piano no canto, próximo à janela dava um destaque e uma aparência de sofisticação. No teto da sala tinha um lustre que tinha diversas lâmpadas finas e da cor amarela, além das pedras que Bela não soube dizer se eram preciosas, só sabia dizer que eram lindas e muito brilhantes, o que dava mais sofisticação ao amb
Depois que Bóris e Bela se casaram, eles passaram a morar juntos na casa de Bóris. Em uma manhã menos fria devido ao sol que brilhava forte naquela região, ela disse, enquanto preparava seu café da manhã:– Bóris, eu quero muito ter um filho com você. Meu sonho é ser mãe.– Bela, eu já tenho um filho e não gostaria de ter outro, até por que não quero tanta mudança em minha vida.– Eu sei que você já tem um filho, mas você nunca me falou tanto desse menino. Gostaria de saber mais sobre ele. – Comentou Bela.– Bela, você tem razão. Tem algumas coisas sobre a minha vida das quais você ainda não sabe e que deveria saber.– Então pode me contar, meu amor.– Bem, preciso que você me prometa que vai guardar segredo.– Sim, pode contar
Bela se preocupava muito com a sua aparência e queria mais do que tudo retardar o seu envelhecimento que acontecia a cada dia que se passava, conforme a ordem natural das coisas. Então ela dizia para Bóris:– Quero me transformar em vampira junto com você, Bóris! – Disse Bela em desespero no momento em que se olhou no espelho e viu uma pequena ruga em seus olhos.– Bela, não diga besteiras!– Não é besteira, Bóris! Estou ficando velha a cada dia! Você não percebe? Olhe pra mim! – Disse ela mostrando seus olhos com as mínimas rugas para Bóris.– Bela, você está linda como sempre foi! Não está velha nem enrugada. Pare de procurar defeito em si mesma! – Disse Bóris procurando uma taça de vinho em sua adega.– Bóris, por favor, peça ao conde Drácula que me t